quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

LIÇÃO 11 – O ESPÍRITO HUMANO E AS DISCIPLINAS CRISTÃS



 
 
 
1Tm 4.6-8,13-16
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição iremos analisar o contexto religioso e a essência do ensinamento paulino ao jovem cooperador Timóteo à respeito da piedade; pontuaremos sobre a disciplina espiritual relacionada a Palavra de Deus e, por fim, ainda destacaremos algumas práticas das disciplinas cristãs.
 
 
I. O ESPÍRITO HUMANO, REGENERAÇÃO E A PRÁTICA DA PIEDADE
1. O contexto religioso.
Queiroz (2025, p. 125) afirma que na fase final do seu ministério, o apóstolo Paulo constituiu novos pastores para a continuidade da missão de proclamação do evangelho e implantação de igrejas. Timóteo, um jovem e fiel companheiro do velho apóstolo, recebeu dele uma difícil missão: pastorear a igreja de Éfeso, ameaçada por heresias internas e externas, como Paulo havia avisado (At 20.28-30). Só espiritualmente fortalecido Timóteo poderia enfrentar e vencer esse desafio. Paulo, então, dá um conselho ao jovem: exercita-te a ti mesmo em piedade(1Tm 4.7). 

2. A essência do ensinamento paulino.
Paulo instrui o jovem cooperador Timóteo sobre a importância da piedade e do exercício espiritual. O texto sagrado mostra a preocupação apostólica com o equilíbrio entre a sã doutrina, a maturidade espiritual e o comportamento do cristão. Em 1Tm 4.6–16, Paulo destaca que o ministério (a vida cristã) eficaz depende de uma vida interior fortalecida e de disciplinas espirituais constantes. Dessa forma, a temática abordada pelo apóstolo Paulo une espiritualidade e prática cristã, mostrando que o desenvolvimento do espírito humano é resultado de uma vida disciplinada diante de Deus.
 
3. O espírito humano e a regeneração.
De acordo com Wycliffe (2007, p. 681), através do novo nascimento [regeneração], o espírito do homem torna-se vivo para Deus e sensível a voz interior do Espírito Santo (Rm 8.16). Como o espírito é constantemente renovado, ele é capaz de governar as atitudes da mente (Ef 4.23). O espírito capacita uma pessoa a pensar em termos espirituais, porque por sua vez é controlado [sem perder o livre-arbítrio] pelo Espírito de Cristo que compartilha a mente e a atitude de Cristo com o crente (1Co 2.16). Assim, o espírito humano regenerado, quando humildemente submisso a Cristo, é capaz de ter mansidão e bondade em relação as outras pessoas (1Co 4.21; G1 6.1).
 
4. O espírito humano e a prática da piedade.
Ao escrever a Timóteo, o apóstolo Paulo orienta: “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em piedade. Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir” (1Tm 4.7,8). De acordo com Wiersbe (2008, p. 673), as fábulas (ou mitos) insensatas e tolas dos falsos mestres criam doença espiritual da mesma forma que a “doutrina boa” promove saúde espiritual. Para Henry (2008, p. 694, 695), o apóstolo queria que Timóteo instilasse na mente dos cristãos sentimentos tais que pudessem impedi-los de serem seduzidos pelos mestres judaizantes, uma vez que, as tradições judaicas não exercitavam a piedade. Por isso o apóstolo diz exercita-te a ti mesmo em piedade, isto é, dedique-se a religião prática. Aprendemos que a devoção interior deve guiar toda a conduta exterior (prática).


