quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2013


         (Elias e Eliseu – Um Ministério de Poder Para toda a Igreja)


Lição 04

1. De acordo com a lição, quais as duas divindades pagãs principais no reino do Norte?
R. El e Aserá.

2. Explique como alguém pode deixar de ser uma voz profética.
R. Quando por conveniência adota as mesmas práticas e atitudes do sistema vigente.

3. Como a verdadeira adoração se diferencia da falsa?
R. A adoração verdadeira se firma na revelação de Deus na história; na participação do adorador no culto; pela Palavra de Deus.

4. Defina “sincretismo”.
R. Fusão de elementos culturais diferentes, ou até antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis alguns sinais originais.

5. Por que o desafio entre Elias e os profetas de Baal foi muito além de uma guerra entre o bem e o mal?
R. Ele serviu para demonstrar quem de fato era o Deus verdadeiro e merecedor de toda adoração.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

LIÇÃO 04 – ELIAS E OS PROFETAS DE BAAL


1 Rs 18.36-40



INTRODUÇÃO
Como vimos na aula passada, o reino do norte padeceu por mais de três anos uma grave e longa seca que gerou escassez, fome e uma crise econômica inesperada. A semelhança dos dias do profeta Jonas, em que o rei de Nínive (Adade-Nirari III) foi o primeiro a se arrepender, e consecutivamente, a promulgar uma lei em que todos do seu reino também se arrependessem com jejum e pano de saco. Inclusive os animais! (Jn 3.5).  Em Israel, foi completamente o contrário! O rei, que deveria ser o primeiro a reconhecer o Senhor como seu Deus, isto é, abandonar a idolatria, continuou perseverando no erro de seguir a Baal. Por isso, o Senhor envia seu profeta, Elias, para confrontar os profetas de Baal em um duelo no Monte Carmelo (1 Rs 18.19,20). Portanto, na aula de hoje, estudaremos o acontecimento que foi o clímax do ministério de Elias, e que fez com que o povo abandonasse aquela amarga apostasia.  Precisamos mais do nunca, nos dias atuais, tomar a posição desse Campeão de Deus, que não temeu desafiar 850 profetas sozinho! O Senhor conta com você profeta do Deus Vivo!


I. CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES
1. Conhecendo o falso deus Baal.
A idolatria foi sempre combatida por Deus desde a saída dos filhos de Israel do cativeiro egípcio (Êx 20.3-5,23). Depois da aliança firmada no monte Sinai, Deus sempre advertiu seu povo de lhe ser fiel, e de não seguir os deuses das nações dos quais herdariam a terra (Êx 34.10-17). Porém, durante a monarquia, Salomão trouxe este mal para dentro da nação santa e, consecutivamente, Jeroboão, filho de Nebate, oficializou o culto ao bezerro (1 Rs 11; 12.26-33). A partir de então, os deuses das nações, dos quais o Senhor disse que não deveriam ser adorados, começam a fazer parte dos cultos do reino do norte. E, desses deuses, as divindades cananeias com seus cultos cheios de licenciosidade tiveram fácil aceitação dentre os hebreus (Nm 22.41; Jz 2.11,13; 2 Rs 23.4-6). Assim sendo, suas principais divindades eram Baal e Astarote (Aserá). Baal era o deus do sol e das tempestades, responsável pela germinação e crescimento da lavoura, o aumento dos rebanhos e a fecundidade das famílias. Seu nome significava “senhor” ou “dono”. E, também, pode sinonimamente significar “proprietário” ou “marido”. Desta forma, Baal era o supremo deus cananeu (rei dos deuses), e seu extenso nome era Baal Semaim (senhor do céu). Portanto, cada lugar tinha seu próprio Baal. Assim, havia, por exemplo:

     ü  Baal-Berite, que quer dizer “senhor da aliança”, (Jz 8.22);
     ü  Baal-Gade, que quer dizer “senhor da fortuna” (Nm 32.38), etc.
     ü  Baal-Hazor, que quer dizer “senhor da cerca”, (2 Sm 13.23);
     ü  Baal-Hermon, que quer dizer “senhor da montanha sagrada”, (1 Cr 5.23);
     ü  Baal-Peor, que quer dizer “senhor da fenda”, (Nm 23.28; 25.3);
     ü  Baal-Zebube, que quer dizer “senhor das moscas”, (2 Rs 1.2);
     ü  Baal-Zefom, que quer dizer “senhor da vigilância”, (Êx 14.2);

Todavia, o deus Baal que o rei Acabe introduziu em seu reino foi Baal-Melkart (senhor e rei da cidade), a quem dedicou também um templo (1 Rs 16.32,33). Porém, o profeta Elias, envia um desafio para toda a nação, mas em especial, para o rei Acabe e a rainha Jezabel, dizendo: “Agora, pois manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas de Aserá, que comem da mesa de Jezabel” (1 Rs 18.19). E nós, estamos prontos para confrontar os falsos deuses? O Senhor conta conosco para enviar fogo do céu!

