terça-feira, 31 de março de 2015

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2015




   OS DEZ MANDAMENTOS –
Valores divinos para uma sociedade
em constante mudanças 





Lição 13

Para Refletir
Sobre a Lei:


O que significa cumprir a Lei?
Significa que a manifestação do Filho de Deus tornou explícito o que antes estava implícito, e assim o Senhor completou a revelação.

Devemos seguir a lei de Cristo, a do amor, ou o sistema mosaico?
A lei mosaica se completa na lei de Cristo e do amor.

Jesus não revogou a lei. Mas o que Ele fez?
Ele viveu no seu dia a dia toda a lei.

O que é vida no Espírito?
A vida no Espírito é ter comunhão com Deus de maneira abundante e profunda.

Fale um pouco sobre a relação da lei com a graça.
A lei serviu para apontar o pecado e mostrar que homem algum poderia se tornar justo diante de Deus. A graça é favor imerecido. Éramos pecadores e não merecíamos o amor de Deus, mas Ele nos amou e nos livrou do pecado e do jugo da condenação que estava sobre nós.


sexta-feira, 27 de março de 2015

LIÇÃO 13 - A IGREJA E A LEI DE DEUS





Mt 5.17-20; Rm 7.7-12



INTRODUÇÃO
A Lei e os profetas duraram até João Batista e tiveram seu cumprimento pleno em Jesus Cristo. Todavia, os princípios morais nela contidos devem ser praticados pelos cristãos, com exceção do sábado como nos ensina o NT. Nesta lição destacaremos as diferenças entre Israel e a Igreja, pois ambos encontram-se sob alianças diferentes. Destacaremos ainda se a Igreja necessita guardar a lei ou não; e, por fim, veremos que o amor é o cumprimento da Lei.


I – A LEI, SUA TRÍPLICE DIVISÃO E SEU CUMPRIMENTO EM CRISTO
“A Lei de Deus contida no Pentateuco, é a expressão máxima da vontade Divina quanto à condução dos negócios, interesses e necessidades humanas na família, na sociedade e no Estado. Embora entregue a Israel, a parte ética da Lei de Deus é aplicável aos demais povos, tendo em vista a sua universalidade e reivindicações eternas (ANDRADE, 2006, p. 252). Segundo Stamps (1995, p, 146) a Lei de Moisés, do hebraico “Torah” que significa “ensino ou instrução” admite uma tríplice divisão: (a) a lei moral, que trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (Êx 20.1-17); (b) a lei civil, que trata da vida jurídica e social de Israel como nação (Êx 21.1 – 23.33); e, (c) a lei cerimonial, que trata da forma e do ritual da adoração ao Senhor por Israel, inclusive o sistema sacrificial (Êx 24.12 – 31.18). Toda esta lei durou até João Batista (Mt 11.13) e foi cumprida completamente por Cristo (Mt 5.17).


II – A LEI MORAL É IRREVOGÁVEL
As leis morais de Deus são aquelas leis que são baseadas na natureza de Deus. O próprio Deus é o padrão absoluto de justiça. Visto que as leis morais refletem sua natureza e caráter, elas são “imutáveis e irrevogáveis, mesmo pelo próprio Deus. Visto que a natureza moral de Deus não muda e não pode mudar (Êx 3.14; Is 41.4; Hb 1.11, 12), as leis que são baseadas nessa natureza são absolutas. Elas são perfeitas, universalmente obrigatórias, e eternas. A lei moral de Deus é resumida nos Dez Mandamentos (o Decálogo). O número dez na Escritura indica plenitude ou completude. Assim, os Dez Mandamentos representam o padrão ético inteiro dado à humanidade por toda a Bíblia. Diante dessa afirmação nos perguntamos: se os dez mandamentos dados na Antiga Aliança já passaram, vivem então os cristãos sem eles? Podem tomar o nome de Deus em vão, matar, roubar etc.? Por certo que não, pois que o Novo Testamento proíbe tais pecados (Êx 20.3; Mt 4.10; Êx 20.4; Lc 16.13; Êx 20.7; Mt 5.34; Êx 20.8; At 15.28,29; Êx 20.12; Mt 10.37; Êx 20.13; Mt 5.22; Êx 20.14; Mt 5.28; Êx 20.15; Mt 5.40; Êx 20.16; Mt 12.36; Êx 20.17; Lc 12.15). Somente a guarda do sábado é que não encontramos referência no NT para que o cristão guarde (At 15.28,29; Cl 2.16).