II. A DISCIPLINA ESPIRITUAL DA PALAVRA DE DEUS
Ao escrever para o jovem obreiro Timóteo, Paulo disse: “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá” (1Tm 4.13). Aqui podemos extrair alguns ensinamentos sobre a prática da disciplina da Palavra de Deus. Vejamos:
 
1. Ler a palavra diariamente.
Quando observamos o AT podemos notar que a leitura da Palavra de Deus era uma prática comum (Dt 4.10; Ed 4.18; Ne 8.8; Ne 9.3; 2Rs 23.2; Sl 119.97) e recomendada pelo próprio Deus (Js 1.8; Pv 4.20-22). No NT (At 8.30; At 17.2; At 28.23) não foi diferente, tendo o próprio Jesus o hábito de ler as Sagradas Escrituras (Mt 24.27). Quando o apóstolo Paulo escreve a Timóteo dizendo Persiste em ler(1Tm 4.13), para Wiersbe (2008, p. 674) refere-se à leitura coletiva da Palavra na congregação. Paulo estava encorajando Timóteo a manter a leitura pública das Sagradas Escrituras de forma regular, enfatizando a importância da exposição contínua à Palavra de Deus.
 
2. Exortar pela Palavra.
Paulo, além de recomendar o jovem cooperador Timóteo a persistir em ler as Sagradas Escrituras, também o “exorta” do grego “paráklesis” no versículo 13 a respeito da necessidade de não apenas ler, mas também de encorajar os irmãos a viverem em conformidade com as verdades da fé, refletindo o papel vital da edificação mútua na comunidade cristã. A Palavra do Senhor nos traz inúmeras exortações: a) a sermos cumpridores da Palavra e não apenas ouvinte (Tg 1.22); b) os crentes a precaverem-se dos falsos profetas (Mt 7.15); c) a provarem os espíritos (1Jo 4.1); d) a estarem atentos as doutrinas de demônios (1Tm 4.1); e, e) a buscarem a perfeição (Mt 5.48).
 
3. Ensinar através da Palavra.
O apóstolo Paulo ainda orienta que Timóteo deve “ensinar” a Palavra de Deus. O ensino das Sagradas Escrituras era uma prática desde o AT, onde Deus havia dado essa orientação ao povo de Israel (Dt 6.6-8), o que, por exemplo, Esdras buscou fazer com diligência: “Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus direitos” (Ed 7.10). Timóteo tinha o dever de ler e expor, ler e imprimir nos crentes de Éfeso o que leu: “Manda estas coisas e ensina-as. 12Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra [...](1Tm 4.11,12a). Ele deveria expor o texto tanto por meio da exortação quanto por meio da doutrina; ele deveria ensiná-los naquilo que deveriam fazer e naquilo que deveriam crer. É importante destacar que aqueles que são chamados para o ensino da Palavra (Rm 12.7,8), devem dedicar-se ao estudo das Sagradas Escrituras, para que possam crescer na graça e no conhecimento (2Pe 3.18). 


III. PRÁTICAS DAS DISCIPLINAS CRISTÃS
1. Oração e o jejum.
A oração e o jejum são práticas que devem fazer parte da vida do cristão. O profeta Daniel jejuou por 3 semanas para que sua oração fosse ouvida e respondida por Deus (Dn 9.1,2). Jesus foi impelido pelo Espírito Santo, a fim de jejuar quarenta dias e quarenta noites no deserto, de forma a suportar as tentações do diabo (Lc 4.1-13). Oração e jejum também estão relacionados a busca por autoridade para expulsão de demônios (Mt 17.18-21; Mc 9.25-29). Além disso, a oração e o jejum, de modo constante, são partes integrantes dos avivamentos (2Cr 7.14; At 2.42).
 
2. A santificação.
O apóstolo Paulo disse “glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1Co 1.20). A santidade não é apenas interna, mas deve se refletir no comportamento externo do crente. Escrevendo aos crentes de Tessalônica, ele disse: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23). O cristão deve buscar a separação do pecado em todas as áreas da sua vida (1Pe 1.15,16). Nossa vida deve ser um instrumento de justiça para a santificação (Rm 6.19), e assim nunca instrumento da impureza (1Co 6.18).
 
3. A vigilância espiritual.
Quando o apóstolo Paulo diz ao jovem cooperador Timóteo medita estas coisas, ocupa-te nelas(1Tm 4.15) e persevera nestas coisas(1Tm 4.16), está exortando-o a vigiar espiritualmente, a observar os ensinamentos repassados e à disciplina espiritual, enfatizando o autocuidado espiritual. O Senhor Jesus disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). Isso fala da predisposição e inclinação da natureza adâmica que existe em cada um de nós, ocasionando uma luta constante entre o Espírito e a carne (Gl 5.16,17).

