sábado, 2 de maio de 2015

LIÇÃO 05 – JESUS ESCOLHE SEUS DISCÍPULOS





Lc 14.25-35



INTRODUÇÃO
Como seus alunos estão reagindo diante das lições? Eles estão interagindo com a mesma? Muito bem! Pois, nesta lição, nossa abordagem será sobre o início do ministério de Jesus. Assim, trataremos de diversos assuntos relacionados ao Seu ministério, porém, teremos como foco o Seu discipulado. Aliás, não sei se você observou, ou se concorda ou discorda; mas, julgo haver certa desarmonia entre o título da lição e seu respectivo texto. Porquanto, embora o título da lição enfoque ‘Jesus escolhe seus discípulos’, o texto, porém, trata das prerrogativas necessárias para aquele que deseja ser um discípulo de Cristo, visto trata-se também de uma parábola. Por esse motivo, no tópico I, trabalharemos com o capítulo 4 de Lucas e, posteriormente, com o texto proposto. Contudo, desejo a todos uma excelente aula!


I. JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA  
Por ocasião da tentação, como já estudado, Jesus encontrava-se voltando para Galileia (Lc 4.1 cf Mt 3.13; 4.12; Mc 1.14). Lucas faz notório este fato, dizendo: “Então, pelo poder do Espírito, voltou Jesus para a Galileia, e a sua fama correu por todas as regiões circunvizinhas” (Lc 4.14). Assim, Jesus estava voltando para casa, ou seja, para Nazaré. Lucas deixa subentendido em sua narrativa que Jesus, possivelmente, quisesse fazer da terra onde fora criado a base ou sede de Seu ministério (Lc 4.16-30).  Porém, é em Cafarnaum que o Mestre fixa sua base (Lc 4.31; Mc 2.1; 9.33; Mt 9.1). Assim, embora Jesus tenha pregado, curado, libertado e realizado grandes sinais em seu ministério; o ensino foi onde Ele centralizou a maior parte de seu ministério. O relato lucano mostra justamente o ensino como a primeira e principal atividade ministerial de Jesus na Galileia. Ele diz: “Ele ensinava nas suas sinagogas, e por todos era louvado” (Lc 4.15). Jesus passou ensinando na sinagoga de cada cidade até chegar em Nazaré, e quando lá chegou fez o mesmo (4.16-20). Jesus era o mestre da Galileia!
Aliás, o Pastor Geremias do Couto comentando sobre o fato, diz: “A maior parte do ministério de Jesus se desenvolveu ao norte de Israel, nas redondezas do mar da Galileia, região em que realizou, também, grande parte de seus portentosos milagres (Mt 4.23,24). Naquelas imediações está o Monte das bem-aventuranças, onde pregou o mais conhecido sermão de todos os tempos, no qual balizou os princípios do Reino de Deus”. Realmente, até mesmo suas pregações, eram recheadas de conteúdo pedagógico. Entre os sermões proferidos por Cristo aos discípulos, o Sermão do monte, como ficou conhecido, traduz de forma marcante e reveladora a essência e a natureza de sua doutrina (Mt 5-7). O Sermão do Monte é, portanto, a síntese do ensino de Cristo para seu povo. Nele estão as vigas mestras que constituem o modelo de vida cristã trazido pelo Reino de Deus, isto é, sua ética.
Além disso, Jesus sempre usava figuras de linguagem para comunicar os ensinamentos do Reino. O Mestre usou a símile (Mt 13.44), a Metáfora (Mt 5.14), a Metonímia (Mc 16.15), a Prosopopeia (Lc 19.40), entre outros. Porém, a parábola era a mais utilizada pelo Mestre dos mestres. O que é uma parábola?  A parábola, como a encontramos nos evangelhos, é um recurso didático cujo propósito visa elucidar as grandes verdades e mistérios do Reino de Deus. Etimologicamente, o termo grego “parabolé” significa “colocar uma coisa ao lado de outra”. Ou seja, fazer uma comparação. Segundo a hermenêutica, a parábola é uma narrativa alegórica constituída de personagens, coisas, incidentes e atitudes que, através de compreensão de realidades que se acham além do nosso entendimento. Portanto, ao ensinar através de parábolas, tinha o Senhor Jesus em mente, esclarecer os mistérios do Reino de Deus aos pequeninos e ocultar esses mesmos mistérios daqueles que, julgando-
se mestres, recusavam-lhe a doutrina (Lc 10.21; Mt 13.11-15).
Outra metodologia de ensino utilizada por Cristo era o Exemplo. Aliás, segundo a pedagogia, o aluno aprende quando vê fazer. Ou seja, pela demonstração o aluno aprende observando, e motivando sua potencialidade e capacidade adormecidas ou latentes. É evidente que toda a vida de Jesus é um exemplo a ser seguido (Cl 2.6;1 Pe 2.21; 1 Jo 2.6), porém, há um episódio à parte que, impactou a todos quando foi realizado por Cristo. Com o fim de ensinar os discípulos acerca da humildade, Jesus “levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhes com a toalha com que estava cingido” (Jo 13.4,5). Que cena chocante para um judeu! A pergunta de Pedro descreve essa perplexidade (v.6). Era inimaginável um mestre encurvar-se para lavar os pés de pessoas leigas. Isso se deu porque o ensino de Jesus não era mero discurso, mas “espírito e vida” (Jo 6.63). Ele nos convida a fazer o mesmo: “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também” (Jo 13.13-15). Esta era a autoridade existente no ensino de Jesus, ele vivia o que ensinava e ensinava o que vivia (Rm 2.21)!