III – AS DIFERENÇAS ENTRE A ANTIGA E A NOVA ALIANÇA
O termo pacto ou aliança em hebraico é de berit, e berit karat que significa “fazer (lit. ‘cortar’ ou ‘lapidar’) uma aliança”. Em grego o termo é diatheke (que pode significar tanto um “pacto” como “último desejo e testamento”), e o verbo diatithemi (At 3.25; Hb 8.10; 9.16; 10.16). Uma aliança é um acordo feito entre duas ou mais pessoas. A Antiga Aliança foi feita no deserto do Sinai entre Deus e a nação de Israel (Êx 19; 24). Já a Nova Aliança foi feita por Cristo na cruz do Calvário entre Deus e a Igreja (Mt 26.28). Vejamos as diferenças entre ambas alianças, a fim de que possamos entender a superioridade de uma em relação a outra.

ANTIGA ALIANÇA
NOVA ALIANÇA
Antiga (Êx 34.27-28)
Nova (Jr 31.31-34; Hb 12.24)
Ratificada com sangue de animais (Êx 24.6-8)
Ratificada com o sangue do Filho de Deus (Hb 9.14; Lc 22.20)
Mediador: Moisés (II Co 3.7-b)
Mediador: Cristo (II Co 3.3-14; Hb 8.6- 9,15)
Alcance: Israel (Êx 24.7,8)
Alcance: Povos, tribos, línguas e nações (Mt 26.28; Ap 5.9)
Gravada em pedras (II Co 3.7-a)
Escrita no coração (II Co 3.2,3)
Veio em glória (II Co 3.7-a)
Tem excelente glória (II Co 3.10)
Ministério da condenação (II Co 3.9)
Ministério da justificação (At 13.38,39)
É um jugo de servidão (At 15.10)
Traz liberdade (II Co 3.17)
Acaba com morte (II Co 3.6,7)
Vivifica (II Co 3.6)
Era transitória (II Co 3.7,11)
É permanente (II Co 3.11; Hb 13.20)


IV – A IGREJA DEVE GUARDAR OU NÃO A LEI
A palavra “lei”, nas quatrocentas vezes em que ocorre na Bíblia, nunca se refere apenas ao decálogo como sendo este a lei moral, nem aos demais preceitos como sendo lei cerimonial. Toda vez que o Novo Testamento fala de lei refere-se à lei contida no Pentateuco como um todo. Cristo nos libertou da maldição da lei fazendo-se maldição por nós (Gl 3.13). Pelo fato de, como cristãos, estarmos libertos da lei, não significa que estamos sem lei, pois estamos debaixo da lei de Cristo (I Co 9.21).

4.1 Neolegalismo. O legalismo é a “tendência a se reduzir a fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das observâncias práticas e obrigações eclesiásticas. No Novo Testamento, o legalismo foi introduzido na Igreja Cristã pelos crentes oriundos do Judaísmo que, interpretando erroneamente o evangelho de Cristo, queriam forçar os gentios a guardarem a Lei de Moisés a fim de serem salvos” (ANDRADE, 2006, p. 251). Os modernos defensores do neolegalismo procuram enganar os incautos com citação de textos bíblicos isolados, os quais eles torcem em favor de seus pontos de vista. Mas a Bíblia, inspirada pelo Espírito Santo, constitui um todo em si mesma. “Só podemos aceitar como doutrina bíblica aquelas que estão respaldadas em todo o contexto bíblico. É errado considerar toda palavra “mandamento” como uma referência ao Decálogo, e é errado ensinar que Jesus cumpriu na cruz somente os mandamentos “cerimoniais”, ele cumpriu toda a Lei em si mesmo” (ALMEIDA, 1996, p. 09).