2. Identificando a falsa divindade Aserá.
Agora, que já estamos sabendo quem é Baal (o deus falso), identifiquemos quem é Aserá. Mas, antes disso, se faz necessário conhecer, dentro da cultura cananeia, quem é El. O nome  Ēl (אל) é uma palavra semitica do Noroeste da Síria que traduzido para nosso idioma (português) signfica “deus ou “Deus” dependendo do contexto. 
No Levante (uma grande área geográfica imprecisa do Mediterrâneo) como um todo, El era o deus supremo, o pai da humanidade e de todas as criaturas e o marido da Deusa Aserá como atestado no Ugarit (antiga e cosmopolita cidade portuária, situada na costa mediterrânea do norte da Síria). Governava a todos do monte Saphon e foi sob sua égide que Baal/Hadad casou com Anat e derrotou o deus do mar Yam e o deus da morte Mot, tornando-se o rei dos deuses. A palavra El foi encontrada no topo de uma lista dos Antigos Deuses (o que pode significar que ele seria o Pai de todos os Deuses), nas ruínas da Biblioteca Real de Ebla, no sítio arqueológico de Tell Mardikh na Síria datado de 2300 a.C. El tinha gerado muitos deuses, mas os mais importantes foram Hadad (Baal), Yam e Mot, cada um dos quais possui atributos semelhantes aos deuses gregos Zeus, Poseidon e Hades respectivamente. Os mitologistas gregos identificam El com Cronos. Portanto, sabendo agora quem é El, trataremos de identificar a falsa divindade Aserá. Aserá (Astarote) era a mais importante deusa dos fenícios. Filha de Baal, Irmã gêmea de Camos (2 Rs 23.13) e esposa de Tamuz (Ez 8.14). Era a deusa da lua, da fertilidade, da sexualidade e da guerra, adorada principalmente em Sidom, Tiro e Biblos. Aserá era conhecida, principalmente, pelos nomes de Astarote e Astarte. Mas, também era chamada de Asterate, Asterath, Astorate, Asterote, Astorete, Astartéia e Baalat. Além destes nomes, o termo “poste-ídolo” na versão AEC e na versão ARA é uma tradução do termo hebraico “àshera”, e que está literalmente na versão ARC como Aserá ou Aserote (Jz 3.7; 1 Rs 15.13; 18.19). 
No entanto, o termo “bosque” na versão ARC corresponde à expressão “poste-ídolo”, que pode significar tanto o nome da deusa “Aserá” como também “bosque para adoração de ídolos”, já que era o lugar onde se adorava tanto essa divindade como as outras. Não bastassem todas essas nomenclaturas, a deusa Aserá era  ainda chamada de deusa mãe ou rainha dos céus (Jr 7.18). E os seus rituais eram múltiplos, passando por ofertas corporais de teor sexual, libações, e também a adoração das suas imagens ou ídolos. O seu principal culto ocorria no equinócio da primavera e era altura de grandes celebrações à fertilidade e sexualidade. O sexualismo e erotismo ligados ao seu culto faziam dela uma deusa muito adorada entre os povos da altura, exatamente pelo seu teor. Nota-se, então, a gravidade da situação espiritual do reino do norte!


II. CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS
1. Profetizavam sob encomenda.
O termo “profeta”, tanto no hebraico “nãbi” como no grego “prophetes”, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Assim sendo, o profeta é um representante de Deus. Mas, se tratado dos profetas de Baal, eles eram falsos profetas. O termo “falso” provém do latim “falsus” que significa “errado, incorreto e enganador”. Portanto, bem diferente dos profetas do Senhor, que fala ao povo o que ele precisa ouvir, e não o que ele quer ouvir (1 Rs 17.1). 
Os profetas de Baal, que eram sustentados pela casa do rei (1 Rs 18.19), falavam ao povo o que o rei, e sua consorte queriam ouvir. Esses profetas faziam parte de um sistema estatal do governo (1 Rs 18.4). Mas, o que significa sistema? O dicionário online define sistema como “reunião de princípios coordenados de modo a formar uma doutrina”. Esta definição nos traz uma dupla conceituação de sistema, apesar da abrangência do termo, que pode ser sintetizada em “macrossistema” e “microssistema”. O microssistema trata dos princípios coordenados pelas organizações políticas, religiosas, corporativas, etc, que as fazem existir e funcionar. Este tipo de sistema não é nosso inimigo, até porque foi constituído por Deus (Rm 13.1,2; 1 Pe 2.13-17). Já o macrossistema, que é a reunião de toda forma de injustiça, impunidade, imoralidade, corrupção, mentira, falsidade, engano, perversão, etc, de modo a formar uma doutrina, a doutrina do Diabo, que é reflexo de um mundo caído e influencia pelo mesmo (1 Jo 5.19). Este, sim, é o sistema que é nosso inimigo, e também, de Deus (Tg 4.4; 1 Jo 2.15,16; Jo 15.19; Gl 5.19-21; Rm 1.18-32). Os profetas de Baal pertenciam a este macrossistema (governo do mal e do pecado que tem como regente o diabo), e que os habilitavam para serem: 

     ü  Profetas, mas não do Deus vivo.
     ü  Profetas, mas não da verdade.
     ü  Profetas, mas não tinham voz profética.
     ü  Profetas, mas de ministérios alugados.
     ü  Profetas, mas ‘do sistema’ e ‘para o sistema’.


Embora, como Elias, saibamos que a vida de um profeta não é nada fácil, os profetas de Baal eram indivíduos:

     ü  Que viviam confortados, pois não causavam desconforto.
     ü  Que viviam sem pressão, pois não causavam tensão.
     ü  Que não eram ameaçados, pois eram aliados do erro e da injustiça dos poderosos.
     ü  Que não eram indesejáveis, pois não denunciavam o pecado.