II. O CHAMADO, HONRA E RESPONSABILIDADE DOS ESCOLHIDOS PELO MESTRE
Agora, vamos trabalhar com o texto proposto, em Lc 14.25 está escrito: “Ora, ia com ele uma grande multidão;e, voltando-se, disse:”. Observe que havia uma “grande multidão” em volta de Jesus. Na verdade, durante todo o seu ministério, Jesus sempre esteve rodeado por uma grande multidão (Mt 4.25;Mc 5.21,31; Lc 5.1;6.17; 8.40). Porém, a pergunta que logo surge é: “Quem eram as pessoas que compunham essa multidão?” Certamente, não era composta apenas pelos discípulos do Mestre! Semelhantemente, hoje, existe no meio evangélico uma “multidão” que quer seguir a Jesus, mas não quer ser discípulo dEle. O Pastor José Gonçalves, em seu livro ‘Lucas – O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito’, expõe os dados do último Censo, o Censo 2010, mostrando a pesquisa que trata do crescimento dos evangélicos no Brasil, e que foi realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com a participação do teólogo e pesquisador CNPq Faustino Teixeira e da antropóloga Renata Menezes. A pesquisa diz: Nas últimas décadas houve um salto de 6,6% em 1980 para 22,2% da população geral em 2010. Numa população de 190.755.799 milhões de habitantes, os evangélicos somam 42.275.440. Isso significa que nos últimos dez anos cerca de 4.408 novos crentes foram acrescidos por dia ao arraial evangélico”. Os números referentes ao crescimento dos evangélicos são de fato impressionantes! Por outro lado, os analistas se depararam com um fenômeno até então não detectado nos dados do IBGE – a presença de uma  nova categoria de evangélicos, rotulado pelo IBGE de “Evangélica não determinada”. Aqui está a “multidão” dos nossos dias!
É exatamente a existência dessa nova categoria que mais tem intrigado os pesquisadores. Quem são? O que os números dizem sobre ela? Faustino Teixeira comenta: “A dificuldade de precisão analítica na apreensão correta dos dados sobre os evangélicos deve-se, em parte, ao significativo número de fiéis evangélicos classificados na categoria de “evangélicos não determinados”. Nada menos de que 9,2 milhões de pessoas, perfazendo 21,8% de todo o contingente evangélico, num patamar que envolve 5% de toda a população brasileira. Alguns analistas os identificam como “evangélicos genéricos” ou “evangélicos sem igreja”, indicando a afirmação de uma diversidade interna no campo evangélico, seja mediante caminhos diversificados de assunção da pertença evangélica, seja o exercício de crença fora das instituições, ou na múltipla pertença evangélica”.
A revista Superinteressante, em 2004, fez uma matéria sobre o crescimento evangélico em que concluiu: “quanto mais crescem, menos os evangélicos mudam a cara do país”. Então, você pode indagar: “O que há de errado com essa explosão da população evangélica?” O Pr José Gonçalves comenta: “Não há dúvidas de que há um “boom” no crescimento evangélico! Mas esse não é um crescimento sadio, mas um crescimento com inchaços! Na verdade os números revelam mais um inchamento do que um crescimento de fato. A razão, portanto, da existência de tantos desigrejados, cristãos indeterminados ou genéricos, está na ausência de um discipulado bíblico que permitisse esses crentes terem um crescimento natural e sadio. São cristãos que não estabeleceram vínculo nenhum com a igreja local e pouco ou quase nada sabem sobre o senhorio de Jesus”.
É verdade! Existe uma verdadeira perda de identidade no movimento evangélico pela falta de compromisso com o Deus da Palavra e com a Palavra de Deus! Jesus não enganou ninguém nem camuflou as implicações envolvidas em seu chamado, quando disse: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24). Então, a primeira coisa, a saber, é: “o que é ser discípulo?” Lawrence Richards responde: “Discípulo era um termo comum no século I para uma pessoa que era um seguidor compromissado de um líder religioso, filosófico e político. No mundo judaico, o termo era particularmente para os estudantes de um rabi, o mestre religioso. Por isso, o termo “discípulo” no grego é “mathetes” que  significa “aprendiz; aluno”. Esses discípulos, com frequência, eram os alunos mais promissores que passaram pelo sistema de educação judaica – os que já tinham memorizado as Escrituras hebraicas e demonstraram o potencial para aprender os ensinamentos específicos dos rabis sobre a lei e os profetas a fim de que pudesse ensinar isso a outros. Portanto, era uma grande honra e responsabilidade ser chamado por um rabi para ser seu discípulo”.
Ao iniciar seu ministério itinerante, Jesus por iniciativa própria começa a chamar aqueles que seriam seus discípulos. Ele inicia chamando a Simão, André, Tiago e João (Mt 4.18-22; Mc 1.16-20); mais adiante chama Mateus (Mt 9.9), depois, chamou a Filipe (Jo 1.43) e este indica Natanael (Jo 1.45,46). Assim, o Mestre foi recrutando aqueles que tiveram a grande honra de tornar-se seu discípulo. Veja que este chamado não é ainda o ministerial, porém, posteriormente, quando Jesus assevera: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo o que em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda”. Aqui, sim, ocorre o chamado ministerial! Dentre aqueles que Jesus chamou para ser discípulo (salvo), Ele chamou (separou) alguns para serem seus apóstolos (Lc 6.13-16; Ef 4.11,12), os quais dariam continuidade a sua obra após sua ascensão (Lc 24.46-49; At 1.8; Mc 16.20).
Como já dito, Jesus não ocultou as implicações para aqueles que queriam tornar-se um discípulo seu. Por isso, revelou a abrangência da mesma, ao dizer: “Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lc 14.26,27). Aqui, como também no texto de Mt 16.24, Jesus trata do alto custo do seu discipulado – A Renúncia. O que significa isso? Renúncia quer dizer “ato ou efeito de renunciar” e renunciar significa “não querer; rejeitar, recusar; deixar voluntariamente a posse de algum bem, de alguma coisa” (Aurélio). No sentido aplicado por Jesus, a renúncia significa a voluntariedade em abrir mão dos próprios interesses, e da própria vida, a fim de segui-lo fielmente. Tal exigência envolve a renúncia da família, parentes e amigos (Lc 14.26; Mc 10.28-30), a renúncia de bens (Lc 14.33; Mc 10.21,22) a renúncia de si mesmo (Mt 16.24; Lc 9.23; 14.26), além de também apossar-se da cruz (Lc 14.27). Aliás, que quer dizer “tomar ou levar a cruz”? Primeiramente, deve-se saber que essa cruz não significa problemas de ordem material como doenças, desempregos, problemas financeiros, relacionamento conjugal difícil ou filhos desobedientes. Pelo contrário, tomar a cruz significa dedicação total, consagração em profundidade. Significa viver para Deus. O discípulo de Cristo deve assumir as consequências da sua decisão, conscientemente. Portanto, enquanto a salvação é um presente, o discipulado possui um alto custo. Jesus quer que consideremos o alto grau de compromisso que Ele exige daqueles que querem ser seus discípulos, por isso não queria que ninguém o seguisse apenas por mera empolgação ou coisa semelhante (Lc 9.57-62).


