domingo, 30 de março de 2014

LIÇÃO 13 – O LEGADO DE MOISÉS




Dt 34.10-12; Hb 11.23-29



INTRODUÇÃO
Finalmente, chegamos ao término de mais um trimestre de Lições Bíblicas, e consecutivamente, também ao destino da nossa “Jornada de Fé”. No entanto, em se tratando do livro de Êxodo, que foi o livro base de nossos estudos neste trimestre, ele termina sua narrativa com elevação do Tabernáculo e a Glória do Senhor sobre o mesmo (Êx 40.17,18,34). Assunto este visto na lição 09, onde estudamos sobre ‘Um Lugar de Adoração a Deus no Deserto’. Porém, em se tratando de Moisés, que foi o Libertador, Legislador e Grande Profeta do Povo de Deus, a jordana para ele termina exatamente na região de Moabe. Moisés é, sem dúvida alguma, um grande personagem para as três maiores religiões do mundo: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Portanto, nesta aula, abordaremos a definição de legado, em seguida, trataremos do breve resumo da biografia de Moisés, depois, falaremos sobre as características e qualidades de Moisés, e por fim, mencionaremos Moisés como tipologia de Cristo. Que todos tenham uma excelente aula!


I.  DEFININDO O TERMO “LEGADO”
O que se entende por legado?  O que é legado? A palavra “legado” vem do latim “Legatum” e significa “Algo deixado em testamento”. Assim sendo, legado é a disposição feita por testamento em benefício de alguém; herança. Desta forma, no contexto desta lição, o legado aqui se trata de herança moral, ministerial e espiritual deixada por Moisés. Logo, percebe-se que muitas foram as contribuições de Moisés, pois como agente de Deus: 

   ü  Moisés escreveu o volume dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, a revelação histórica fundamental a partir da qual toda a Escritura se desenvolve (Êx 17.14; 24.4-7; 34.27; Lc 24.27; Jo 1.17).

   ü  Moisés libertou o povo judeu da escravidão do Egito (Êx 12.37-51).

   ü  Moisés entregou a Israel um código de leis incomparáveis por sua alta moral e caráter espiritual, as quais moldam o conceito do ocidente da obrigação que o homem deve ao Senhor e aos seus semelhantes (Êx 20.1-23.19).

   ü  Moisés também transmitiu o plano de um sistema religioso oferecendo aos pecadores um caminho para se aproximarem do Todo-Poderoso e adorá-lo (Êx 26-29).


II. A BREVE BIOGRAFIA DE MOISÉS
Com o nascimento de Moisés, a história do povo hebreu deixa de ser geral para ser pessoal; deixa de ser sobre uma família, para ser sobre uma pessoa. Assim, seu pai chamava-se Anrão e sua mãe Joquebede, os quais eram da tribo de Levi (Êx 2.1; 6.20; Nm 26.59). Até onde se sabe, Moisés é o único personagem das Escrituras em que sua vida é dividida em três partes, de quarenta anos cada parte, sendo assim distribuída:

   Ø  40 anos no Egito (At 7.23);
   Ø  40 anos no deserto aprendendo (At 7.30);
   Ø  40 anos conduzindo o povo à terra prometida (Dt 34.7).