4. A disciplina do corpo na vida cristã.
Paulo disse: “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa” (1Tm 4.8). De acordo com Queiroz (2025, p. 126), “o corpo deve ser templo de Deus e, portanto, deve ser usado para a sua glória e também como um instrumento para o serviço divino. O teólogo J. Glenn Gould (2020, p. 482) afirma não haver justificativa para presumir que Paulo esteja desaprovando a ideia do bem-estar físico. Contudo, enfatiza que tornar o cultivo de um físico sarado o alvo principal do homem era totalmente estranho à escala de valores de Paulo”. O corpo disciplinado reflete domínio pelo Espírito, mas também cuidado com a saúde e a manutenção da mente (Fp 4.8).
 
5. A prática da comunhão cristã e do serviço.
A comunhão cristã (koinonia) é uma disciplina espiritual fundamental para o fortalecimento da fé e da maturidade do crente. A Palavra de Deus mostra que a Igreja primitiva perseverava “na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42). A comunhão não é apenas convivência, mas participação mútua na fé, apoio espiritual e edificação recíproca (Hb 10.24,25). A prática do serviço cristão é parte essencial dessa comunhão. Paulo ensina que fomos chamados para servir uns aos outros em amor (Gl 5.13), e Pedro afirma que cada cristão recebeu um dom para colocá-lo a serviço da Igreja (1Pe 4.10). Assim, a comunhão e o serviço não são apenas atividades externas, mas disciplinas que moldam o caráter do crente, promovem unidade espiritual, combatem o individualismo e fortalecem o testemunho da Igreja no mundo (Jo 13.34,35). Aprendemos que uma vida piedosa inclui não somente oração, santificação e vigilância, mas também compromisso com o corpo de Cristo e disposição para servir aos irmãos.
 
 
CONCLUSÃO
Em 1 Timóteo 4 o apóstolo Paulo mostra que a piedade não é acidental, mas resultado de dedicação e prática constante. As disciplinas cristãs são os meios divinamente ordenados para o fortalecimento do espírito humano. O Espírito Santo age em cooperação com o esforço humano para formar o caráter de Cristo em nós. Portanto, que cada crente cultive diariamente as disciplinas espirituais, fortalecendo seu espírito para viver uma fé madura, equilibrada e frutífera diante de Deus.




REFERÊNCIAS
Ø  HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Matthew HenryVol. 6. CPAD.
Ø  PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
Ø  QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. CPAD.
Ø  WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Novo Testamento. Geográfica Editora. 
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.






domingo, 7 de dezembro de 2025

QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2025






EXORTAÇÃO,
ARREPENDIMENTO E ESPERANÇA –
O Ministério Profético de Jeremias. 









Lição 10
Hora da Revisão

A respeito de “A Prisão de Jeremias”, responda:
 
 
1. Segundo lição, por que a prisão de Jeremias chama a atenção?
A prisão de Jeremias é um tema que chama a atenção, tanto pela sua importância histórica como pela comoção diante do sofrimento de um profeta fiel.
 
2. Quando se deu a prisão de Jeremias?
A sua prisão se deu quando os babilônios se afastaram de Jerusalém por um tempo para pelejar contra um exército egípcio.
 
3. Para onde Jeremias estava indo quando se deu sua prisão?
Viajava para Anatote, sua cidade natal.
 
4. Qual o nome do etíope que trabalhou para a libertação de Jeremias?
Ebede-Meleque.
 
5. Segundo a narrativa bíblica, qual o nome do rei que se preocupou ao perceber que as predições de Jeremias começavam a se cumprir?
Zedequias.


 

QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2025






CORPO, ALMA E ESPÍRITO -
A Restauração Integral do Ser Humano para
chegar à Estatura Completa de Cristo.









