terça-feira, 28 de junho de 2016

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2016






   MARAVILHOSA GRAÇA –
O evangelho de Jesus Cristo
revelado na carta aos Romanos




Lição 13

Para Refletir
A respeito da Carta aos Romanos, responda:


Paulo finaliza sua carta primeiramente recomendando a qual membro da igreja de Cencreia?
Paulo finaliza sua carta primeiramente recomendando a irmã Febe.

Cite o nome de algumas irmãs que cooperaram com Paulo.
Febe, Priscila, Áquila, Maria.

Qual era a recomendação de Paulo em relação àqueles que causavam dissensões e escândalos?
A igreja deve observá-lo e afastar-se dele.

Segundo a lição o que era o movimento herético do primeiro século conhecido como gnosticismo?
Era um movimento sectário, que tinha como prática o sensualismo e o antinomismo. Em outras palavras, como viam a matéria como algo ruim, não tinham apreço pelo corpo, já que este era material.

Como Paulo encerra a sua carta?
Paulo encerra a sua Epístola com uma expressão de louvor e adoração.


sexta-feira, 24 de junho de 2016

LIÇÃO 13 – O CULTIVO DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS







Rm 16.1-16




INTRODUÇÃO
Nesta última lição deste trimestre, analisaremos quais as últimas palavras de Paulo na epístola escrita aos crentes de Roma. Veremos que o apóstolo lista um bom número de servos e servas de Deus, deixando entender que não estava sozinho no trabalho, mas dispunha de excelente amizade estes preciosos cooperadores que lhe auxiliaram bastante no trabalho do Senhor. Concluiremos destacando também a preocupação paulina exortando os cristãos quanto ao cuidado da ortodoxia.


I. PAULO RECONHECE A IMPORTÂNCIA DOS COOPERADORES DA OBRA DE DEUS
No capítulo 16 da Epístola aos Romanos, o apóstolo envia as suas saudações carinhosas às pessoas que ele conhece em Roma (Rm 16.1-16). A maioria delas não é mencionada em outros textos do NT, mas por trás da menção dos nomes obviamente está uma riqueza de personalidade, serviço e cordial comunhão, isto porque Paulo sabia cultivar um bom relacionamento interpessoal com os irmãos e seus cooperadores. Abaixo destacaremos estas saudações:

1.1 Febe, a portadora da epístola aos Romanos (Rm 16.1,2).
Febe era uma cristã que cooperava na igreja em Cencréia. A Bíblia nos fala pouco sobre ela. Ela apenas aparece no capítulo dezesseis da epístola aos Romanos sendo a pessoa que levaria esta carta aos crentes de Roma. “Talvez Febe tenha concordado em levar a carta de Paulo aproveitando uma viagem de negócios na capital” (RADMACHER, 2010, p. 403). Abaixo destacaremos algumas de suas características:

1.1.1 Uma irmã recomendável (Rm 16.1a).
As cartas de recomendação eram comuns e necessárias naquele tempo (At 18.27; 2 Co 3.1), uma vez que os crentes precisavam contar com a hospitalidade dos irmãos quando viajavam de uma cidade para outra. Igualmente, eram necessárias para proteger a igreja de charlatães”. A palavra “recomendar” significa: “indicar” (SOARES, 2008, p. 76). Tal indicação tinha um peso muito grande porque foi feita pelo próprio apóstolo Paulo, mostrando assim a extrema consideração que este tinha por esta nobre serva de Deus.

1.1.2 Uma serva disposta (Rm 16.1b).
Febe também é destacada por Paulo como “nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia”. A expressão “serve” é a palavra grega 'diakonon', usada pelo apóstolo para descrever Febe, é o feminino do termo “diáconos”. O simples uso do termo não significa que Febe tivesse esse ofício, mas, o termo denota simplesmente o exercício da caridade e da hospitalidade que caracterizava a vida de todo verdadeiro crente e que Febe manifestava em assinalado grau. Na igreja primitiva, as mulheres se ocupavam da oração (At 1.14) e do serviço assistencial (At 9.36-42; Rm 16.1,2). Não há na Bíblia nenhuma referência a mulheres exercendo atividades ministeriais. Na escolha de Jesus foram convocados doze homens (Mt 10.1-4; Mc 3.13-19; Lc 6.12-16 ), na substituição de Judas foi eleito um homem (At 1.15-26), na escolha dos primeiros diáconos os apóstolos disseram: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões…” (At 6.3), no concílio de Jerusalém os rumos da igreja foram traçados por homens (At 15), em Apocalipse 2 e 3, são mencionados os pastores (homens) das igrejas da Ásia. A Bíblia é clara, embora as mulheres tenham importante papel ao longo das páginas do NT aparecendo na linhagem e no ministério de Cristo (Mt 1.3,5,6,16; Lc 8.1-3), Deus conferiu apenas aos homens o exercício da liderança eclesiástica da igreja (Ef 4.8-11).