Portanto, vejamos num relance, todos os acontecimentos ocorridos na vida deste grande homem de Deus:
   ü  Moisés nasceu no Egito, Êx 2.1-4;
   ü  Foi adotado pela filha de Faraó, Êx 2.5-10;
   ü  Foi educado na corte egípcia, At 7.22;
   ü  Matou um egípcio para livrar um hebreu, Êx 2.11,12;
   ü  Fugiu para Mídiã, Êx2.15-20;
   ü  Lá se casou com Zípora, Êx 2.21,22;
   ü  Lá, em Mídiã, é chamado por Deus, Êx 3.1- 4.17;
   ü  Por ordem divina volta ao Egito, Êx 4.18-31;
   ü  Moisés trata com Faraó, Êx 5.1;
   ü  Ele atravessa o Mar Vermelho, Êx 14.1-31;
   ü  Compõem um cântico de triunfo, Êx15.1-18;
   ü  Designa dirigentes entre o povo, Êx 18.13-26;
   ü  Esteve com Deus no monte Sinai, Êx 19.3-13; 24.9-18;
   ü  Levantou o tabernáculo, Êx 25-31; 36-40;
   ü  Revoltou-se com a idolatria de Israel, Êx 32;
   ü  Falou com o Senhor, Êx 33.34;
   ü  Levantou o censo do povo, Nm 1;
   ü  Foi criticado por Miriã e Arão, Nm 12.1-8;
   ü  Mandou doze espias a Canaã, Nm 13.1-20;
   ü  Consagrou a Josué seu sucessor, Nm 27.18-23; Dt 31.23;
   ü  Ele recapitulou a história de Israel, Dt 1.3;
   ü  Exortou Israel à obediência, Dt 4.1-40;
   ü  Compõem seu próprio cântico, Dt 32.1-43;
   ü  Contemplou a Terra Prometida - Canaã, Dt 3.25-27; 32.48-52; 34.1-4;
   ü  Abençoou as tribos de Israel, Dt 33.1-29;
   ü  Morre e é sepultado em Moabe, Dt 34.5-7.


III. AS CARACTERÍSTICAS E QUALIDADES DE MOISÉS

Moisés pode ser considerado um herói humano. Era um homem profundamente conhecedor da sua impropriedade (Êx 4.10,13), um homem “mui manso, mais do que todos os homens que havia na terra” (Nm 12.3). Moisés demonstrou essa humildade em sua alegre submissão à vontade de Deus (Êx 3.10 cf 4.20) e obteve louvor como fiel em toda a casa de Deus (Hb 3.2). Moisés sentiu profundamente a tensão ao liderar um grande e indisciplinado povo. Entretanto, o firme compromisso a sua chamada, a esperança ao orar e sua total confiança em Deus permanecem como exemplo a ser seguido por todo o líder espiritual. Além destas virtudes, Moisés também possuía as seguintes qualidades:

Integridade – Durante os 40 anos em que peregrinou com o povo de Israel pelo deserto, Moisés em momento algum se corrompeu como Israel, mas sempre manteve-se íntegro diante do Senhor. Por isto, no episódio da idolatria no deserto, ele foi implacável ao ordenar: “Quem é do Senhor, venha a mim... Cada um ponha a sua espada sobre a coxa. Passai e tornai pelo arraial de porta a porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho” (Êx 32.26,27).

Fé em Deus – A vida de Moisés é completamente norteada por essa virtude. Por isso, ele é chamado de "meu servo" (Ml 4.4), e de "Moisés, servo de Deus" (Ap 15.3). O autor da carta aos Hebreus é bastante enfático ao tratar desta virtude na vida deste Homem de Deus, pois diz: “Pela fé deixou o Egito... Pela fé celebrou a páscoa e a aspersão do sangue... Pela fé passaram o Mar Vermelho, como por terra seca” (Hb 11.26-29).  

Santo – Uma vida de santidade é essencial para se ter um profundo e estreito relacionamento com Deus. Assim, a comunhão que Moisés usufruía com o Senhor é suficiente para mostrar quão santo era a vida deste grande servo de Deus, pois “...quando desceu do monte, Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, depois que falara com Deus(Êx. 34.29,30).   

Corajoso – Depois de ficar refugiado por 40 anos em Midiã, Moisés não apenas regressa da terra de onde fugiu, mas vai ao encontro do governante daquele país para lhe entregar a mensagem divina: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto” (Êx 5.1 cf 4.21).

Intercessor – Este foi um ministério bastante exercido por Moisés durante toda a ‘Jordana de Fé’ pela deserto. Principalmente, por ocasião do episódio do bezerro de ouro, quando o Senhor quis destruir todo o povo. Moisés, então, intercedeu ao Senhor dizendo: “Ora, este povo cometeu grande pecado fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa o seu pecado, se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito” (Êx. 32.31).
 