III. O TREINAMENTO, NECESSÁRIO A TODO DISCÍPULO DE JESUS
A cruz passou a ser o divisor de águas na vida daqueles que estavam dispostos a pagar o custo do discipulado de Jesus. Ao falar sobre cruz (Mc 8.34; Lc 9.23), os discípulos de Jesus sabiam muito bem o que isto significa. Naquela época era comum presenciar a cena de alguém carregando uma cruz. O criminoso carregava a sua cruz até o lugar da sua execução. Assim como o condenado à morte não podia desmontar a cruz e colocá-la no bolso, mas era obrigado a transportá-la publicamente às costas, assim também o discípulo não pode ocultar sua identidade (Mt 5.13-16). Em um dos seus ensinos, Jesus foi enfático ao dizer: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Regozijai-vos e alegrai-vos, porque grande é o vosso galardão nos céus, pois assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós” (Mt 5.11,12). Razão essa que vez Ele asseverar: “E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27). A cruz era, portanto, o objeto dos ensinos de Jesus que assinalava o rumo da vida daqueles que, verdadeiramente, queriam ser discípulo do Mestre por Excelência. O Apóstolo e Doutor dos gentios compreendendo esta verdade, disse: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a nafé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20).  Ser discípulo autêntico de Jesus não é fácil como pregam alguns! Mas, também, nem por isso é impossível! 
Embora a fosse cruz o ápice do treinamento e vida de um discípulo de Cristo, ao longo de seu ministério, Jesus procurou por meio de seus ensinos mudar a mentalidade de seus discípulos. Em uma de suas ministrações, disse: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus. Ele faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e envia chuva sobre justos e injustos. Se amardes os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem os cobradores de impostos também o mesmo? E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também assim?” (Mt 5.43-47). Assim, o treinamento durou aproximadamente três anos e seis meses, neste período Jesus treinou e mudou a mentalidade dos seus discípulos! 
Em outra ocasião, ao chegarem em  Cafarnaum, os discípulos discutiram sobre quem era o maior. Então, o Mestre chamou uma criança e colocando-a no meio deles, disse: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” (Mt 18.1-4; Mc 9.32-37). Infelizmente, existem muitos que ainda não aprenderam esta lição do Mestre Jesus, inclusive pastores! Aqueles que já aprenderam possuem a mente de Cristo (1 Co 2.16b). Paulo também absorveu o ensino do Mestre dos mestres, pois ensinou aos crentes de Roma: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). Aquele que é discípulo de Cristo possui sua mente transformada pela Palavra de Deus!