1.1.3 Uma mulher acolhedora (Rm 16.1c).
Paulo lembra que a irmã Febe “tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo”. Por certo quando esteve em Corinto, o apóstolo foi acolhido em sua casa (At 18). Semelhante postura teve Lídia, quando o apóstolo esteve em Filipos (At 16.14,15). Febe usou seus recursos não apenas para seu deleite e conforto, mas para sustentar e socorrer muitos irmãos. Era uma mulher altruísta, abnegada, desapegada das coisas materiais e apegada às pessoas. Sua vida, sua casa e seus bens estavam a serviço da igreja.

1.2 Priscila e Áquila, um casal servidor (Rm 16.3,4).
Priscila e Áqüila eram um casal, e haviam se tornado amigos íntimos de Paulo. Eles, juntamente com todos os outros judeus, tinham sido expulsos de Roma em 49 d.C. pelo Imperador Cláudio e tinham se mudado para Corinto (At 18.2,3). Ali eles conheceram a Paulo enquanto ele estava em sua segunda viagem missionária, e eles o convidaram para viver e trabalhar com eles. Em algum momento, eles regressaram de mudança para Roma quando tiveram a permissão de voltar. Mais tarde, eles voltaram a Éfeso (2 Tm 4.19).

1.2.1 Um casal de cooperadores (Rm 16.3).
Em Romanos 16, o apóstolo os chama de “meus cooperadores em Cristo”. A palavra “cooperador” no grego “sunergos” quer dizer “trabalhador com”, dando uma ideia de “ajuda, companheirismo” (VINE, 2002, p. 508). Este nobre casal destacou-se por prestar um serviço relevante ao apóstolo na cidade de Corinto (At 18.1-3). Depois, Paulo vai para Éfeso e Priscila e Áqüila o acompanharam (At 18.18). Lá se depararam com o eloquente e fervoroso pregador chamado Apolo, o qual foi instruído pelo casal mais acuradamente acerca do caminho do Senhor (At 18.24-26). Pelas saudações paulinas percebemos que este casal abrigou em sua casa, a igreja do Senhor, revelando que desde o começo foram pessoas que conservaram um coração aberto e uma porta aberta (Rm 16.5a; I Co 16.10).

1.2.2 Um casal disposto a se sacrificar (Rm 16.4).
É extraordinário saber que Paulo dispunha de cooperadores ao seu lado, que estavam dispostos a até mesmo morrerem por ele, como o apóstolo mesmo assevera acerca deste casal “os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças” (Rm 16.4a). Não sabemos em que momento histórico do ministério de Paulo este fato se deu. Alguns supõem, pelas Escrituras, que tenha sido em Éfeso, onde houve vários tumultos que podiam resultar na iminente morte do apóstolo (At 19.23-31; I Co 15.32). Ele estava agradecido por terem salvado a sua vida, e as igrejas dos gentios também: “o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios”.

1.3 Outros excelentes cooperadores (Rm 16.5-15).
Diversos outros cooperadores são citados pelo apóstolo Paulo no último capítulo da epístola aos Romanos. Há duas coisas interessantes para notar:

1.3.1 Dos vinte e nove, nove são mulheres.
Isto é digno lembrar-se, porque frequentemente se acusa a Paulo de menosprezar a situação das mulheres na Igreja. Se quisermos realmente ver a atitude de Paulo para com as mulheres na Igreja, deveremos ler uma passagem como esta, onde sua apreciação pelo trabalho que elas podiam fazer na Igreja brilha e reluz através de suas palavras. Esse capítulo menciona nove mulheres, a saber: Febe (v. 1), Priscila (v. 3), Maria (v. 6), Trifosa e Trifena (v. 12); Pérside (v. 12), a mãe de Rufo (v. 13), Júlia (v. 15) e a irmã de Nereu (v. 15).

1.3.2 Dos vinte e nove, vinte são homens.
Paulo, sem sombra de dúvidas, foi o maior missionário da igreja primitiva. No entanto, é preciso destacar que o sucesso do ministério confiado por Deus a este apóstolo, foi possível também pelos muitos cooperadores fiéis que estavam ao seu lado auxiliando-o. Paulo estava tão ciente disto que, no encerramento da epístola aos Romanos, ele elenca alguns destes nobres servos de Deus. Esse capítulo menciona dezoito homens, a saber: Áquila (v. 3), Epêneto (v. 5), Andrônico e Júnias (v. 7), Amplias (v. 8); Urbano e Estáquis (v. 9); Apeles e Aristóbulo (v. 10), Erodião e Narciso (v. 11), Rufo (v. 13), Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas (v .14), Filólogo, Nereu e Olimpas (v. 15).