Lição 10
Revisando o Conteúdo

A respeito de Espírito: O Âmago da Vida Humana responda:          
 
 
1. Qual o conceito de vontade?
Volição ou vontade é a capacidade humana de desejar, querer, almejar, escolher e agir. Pode ser entendida também como motivação.
 
1. Que ato divino demonstra a doação do espírito ao ser humano?
Feito de uma matéria pré-existente, o pó da terra, o corpo humano estava inerte até receber o sopro divino (o fôlego da vida), ato pelo qual Deus deu ao homem o espírito e o tornou alma vivente (Gn 2.7).
 
2. Quais os principais textos neotestamentários que mencionam a tríplice composição humana?
No Novo Testamento, 1 Tessalonicenses 5.23 e Hebreus 4.12 se destacam em relação à distinção entre alma e espírito, pois os mencionam expressamente sem qualquer aparência sinonímica.
 
3. Existem pecados do espírito? Cite exemplos.
Mas também existem pecados do espírito, como o orgulho, a soberba, a vanglória, a arrogância e a inveja (Pv 16.18; 1 Tm 3.6).
 
4. Onde ficam enraizados os pecados?
É no imaterial, que a Bíblia geralmente chama de “coração”, que o pecado fica enraizado (Mt 15.19).
 
5. Como vencer a força do pecado?
A força do pecado arraigado em nosso espírito somente é vencida quando deixamos de confiar em nós mesmos e dependemos inteiramente da graça de Deus e seu poder salvador e santificador (Rm 6.14; Hb 10.10). 



 

LIÇÃO 10 – ESPÍRITO: O ÂMAGO DA VIDA HUMANA






Gn 2.7; Ec 12.7; Zc 12.1; Jo 4.24



INTRODUÇÃO
Nas lições anteriores nós estudamos sobre o corpo e a alma. A partir desta lição, estudaremos sobre o espírito humano, sua importância e papel na vida do ser humano, principalmente na vida do cristão. Nesta lição, traremos a definição dos termos espírito e âmago; explicaremos por que o espírito é o âmago da vida humana; veremos a diferença do espírito do não crente para o crente; citaremos as atribuições do espírito humano; citaremos alguns pecados cometidos pelo espírito humano; veremos o que acontece quando o espírito humano é dominado pela natureza pecaminosa; e, finalmente, observaremos que o processo de santificação tem início no espírito humano.
 
 
I. DEFINIÇÕES
1. Espírito.
Quanto ao espírito (ruah no hebraico e pneuma no grego), é a principal dimensão do ser humano, a parte mais íntima do ser. É por meio dele que mantemos comunhão com o Criador, o Pai dos espíritos e, também, o adoramos (Jo 4.23,24; Hb 12.9). Como entidade espiritual, é inseparável da alma. Paulo menciona essa parte imaterial do ser humano como “homem interior”, em contraste com o corpo, o “homem exterior” (Rm 7.22-25; 2 Co 4.16-18). (Queiroz, 2025, p.24).
 
2. Âmago.
De acordo com o dicionarista Houass, “âmago” significa: “parte que fica no centro de qualquer coisa ou pessoa; parte central, parte mais íntima ou fundamental; a parte mais profunda de um ser.” (Houass, 2001, p. 176). Assim, falar do espírito como o âmago da vida humana significa dizer que o espírito é a parte mais importante, mais especial e mais essencial à vida do ser humano, pois é a través do espírito que podemos conhecer a Deus e obter comunhão com Ele. É por meio do espírito que adoramos ao Senhor (Jo 4.23,24), pois ele é o centro da devoção a Deus (1Co 14.15).
 
 
II. A DIFERENÇA DO ESPÍRITO DO NÃO CRENTE PARA O CRENTE
O Pr. Eurico Bergstén, em sua Teologia Sistemática explica a diferença do espírito do não crente e do crente, da seguinte maneira:
 
1. O espírito do não-crente.
“O espírito do homem não-crente é morto, inativo, isto é, separado de Deus (cf. Ef 2.1-5; Lc 15.24,32; Cl 2.13; 1Tm 5.6). Ele é dominado pelos seus pecados e concupiscências (cf. Ef 4.17-22; Tt 1.15), sem possibilidade de ver a glória de Deus (cf 2Co 4.4).” (Bergstén, 2006, p. 132).
 
