sexta-feira, 31 de março de 2017

FORJANDO O CARÁTER CRISTÃO





Objetivo:
Introduzir o trimestre.

Material:
Uma cesta, algumas bolinhas de isopor e bombons. Encapar as bolinhas com o papel que os cobrem os bombons.

Procedimento:
Retire o bombom e use apenas o papel que os encobrem para encapar as bolinhas de isopor. Deixe reservado.
Inicie a aula fazendo a seguinte indagação: “O que é caráter?” Ouça os alunos com atenção. Em seguida diga que “caráter” é a palavra-chave do trimestre, por isso, precisa saber definir e compreender bem esse conceito. Explique que segundo o Dicionário Houaiss, caráter é a “qualidade inerente a um indivíduo, desde o nascimento”. A família exerce um papel fundamental na formação do caráter, por isso, a Palavra de Deus orienta os pais a ensinarem a criança o caminho em que devem andar (Pv 22.6). Em seguida faça mais uma indagação: “O caráter pode ser mudado?” Ouça os alunos e explique que sim, desde que a pessoa queira. O querer é fundamental para qualquer mudança. Em seguida mostre a cesta com os “bombons”. Peça que alguns alunos retirem os “bombons e os abra”. Ao abrir eles vão ter a certeza de que não se trata de bombons. Então, pergunte ao aluno: “O que você sentiu ao abrir a embalagem e ver que não havia um bombom?” Ouça os alunos e em seguida diga que somente Deus conhece realmente nosso caráter (interior). Ele sabe quem realmente somos e deseja nos aprimorar, fazer de nós pessoas melhoras. Conclua explicando que embora muitos se dizem crentes e até pareçam crentes, o caráter (interior) precisa de cura e transformação; precisam nascer de novo (Jo 3.3).



Por Telma Bueno e Simone Maia.
Adaptado pelo Amigo da EBD.



domingo, 26 de março de 2017

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2017







   A IGREJA DE JESUS CRISTO –
Sua origem, doutrina, ordenanças
e destino eterno







Lição 13

Hora da Revisão
A respeito sobre o que posso fazer pela minha por minha Igreja, responda:


1. Como Deus vê a Igreja?
Deus vê a Igreja como a noiva de Cristo.

2. É possível amar a Jesus e não amar a Igreja?
Não. Se amarmos o Noivo não podemos deixar de amar a sua noiva.

3. Como Jesus trata a sua igreja?
Ele a trata com amor altruísta.

4. Por que a igreja local é importante para o nosso crescimento?
Porque cada igreja local é uma pequena representação do Reino de Deus, onde mediante o estudo sistemático da Palavra de Deus crescemos em graça e sabedoria.

5. O que Jesus desejou mostrar ao lavar os pés aos discípulos?
Ao lavar os pés dos discípulos, sendo Jesus o Mestre, mostrou-lhes como deveriam agir, não com soberba, partidarismo ou desejo de ser grande, mas com o propósito de ser útil, independente da posição que se ocupa (Jo 13.15).


QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2017








   AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO –
Como o crente pode vencer a verdadeira batalha
espiritual travada diariamente







Lição 13

Para Refletir
A respeito de uma vida de frutificação, responda:

O que é preciso para o crente frutificar?
Ele precisa estar ligado à Videira Verdadeira. É Cristo em nós que nos permite produzir o fruto do Espírito. Sem Ele nada podemos (Jo 15.4).

Qual o propósito de uma vida frutífera?
O propósito de uma vida frutífera é tão somente glorificar o Pai (Jo 15.8).

No texto de João 15 quem é a videira? Quem são os ramos?
A videira é o próprio Senhor Jesus Cristo e os ramos são todos os discípulos de Cristo.

O que significa podar?
Podar é aparar os ramos que estão atrapalhando o desenvolvimento da planta.

Quem é o nosso exemplo perfeito de amor?
Jesus Cristo.


sábado, 25 de março de 2017

LIÇÃO 13 – UMA VIDA DE FRUTIFICAÇÃO







Jo 15.1-6 




INTRODUÇÃO
Nesta última lição deste trimestre, destacaremos à luz de João 15 que Jesus se identificou com uma videira, o Pai como o agricultor e os crentes como os ramos que estão nele ligados. Tal metáfora tem o propósito de nos mostrar que a partir do momento que aceitamos a Cristo fomos enxertados nele e que estando nessa posição podemos gerar os frutos que glorificam o Pai que está nos céus.