II. EXORTAÇÕES PAULINAS QUANTO AS AMEAÇAS INTERNAS CONTRA A IGREJA
No capítulo 16 dos versículos o apóstolo passa da saudação a alguns crentes da igreja de Roma à exortação à igreja de Roma. Destacamos aqui alguns pontos:

2.1 Discernimento para detectar os hereges (Rm 16.17a).
Paulo sabia que a Igreja não somente sofre ataques externos, mas também ataques internos. Quando trouxe esta exortação aos cristãos romanos, Paulo estava falando dos judaizantes e dos libertinos, ou de qualquer outro ensino contrário ao evangelho. “O verbo “notar” significa “vigie-os, mantenha os olhos neles”. É certo a igreja manter os olhos nos 'itinerantes eclesiásticos', que vão de uma igreja para outra, causando problemas e divisões” (WIERSBE, 2008, p. 446). Tal discernimento era peculiar também da igreja em Éfeso (Ap 2.1,2).

2.2 Atitude de desviar-se deles (Rm 16.17b).
Para Paulo não bastava detectar o herege, era necessário afastar-se dele. “A expressão "desviar-se" significa, literalmente, “virar as costas para eles”. Paulo queria que os crentes evitassem ativamente a tais perturbadores, mas também queria que lhes fizessem oposição, frustrando-lhes os seus maus desígnios” (CHAMPLIN, 1998, p. 881). Sabendo de suas artimanhas, o apóstolo cita pelo menos três características deles, a saber:

2.2.1 A quem realmente eles servem.
Paulo diz que eles “não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre”. Segundo Champlin (1998, p. 881). A expressão “ao seu ventre”, indica aqui que o serviço ao próprio ‘eu’ é o grande alvo daquela gente; mas Paulo apresenta um fraseado tal que nos da a impressão de que podemos suspeitar que ele queria dizer que as 'ambições vis' e a ideia de lucro financeiro era o que ocupava os pensamentos daqueles homens, por detrás de qualquer serviço que supostamente prestassem a outros ou a igreja de Cristo”.

2.2.2 Qual a sua metodologia.
O apóstolo diz “e com suaves palavras e lisonjas enganam”; Segundo Barclay, (sd, p. 230 – itálico e negrito nosso), existe o termo que se traduz com suaves palavras que é 'crestologia'. Os próprios gregos definiam a um 'crestologos' como “um homem que fala bem e que age mal". É o tipo de homem que, atrás de uma fachada de palavras pias e religiosas, é uma má influência; o homem que faz desencaminhar, não por um ataque direto, mas sutilmente; o homem que pretende servir a Cristo, mas que na realidade está destruindo a fé.

2.2.3 Quem é o seu público-alvo.
Paulo diz que tais enganadores preferem seduzir “os corações dos simples”. “Estes são as pessoas inofensivas, que também não esperam jamais ser enganadas por outros; por essa mesma razão é que podem ser enganadas com tanta facilidade. Julgam o pregador por suas belas expressões verbais, ao mesmo tempo que se mostram insensíveis para com seus erros doutrinários e morais. Em si mesmas são inocentes, mas falta-lhes a prudencia necessária para aquilatar corretamente os outros” (CHAMPLIN, 1998, p. 881).


CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo conclui a epístola aos Romanos destacando a maturidade dos crentes (Rm 16.19); relembrando a vitória final sobre Satanás, por meio da Igreja (Rm 16.20); desejando que a graça de Deus permaneça com eles (Rm 16.24); e, por fim, rendendo ações de graças ao Deus que se revelou em Cristo cumprindo as profecias do AT (Rm 16.25-27).



REFERÊNCIAS
BARCLAY, William. Comentário da Carta aos Romanos. PDF.
CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento InterpretadoGênesis a Números. HAGNOS.
RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico: Novo Testamento. CENTRAL GOSPEL.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.



quarta-feira, 22 de junho de 2016

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2016






   MARAVILHOSA GRAÇA –
O evangelho de Jesus Cristo
revelado na carta aos Romanos





Lição 12

Para Refletir
A respeito da Carta aos Romanos, responda:


O que Paulo tinha em mente quando reservou um espaço em sua Epístola para tratar a respeito do seu projeto missionário?
Paulo desejava que os crentes romanos compartilhassem do propósito da sua chamada — a conversão do mundo gentílico ao Evangelho (Rm 15.16).

O ministério de evangelismo de Paulo era instrumentalizado por quem?
O apóstolo diz que o seu ministério de evangelismo era instrumentalizado pelo Espírito Santo.

Quem é que traz o poder de convencimento ao mundo perdido e prova que Jesus Cristo continua vivo?
O Espírito Santo.

Quem é a mais poderosa força geradora de missões?
O Movimento Pentecostal é uma prova viva de que o Espírito Santo é a mais poderosa força geradora de missões.

Segundo a lição, cite duas necessidades da obra missionária.
A necessidade da cobertura espiritual e a necessidade do refrigério espiritual.


sábado, 18 de junho de 2016

LIÇÃO 12 – COSMOVISÃO MISSIONÁRIA







Rm 15.20-29




INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra cosmovisão, estudaremos como o apóstolo Paulo encarava a obra missionária, pontuaremos o pioneirismo missionário do apóstolo na igreja primitiva, falaremos sobre a estratégia missionária de Paulo e suas motivações missionárias.