IV. A MISSÃO, IDE “PREGAI” OU “ENSINAI”
Embora, em seu ministério, Jesus tenha priorizado o ensino, Ele não descuidou da pregação, cura e libertação dos pecadores. Como já dito, o Mestre da Galileia também pregou (Mt 4.17; Mc 1.14,15), curou (Lc 5.12-16; Mc 3.1-5), libertou (Mt 17.14-21; Lc 4.33-36). Assim, essas quatro atividades ministeriais eram as bases de Seu ministério terreno, pois na sinagoga de Nazaré, disse: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os sobres. Enviou-me para apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos, e anunciar o ano aceitável do Senhor”. (Lc 4.18,19). A partir de então, como já dito, Jesus escolhe dentre seus discípulos Doze que seriam posteriormente seus sucessores (Mc 3.13-19; Lc 6.12-16; Jo 15.16), e a eles não apenas treina, como também transmite sua experiência ministerial visando uma missão específica – a evangelização das nações (Mc 16.15; Mt 24.14; Lc 24.47).  Jesus, então, envia-os as cidades e vilarejos de Israel para disseminar a mensagem de Jesus sobre o Reino e para demonstrar isso por meio dos mesmos sinais milagrosos que Jesus usara (Mc 3.14,15). 
Lucas narra uma dessas experiências, dizendo: “Tendo convocado os doze discípulos, Jesus deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curarem enfermidades. Então os enviou a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos” (Lc 9.1,2). O evangelista Robert Coleman, em seu livro O Plano Mestre de Discipulado, comentando sobre as qualidades dos discípulos do Mestre Jesus, disse: “Nenhum deles ocupava posição de destaque na sinagoga; nenhum deles pertencia ao grupo sacerdotal levítico. Eram operários com pouca instrução. Talvez alguns deles fossem de famílias que possuíam recursos como os filhos de Zebedeu, mas nenhum poderia ser considerado rico. É provável que a educação escolar que haviam recebido era, como a de seu mestre, a fornecida pelas escolas da sinagoga. A maioria deles havia sido criado nas regiões pobres do país, nas proximidades da Galileia. Ao que parece, o único que provinha da Judeia, uma região mais refinada era Judas Iscariotes. Eram impulsivos, temperamentais, ofendiam-se com facilidade e abrigavam todos os preconceitos daquela sociedade. Esse grupo, ninguém esperava que fosse ganhar o mundo para Cristo”.
Realmente, os discípulos de Jesus eram as pessoas jamais indicadas para fazer o que fizeram, mas revolucionaram o mundo em que viveram. Enfrentaram todo tipo de perseguição da parte de reis, imperadores, políticos, religiosos fanáticos e até leões, nas arenas de Roma. O que teriam de enfrentar não importava, ainda que custasse a própria vida. O mais importante era obedecer a ordem dada pelo Mestre Jesus, a quem prometeram lealdade. E a ordem era esta: “fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19,20). Portanto, treinados por Jesus e revestidos do poder do Espírito santo, como Jesus garantiu, nem as portas do inferno poderão parar esses homens (Mt 16.18; At 1.8). Eles cumpriram com a sua missão (Cl 1.6), e nós, quando haveremos de cumprir?