2. O espírito do homem no processo de salvação.
“Na salvação, o espírito do homem é vivificado (cf. Ef 2.5; Cl 2.13). Um despertamento começará no seu espírito (cf. Ed 1.1) quando o Espírito Santo o convencer do seu pecado, e da justiça e do juízo de Deus (cf. Jo 16.8-10). Quando o homem aceita Jesus como salvador, recebe a vida eterna (cf. Rm 6.23) e, então ‘o mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus’ (Rm 8.16). (Bergstén, 2006, p. 132).
 
 
III. AS ATRIBUIÇÕES DO ESPÍRITO HUMANO
O espírito é aquilo que faz o homem diferente de todas as demais coisas criadas. é dotado de vida humana e inteligência, que se distingue da vida dos irracionais. Os irracionais não podem conhecer as coisas de Deus e não podem ter relações pessoais com Ele. Acerca deste tema, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus diz: “Ensinamos que o espírito, como parte integrante do ser humano, é distinto da alma, que, às vezes, é confundido com ela porque os dois elementos são inseparáveis e de substância imaterial. O espírito foi colocado por Deus no interior de Adão quando este foi criado (Gn 2.7); o espírito humano está em todos os seres humanos (Zc 12.1). O espírito está dentro do corpo (Dn 7.15). É por meio dele que se adora a Deus (Jo 4.23,24) e que ele se torna também o centro da devoção a Deus (1Co 14.15). Quando passa a ser morada do Espírito Santo: ‘O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus’ (Rm 8.16). Do espírito humano, provém o desejo de buscar as coisas espirituais (Tt 2.11)” (Soares, 2017, p. 79). Vejamos algumas atribuições do espírito humano:
 
1. O espírito humano pode ser renovado: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto” (Sl 51.10).
 
2. Por intermédio do espírito podemos nos alegrar em Deus: “Disse, então, Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1.46,47).
 
3. Por intermédio do espírito podemos adorar a Deus: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.23,24).
 
4. Por intermédio do espírito humano, o Espírito Santo testifica que somos filhos de Deus: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).
 
5. Por intermédio do espírito podemos servir a Deus: “Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós” (Rm 1.9).
 
6. Por intermédio do espírito podemos orar a Deus: “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento” (1Co 14.15).
 
 
IV. OS PECADOS DO ESPÍRITO
“As Escrituras geralmente apresentam um conceito geral de pecado, principalmente porque a transgressão é um ato da pessoa como um todo, e as suas consequências afetam todo o ser. Contudo, é possível extrair também referências específicas em relação a pecados que envolvem diretamente: o corpo, como a prostituição; a alma, como os maus pensamentos; e o espírito, como o orgulho, a soberba, a vangloria, a arrogância e a inveja (Pv 16.18; 1 Tm 3.6).” (Queiroz, 2025, p. 119,120). Vejamos, então, alguns deles:
 
1. Orgulho.
“É o mesmo que soberba ou presunção. Teologicamente, foi o primeiro sentimento pecaminoso a ser introduzido no universo. Através dele, o ungido querubim exaltou-se sobremaneira, julgando-se superior ao mesmo Deus (Ez 28)” (Andrade, 2019, p. 286). A Bíblia traz uma série de advertências sobre o perigo do orgulho (Pv 8.13; 11.2; 16.18; Tg 4.6; 1Pe 5.5).
 
2. Inveja.
“É o sentimento de antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos e queremos.” (Stamps, 1995, p. 1802). É uma das obras da carne, relacionadas em Gl 5.21. A Palavra de Deus nos adverte sobre o perigo da inveja, bem como das consequências dela (Pv 14.30; 24.1; Tg 3.14-16; 4.1,2; 1Pe 2.1,2).
 