I. A METÁFORA DA VIDEIRA
O Evangelho de João registra sete vezes a declaração de “Eu Sou” proferidas por Jesus. Ele usa essa construção para fazer asserções sobre si mesmo como o “pão da vida” (Jo 6.35), a “luz do mundo” (Jo 8.12), “a porta” (Jo 10.7), “o bom Pastor” (Jo 10.11), “a ressurreição e a vida” (Jo 11.25), o “caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14.6), “a videira” (Jo 15.1). Zuck (2008, p. 202) diz que “cada uma dessas metáforas ilustra algum aspecto da pessoa e da obra de Jesus”. Analisemos João 15.1, quando Jesus disse: “Eu sou a videira verdadeira [...]”. Vejamos nesta metáfora quais a figuras que a compõe e seus significados:

1.1 Cristo é a videira. 
Jesus identifica-se nesta metáfora como a videira (Jo 15.1a). Esta é uma planta cultivada no mundo inteiro por seus deliciosos frutos, as uvas. Talvez Ele tenha proferido este sermão logo após a comemoração da Páscoa e instituição da Ceia, onde junto com os seus discípulos haviam tomado “o fruto da vide” – o vinho (Mt 26.27-29; Mc 14.25; Lc 22.18). Sobre essa ilustração Champlin (2004, p. 652) diz: “a videira é um organismo vivo, que supre vida a outros organismos vivos. Assim também sucede no caso de Cristo que vive, mas também outorga vida a outros. Wycliffe (2007, p. 722), por sua vez acrescenta dizendo: “como a videira verdadeira”, Ele provê a vitalidade necessária para a frutificação”. Quando Jesus usa a expressão “videira verdadeira” para descrever a si mesmo, implicitamente faz também alusão a “videira falsa”. Em Habacuque 3.17 é dito que as árvores frutíferas que não dão fruto “mentem”.

1.2 O Pai é o lavrador. 
O lavrador ou agricultor dessa ilustração é uma figura do Pai: “[...] meu Pai é o lavrador”. A expressão “lavrador” segundo Aurélio (2004, p. 1189) significa: “aquele que trabalha na lavoura”. Champlin (2004, p. 539) diz que “Deus Pai é comparado aqui ao proprietário da vinha, que pessoalmente pode ocupar-se em podar as videiras”. Para se cultivar uma vinha era necessário bastante esforço. Isaías fez uma descrição vívida do trabalho envolvido no preparo, plantio e cultivo de uma vinha (Is 5.1-7). Deus é o proprietário e tratador da videira. Henry (2008, p. 988) diz que: “Deus tem não somente a propriedade da videira e de todos os ramos, mas também o cuidado deles. Ele cuidou de Cristo, a raiz, e o sustentou, e o fez florescer em uma terra seca (Is 53.2). Ele cuida de todos os ramos, e os poda, e os vigia, para que nada os danifique”.

1.3 Os crentes são os ramos. 
Aqueles que nasceram de novo são comparados aos ramos ou galhos desta videira: “Eu sou a videira, vós as varas” (Jo 15.5a). A princípio não estávamos enxertados em Cristo, mas quando recebemos a Cristo como nosso Salvador fomos enxertados pelo Espírito Santo em Cristo. Paulo usando outra metáfora tratou desta verdade dizendo: “e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado […], e feito participante da raiz e da seiva da oliveira” (Rm 11.17). Este ato é chamado de Batismo (1 Co 12.13; Gl 3.27). Gilberto (2008, p. 187) diz: “o Espirito Santo realiza esse batismo espiritual no momento da nossa conversão, inserindo o crente na Igreja”. 