I. DEFINIÇÃO DE COSMOVISÃO MISSIONÁRIA
A palavra “cosmovisão” vem da junção de duas palavras, uma do grego “kosmos” que significa “mundo” e a outra do latim “visio” que é significa “visão”. Cosmovisão é aquilo que cada pessoa é, o que defende, o que vive, é resultado da cosmovisão que permeia sua vida, ou seja, é o modo pelo qual a pessoa vê ou interpreta a realidade em sua volta (ANDRADE, 2006, p. 118). Em nosso caso, quando evangelizamos, cumprimos com a cosmovisão cristã missionária.


II. PAULO E A OBRA MISSIONÁRIA
2.1 O apóstolo Paulo e a missão (Rm 15.16).
Paulo expõe o que estava em seu coração que era o desejo de levar o evangelho da graça de Deus a terras ainda não alcançadas (Rm 15.14-22). O apóstolo usa termos técnicos para apresentar seu “ministério sacerdotal”. Ele se autodenomina de um liturgo do grego “leitourgos” (aquele que exerce a função de sacerdote). “Paulo considera sua obra missionária como sendo um ministério sacerdotal quando oferece os seus convertidos gentios como um sacrifício vivo a Deus” (STOTT apud LOPES, 2010, pp. 471,472). “Cada alma que ganhamos para Cristo é uma oferta de sacrifício que oferecemos a Deus para a sua glória” (WIERSBE apud LOPES, 2010, pp. 471,472).

2.2 O apóstolo Paulo e o agente capacitador da missão (1 Co 2.1-4).
O ministério missionário de Paulo foi marcado pela atuação do Espírito Santo. A obra não é feita pela capacidade humana, pois, não há movimento missionário que se sustente sem a participação efetiva do Espírito do Senhor. A obra é de Cristo, o poder vem de Cristo; Paulo foi apenas o instrumento, e não o agente. As credenciais de um ministério autêntico são dadas pelo Espírito Santo.

2.3 O apóstolo Paulo e o território da missão (Rm 15.20-22).
O apóstolo dos gentios começou a epístola aos romanos falando de missões (Rm 1.14-17), e concluiu falando da mesma forma (Rm 15.20-29). Nestes versículos Paulo sente que suas atividades missionárias nas regiões da Grécia, Macedônia e Ásia Menor, já foram completadas quando informa aos romanos que pregou o evangelho desde Jerusalém até ao Ilírico. Um mapa da época nos permite ver que esses eram os pontos extremos do mundo alcançado por Paulo. Agora, ele precisava ampliar a esfera do seu projeto missionário, pois não queria pregar onde outros já tivessem pregado (Rm 15.20,21) (CABRAL, 2005, p.146).

2.4 O apóstolo Paulo e a cobertura espiritual da missão (Rm 15.30-32).
Paulo contava com o apoio da Trindade no seu projeto missionário. Ele via com muita seriedade a obra missionária e por isso rogou que os crentes que “lutassem em oração com ele”. A palavra “combatais” significa: “lutar junto com alguém”, trazendo um sentido de uma luta espiritual na oração. Missões envolvem conflito espiritual e muitas vezes lágrimas. Todavia, missões são marcadas também por satisfação espiritual e alegria (Sl 126.5,6).


III. PAULO E O PIONEIRISMO MISSIONÁRIO DA IGREJA PRIMITIVA
Paulo foi, sem sombra de dúvidas, o maior missionário da igreja de todos os tempos. Ele plantou igrejas nas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor. Em toda a parte, seu objetivo era pregar o evangelho (Rm 15.20). Destacaremos a seguir aqui alguns pontos importantes de seu pioneirismo. Vejamos:

3.1 Paulo e os limites de sua ação missionária (Rm 15.19b).
Paulo vai desde o extremo Oriente, em Jerusalém, até ao Ocidente, ao Ilírico. Seguindo a rota do sol, seu caminho o conduziu do leste para o oeste, até a costa do mar Adriático. A indicação deve sugerir a marcha triunfal do evangelho do Oriente ao Ocidente e o sentimento de que tudo o que jaz a leste de Roma já havia sido atingido. Essa região da Ilíria se situava na costa ocidental do mar Adriático, na Macedônia, e corresponde aproximadamente à Albânia e à parte sul do que era a antiga Iugoslávia (LOPES, 2010, pp. 477,478).

3.2 Paulo e a filosofia de sua ação missionária (Rm 15.20,21).
Paulo se considerava um desbravador de trilhas para o evangelho, um missionário pioneiro, um plantador de igrejas e seu chamado era para lançar os fundamentos (1 Co 3.10), sua vocação era semear (1 Co 3.6). Paulo como um plantador de igrejas, sua prioridade era não passar onde outros haviam já trabalhado, entendendo assim, a necessidade de levar a mensagem aos não alcançados.