3. Vanglória.
A palavra ‘vanglória’ significa literalmente “glória vazia”, ou seja, vanglória é uma “glória sem valor”, um sentimento de exaltação pessoal que não tem fundamento verdadeiro. Nesse sentido, a vanglória se opõe à humildade, pois leva o indivíduo a querer ser visto, admirado ou exaltado, esquecendo que toda glória pertence a Deus. Escrevendo aos filipenses, o apóstolo Paulo diz: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Fp 2.3).
 
 
V. O QUE ACONTECE QUANDO O ESPÍRITO É DOMINADO PELA NATUREZA PECAMINOSA
O espírito humano, representando a natureza suprema do homem, rege a qualidade de seu caráter. Aquilo que domina o espírito toma-se atributo de seu caráter. Por exemplo, se o homem permitir que o orgulho o domine, ele tem um "espírito altivo" (Pv 16.18). Conforme as influências respectivas que o dominem, um homem pode ter um espírito perverso (Is 19.14); um espírito rebelde (Sl 106.33); um espírito impaciente (Pv 14.29); um espírito perturbado (Gn 41.18) [...]. Pode estar sob um espírito de servidão (Rm 8.15), ou ser impelido pelo espírito de inveja (Nm 5.14). Assim é que o homem deve guardar o seu espírito (Ml 2.15), dominar o seu espírito (Pv 16.32), pelo arrependimento tornar-se um novo espírito (Ez 18.31) e confiar em Deus para transformar o seu espírito (Ez 11.19).” (Pealrman, 2006, p. 110).
 
 
VI. O PROCESSO DE SANTIFICAÇÃO TEM INÍCIO NO ESPÍRITO
“O texto de 1 Tessalonicenses 5.23 ajuda-nos nessa reflexão. Ao referir-se à santificação do espírito, da alma e do corpo, Paulo expõe um processo de santificação que não se contenta com o exterior. Pelo contrário! Começa no âmago de nosso ser, no espírito, onde estão escondidas nossas mais profundas motivações [...] O ensino de Paulo está em consonância com esse princípio, que enfatiza a santificação total, que, iniciada no espírito, deve atingir o ser humano por inteiro. A ordem apresentada por ele em 1 Tessalonicenses 5.23 — espírito, alma e corpo — não é aleatória. Enquanto o ato de criação deu-se do corpo ao espírito (Gn 2.7), a Redenção acontece do espírito ao corpo (Rm 8.23; 1 Pe 1.23) [...] Por tudo isso, a verdadeira santificação é gerada no interior do ser humano e expressa-se em toda a sua maneira de viver (Ez 36.26,27; Rm 8.10-13; G1 5.22).” (Queiroz, 2025, p. 121).
 
 
CONCLUSÃO
Deus criou o homem como um ser tricótomo. Com o corpo nós conhecemos o mundo; com a alma conhecemos a nós mesmos e com o espírito podemos conhecer a Deus e manter comunhão com Ele. É por intermédio do espírito que nós adoramos e servimos a Deus. No entanto, devemos estar vigilantes, pois alguns pecados podem ser cometidos pelo espírito, tais como orgulho, soberba e inveja. Como cristãos, não devemos ser dominados pela natureza pecaminosa, mas, viver em santidade no corpo, na alma e no espírito.
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø  PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.
Ø  QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. CPAD.
Ø  SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
    
 
Por Rede Brasil de Comunicação.





 

sábado, 6 de dezembro de 2025

QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2025






EXORTAÇÃO,
ARREPENDIMENTO E ESPERANÇA –
O Ministério Profético de Jeremias. 









Lição 09
Hora da Revisão

A respeito de “A Fidelidade dos Recabitas”, responda:
 
 
1. Segundo o Dicionário Bíblico Baker, quem são os recabitas?
Segundo o Dicionário Bíblico Baker, os recebitas são "uma família ou, talvez, uma ordem, que tem as suas origens em Jonadabe, um filho queneu ou descendente de Recabe, cujos integrantes são zelosos pelo Senhor."
 