Diante desses fatos, surge a pergunta que não quer calar: Que tipo de profeta você deseja ser ou é? Daqueles que são aplaudidos pelos homens, mas não são aplaudidos por Deus? Ou daqueles que, mesmo contrariando o egocentrismo humano, preferem padecer o descontentamento humano e serem fiéis ao Senhor? A vida do profeta Elias é o grande exemplo disso!

2. Eram mais numerosos.
A rainha Jezabel, finalmente, conseguiu realizar seu intento que era institucionalizar o culto a Baal e a Aserá no reino do norte. Desta forma, o Senhor, Deus de Israel, passou a ser apenas mais uma divindade dentre as muitas daqueles politeístas. E, de fato, seus profetas naquele momento eram a maioria. Isso porque, além dos profetas do Senhor que Jezabel destruiu (1 Rs 18.4), os outros estavam escondidos (1 Rs 19.18). 
Daí, a razão de Elias, por três vezes, dizer: “Só eu fiquei” (1 Rs 18.22; 19.10,14). Elias, o tisbita, realmente estava se sentindo só, não apenas por ter que combater a idolatria de uma nação inteira, mas também, por ter que confrontar sozinho o sistema estatal do governo (1 Rs 18.22). Todavia, esse pensamento de está sozinho não era verdadeiro! Pois, o Senhor disse para Elias: “Também conservei em Israel sete mil – todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou” (1 Rs 19.18). Na verdade, a Maior Autoridade estava com Elias, pois ele exaltou o nome do Senhor desmascarando aqueles falsos profetas (1 Rs 18.40,41). Além disto, Deus não tem por exclusividade trabalhar com a maioria, mas com vidas que se dispõem a serem usadas por Ele. E, bem sabemos que esses são a minoria (Ez 22.30; Mt 7.13,14). Por isso, observemos alguns exemplos bíblicos:

    ü  Adão - por meio de um só homem criou todos (Gn 1.28; At 17.26);
    ü  Abraão - por meio de um só homem gerou a nação eleita (Gn 12.1-3; 17.6-8);
    ü  Moisés - por meio de um só homem libertou toda uma nação (Êx 3.8,10);
    ü  Sansão - por meio de um só homem matou mil filisteus (Jz 15.15,16);
    ü  Josebe-Bassebete - por meio de um só valente feriu, de uma vez, a oitocentos filisteus (2 Sm 23.8);
    ü  Ester - por meio de uma mulher livrou da morte o povo de Deus (Et 7.3-6; 8.7,8,11);
    ü  Jesus - por meio de seu próprio sacrifício, nos salvou, criando a Igreja do Senhor (Rm 5.18; Jo 19.30; Ef 2.1-10).

Bem, diante destes muitos exemplos, não resta dúvidas de que o agir do Senhor não depende de maioria, mas de vidas como a de Elias, que mesmo aparentemente em desvantagem, destruiu todos os profetas de Baal e de Aserá (1 Rs 18.40). Deus está buscando alguém que esteja na brecha para realizar grandes feitos, assim, como Elias, e glorificar seu santo nome!  


III. CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO
1. Em que ela imita verdadeira.
Parece-nos que o ritual cananeu e o ritual hebreu possuíam os mesmos elementos de adoração. No entanto, um dos elementos destes rituais revela o diferencial da verdadeira adoração. E, é óbvio, que este elemento é o fogo. 
Pois, Elias disse aos profetas de Baal: “Dêem-se-nos dois novilhos. Escolham eles para si um dos novilhos, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém, não lhe metam fogo” (1 Rs 18.23). Aqui, já surgem algumas indagações: O que é adoração? O que é culto? Há diferença entre ambos? E quais os elementos do culto/adoração? A palavra “adoração” tem sua origem no termo hebraico “sãhâ”, que traduzida, literalmente significa “prostrar-se”; nela está implícito o sentido de reconhecer o valor da sua glória, soberania, senhorio e majestade; não só em palavras, mas, em atitudes, procedimentos e comportamentos. A palavra “culto” é originária do vocábulo latino "cultus", e significa “veneração”. O culto, portanto, é a adoração ou homenagem que se presta ao Supremo Ser. No grego, temos duas palavras para culto: "latréia", significando adoração; e "proskynēo", significando reverenciar, prestar obediência, render homenagem. A partir dessas definições, já se percebe que a diferença entre adoração e culto está associado apenas as nomenclaturas, devido a cultura de onde provém tais termos. 
No entanto, na prática, pode haver culto sem adoração. Pois, em nossos dias, quando falamos de culto estamos nos referindo à liturgia. E a liturgia, em si, não se constitui em culto; porquanto é necessário que ela venha acompanhada de verdadeira predisposição espiritual (Is 29.13; Jl 2.12,13). Quanto aos elementos do culto, embora não siga necessariamente esta ordem, eles são: doutrina, revelação, línguas estranhas e interpretação, salmos, hinos, cânticos espirituais e ações de graças (1 Co 14.26; Cl 3.16; Ef 5.18-21). Portanto, naquele culto a Baal, que aparecia muito com o culto hebreu, tinha altar, música, danças e sacrifícios, mas não tinha o verdadeiro fogo. O fogo do altar de Baal era fogo estranho (Nm 10.1), por isso, Elias disse: “não lhe metam fogo” e acrescentou: O deus que responder por meio do fogo, esse é que é Deus”. Realmente, o adversário só sabe imitar e copiar tudo o que Deus cria. Por isso, seus profetas também fazem o mesmo, inclusive, na adoração. Alguém já disse que “Todas as religiões são, na verdade, cópia da verdadeira” Então, surgirá à pergunta: Qual delas é a verdadeira? Ora, aquela que tem a Bíblia como sua única regra de fé e prática, pois o verdadeiro fogo só se encontra no altar do Senhor Deus de Israel (1 Rs 18.39; 2 Tm 3.16,17)!