1.4 O Espírito Santo é a seiva.
Embora não encontremos diretamente a citação da participação do Espírito na metáfora da videira verdadeira proferida por Jesus, por inferência, vemos a sua atuação na figura da seiva que corre por dentro da árvore espalhando-se para os ramos. Paulo nos diz que fomos feitos participantes da seiva (Rm 11.17). A palavra “seiva” segundo Aurélio (2004, p. 1823) é “um líquido que círcula no organismo vegetal”. A função da seiva é transmitir a vida da árvore para os ramos a fim de que possam produzir frutos. Semelhantemente o Espírito Santo em nós comunica-nos a vida de Cristo, habitando em nós (Jo 3.6-8; Jo 14.17; I Co 6.19), nos levando a produzir frutos (Gl 5.22). 


II. AS ATITUDES DO AGRICULTOR EM RELAÇÃO A VIDEIRA
Além de plantar a videira, é responsabilidade do agricultor cuidar dela, afim de que seus ramos possam atingir o objetivo da frutificação. Vejamos quais as atitudes do agricultor que ilustram o cuidado do Pai em relação à sua igreja:

2.1 Corta a que não dá fruto. 
O propósito do ramo é dar fruto; se o ramo não faz isso, não tem valor algum para o lavrador, tornando-se inútil: “toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira” (Jo 15.2a). Diversas vezes a Bíblia exorta quanto a possibilidade de Deus cortar pessoas que não dão fruto. Vejamos: a) João Batista afirmou que o machado está posto a raiz das árvores que não produzem bons frutos (Mt 3.10); b) Jesus também exortou aos falsos profetas sobre isso (Mt 7.19,20); em forma de parábola o Mestre exortou aos judeus, comparando-os como uma figueira que há três anos não dava frutos ao seu proprietário, correndo o risco de ser cortada (Lc 13.1-9). Paulo, por sua vez, disse que embora os judeus fossem ramos naturais, por causa da incredulidade foram desligados da oliveira (Rm 11.7a; 11.20a). O apóstolo aproveitou para exortar aos gentios que não se ensoberbecessem por terem sido enxertados na oliveira, mas que considerassem a bondade e a severidade de Deus. Pois se Deus cortou os naturais por causa da rebeldia, quanto mais não o fará com os enxertados (Rm 11.20-22). Não podemos ser estéreis nem dar frutos maus (2 Pe 1.8; Ef 2.10).

2.2 Limpa a que dá fruto. 
Além de cortar os ramos que não dão frutos, é responsabilidade do agricultor limpar os ramos que dão fruto “e limpa toda aquela que dá fruto” (Jo 15.2b). Esse processo é chamado de poda. O Aurélio (2004, p. 1584) diz que “podar” significa: “cortar ramos ou folhas de plantas”. Esse processo pode ser chamado de santificação progressiva, onde Deus retira dia a dia da nossa vida, algumas coisas que não se coadunam com a conduta de um cristão verdadeiro. E isto, é claro exige a nossa participação (Lv 20.27; I Pe 1.15-16; 2 Tm 2.21; Hb 12.14; Ap 22.11). Jesus deixou claro que a poda com o ramo frutífero tem um objetivo definido: “para que dê mais fruto” (Jo 15.2c). Jesus disse que somos limpos pela palavra “vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3). A palavra é como a tesoura do agricultor que remove áreas infrutíferas da nossa vida (Hb 4.12; Ef 6.17). Champlin, (2004, p. 654) diz: “não pode haver fruição, presente ou futura, sem a poda, isto é, a disciplina (Hb 12.5-7)”.


III. TRÊS CONDIÇÕES PARA DAR FRUTO
 Já vimos que o agricultor proporciona todas as condições necessárias para que o ramo produza frutos, no entanto ele pode ainda assim não produzir. Este, portanto, é um problema do ramo (Jo 15.2). De igual forma, o Pai, nos dá todas as condições para que possamos produzir o fruto do Espírito. Ele nos ligou a Cristo, nos fazendo participantes da raiz e da seiva (Rm 11.17). Todavia, se faz necessário a nossa colaboração (Gl 5.16). Champlin (2004, p. 654) afirma que: “a produção espiritual se dá pelo labor do Espírito, mas deve contar com a cooperação da vontade humana (Gl 5.22; Fp 2.12; Tg 2.22)”. Portanto, os ramos só podem dar os devidos frutos se atenderem alguns pré-requisitos, a saber:

3.1 Estar na videira. 
Assim como os ramos não podem frutificar se não estiverem ligados a videira, Jesus explica que o homem por si só não pode produzir suas características morais sem estar nele “Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim” (Jo 15.4). Paulo chama as virtudes de Gálatas 5.22 de fruto do Espírito, corroborando com o ensinamento de Cristo de que tais qualidades são produzidas pelo Espírito no homem quando este nasce de novo (2 Co 5.17; Tg 1.18; 1 Pe 1.23). A expressão “estai em mim, e eu em vós”, fala de ligação, comunhão. Isto significa dizer que: um ramo separado da árvore, seca e morre. De igual forma se não estivermos em Cristo cultivando diariamente uma vida de comunhão nossa vida secará e não conseguiremos produzir os devidos frutos “se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem” (Jo 15.6).

3.2 Depender da videira. 
Dentre as muitas lições que Jesus quis ensinar com esta metáfora a mais destacável delas foi a humildade: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Assim como o ramo é totalmente dependente da árvore para existir e produzir frutos, seus discípulos também são. Sem Cristo, o que produzimos é obra da carne (Gl 5.19-21). Somente com ele produzimos o fruto (Gl 5.22). É necessário entender que a parte mais importante da árvore não é o ramo para gerar o fruto, mas a árvore e principalmente a raiz, pois a árvore sobrevive sem ramo, mas o ramo não sobrevive sem a árvore. Todos os membros do corpo são importantes, mas nenhum deles supera a importância da cabeça. Pois nenhum corpo sobrevive sem cabeça. Cristo é chamado de raiz e de cabeça, devido a sua importância vital (Is 11.1; 53.2; Rm 11.18; Ef 1.22; 4.15; 5.23; Cl 1.18; 2.10). 

3.3 Permanecer na videira. 
Jesus disse que era necessário o ramo permanecer na videira para poder frutificar (Jo 15.9,10). O verbo “permanecer” segundo o Aurélio (2004, p. 1542) significa: “persistir, perseverar, insistir”. Na parábola do semeador Jesus disse que a semente que caiu em boa terra “são os que, ouvindo a palavra, a conservam num coração honesto e bom, e dão fruto com perseverança” (Lc 8.15). Se descuidarmos do nosso contato constante com Cristo, deixaremos de frutificar. A Bíblia está repleta de exortações quanto à perseverança, por exemplo: a perseverar na fé (2 Co 13.5; Hb 10.38.39); na oração (Rm 12.12; Ef 6.18); na santificação (Fp 3.13,14; 2 Jo 1.9); no amor (Jo 15.9); no verdadeiro evangelho (I Tm 4.16); e, por fim, em Cristo (1 Jo 2.28).


CONCLUSÃO
Estar, depender e permanecer são três atitudes que todos aqueles que professam a sua fé em Cristo devem tomar, a fim de que possam pelo Espírito Santo produzir os frutos que revelam que de fato estamos nele e Ele em nós. Esta aula nos ensinou: qual a nossa posição: “somos ramos”; condição: “somos dependentes”; e, responsabilidade: “dar frutos”.




REFERÊNCIAS
BRUCE, F.F. João: Introdução e comentário. MUNDO CRISTÃO
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.
GILBERTO, Antônio. O fruto do Espírito: a plenitude de Cristo na vida do crente. CPAD.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.
ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. CPAD.


  

Por Rede Brasil de Comunicação.


quarta-feira, 22 de março de 2017

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2017







   A IGREJA DE JESUS CRISTO –
Sua origem, doutrina, ordenanças
e destino eterno







Lição 12

Hora da Revisão
A respeito da Igreja e a salvação dos perdidos, responda:


1. A salvação dos perdidos é obra de quem?
A salvação dos perdidos é obra do Espírito Santo.

2. Quem convence o homem de seus pecados e do perdão?
O Espírito Santo.

3. A salvação é plano de Deus? Ela é oferecida a todos?
Sim. A salvação planejada por Deus, em Jesus, é oferecida a todas as pessoas, indistintamente. O plano de Deus é que todos sejam alcançados pela mensagem do evangelho.