3.3 Paulo e a abrangência do seu ministério (Rm 15.16).
O ministério de Paulo era voltado aos gentios. O próprio Deus o capacitou e o conduziu nessa direção (2 Tm 4.17). Seu chamado de conduzir os gentios à obediência realizou-se por palavras e obras, pois ele pregava e fazia (Rm 15.18). Foi assim o próprio ministério de Cristo: ele fazia e ensinava (At 1.1).


IV. PAULO E A ESTRATÉGIA MISSIONÁRIA
4.1 Paulo mantinha bases de apoio (At 14.26 28; 18.22, 23).
Paulo entendia que o missionário deveria ter uma base forte e ao fim de cada viagem ele sempre voltava a Antioquia para prestar seus relatórios. Para ele a conexão entre as orações da igreja e o sucesso das missões era necessidade vital. Paulo gastava tempo significativo nestas visitas de volta, pois sabia da importância disto. Quando ele estava planejando prosseguir até a Espanha para anunciar o evangelho, escreveu uma carta e enviou aos crentes da cidade de Roma para pedir-lhes o apoio, ou seja, para serem sua nova base (Rm 15.15-24).

4.2 Paulo pregava em lugares específicos (Rm 15.18,19).
Quando examinamos estes textos podemos notar dois elementos que resumem o trabalho missionário de Paulo. Primeiro, ele direcionou seu esforço particularmente ao mundo não judaico (v. 18). Segundo, ele limitou seu trabalho principalmente à área geográfica do mundo Romano onde outros ainda não haviam atuado (v. 19), sua missão se concentra nas quatro províncias mais populosas e próspera da sua época, a saber: Galácia, Ásia, Macedônia e Acaia. Em sua ótica Paulo não se via pregando em todos os lugares, o que seria humanamente impossível, mas estabelecendo Igrejas em lugares estratégicos, de modo que o evangelho se espalharia pelas principais cidades e vilarejos.

4.3 Paulo e sua pregação nas sinagogas (At 13.5,14; 14.1; 17.1 2, 10; 18.4, 19).
Paulo seguia o princípio de “primeiro ao judeu...” (Rm. 1.16), assim sua estratégia era frequentar as sinagogas nas cidades por onde passava. Havia um costume de se convidar um rabino que estivesse de visita para dar uma “palavra de exortação” (At 13.15). Assim, Paulo aproveitava essa cortesia e a plateia presente de judeus, prosélitos e gentios para pregar o evangelho de Cristo.

4.4 Paulo mantinha intercâmbio entre as igrejas (Rm 15.26).
Para que a obra missionária seja realizada com excelência é necessário que haja planejamento. Paulo já havia estabelecido parcerias entre as igrejas. Aqui o intercâmbio é feito entre as igrejas da Macedônia, Acaia e a igreja de Jerusalém. Paulo enfatiza que as igrejas gentílicas são devedoras para com a igreja em Jerusalém a “igreja mãe”, visto que a bênção do evangelho de Cristo partiu de Jerusalém (Rm 15.27) (CABRAL, 2005, p.146).

4.5 Paulo trabalhava sempre em equipe (At 12.25; 13.13; 15.40).
Paulo em todas as suas viagens missionárias teve companheiros. Barnabé e João Marcos na primeira viagem, e Silas, depois Lucas e Timóteo na segunda. Para ele a pregação do evangelho exigia um esforço conjugado (1 Ts 1.1). Paulo sempre se associou ao maior número de pessoas possíveis, basta observarmos quantos nomes aparecem em suas epístolas (2 Co 1.19; 8.23; Cl. 4.14; At 19.22; Cl 4.7,10; At 20.4; Fl 2.20 22,25; Cl 2.7; At 18.2,3; Rm 16). Como vimos, Paulo deseja se associar aos crentes em Roma para poder alcançar a Espanha (Rm. 1.11,12) ele sabia que sozinho não conseguiria fazer quase nada.


V. PAULO E SUAS MOTIVAÇÕES MISSIONÁRIAS
5.1 Paulo e os “últimos dias” (1 Co 10.11).
A primeira dessas convicções é que para Paulo, ele estava vivendo nos últimos dias de cumprimento em que os fins dos séculos haviam chegado. Ele estava persuadido de que a era escatológica, prometida pelos profetas havia raiado e que a plenitude do tempo havia se consumado (Gl 4.4; Ef 1.10), que o reino de Deus havia irrompido na pessoa de Cristo (2 Co 6.2b) e a nova criação tinha início (2 Co 5.17). Paulo compreendia sua época como o início de um tempo em que Deus estava convergindo em Cristo todas as coisas (Ef 1.9,10).