2. No que ela se diferencia da verdadeira.
No ponto anterior, vimos que apesar das semelhanças, entre a falsa e a verdadeira adoração sempre manifestar-se-á suas diferenças. E a primeira delas foi a imitação da verdadeira adoração. Típico dos nossos dias! Mas, continuando e focando, agora, apenas nas diferenças entre a falsa e a verdadeira adoração, aprenderemos algumas importantes lições:

    ü  Em primeiro lugar, observamos que no culto falso há ritos litúrgicos, mas nenhuma adoração (1 Rs 18.26). Os falsos profetas de Baal dançavam, possivelmente ao som de instrumentos, pulavam e manquejavam ao redor do altar, mas não havia vida.

    ü  Em segundo lugar, observamos no culto falso há muito grito, mas não havia eco! Era uma adoração muda! Não houve respostas.

    ü  Em terceiro lugar, aprendemos que no culto falso há profetas, mas não há inspiração (1 Rs 18.25). Eles começaram a profetizar pela manhã indo até à tarde, mas nada de resposta (1 Rs 18.26). Não havia inspiração!

Diante destes fatos, estejamos atentos para não sermos enganados pelos muitos tipos de “cultos”, “profetas” e “igrejas” que existem por aí. Observemos a advertência do Mestre Jesus, que disse: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” e acrescenta: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.15,16). Portanto, cuidado, pois nem tudo o que se diz “de Deus”, é de fato, proveniente de Deus!


IV. CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL
1. O perigo do sincretismo religioso.
Como falamos anteriormente, a apostasia do reino do norte não foi apenas uma questão de substituição de divindades. Na verdade, ela foi bem mais que isso, pois se configurou em um sincretismo por misturar os elementos religiosos e culturais de Israel com a cultura e as crenças cananeias. Desta forma, o Deus de Israel ficou sendo mais uma divindade dentre as muitas que eles adoravam, porém, Baal passou a ser o deus oficial do reino do norte. Mas, talvez, surja a pergunta: O que é sincretismo? O dicionário online define sincretismo como “sistema filosófico ou religioso que tende a fundir numa só várias doutrinas diferentes; ecletismo. Amálgama de concepções heterogêneas”. Por isso, ao falarmos de sincretismo religioso estamos nos referindo a “fusão de elementos religiosos e culturais diferentes, e até antagônicos, num único culto”. E, foi exatamente isto, que aconteceu nos dias do profeta Elias. Porém, Deus sempre advertiu seu povo quanto a se misturarem com outros povos, exatamente devido o perigo da forte influência do sincretismo religioso (Lv 18.3; Dt 12.29-31). Tal advertência ocorreu em virtude de, por ocasião da saída do Egito, num período em que lá permaneceram por 430 anos, absolverem toda a cultura egípcia (Êx 12.40,41). Ora, sabemos que o povo egípcio sempre foi politeísta, adorava os deuses como: (deus do sol). Toth (sabedoria e conhecimento, representado pela Lua), Hórus (céu), Osiris (vida após morte), Isis (amor,magia), Ged (terra), entre outros. 
E, este sincretismo egípcio acompanhou os filhos de Israel quando de sua saída do Egito, pois o texto sagrado é enfático: “Subiu também com eles uma grande mistura de gente” (Êx 12.38). Prova disto, é que no deserto, a caminho da terra prometida, eles cometem o pecado de idolatria ao realizarem o culto ao bezerro (Êx 32). As consequências deste ato profano resultaram na morte de três mil homens em apenas um só dia (Êx 32.28)! Por essa razão, o profeta Elias, desafiou os 450 profetas de Baal, e ainda mandou que, também fossem os 400 profetas de Aserá para o Monte Carmelo. Elias sabia o mal que o sincretismo religioso representava para a fé hebraica; assim, como continua sendo, e sempre será para a fé bíblica. Cuidado, irmão, com o sincretismo religioso! Ele agora tem uma nova cara, e se chama ECUMENISMO!