4. O que é livre-arbítrio?
A capacidade dada aos seres humanos para fazer escolhas e tomar decisões até na esfera espiritual.

5. A soberania de Deus é afetada pelo livre-arbítrio?
A soberania de Deus não é afetada pelo livre-arbítrio humano. Deus permanece soberano em quaisquer circunstâncias, esteja o homem pecando ou não. Em sua soberania, Deus vai responsabilizar o homem por suas escolhas.


QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2017








   AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO –
Como o crente pode vencer a verdadeira batalha
espiritual travada diariamente
  






Lição 12

Para Refletir
A respeito de quem ama cumpre plenamente a lei divina, responda:


Qual é o primeiro fruto que encontramos na relação de Gálatas 5.22?
O amor.

Cite três vocábulos da língua grega para denominar o amor.
Ágápe, amor divino; philéo, amor entre amigos e eros, amor entre cônjuges.

O que significa o amor ágape?
Tal vocábulo significa “amor abnegado e profundo”.

O que o amor de Deus em nós proporciona?
Ele faz com que venhamos obedecer a Deus.

Nossa obediência a Deus e a sua Palavra é resultado de quê?
É resultado do amor altruísta do Pai em nós.



terça-feira, 21 de março de 2017

LIÇÃO 12 – QUEM AMA CUMPRE PLENAMENTE A LEI DIVINA









Rm 12.8-14





INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos com o apóstolo Paulo, que o amor é a suprema virtude cristã e não um mero sentimento como é difundido pela sociedade hodierna; que o amor como fruto do Espírito, só encontra guarida na vida daquele que é nascido de novo (1Jo 4.7,8); também destacaremos a abrangência dessa virtude na vida cristã, e por fim, veremos algumas das suas características.


I. O AMOR E O SEU SIGNIFICADO À LUZ DA BÍBLIA
Em função de conceitos errôneos a respeito dessa palavra em nossos dias, e em virtude de que há alguns termos que também são traduzidos por amor nas Escrituras, precisamos ter em mente o conceito empregado por Paulo, quando fala do amor como virtude do fruto do Espírito. Notemos:

1.1 Definição do termo. 
Do grego “agape”, como substantivo aparece 116 vezes, e como verbo “agapao” aparece 142 vezes no Novo Testamento (CHAMPLIN, 2004, p. 139); trata-se de: “uma virtude que predispõe alguém desejar o bem de outrem; uma preocupação altruísta”. É a palavra característica do cristianismo, usada no Novo Testamento para descrever: (a) a atitude de Deus para com o seu Filho (Jo 17.26), para com o gênero humano, em geral (Jo 3.16; Rm 5.8), e para com aquele que crê no Senhor Jesus Cristo, em particular (Jo 14.21); (b) a atitude que deve haver entre os irmãos (Jo 13.34: 1Jo 4.21) e para com todos os homens (1Ts 3.12; 1Co 16.14; 2Pe 1.7); e (c) a natureza essencial de Deus (1Jo 4.8,16) (VINE, 2002, p. 395 – acréscimo nosso).

1.2 Como atributo Divino. 
Esse é o atributo de Deus mais “conhecido” e infelizmente também mal entendido por muitos, pois, fundamentados em um conceito errado justificam suas práticas pecaminosas, apoiando-se no amor divino “[…] Deus é amor” (1Jo 4.8); usando em alguns casos de forma errônea, a conhecida expressão: “Deus ama o pecador e aborrece o pecado”, como se essa frase estivesse afirmando absolutamente, que Deus abomina apenas a prática e não pune o praticante. A Bíblia declara que a ira de Deus é revelada contra toda impiedade (Rm 1.18); também fala da ira Divina contra os indivíduos que vivem na prática do pecado (Sl 5.5,6; Rm 2.5). O amor de Deus não pode ser separado nem isolado da Sua santidade (Rm 11.22). A Bíblia destaca alguns aspectos do amor de Deus: (a) Ele é imparcial (Dt 10.17;At 10.34; Rm 2.11); (b) universal (Jo 3.16); (c) eterno (Jr 31.3); (d) inesgotável (Ef 3.17-19); (e) sacrificial (Ef 5.25; Hb 7.27) (WILLMINGTON, 2015, p. 39).