4.2 Antinomismo (contra lei). “Doutrina que assevera não haver mais necessidade de se observar as leis morais do Antigo Testamento. Alegam os antinomistas que, salvos pela fé em Cristo Jesus, já estamos livres da tutela de Moisés. Ignoram, porém, serem as ordenanças morais do Antigo Testamento pertencentes ao elenco do direito natural que o Criador incrustara na alma de Adão. Todo crente piedoso os observa; pois o Cristo não veio ab rogá-los; veio cumpri-los e sublimá-los” (ANDRADE, 2006, p. 51). Certos grupos libertinos que vieram depois de Paulo, levaram seus ensinamentos ao extremo. Estes afirmavam que, desde que uma pessoa tivesse fé em Cristo (isto é, cresse nas coisas certas a respeito de sua divindade e em sua obra realizada para conceder perdão), não importaria se os atos dela fossem bons ou maus. O próprio Paulo havia previsto este abuso, repudiando-o completamente (Rm 6.1,2).


V – O AMOR É O CUMPRIMENTO DA LEI
A obediência aos mandamentos somente por obediência trata-se de puro legalismo. O intuito divino é que o mandamento fosse obedecido por amor. Esse padrão está delineado tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (Dt 6.5; 11.1; Mt 22.37-39; Lc 10.27).

5.1 O amor à motivação certa para a obediência da Lei. Deus esperou de Israel que a Lei entregue por Ele, fosse obedecida tendo como motivação o amor e não por medo, interesses pessoais ou por obrigação (Dt 6.5; 11.1), embora a sujeição a Lei tivesse como implicações o temor, as bênçãos materiais e o compromisso assumido na aliança (Êx 20.20; 24.7; Is 1.19; Dt 28.1-2; Lv 26.15). A palavra motivação diz respeito a intenção, propósito ou objetivo com que se faz as coisas. Foi justamente nesse ponto que o povo de Israel tropeçou (Is 29.13; Mt 15.8). A mesma motivação se exige dos cristãos no NT (Jo 14.15,21;23-24; I Jo 5.2).

5.2 O amor é o cumprimento da Lei. Ao ser indagado sobre quais os dois maiores mandamentos da Lei, Jesus respondeu: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração [...] este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.30,31). Como podemos ver, o amor é o cumprimento da Lei (Mt 22.35-40). Essa mesma perspectiva nos ensinou o apóstolo Paulo (Rm 13.8,10).

5.3 O amor a capacidade para o cumprimento da Lei. No ato da conversão, o Espírito Santo passa a habitar no crente e a produzir o fruto do Espírito, que são qualidades morais e espirituais cultivadas na personalidade cristã dentre eles o amor (Gl 5.22). A Bíblia diz que Deus é amor (Ef 5.2; I Jo 4.8) e ele nos confere o seu amor, pela operação do Espírito na alma. O amor é a virtude que pré dispõe alguém desejar o bem de outrem. Do grego “ágape”, é o maior de todos os sentimentos e o fundamento sobre o qual os dons e as outras virtudes do Espírito Santo estão edificados (I Co 13.1-3). “O amor é uma planta tenra da qual o Espírito cuida. Se o amor estiver ausente, então é que o Espírito não habita em nós”. Assim sendo, é impossível amar a Deus e odiar a um ser humano. Só ama verdadeiramente aquele que nasceu de Deus, porquanto o “amor cristão” é uma qualidade eminentemente espiritual. Igualmente, aquele que não ama também não conhece a Deus (I Jo 4.8), porque Deus é a própria essência do amor, sendo altruísmo puro. Por semelhante modo, não amar é andar nas trevas (I Jo 2.11)” (CHAMPLIN, 2004, vol. 1, p. 141).


CONCLUSÃO
A Lei não foi concedida a Israel como um fim em si mesma, pois o homem por si só não tem condições de cumpri-la, fazendo-se necessário ser salvo pela graça independente das obras. Todavia, este homem depois de salvo, passa a produzir, pelo Espírito a virtude do amor que lhe dá condições de andar nos princípios da Lei.