2. A resposta divina ao sincretismo.
Sabemos que o sincretismo religioso, iniciado no êxodo egípcio, só teve seu devido fim nos cativeiros Assírio e Babilônico. No entanto, nos dias de Elias, aquele sincretismo haveria de ser remediado. Porquanto, Aquele que disse: “A minha glória a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens de esculturas” (Is 42.8). Respondeu a oração do seu servo Elias, e “então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego” (1 Rs 18.38). 
Desta forma, Deus reprovou a divindade a quem o rei colocou como deus da nação, além de desmascará a mentira dos profetas de Baal para o povo. Pois faziam o povo acreditar que sua prosperidade, suas boas colheitas, o crescimento de seus rebanhos, etc., provia do culto a Baal. Por essa razão, ao exclamar Elias: “Lançai mãos dos profetas de Baal”. Todos foram de imediato presos. E, segundo ordenava a Lei Mosaica, todos foram mortos (Dt 13.12-18; 20.12,13). Algo semelhante aconteceu no deserto, lembra-se do culto ao bezerro, depois daquele ato abominável Deus, através de Moisés, ordenou: “Cada um ponha a sua espada sobe a coxa. Passai e tornai pelo arraial de porta a porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um ao seu vizinho” (Êx 32.27). Que tragédia! Matar seu irmão, amigo e vizinho! É, mas nada disto seria necessário se eles não tivessem se misturados aos costumes pagãos. Por isso, esse foi o modo de Deus purificar seu povo, eliminando os idolatras. E Elias fez o mesmo! Portanto, a voz de Deus continua a ecoar, dizendo: “Saí do meio dela, ó povo meu, e salve cada um a sua alma, por causa do ardor da ira do Senhor” (Jr 51.45).  Quem quiser se salvar, que obedeça!


CONCLUSÃO
Diante do exposto, que o Deus de Elias use as nossas vidas para, assim como o profeta de tisbe, confrontar os falsos deuses, os falsos profetas, a falsa adoração e o sincretismo religioso. Independente de sermos minoria ou não, sejamos ousados em afirmar: “Em nenhum outro há salvação, pois também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12). Desta forma, ouviremos muitos a disserem: “Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus!” (1 Rs 18.39). Portanto, estejamos atentos e prontos para mostrar que o pecado deve ser tratado como pecado. Pois, o Deus de Israel é rigorosamente contrário ao sincretismo religioso! Que Deus abençoe a todos!
  
 

Referências:
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø  ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  THOMPSOM, Bíblia de Referência. VIDA.
Ø   ENSINADOR CRISTÃO, Revista. nº53 p.36. CPAD.
Ø  www.dicio.com.br
Ø  http://origemdapalavra.com.br/palavras/falso/
Ø  http://pt.wikipedia.org/wiki/El_(deus)
Ø  http://pt.wikipedia.org/wiki/Astarte
Ø  http://estudarbiblico.kit.net/adorador.pdf
Ø  http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2008/2008_02_05.htm

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2013


     (Elias e Eliseu – Um Ministério de Poder Para toda a Igreja)



Lição 03

1. De acordo com a lição, como a seca contribuiu para a execução do plano de Deus?
R. Disciplinando a nação e revelando quem era a divindade verdadeira.

2. Cite duas consequências imediatas advindas com a seca.
R. Fome e escassez.

3. De que forma a provisão divina se manifestou durante a estiagem?
R. Trazendo provisão pessoal, isto é, ao profeta Elias e também de forma coletiva aos cem profetas escondidos por Obadias.

4. O que o profeta afirma relativo a tudo que ocorrera em Israel?
R. Que tudo o que estava acontecendo em Israel era resultado do pecado.

5. Quais lições se podem aprender através da seca em Israel?
R. Resposta pessoal.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

LIÇÃO 03 – A LONGA SECA SOBRE ISRAEL






1 Rs 18.1-8




INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, estudaremos sobre a grave e longa seca que se abateu sobre o reino do norte. Embora esta seca já tenha sido vista na lição 01, como consequência da apostasia daqueles dias que resultou no julgamento divino. Hoje, trataremos tal seca de forma mais detalhada, abordando questões ainda não vistas, como: o porquê da seca, seus efeitos, a provisão divina durante esta seca e as lições por ela deixadas. Como vimos na aula passada, o profeta Elias já aparece no contexto bíblico de forma súbita, mas com uma mensagem do Deus verdadeiro: “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos senão segundo a minha palavra” (1 Rs 17.1). De fato, esta seca foi causada pela a apostasia do reino do norte promovido pelo rei Acabe, mas que, também, foi o fiel cumprimento da primeira profecia predita por Elias como enviado de Deus. Assim, atentemos para a advertência bíblica, que diz: “Não vos enganeis: Deus não se deixa escarnecer. Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Infelizmente, o rei Acabe não atentou para a Palavra de Deus! Que você não faça o mesmo!