1.3 Como fruto do Espírito. 
Paulo declara que o amor como é a maior das virtudes cristãs (1Co 13.13; Cl 3.14); por esse motivo, instruiu os crentes de Éfeso sobre a importância do amor como alicerce da vida do cristão (Ef 3.17; 4.2,16; 5.2; 6.23). Numa análise do fruto do Espírito, apontando o amor como o aspecto destacado do mesmo fruto, escreve o Dr. Boyde: “Gozo é o amor obedecendo. Paz é o amor repousando. Longanimidade é o amor sofrendo. Benignidade é o amor mostrando compaixão. Bondade é o amor agindo. Fé é o amor confiando. Mansidão é o amor suportando. Temperança é o amor controlando” (OLIVEIRA, 1987, p. 140 – acréscimo nosso). O amor é o solo onde são cultivadas as demais virtudes espirituais (Gl 5.22); é a prova da verdadeira espiritualidade e tem início na regeneração (1Jo 4.7,8); é  uma marca distintiva de quem pertence à família de Deus (Mt 5.44,45; Jo 14.21; 15.10). O amor como característica do fruto do Espírito, consiste de querer para os outros, aquilo que queremos para nós mesmos, é a dedicação ao próximo e isso por meio do Espírito Santo (Rm 5.2); o amor inspira e vitaliza a fé (Gl 5.6); de sorte que o cumprimento da lei é o amor  “O amor não faz mal ao próximo […]” (Rm 13.10).


II. AS TRÊS DIMENSÕES DO AMOR
2.1 A dimensão vertical: amor em direção a Deus. Amar a Deus é nosso maior dever e privilégio; pois, devemos amar a Deus de todo o nosso coração, alma, forças e entendimento (Dt 6.5; Mt 22.37; Mc 12.29,30,33; Lc 10.27). A palavra “coração”, como é usada na Bíblia, não se refere ao órgão físico; diz respeito ao nosso ser interior, envolvendo nosso espírito e alma. Devemos amar a Deus com toda a nossa mente, intelecto, vontade, força e emoções. Quando amamos a Deus com amor “agape”, também amamos tudo o que é dEle e tudo o que Ele ama. Amamos sua Palavra, seus filhos, sua obra, sua igreja, etc (Sl 26.8; 119.97,159; 1Jo 5.1). O teste deste amor é a obediência, o amor cristão tem Deus por seu objeto primário, e se expressa em obediência aos Seus Mandamentos (Jo 14.15,21,23; 15.10; 1Jo 2.5). Jesus disse: “Se me amardes, guardareis [obedecereis] os meus mandamentos” (Jo 14.15). “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda [obedece], este é o que me ama […]” (Jo 14.21). “[…] se alguém me ama, guardará [obedecerá] a minha palavra […] Quem não me ama não guarda [obedece] as minhas palavras” (Jo 14.23,24). 


2.2 A dimensão horizontal: amor em Direção ao próximo. 
Não podemos amar ao próximo com amor “agape”, a menos que amemos a Deus primeiramente. É o Espírito Santo que produz o fruto em nós; que nos capacita a cumprir o segundo maior mandamento da lei: “[…] Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19.18-b). Em sua primeira epístola, o apóstolo João enfatizou a importância do amor na dimensão horizontal (1Jo 4.7,8,12,20). É pelo amor ao próximo que somos conhecidos como discípulos: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35). É pelo amor como fruto do Espírito que demonstramos que passamos da morte para a vida: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte” (1Jo 3.14). É pelo amor que demonstramos que somos nascidos de Deus: “Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1Jo 4.7). É pelo amor que demonstramos que conhecemos a Deus: “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” (1Jo 4.8); também nos impulsiona a ajudar o próximo (1Jo 3.17,18). O amor “agape” nos capacita a amar não apenas os nossos amigos, mas até  nossos inimigos (Lc 6.27-36).