 REFERÊNCIAS
Ø  ALMEIDA, Abraão de. O Sábado, a Lei e a Graça. CPAD.
Ø  ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.


Por Rede Brasil de Comunicação.

quarta-feira, 25 de março de 2015

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2015




   OS DEZ MANDAMENTOS –
Valores divinos para uma sociedade
em constante mudanças 





Lição 12

Para Refletir
Sobre o décimo mandamento:


Qual a diferença entre cobiçar e desejar?
A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo que pertence ao outro. Não se trata de simplesmente almejar uma casa ou um boi, mas de desejos incontroláveis de possuir a casa e o boi que já têm dono, e isso por meio ilícito. É o mesmo que roubar.

Você acha normal o que aconteceu com a vinha de Nabote?
Explique que Acabe usou do seu poder como rei de forma errada, além de tramar um plano sórdido para tirar a vida de um homem. As atitudes de Acabe revelam seu caráter doentio.

O que você sentiria se tivesse a sua propriedade tomada?
Resposta livre. Explique que a lei de Deus, e a brasileira, protegem o direito de propriedade.

Você já participou de uma artimanha para legitimar uma injustiça?
Deixe seus alunos à vontade para responder a tal pergunta. Se alguém se manifestar, oriente-o a nunca fazer tal maldade.

Você já cobiçou o que pertence ao outro?
Peça que os alunos sejam sinceros.


sexta-feira, 20 de março de 2015

LIÇÃO 12 – NÃO COBIÇARÁS

  


Êx 20.17; 1 Rs 21.15,9,10,15,16



INTRODUÇÃO
O décimo mandamento “Não cobiçarás” (Êx 20.17), foi instituído por Deus para que a nação de Israel não violasse nenhum dos mandamentos anteriores do Decálogo. Se o oitavo mandamento, por exemplo, proibia o roubo, o décimo mandamento proibia o desejo de roubar. Nesta lição, iremos analisar exegeticamente este preceito; teremos uma visão geral sobre a cobiça no AT e no NT; veremos ainda alguns exemplos bíblicos de pessoas que caíram neste terrível pecado; e, por fim, destacaremos como vencer a avareza, uma prática nociva tão comum em nossos dias.


I – A EXEGESE DO DÉCIMO MANDAMENTO
“O verbo hebraico que aparece no texto de (Êx 20.17) é “hãmad”, que significa “desejar, ter prazer em, cobiçar, ter concupiscência de”; já em (Dt 5.21) podemos notar a presença de um outro verbo hebraico “ ãwãh” , que significa “desejar ardentemente, ansiar, cobiçar, anelar” (SOARES, 2014, p. 133 – acréscimo nosso). A Septuaginta, que é a tradução do AT em hebraico para o grego, traduz estes dois termos, pelo verbo grego “ epithyméo”. Logo, o substantivo grego que expressa um desejo é “epithymia” (Mt 5.28; Lc 15.16; Rm 7.7).

1.1. “Epithymia”, desejos bons ou maus. “O verbo “epithyméo” significa literalmente “desejar apaixonadamente”. O vocábulo grego é neutro, podendo fazer referência a qualquer apetite legítimo ou ilegítimo. Portanto, os desejos podem ser positivos ou negativos. Um desejo pode ser apenas isso, porém, quando não se estabelece limites, este sentimento primário evolui para a paixão. A paixão por sua vez, é um “sentimento ou uma emoção levados a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e à razão” (FERREIRA, 2004, p. 1468); quando ela domina o coração do homem, o sentimento primário eleva-se ao extremo e, esse extremo é exatamente o que a Bíblia chama de cobiça. Existem desejos (cobiças) tão intensos que envolvem a própria alma (Dt 14.26)” ( CHAMPLIN, 2004, vol. 2, pp. 7980 – acréscimo nosso).