I. O PORQUÊ DA SECA
1. Disciplinar a nação.
Diante da grave situação espiritual em que vivia o reino do norte, numa apostasia desenfreada e que dividia a nação, só restava-lhes a intervenção divina como resposta as suas práticas abomináveis. O próprio profeta Elias, vivenciando aqueles dias, e percebendo a tamanha infidelidade da nação, exclamou: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas se Baal, segui-o” (1 Rs 18.21). No entanto, a idolatria da nação era custeada pelo rei Acabe, e por isso, a nação se afundava no baalismo (1 Rs 16.31). Agora, como consequências de suas práticas, o Senhor, Deus de Israel, envia uma grande seca para disciplinar toda a nação (1 Rs 17.1). Mas, o que é disciplina? A palavra “disciplina” vem do latim “disciplina” que significa “correção”. Logo, a disciplina é o regime de ordem imposta por força da lei, ou aliança, livremente estabelecido. Nas Sagradas Escrituras, a disciplina é uma das prerrogativas que Jeová lança mão para conservar os termos da aliança firmada por Ele primeiramente com os filhos de Israel (Dt 8.5,6; Jó 5.17; Pv 3.11,12), e, mais tarde, com os que vieram a receber a Cristo (Hb 12.6-8; Ap 3.19). Para que a disciplina vingue seus objetivos, os judeus contavam com os Dez Mandamentos e outras leis do Pentateuco. Na Igreja Primitiva, havia normas congregacionais para se manter a ordem e a decência entre os salvos (1 Co 5.1-13). Portanto, disciplinar não é banir; é ensinar tendo como base o amor, a justiça, a santidade e a sabedoria; é tornar o santo mais santo. Dessa forma, a disciplina jamais pode ser aplicada como meio de punição, vingança, demonstração e abuso de autoridade. Mas, com humildade, compaixão e amor. Porquanto, ela tem como propósitos tanto restaurar a comunhão como conservar o povo de Deus de influências pecaminosas. 
O Apostolo Paulo deixou isso bem claro ao dizer: “Não sabeis que um pouco de fermento leveda toda a massa” (1 Co 5.6). No entanto, é lamentável na atualidade, que muitas instituições que se denominam de “igrejas” não possuam uma identidade de “geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido” (2 Pe 2.9), mas buscam apenas vitórias e bênçãos de Deus sem, contudo, observar a Doutrina e a disciplina do Senhor (Pv 15.32; Ef 6.4; Hb 12.8). Observemos, portanto, que aquela grande seca que se abateu nos dias do rei Acabe, serviu tanto para disciplinar os filhos de Israel como para julgar o deus das tempestades – Baal. O Senhor estava tratando seu povo como filhos e, portanto, corrigindo-os! Em 1 Co 11.32, o Apóstolo Paulo afirma: “Mas, quando somos julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”. O escritor da Carta aos Hebreus, colaborando com o pensamento paulino, diz: Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos” (Hb 12.8). Agora, com base nesses textos, faça uma reflexão e responda pra você: Como você tem se portado diante do Senhor? Você tem observado a doutrina e disciplina do Senhor ou não? Seu relacionamento com o Senhor é de filho ou de bastardo? Que, verdadeiramente, você seja daqueles que são disciplinados pelo Senhor, pois Ele não só estará mostrando Seu amor, como também, que você é Seu filho!!


2. Revelar a divindade verdadeira.
Sabemos que o casamento misto de Acabe foi, de fato, uma das causas da apostasia do reino do norte. E, apesar de tal casamento ter fins políticos, pois através desse casamento Israel prosperou materialmente, porquanto, promoveu o comercio com a Fenícia; ele, porém, também promoveu a importação de todo o multiculturalismo dos fenícios para dentro do reino do norte, ou seja, para Israel. Dessa forma, o rei Acabe não trouxe apenas a prosperidade material, mas também, a idolatria e os costumes pagãos. Assim, a intenção de Jezabel, sua esposa, que era a institucionalização da idolatria no reino do norte estava dando certo (1 Rs 16.33). 
Ora, fenícios eram politeístas e cultuavam diferentes divindades, muitas oriundas de culturas vizinhas, ao longo da história. As divindades fenícias estavam relacionadas à natureza. Baal, Artarote (Aserá), Dagon, Ayan e Anat eram os principais deuses da religião fenícia. Os fenícios conservavam seus ritos bem arcaicos, como a prostituição divina (cultual) e os sacrifícios de crianças (em particular dos primogênitos) e de animais. Suas divindades não possuíam templos, pois seus rituais religiosos eram feitos ao ar livre. No entanto, o rei Acabe fez questão de edificar um templo de Baal-Melkart como resultado de seu casamento com Jezabel (1 Rs 16.32,33).  Baal era a divindade masculina e Astarote (Aserá) a feminina entre os fenícios e os cananeus. Baal era o deus do sol e das tempestades, responsável pela germinação e crescimento da lavoura, o aumento dos rebanhos e a fecundidade das famílias. Enquanto, Astarote era a deusa lua, do poder produtivo (fertilidade), do amor e da guerra. Era a principal divindade feminina, como Baal era o principal deus. Muitas vezes ela é chamada de deusa mãe. O seu culto era acompanhado de grande licenciosidade. Todavia, o desafio foi lançado! Mesmo não havendo nenhuma necessidade do Senhor provar que é Deus, Ele mandou seu servo Elias, o profeta, dizer: “O deus que responder por meio do fogo, esse é que é Deus” (1 Rs 17.24). A prova, portanto, não era para o Deus de Israel, mas para Baal, que deveria revelar pelo menos, que realmente ele existia (1 Rs 17.26-29)!