CONCLUSÃO
Aprendemos, na presente lição, que ser discípulo de Jesus é mais que ser um mero seguidor, pois o discípulo possui compromisso com seu Mestre e com os Seus ensinos.  Pois, é a Palavra que transforma o caráter do discípulo! O seguidor, por sua vez, não quer compromisso com o Mestre, nem com chamado, treinamento ou missão. Tampouco com Seus ensinos! Antes, busca apenas os milagres realizados por Jesus, não sabendo que o maior milagre é, na verdade, ser chamado pelo Mestre para ser seu discípulo, ou seja, é ser uma “nova criatura” (1 Co 5.17; Ef 2.10). Obrigado, Senhor, pois um dia tu chegaste a mim, e dissestes: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” Senhor, abençoai teus discípulos! Deus abençoe a todos!!



REFERÊNCIAS
Ø RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. CPAD.
Ø MELLO, Cyro. Manual do Discipulador Cristão. CPAD.
Ø GONÇALVES, José. Lucas – O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. CPAD.
Ø GONÇALVES, José. Lições Bíblicas. (2º Trimestre de 2015). CPAD.
Ø RENOVATO, Elinaldo. Lições Bíblicas. (2º Trimestre de 2014). CPAD.
Ø CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas. (2º Trimestre de 2005). CPAD.
Ø COUTO, Geremias do. Lições Bíblicas. (2º Trimestre de 2001). CPAD.
Ø RENOVATO, Elinaldo. Lições Bíblicas. (2º Trimestre de 2000). CPAD.

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