II – A COBIÇA NA PERSPECTIVA DO ANTIGO TESTAMENTO
“A cobiça é definida como o desejo desordenado de adquirir coisas, posição social, fama, proeminência secular ou religiosa, etc. Pode incluir a tentativa de apossar-se do que pertence ao próximo. Ela geralmente aumenta com a idade, ao invés de diminuir, dando origem a certos números de males. Esta obra da carne promove a alienação de Deus, a opressão e a crueldade contra o próximo, a traição e as manipulações e desonestidades de toda espécie. Quase sempre, o desejo desordenado da cobiça provoca alguma ação para que o cobiçoso adquira o que quer, ou para que persiga o possuidor do objeto ou da pessoa cobiçada” (CHAMPLIN, 2004, vol. 1, p. 774 – acréscimo nosso).

2.1. Significado do décimo mandamento. “Não cobiçarás”, não significa que uma pessoa não possa ADMIRAR bens e aptidões de outros indivíduos. O mandamento proíbe o desejo corrompido que destrói os relacionamentos e pode levar um indivíduo a desejar o sofrimento daquele que têm a aptidão ou objeto cobiçado” (ADEYEMO, 2010, p. 114 – grifo nosso).

2.2. Objetivo do décimo mandamento. “A posição desse mandamento no final da lista indica que ele trata de qualquer pendência que ainda resta no âmbito relacional, pois abrange todas as formas possíveis de relacionamento – com Deus, com a família e com a sociedade mais ampla. A confiabilidade e o respeito por outros são elementos essenciais, pois nenhuma sociedade construída com base em relacionamentos falsos pode sobreviver à instabilidade e aos problemas resultantes. Se pessoas e nações tivessem obedecido aos Dez Mandamentos, muitos traumas poderiam ter sido evitados” (ADEYEMO 2010, p. 114).

2.3. O que não cobiçar. “O mandamento proíbe cobiçar a casa, a mulher, os servos, os animais ou qualquer coisa do próximo (Êx 20.17; Dt 5.21). A casa aqui indicava a família, no sentido antigo da palavra, e a ideia de esposa é primária. Isto é explicitamente demonstrado em Deuteronômio 5.21, onde a esposa é mencionada em primeiro lugar. Boi e jumento são a riqueza típica do camponês ou seminômade da Idade do Bronze, para quem as perplexidades da sociedade desenvolvida ainda não haviam surgido. Os servos ou os “escravos” eram por sua vez, a única outra forma de propriedade móvel” (COLE, 1981, p. 155).

2.4. A abrangência do cobiçar. A ideia central é não desejar aquilo que pertence ao próximo, contudo, como Deus não só vê a ação concreta, mas a motivação que leva a ação podemos identificar nesta verdade, o lado espiritual do Decálogo, mostrando que nem tudo é jurídico, e com isto, entendemos que o décimo mandamento é a ponte que leva ao cumprimento dos demais, isto é, não cobiçar outros deuses, outras formas de culto, a mulher e os bens do próximo (Êx 20.17).


III – ENTENDENDO A COBIÇA NA PRÁTICA
Todos nós externamos vontades e biblicamente há implicações. Existem vontades ou desejos lícitos e ilícitos e, o décimo mandamento previne o coração exatamente dos desejos ilícitos, isto é, da cobiça.

DESEJOS LÍCITOS
REFERÊNCIAS
DESEJOS ILÍCITOS
REFERÊNCIAS

Jesus desejou comer Páscoa

“... Desejei muito...”
(Lc 22.15).

Ananias e Safira desejaram prestígio

“Porque formaste este designo...” (At 4.34-37; 5.1-10).

Daniel desejou conhecer os desígnios de Deus

“Então tive desejo de conhecer a verdade...” (Dn 7.19).

Diótrefes desejou a primazia da igreja


“Procura ter entre eles o primado...” (3 Jo 9).