5.2 Paulo e a Igreja como “comunidade escatológica” (Ef 1.23).
A segunda convicção do apóstolo Paulo era que as antigas promessas de Deus encontravam concretização histórica na Igreja de Cristo. Era na Igreja que a restauração de Israel, profetizada nas Escrituras do AT se consumava, era na Igreja que a plenitude dos gentios estava entrando. É por isso que ele fala da Igreja como sendo uma nova criação, feita de judeus e gentios (Ef 2.15; 4.24; Cl 3.10). Esse entendimento de Paulo sobre a Igreja como comunidade escatológica o levava a sair plantando igrejas locais no mundo de sua época.

5.3 Paulo e a consciência do chamado divino para “edificar a igreja” (1 Tm 3.15).
A terceira convicção de Paulo era que Deus o havia chamado para edificar essa Igreja (1 Co 3.9; Ef 2.21; 1 Co 3.16; Ef 2.21). Paulo vê a Igreja como uma edificação cujo fundamento é o próprio Cristo (1 Co 3.11), conceito que tem origem nas palavras do próprio Senhor Jesus (Mt 16.18). Paulo tinha consciência de que Cristo o havia chamado para ser um instrumento pelo qual essa edificação ocorreria.


CONCLUSÃO
Nessa lição, vimos uma das razões que levou o apóstolo a visitar a igreja de Roma. Não era apenas uma visita fortuita, mas algo planejado. O seu alvo era o estabelecimento de um ponto de apoio para seu empreendimento missionário. Para isso, Paulo usa esse espaço de sua Epístola para informar aos crentes em Roma das diretrizes tomadas para essa viagem. A igreja de Roma, que não tinha Paulo como seu fundador, teria a oportunidade de ver como trabalhava e apoiar aquele que foi, sem dúvida, o maior missionário da história.



REFERÊNCIAS
CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. CPAD.
PETERS, G. W. Teologia Bíblica de Missões. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
LOPES, Hernandes Dias. Comentário Exegético de Romanos. HAGNOS.
ANDRADE, Claudionor C. de. Dicionário Teológico. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.



terça-feira, 14 de junho de 2016

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2016






   MARAVILHOSA GRAÇA –
O evangelho de Jesus Cristo
revelado na carta aos Romanos




Lição 11

Para Refletir
A respeito da Carta aos Romanos, responda:


O que significa ser uma Igreja una?
Significa que embora seja formada por pessoas de raças diferentes, ela constitui o Corpo de Cristo. Para ser Igreja, ela precisa atender o critério da unidade. Não há judeus nem gentios, mas a Igreja de Deus. Ela é, portanto, indivisível.

Segundo a lição, quem são os fracos na fé?
Os crentes fracos eram principalmente cristãos judeus que se abstinham de certos tipos de alimentos, e observavam determinados dias em razão de sua contínua lealdade à Lei de Moisés (Rm 14.6,14).

Segundo a lição, quem são os fortes na fé?
Os fortes eram formados tanto por judeus como por gentios que haviam alcançado um entendimento correto das implicações da Nova Aliança.

O que a lei da liberdade mostrava aos crentes?
A lei da liberdade mostrava aos crentes maduros que eles estavam livres dos rudimentos da Lei de Moisés.

Como deveriam agir os crentes fortes em relação aos fracos?
Paulo respondeu esta questão em Romanos 15.1,2: “Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação”.


LIÇÃO 11 – A TOLERÂNCIA CRISTÃ






Rm 14.1-6




INTRODUÇÃO
Nesta lição definiremos a palavra tolerância, entendendo o contexto em que ela foi empregada na carta de Paulo aos Romanos; falaremos sobre o que o cristão não pode tolerar; destacaremos informações sobre ambos os povos que compunham a igreja em Roma; pontuaremos qual a perspectiva paulina acerca de como deviam se comportar judeus e gentios quanto aos seus costumes; e, por fim, veremos qual a recomendação de Paulo quanto ao exercício da tolerância entre os irmãos.


I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA TOLERÂNCIA
Segundo o Aurélio (2004, p. 1960) a palavra “tolerância” significa: “tendência a admitir modos de pensar, de agir e de sentir que diferem dos de um indivíduo ou de grupos determinados, políticos ou religiosos”. Conforme Champlin (2004, p. 450), “a tolerância consiste em um estado permanente de boa vontade, dando margem às diferenças que vemos em outros, mesmo que discordemos dessas diferenças”. Apesar de tal definição, se faz necessário destacar que, o conceito contemporâneo de tolerar está sendo confundindo com “transigir”, que por sua vez quer dizer: “chegar a acordo; condescender; ceder”. É preciso entender que a justiça de Deus, não pode tolerar crenças ou ações pecaminosas (II Co 6.14,15; Hb 1.9). A tolerância de que fala Paulo nesta lição em nada tem a ver com coisas declaradamente erradas pela Bíblia, senão com coisas não essenciais a salvação (Rm 14.2,3). Diante disso, é necessário destacar pelos menos duas coisas com as quais o crente não pode tolerar. Vejamos:

1.1 Não podemos tolerar o pecado.
O apóstolo Paulo foi informado que na igreja em Corinto estava havendo imoralidades, como o pecado de imoralidade sexual (I Co 5.1a). Ao que tudo indica, o transgressor continuava na igreja como se nada houvesse acontecido (I Co 5.2). Tratava-se de um pecado hediondo: um membro da igreja estava se relacionando com sua madrasta, como se fosse marido e mulher (I Co 5.1c). A Lei proibia terminantemente que o homem se deitasse com a mulher de seu pai (Lv 18.8; 20.11; Dt 22.30; 27.20). Tal conduta era tão repreensível que até os gentios pagãos condenavam. É realmente de se admirar que uma conduta condenada pelos gentios fosse tolerada pela igreja em Corinto (I Co 5.1b). Paulo orientou que tal cristão fosse disciplinado pela igreja, a fim de que se arrependesse (I Co 5.13).

1.2 Não podemos tolerar a heresia.
Orientado por Jesus, João escreveu sete cartas às sete igrejas da Ásia. Duas dessas igrejas: Éfeso e Tiatira destacam-se de forma diferente. A igreja de Éfeso foi elogiada por Jesus, porque não se mostrou tolerante com os falsos apóstolos, pois identificou a heresia dos nicolaítas e a rejeitou (Ap 2.2). Já a igreja em Tiatira foi severamente repreendida por sua tolerância com a heresia que, além de ser um problema teológico resultou num problema moral (Ap 2.20). Aqueles cristãos estavam permitindo um movimento herético florescer em seu meio e, assim, colocando toda a igreja em perigo. O problema não era externo, mas interno. “O problema em Tiatira era uma tolerância que não era sadia. Eles reconheciam a existência de uma profetisa falsa; reconheciam também o caráter maléfico de seu ensino, mas em sua tolerância se negavam a lidar com ela” (LADD, 1986, p. 41).


II. O CRENTE JUDEU E O CRENTE GENTIO
A igreja de Roma era composta por judeus e também por gentios (Rm 9.24). A carta é dirigida tanto a uns como aos outros (Rm 1.13; 7.1). “A capital do império era uma grande metrópole com mais de um milhão de habitantes. Havia grande concentração de judeus em Roma, tanto na época da expulsão deles em 49 d.C. pelo imperador Cláudio, como no tempo em que o imperador Nero incendiou Roma, em 64 d.C.” (LOPES, 2010, p. 23). Vejamos na tabela abaixo algumas informações interessantes sobre ambos os povos: 

POVO
QUEM ERAM
COMO SE COMPORTAVAM DEPOIS DE SALVOS


JUDEU

O judeu é o “indivíduo originário da nação judaica ou seguidor do judaísmo” (ANDRADE, 2006, p. 200).

Aqueles que dentre os judeus aceitavam a fé em Jesus como Messias, continuavam com as práticas judaicas da observância de dias tidos como especiais, a circuncisão, e a não ingestão de certos tipos de carnes tidas como imundas (At 10.14,15; 15.1,5,24).




GENTIO

Os gentios “são todos aqueles que são nascidos fora da comunidade de Israel, e estranho às alianças que o Senhor estabeleceu com o seu povo no AT” (Ef 2.11,12)” (ANDRADE, 2006, p. 242).

Aqueles que dentre os gentios se convertiam a Cristo, continuavam com a sua vida de gentio, não sendo forçados a obedecerem aos costumes da religião judaica. Pelo contrário, foi ordenado apenas “que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue” (At 15.20-b). Cf. (At 15.28,29). 



III. A PERSPECTIVA PAULINA ACERCA DAS DIFERENÇAS ENTRE AMBOS OS POVOS
Diante de uma igreja mista, composta por judeus e gentios, o apóstolo Paulo se vê diante do desafio de orientar ambos a comportarem-se tal como foram chamados (I Co 7.18). Na perspectiva paulina, o judeu que se converteu a Cristo, não deveria abrir mão de seus costumes religiosos, nos quais fora criado, desde que estivesse ciente de que estas coisas nada acrescentam a salvação (Gl 5.6; Cl 2.20-23). Da mesma forma, o gentio que também foi alcançado pela graça salvadora não necessitaria aderir aos costumes estritamente judaicos para ser salvo (At 15.7-11). Abaixo, destacaremos as principais divergências que estavam acontecendo entre os cristãos judeus e gentios de Roma, aos quais Paulo orienta a tolerância:

3.1 Diferença de comida (Rm 14.2,3).
Em Levítico 11 e Deuteronômio 14, encontramos as leis dietéticas que dizem respeito ao que os hebreus deveriam ou não comer. Isto estava tão enraizado na cultura judaica, que quando alguns judeus se tornaram cristãos, ainda se preocupavam com a correta preparação dos alimentos de acordo com estas leis (At 10.6-8). O problema é que estes não só observavam tais recomendações, mas julgavam os gentios convertidos que não as praticavam. Segundo Wiersbe (2010, p. 348 – acréscimo nosso) devemos observar três fatos sobre as leis acerca dos alimentos: a) Deus deu essas leis somente para a nação de Israel (Lv 11.2); b) a obediência a essas leis garantia a pureza cerimonial, mas não tornava a pessoa automaticamente santa em seu caráter (Tt 1.15); e, c) as leis eram temporárias e terminaram na cruz de Cristo (Cl 2.14; Hb 10.1-4)”. Para Paulo os cristãos não devem reduzir a fé cristã a coisas obsoletas “porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). “Segundo o entendimento ensinado no NT sobre as exigências de Deus, é óbvio que muitos itens mencionados não têm significação moral ou ética” (BEACON, 2006, pp. 279,280 – acréscimo nosso).