II. OS EFEITOS DA SECA
1. Escassez e fome.
Diante de tão grande paganismo no reino do norte, o Senhor que “envia chuva sobre justos e injustos”, resolveu disciplinar seu povo com uma ‘violente e severa’ seca que durou mais de três anos (1 Rs 18.1,2; Tg 5.17).  Na verdade, no Antigo Testamento, este era um dos modos como Deus corrigia seu povo, provocando longos períodos de seca sobre toda a nação (Dt 28.15,23,24; 1 Cr 7.13,14). Assim, a falta de chuva resultaria numa crise econômica, que culminaria por tratar do orgulho, da arrogância e da idolatria da nação. Desta forma, o Senhor não só estava disciplinando os pecados do seu povo, como também, julgando a divindade a quem o rei colocará em lugar do Deus de Israel para a nação adorar. Portanto, Baal foi envergonhado e humilhado, pois sendo o deus do sol e das tempestades nada pôde fazer para impedir aquela tão grave seca. Infelizmente, para decepção dos seguidores de Baal, ele nem sequer se pronunciou, pois o texto sagrado diz: “não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma” (1 Rs 18.29). Que deus é esse! Nem sequer responde aos seus servos! Porém, a seca daqueles dias foi, realmente, tão extrema ao ponto de causar uma escassez ainda não vista em Israel, de modo que até os animais corriam risco de morte (1 Rs 18.5). Diante desses fatos, lembremo-nos da recomendação do escritor da Carta aos Hebreus, que diz: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.38). O reino do norte, juntamente com Baal, caiu nas mãos do Deus vivo! E você? Não vai também querer cair nessas mãos? Vai?


2. Endurecimento ou arrependimento.

Realmente a ação disciplinadora do Senhor produziu na vida do seu povo o efeito desejado que era o ‘fruto de arrependimento’ (Mt 3.8). Eles reconheceram a soberania do Senhor ante a Baal ao exclamar: “Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus!” (1 Rs 18.39). 
Porém, embora a escassez e a fome fossem violentas e severas, o rei Acabe e sua esposa não se arrependeram; muito pelo contrário, eles endureceram ainda mais seus corações para com o Senhor Deus de Israel, passando inclusive, a responsabilizar Elias, o profeta, pelos acontecimentos catastróficos que sofria Israel. Acabe, o rei de Israel, chama o profeta Elias de perturbador de Israel”, mas o profeta rebate e replica-lhe: “Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai” (1 Rs 18.18). O endurecimento do rei, bem como de sua esposa, é típica de uma vida que perdeu toda a sensibilidade espiritual. Isto é claramente visto no texto de 1 Timóteo 4.2, que diz: “Apostatarão alguns da fé (...) tendo cauterizada a sua própria consciência”. Cauterizar, segundo o dicionário, é utilizar um meio químico, ou ferro incandescente, para destruir a sensibilidade de tecido orgânico. Assim, quando a consciência fica cauterizada, o homem age como os animais, apenas instintivamente. Este é o mundo em que nós estamos inseridos, de pessoas endurecidas, insensíveis e de mentes cauterizadas devido o engano do pecado. Por isso, guardemos a admoestação de Hebreus 3.12 e 13, que diz: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado”. Diante dessa advertência, oremos ao Senhor e supliquemos-lhes que nos livre e guarde desse terrível mal!



III. A PROVISÃO DIVINA NA SECA
1. Provisão pessoal.
Mesmo diante de uma seca como aquela, o Senhor não deixou seu servo padecer necessidade, até por que, seu juízo era sobre os seguidores de Baal e Elias foi o portador da terrível mensagem divina de que “nem orvalho nem chuva haverá nestes anos senão segundo a minha palavra” e que, agora, fazia toda a nação padecer grandemente. A semelhança de Ló, que foi juntamente com a sua família retirado às pressas de Sodoma (Gn 19.15,16), o Senhor também ordenou a Elias, o profeta, que se retirasse dali e fosse para o ribeiro de Querite situado ao oriente do rio Jordão, pois não queria que seu servo experimentasse as consequências amargas de seu juízo (1 Rs 17.3).  Já no ribeiro de Querite, o Deus de Abraão, o Jeová-Jiré, proveu de forma completamente sobrenatural e, portanto, milagrosa o alimento para seu servo através de corvos.  Como aves de rapina, e considerada pela Lei de imunda (Lv 11.13,15), puderam cumprir o papel de mordomo do homem de Deus?  Só o Senhor é Deus! Outro fato que nos chama atenção é que Elias só fazia duas refeições por dia, e se alimentava de pão e carne (1 Rs 17.6). Enquanto muitos homens que se dizem de “Deus” pregam a favor da teologia da prosperidade,  Elias nos dá o exemplo de genuíno e autêntico Homem de Deus! O Apóstolo Paulo asseverou: “tendo, porém, sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1 Tm 6.8). Infelizmente, muitos já estão prostrados ante a Baal ou a Mamom por não aceitarem o necessário que Deus os dá. Cuidado meu amado irmão! Siga o exemplo de Elias que após de ser sustentado por corvos, foi também, de forma milagrosa, sustentado por uma viúva em um período de tão violenta escassez e fome (1 Rs 17.12-14). Isso, sim, é que é fé!


2. Provisão coletiva.
Além de Elias, o Senhor também guardou daquele período de extrema fome muitos outros servos seus. Dentre esses muitos, cem deles foram sustentados por Obadias, mordomo do rei Acabe. Ele se arriscou muito em sustentar durante mais de três anos de fome esses profetas do Senhor (1 Rs 18.1,2; Tg 5.17), mas sem o conhecimento de seu senhor. Obadias foi um instrumento divino na preservação desses profetas, pois o texto sagrado diz: “Obadias temia muito o Senhor” (1 Rs 18.3). Este temor foi exatamente, o que levou Obadias a realizar esse grande feito, pois, se não fosse assim, ele nada disso teria feito. Vemos, então, que o temor do Senhor em sua vida era maior do que o temor ao rei. Por isso, cabe aqui a pergunta: Com está o temor do Senhor em sua vida? Este sábio homem, não só livrou da fome os profetas do Senhor, como também, escondeu eles da rainha Jezabel que estava destruindo os profetas de Deus (1 Rs 18.4). No entanto, esses cem profetas não foram os únicos a escaparem da fome e das mãos de Jezabel, pois o Senhor ao responder o profeta Elias disse: “Também conservei em Israel sete mil – todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou” (1 Rs 19.18). Isto nos faz lembrar de 1 Pedro 5.7, que diz: “Lançai sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” Não temas, meu querido irmão! O Deus de Elias e de Obadias está cuidando de você!