IV – A COBIÇA NA PERSPECTIVA DO NOVO TESTAMENTO
4.1. Na perspectiva de Cristo. “Não cobiçarás...” se distingue dos outros nove mandamentos por se tratar da motivação, e não do ato. Assim, é possível violar esse preceito sem que haja comprovação concreta. É o décimo mandamento que golpeia a própria raiz do pecado, o coração pecaminoso e o desejo perverso. Cristo aborda a responsabilidade sobre o pecado do pensamento, pois toda ação humana começa no seu coração, inclusive comparou o desejo de pecar (a cobiça) ao próprio ato em si” (Mt 5.28; Mc 7.2123;) (SOARES, 2014, p. 134 – acréscimo nosso).

4.2. Na perspectiva do apóstolo Paulo. O apóstolo Paulo trata esta obra carnal se utilizando de um sinônimo. Ele destaca a avareza, o apego demasiado e sórdido ao dinheiro, ou seja, a vontade de adquirir riquezas; os cobiçosos anelam por ter mais dinheiro (At 20.33; 1 Tm 6.9; Rm 7.7). Este pecado é alistado entre os pecados frisados por Paulo, em Ef 4.19; aparece na lista dos vícios dos povos pagãos, em Rm 1.29. Apesar da cobiça não ser especificamente alistada entre as obras da carne em Gl 5.19-21, ela é uma das causas de várias daquelas obras carnais, como o adultério, o ódio, as dissensões, a beligerância que é a pessoa que suscita guerras, etc., devendo ser incluída entre as “tais coisas” que Paulo mencionou, e que não permitem que uma pessoa chegue ao Reino de Deus (Gl 5.21). (CHAMPLIN, 2004, vol. 1, p. 774 – acréscimo nosso).


V – PERSONAGENS BÍBLICOS QUE CAÍRAM NESTE PECADO
Na tabela abaixo, destacamos alguns exemplos práticos de personagens que caíram neste pecado.

PERSONAGENS
REFERÊNCIAS
DESCRIÇÃO DA COBIÇA

Lúcifer
 “... E serei semelhante ao Altíssimo...” (Is 14.1215).

Cobiçou ser igual a Deus

Adão e Eva
“... Desejável para dar entendimento...” (Gn 3.6).

Cobiçou saber como Deus

Acã
“... Cobicei-os e tomei-os...” (Js 7.21).
Cobiçou os despojos de Jericó

Davi
“… mandou trazer...” (2 Sm 11.24).
Cobiçou a mulher de Urias

Absalão
“... Furtava Absalão o coração...” (2 Sm 15.116).
Cobiçou o trono de Davi seu pai

Geazi

“Tomar dele alguma coisa” (2 Rs 5.20).
Cobiçou os pertences de Naamã

Acabe

“... Dá-me a tua vinha...” (1 Rs 21.2) .
Cobiçou a propriedade de Nabote


VI – VENCENDO A AVAREZA
Nas Escrituras encontramos o antídoto para este veneno mortal. Vejamos: (1) Jesus nos ensina que não precisamos andar ansiosos com as coisas desta vida, Ele supre toda as nossas necessidades (Mt 6.25,26); (2) o apóstolo Paulo por sua vez, nos ensina que devemos aprender a nos contentarmos com o que temos, desejar apaixonadamente a riqueza é uma laço que nos leva a perdição e a ruína (Fp 4.11,12; 1 Tm 6.9); e, por fim, (3) o escritor anônimo da carta aos Hebreus nos consola com as palavra de Cristo: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb 13.5).


CONCLUSÃO
A cobiça é uma obra da carne que dá origem a todos os outros pecados. Por meio deste pecado o mal se introduziu na criação. O mandamento “Não cobiçarás” nos protege das ambições erradas, levando-nos a um nível de relacionamento piedoso para com Deus, com a nossa família e com a sociedade.




REFERÊNCIAS
Ø TOKUNBOH, Adeyemo. Comentário Bíblico Africano . MUNDO CRISTÃO.
Ø ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblias, Teologia e Filosofia, HAGNOS.
Ø COLE, R. Alan. Êxodo Introdução e Comentário. MUNDO CRISTÃO.
Ø SOARES, Esequias. Os Dez Mandamentos . CPAD.


Por Rede Brasil de Comunicação.