2. Qual a finalidade do profeta, mediante a orientação do Senhor, usar os recabitas como exemplo?
O profeta, mediante a orientação do Senhor, usa esse grupo com a finalidade de proferir uma mensagem ao povo de Judá.
 
3. Segundo a lição, o que é santidade?
Santidade é aquilo que é próprio do que é santo.
 
4. Quem desenvolve no crente a virtude de santidade e fidelidade?
Santidade e fidelidade são virtudes que o Espírito Santo desenvolve na vida do crente.

5. Qual a origem do termo "fidelidade" e qual o seu significado?
O termo fidelidade vem do latim fidelis e diz respeito a quem é fiel, leal, constante, consistente e comprometido com algum compromisso assumido.




QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2025






CORPO, ALMA E ESPÍRITO -
A Restauração Integral do Ser Humano para
chegar à Estatura Completa de Cristo.









Lição 09
Revisando o Conteúdo

A respeito de Vontade: O que Move o Ser Humano responda:          
 
 
1. Qual o conceito de vontade?
Volição ou vontade é a capacidade humana de desejar, querer, almejar, escolher e agir. Pode ser entendida também como motivação.
 
2. Como se dá um fenômeno completo, envolvendo vontade e ação?
Em um caso assim ocorre um fenômeno completo: pensamento, sentimento, desejo e ação.

3. Como se dá o conflito entre vontade e razão?
Da violação de uma restrição alimentar a condutas mais graves, muitas vezes o desejo fala mais alto que a razão. A busca do prazer pelo prazer é uma característica da cultura hedonista.

4. Como deve agir o homem redimido diante dos desejos da carne?
Diante dos desejos da carne e da vontade do Espírito, o homem redimido inclina-se “para as coisas do Espírito” (Rm 8.5).
 
5. Como os desejos atuam para nos enganar?
Assim sendo, o mau desejo é capaz de afetar a própria razão, levando-a a acreditar que o pecado não produz consequências ruins, mas boas.




sábado, 29 de novembro de 2025

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

1º Trimestre de 2026



No 1º trimestre de 2026 iniciaremos o Ano Letivo de nossas Escolas Bíblicas Dominicais 
estudando o tema: A SANTÍSSIMA TRINDADE – O Deus Único Revelado em Três Pessoas Eternas. O comentarista do trimestre será o Pr. Douglas Baptista
Este servo de Deus é doutor em Teologia Sistemática, mestre em Teologia do Novo Testamento pela FTCB, mestre em Ciências das Religiões pela Faculdade Unida de Vitória; pós-graduado em Docência do Ensino Superior e pela FASSEM, e licenciado em Educação Religiosa pela FASSEM e Filosofia pela ASSESB; é também pastor presidente da Assembleia de Deus de Missão do Distrito Federal, presidente da Sociedade Brasileira de Teologia Cristã Evangélica, do Conselho de Educação e Cultura da CGADB e da Ordem dos Capelães Evangélicos do Brasil; e segundo vice-presidente da Convenção dos Ministros Evangélicos das ADs de Brasília e Goiás, além de diretor geral do Instituto Brasileiro de Teologia e Ciências Humanas.
 
 
Abaixo, você pode conferir os títulos das 13 lições:
 
Lição 01 - O Mistério da Santíssima Trindade
Lição 02 - O Deus Pai
Lição 03 - O Pai Enviou o Filho
Lição 04 - A Paternidade Divina
Lição 05 - O Deus Filho
Lição 06 - O Filho como o Verbo de Deus
Lição 07 - A Obra do Filho
Lição 08 - O Deus Espírito Santo
Lição 09 - Espírito Santo - O Regenerador
Lição 10 - Espírito Santo - O Capacitador
Lição 11 - O Pai e o Espírito Santo
Lição 12 - O Filho e o Espírito
Lição 13 - A Trindade Santa e a Igreja de Cristo
 
 
Você não vai perder essa
sublime oportunidade, vai??