2.3 A dimensão interior: amor a si mesmo. 
Talvez pareça estranho e até egoísta para alguém a verdade de que devemos amar a nós mesmos, contudo, o amor “agape” implica em amar a si, pois quando Jesus disse que devemos amar nosso próximo como a nós mesmos (Mt 22.39; Mc 12.33; Lc 10.27); ele reconheceu que é natural cuidarmos de nossas  necessidades humanas (Mt 6.31,32); e que o amor como fruto do Espírito, faz também com que nos preocupemos com o nosso eu espiritual (1Tm 4.16). Devemos nos ver como Cristo nos vê, como pecador salvo pela graça, como ser humano feitos à semelhança de Deus, criado para glorificá-lo. Cada uma destas três dimensões do amor são dependentes uma das outras (GILBERTO, 1995, pp. 38,39 – acréscimo nosso).


III. CARACTERÍSTICAS DO AMOR 
3.1 Sincero (Rm 12.9). 
O amor como fruto do Espírito tem como marca a sinceridade e pureza; por essa razão sua manifestação dever ter esse traço sem fingimento ou hipocrisia (2Co 6.6); não deve possuir máscara, o amor não deve ser teatral, antes deve ser autêntico, genuíno. O apóstolo João expressa esse mesmo pensamento quando escreve: “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1Jo 3.18). De acordo com Champlin:  “O crente deve ser sincero, e não um ator na vida. Seu amor precisa ser autêntico, genuíno, sem fraude e espetaculosidade, não desempenhando meramente um ato conveniente, que exiba por alguma razão inerentemente egoísta” (2005, p. 816). 

3.2 Afetuoso (Rm 12.10). 
Paulo usa neste versículo duas palavras gregas para amor respectivamente: “philadelphia” e “philostorgos”; a primeira descreve o amor fraternal, ou seja, o amor de irmãos e irmãs uns pelos outros; a segunda descreve a afeição natural que sentimos pelos nossos familiares, tipicamente o amor dos pais pelos filhos. Ambas as palavras eram aplicadas a relações de sangue dentro da família humana. Devemos amar nossos irmãos em Cristo como amamos os membros da nossa família de sangue (LOPES, 2010, pp. 408,409). O amor aos irmãos é sinal de que possuímos a vida eterna, conforme aprendemos: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1Jo 3.14; 1 Ts 5.9; Hb 13.1; 1Pe 1.22; 2 Pe.1.7).

3.3 Sofredor ou Paciente (1Co 13.4). 
A palavra grega “makrothumia” é paciência esticada ao máximo. O amor é paciente ou “longânimo” e lento para irar-se, e não se ofende ante o primeiro insulto. Quem ama tem um ânimo longo. O amor é paciente com as pessoas. Ele tem a capacidade de andar a segunda milha; quando alguém o fere, ele dá a outra face; ele não paga ultraje com ultraje (1Pe 2.23; Ef 4.2); “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13.7).

3.4 Benigno (1Co 13.4). 
A palavra “benigno” dá a ideia de reagir com bondade aos que nos maltratam e ser doce para com todos. Ser benigno do grego “chrestotes” é ter um tipo de bondade e de cortesia que vem do coração e que representa a contrapartida ativa da paciência. (BEACON, 2006, p. 345). A pessoa que a lei da amabilidade está em seus lábios; seu coração é grande e sua mão está aberta. Ela está pronta para mostrar favores e praticar o bem; procura ser útil; e não somente aproveita oportunidades para fazer o bem, mas as busca (Rm 2.4; 2 Co 6.6; Gl 5.22; Tt 3.4).


CONCLUSÃO
Todas as nossas atitudes se não estiverem fundamentadas no verdadeiro amor, não tem valor algum, pois ele é vínculo da perfeição (Cl 3.14); uma dívida que temos para com o próximo “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros […]” (Rm 13.8-a); e quem exercita o amor como fruto do Espírito cumpre a lei (Rm 13.8,10).




REFERÊNCIAS
BEACON. Comentário Bíblico Romanos a 1 e 2 Coríntios. CPAD.
CHAMPLIN, Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.
LOPES, Hernandes dias. Comentário Expositivo Romanos. HAGNOS.
OLIVEIRA, Raimundo. As Grandes Doutrinas da Bíblia. CPAD
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.
WILLMINGTON, Harold L. Guia de Willmington para a Bíblia - Vol.2. ACADÊMICO.





Por Rede Brasil de Comunicação.