Comunhão – Como dissemos acima, a vida de santidade de Moisés revela claramente a comunhão que este servo de Deus mantinha com o Senhor. Na verdade, sua comunhão com Deus era algo ímpar em sua vida, pois “E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo...” (Êx 33.11). Belíssimo exemplo!!

Humildade – Esta virtude é percebida no momento em que Moisés precisou tomar a decisão mais difícil da sua vida, porém, importantíssima: “Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus...”. “E era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra" (Hb 11.24).


IV. MOISÉS, UMA TIPOLOGIA DE CRISTO.
Além de ser um dos maiores vultos do Antigo Testamento, Moisés é o melhor personagem que tipifica a pessoa de Cristo em muitos dos acontecimentos de sua vida, ou seja, em obras e ações. Vejamos:

   ü  Moisés nasceu durante o jugo egípcio (Êx 1.14); Jesus nasceu durante o jugo romano (Lc 2.1).

   ü  Moisés recém-nascido escapou da morte (Êx 1.22, 2.1-10); Jesus também recém-nascido escapou da morte (Mt 2.13-18).

   ü  Moisés, para não morrer, refugiou-se no deserto (Êx 2.15); Jesus também se refugiou no deserto para escapar da morte (Mt 2.14,15).  

   ü  Moisés fora enviado por Jeová (Êx 3.10-16); Jesus também fora enviado por Jeová (Mt 10.40; Jo 5.36,37; 20.21).

   ü  Moisés libertou os filhos de Israel do cativeiro egípcio (Êx 12.37,41); Jesus também libertou a todos nós, porém, de um cativeiro pior – o das trevas (Jo 8.31-36; Cl 1.13; 1 Pe 2.9).

   ü  Moisés realizou grandes e espantosos milagres (Êx 14.21-31; 15.27; 17.6; Nm 12); Jesus também realizou grandes sinais e milagres (Mt 11.5; Mc 5.38-43; Lc 7.11-15, 18-23).

   ü  Moisés fora o mediador da Antiga Aliança no deserto do Sinai (Êx 19.3-9). Jesus é o mediador da Nova Aliança consumada no Calvário (Lc 22.20; Hb 8.6; 9.15).

   ü  Moisés jejuou durante 40 dias no deserto (Êx 34.28); Jesus também jejuou 40 dias no deserto (Mt 4.1,2).

   ü  Moisés demonstrou extraordinária mansidão e humildade (Nm 12.3); Jesus também demonstrou extraordinárias virtudes (Mt 11.28-30).

   ü  Moisés fora um grande profeta do Senhor, porém, ele mesmo testificou de Cristo dizendo: “O Senhor teu Deus te suscitará um profeta como eu, do meio de ti, de teus irmãos. A ele ouvirás”. (Dt 18.15). O Senhor se agradou das palavras de Moisés e acrescentou, dizendo: “Eu lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti; porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. Eu mesmo pedirei contas de todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome” (Dt 18.18,19).



CONCLUSÃO
Diante do exposto, vimos o quão relevante foi à pessoa, a obra e o ministério de Moisés. De fato, Moisés desempenhou fielmente seu chamado e missão, de forma que ele também poderia dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7). Assim sendo, durante nossa longa ‘Jordana de Fé’ nas trezes lições estudas neste trimestre, aprendemos preciosas lições práticas, além das teóricas, para melhor servirmos ao Senhor! Realmente, o estudo do livro de Êxodo foi uma bênção para todos nós; por isso, quero agradecer a você que juntamente conosco peregrinou por tantos desertos e padeceu muitas dificuldades, mas não desistiu da caminhada. A você, querido (a) internauta, irmão (ã), amigo (a) e leitor (a) meu muito obrigado pela compreensão, carinho e companhia... A maior lição que podemos extrair da nossa ‘Jordana de Fé’ é essa: “Mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24.13). Que Deus em Cristo abençoe a todos vós!



REFERENCIAS
Ø  RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø  THMOPSOM, Bília de Estudo. VIDA.
Ø  SITE:  http://origemdapalavra.com.br/palavras/legado/


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