IV. AS LIÇÕES DEIXADAS PELA SECA
1. A majestade divina.
Realmente, esta violenta seca foi o inicio da demonstração da majestade do Senhor, isto é, de Sua soberania sobre todos do reino de norte. A soberania é a autoridade absoluta e inquestionável que Deus exerce sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus, dispondo de tudo de acordo com os seus desígnios. A soberania divina está baseada em sua sabedoria, justiça, santidade, onipotência, onipresença e onisciência. Sendo Deus absoluto e necessário, todos nós somos contingentes: todos precisamos dele para existir; sem Ele, não há vida nem movimento (Jo 1.3; At 17.28). Assim, podemos ver tal soberania na palavra profética enviada por Elias, o profeta, que diz: “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou (onipresença), nem orvalho nem chuva haverá nestes anos (onisciência e onipotência) senão segundo a minha palavra” (1 Rs 17.1). Quando Elias, o profeta, foi ao rei Acabe com esta mensagem do Deus de Israel, estava revelando para o rei e seus súditos que só Javé é Soberano Senhor, e não há outro além dEle. Logo, Baal estava sendo desmascarado diante de todos, pois eles acreditavam (induzidos pelo rei que financiava a idolatria) que suas boas colheitas, bem com as chuvas, e toda sua prosperidade eram bênçãos provindas de Baal. Porém, o Senhor cumpriu Sua Palavra fazendo toda a nação amargar uma ‘violente e severa’ seca que durou mais de três anos (1 Rs 18.1,2; Tg 5.17).  O profeta Jonas também é um excelente exemplo de demonstração da soberania divina (Jn 1.1-4,15-17). E o que dizer do patriarca Jó, que afirmou: “ Eu sei que tudo podes; nenhum dos teus planos pode ser impedidos” (Jó 42.2). Todas as ciosas estão sob a regência do Altíssimo Soberano, o Senhor de nossas vidas! Glórias a Ele!!


2. O pecado tem o seu custo.
A Palavra de Deus é bastante clara quanto a isto, ao afirmar: “Pois o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).  Na verdade, não há como planta o mal e colher o bem. Mas o rei Acabe diante daquela gravíssima situação, insensatamente e com seu coração endurecido pelo pecado, ousou atribuir sua culpa para o profeta Elias, dizendo: “És tu, perturbador de Israel”. Acabe, de fato, agira semelhante a Adão, que ao pecar contra Deus transferiu sua responsabilidade para a Eva, sua mulher (Gn 3.12). Todavia, Elias responde ao rei, e diz: “Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai” (1 Rs 18.18). Ora, quem havia e permanecia pecando contra o Deus de Israel era o rei Acabe, sua Esposa e, consecutivamente, o povo influenciado por quem os regia. Elias, na verdade, era quem Deus levantara para combater o pecado da nação, a começar pelos de Acabe. Ele não foi perturbador de Israel, mas, sim, perturbador da casa de Acabe. Porquanto, “Fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais do que todos os que o antecederam” (1 Rs 16.30). Agora, era o momento de custear o preço de seus pecados, pois o Senhor “ao culpado não tem por inocente” (Na 1.3). Portanto, seja o pecado coletivo ou individual ele jamais ficará impune! Cuidado, você que brinca com o pecado, pois assim diz o Senhor: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.4). Seu preço sempre é maior do que aquilo que ele lhe oferece!



CONCLUSÃO
Diante da apresente lição, aprendemos que a longa seca que sobreveio no reino do norte, foi um instrumento de disciplina e juízo do Senhor contra a apostasia daqueles dias. Embora, na esfera material, ela tenha trazido escassez e fome. Na esfera espiritual, ela alcançou seu alvo levando o povo ao arrependimento, e portanto, afastando-os daquela horrível apostasia. Embora, o rei Acabe, não tenha se arrependido, fica a lição de que não vale a pena servir deuses falsos. Porquanto, só o Senhor é Deus Soberano que, inclusive, é dono de nossas vidas e que, mesmo numa escassez violenta, Sua graça revela-se de forma maravilhosa. No entanto, não esqueçamos que o pecado sempre cobra a sua conta. Por isso, sigamos a recomendação do apóstolo, que diz: “Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, porém, a liberdade para dar ocasião á carne; mas servi-vos uns aos outros pelo amor” (Gl 5.13). Que possamos assim fazer, e certamente, o Senhor nos bençoará e ajudará a continuarmos em sua presença! Que Deus abençoe a todos!




Referências:
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø  ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Lições Bíblicas (2º Trimestre/2007). CPAD.
Ø  GIBBS, Carl Boyd. A Doutrina da Salvação. EETAD.
Ø  THOMPSOM, Bíblia de Referência. VIDA.