3.2 Diferença de dias (Rm 14.5,6).
Aos judeus foi ordenado separar certos dias para celebração ao Senhor, como o sábado, por exemplo, (Êx 16.23-29; 20.10-11; 31.17). Mesmo cristãos, estes judeus ainda mantinham o hábito de guardar este dia “Um faz diferença entre dia e dia” (Rm 14.5a). A questão é que assim como com os alimentos, eles queriam também forçar os gentios a guardarem o sábado, não entendendo que tal ordenança foi dada exclusivamente ao povo de Israel (At 15.5,24; Cl 2.16). Os gentios convertidos poderiam não sentir qualquer preocupação quanto a isso e julgar iguais todos os dias, em outras palavras, todo dia é santo para o Senhor (Sl 118.24). Para Paulo, o problema não residia em guardar alguns dias, mas agregar valor religioso a isto, e ainda requerer dos gentios a mesma postura (Gl 2.21). Quem guarda um dia para o Senhor, para o Senhor o faz, e o que não faz distinção de dias para o Senhor não o faz (Rm 14.6a).


IV. O EXERCÍCIO DA TOLERÂNCIA ENTRE OS CRISTÃOS
4.1 Os fracos na fé.
A expressão “fraco” no grego “astheneo” significa “estar debilitado”. Dá a entender alguém que é “inexperiente” (PALAVRA-CHAVE, 2009, p. 2098). “É consenso geral que os crentes chamados fracos eram oriundos das fileiras do judaísmo, os quais, embora tivessem depositado sua fé em Cristo, ainda viviam comprometidos com as regras judaicas” (LOPES, 2010, p. 447). Na concepção paulina, o cristão fraco dentro do contexto de Romanos 14 é aquele que atribui pecado a coisas que em si mesmas. A guarda de dias e as dietas alimentares não envolvem questões morais, ou seja, são amorais. Portanto, era uma postura errada de tais cristãos julgarem os outros que não as observavam (Rm 13.2,3). Portanto, o pecado desses tais era o julgamento. A expressão “julgar” no grego “krinõ” que significa: “julgar, condenar, punir” (idem, 2009, p. 2098). Tal expressão leva-nos ao entendimento que aqueles que observavam tais práticas estavam condenando os que não praticavam, quem sabe invalidando até a salvação deles (Rm 14.10). Esse tipo de julgamento concernente à salvação só quem faz é o Senhor (Rm 14.10-12).

4.2 Os fortes na fé.
A expressão “forte” refere-se aos crentes maduros, que sabiam discernir entre o certo e o errado com equilíbrio (Rm 15.1,2). No entanto, estes estavam errando porque julgavam-se superiores aos outros (Rm 14.10). Segundo Lopes (2010, p. 445), “o pecado dos crentes fracos era o julgamento; o pecado dos crentes fortes era o desprezo. Os crentes fracos pecavam pelo zelo sem entendimento; os crentes fortes pecavam pelo entendimento sem amor”. O fato de sabermos que existem práticas amorais que em nada afetam a nossa comunhão com Deus, não nos dá o direito de menosprezar aqueles que observam tais práticas entendendo que são importantes para a espiritualidade (Rm 14.5,6). Na verdade, segundo Paulo, os crentes maduros devem abster até mesmo das coisas amorais se estas provocam escândalos na cosmovisão daqueles que as consideram imorais (Rm 14.14,15). A nossa liberdade é restrita pela consciência alheia. Devemos abrir mão até mesmo do que é permitido, se isto leva o meu irmão a tropeçar (Rm 14.20,21). O amor deve me ajudar a exercer a minha liberdade em Cristo (Rm 15.1,2).


CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo orienta-nos através da epístola aos Romanos a agir com tolerância uns com os outros para que o ambiente da igreja permaneça saudável. Existiam práticas divergentes entre os judeus e gentios que estavam se tornando numa discussão soteriológica. Paulo de forma equilibrada orienta-os a devida tolerância entre si. Sabendo que, o reino de Deus está acima das coisas triviais que em nada contribuem para a verdadeira espiritualidade.



REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. Vol 08. CPAD.
LADD, George. Apocalipse: introdução e comentário. MC.
LOPES, Hernandes dias. Comentário Exegético de Romanos. HAGNOS.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação.