quinta-feira, 19 de junho de 2025

LIÇÃO 12 – DO JULGAMENTO À RESSURREIÇÃO






Jo 19.17,18,28-30; 20.6-10
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos alguns fatos importantes que aconteceram nos últimos dias de vida do Senhor Jesus, bem como a sua morte e ressurreição. Veremos como se deu a prisão de Jesus; explicaremos sobre o Seu julgamento diante do tribunal religioso perante o sinédrio e o sumo sacerdote, bem como o seu julgamento civil, diante de Pilatos e Herodes, e a Sua condenação; elencaremos a sua crucificação e morte na cruz do calvário; e, finalmente, abordaremos como se deu a sua ressurreição na manhã do domingo. 
 

I. A PRISÃO DE JESUS
1. O contexto histórico da prisão de Jesus.
Depois de proferir o seu último discurso de despedida dos discípulos (Jo 14-16) e de interceder por eles (Jo 17.1-26) Jesus foi preso no jardim do Getsêmani (Mt 26.36-56; Mc 14.32-50: Lc 22.39-53; Jo 18.1-11). Depois da oração, Jesus levou seus discípulos para o outro lado do ribeiro de Cedrom (Jo 18.1). O destino era um jardim que ficava no lado oriental. Mateus e Marcos dão o nome de Getsêmani. João deixa bem claro que Judas conhecia aquele lugar, pois, muitas vezes Jesus se ajuntava ali com seus discípulos (Jo 18.2). Judas, então, foi até aquele lugar com um grupo de soldados armados, para prender a Jesus (Jo 18.3) Jesus, então, sabendo tudo que estava por vir, adiantou-se e lhes perguntou: “A quem buscais?” E, quando eles responderam: “A Jesus, o Nazareno” Jesus lhes respondeu: “Sou eu” eles recuaram e caíram por terra (Jo 18.4-6), o que significa dizer que Jesus poderia ter escapado e fugido. Mas, havia chegado a sua hora (Jo 18.11). “Notemos os acontecimentos deste texto: Jesus apresenta-se aos inimigos (Jo 18.5); revela a sua majestade (Jo 18.6); cuida dos seus (Jo 18.6); repara o erro de Pedro (Jo 18.11); submete-se à vontade do Pai e entrega-se aos homens malvados”. (McNair, 2006, p. 1202). Ele estava disposto a ir à cruz, para morrer de forma cruel, como ele já havia predito (Mt 16.21; 17.22,23; Mc 8.31; 9.31; Lc 9.22; 18.31-33: Jo 10.17,18; 12.23,24, 32,33).


II. O JULGAMENTO E A CONDENAÇÃO DE JESUS
Após a sua prisão, Jesus foi submetido a quatro julgamentos, como veremos a seguir:
 
1. O Julgamento religioso de Jesus perante Anás e Caifás, o sumo sacerdote (Jo 18.12-14,19-24).
No texto de João 18.13, Jesus foi levado primeiramente perante o sumo-sacerdote Anás, muito respeitado pelos sacerdotes, mesmo sendo o comandante do serviço sacerdotal um homem chamado Caifás. Na realidade, houve dois julgamentos iniciais. Perante Anás, Jesus foi interrogado sem poder de decisão (Jo 18.12-14,19-23), e depois o julgamento com os membros do Sinédrio (Mt 26.57-68). O Sinédrio entendeu que Jesus deveria ser enviado a Pilatos, o governador da província romana da Judeia. A avaliação de Caifás não foi registrada por João, mas está registrada em Mateus 26.57-68. Decidiram os sacerdotes sob a liderança de Caifás e Anás levar Jesus para ser julgado por Pôncio Pilatos, na casa sede, ou seja, no pretório do comando da cidade de Jerusalém” (Cabral, 2025, p.140). Perante o sinédrio (que era uma espécie de tribunal religioso composto por 70 membros que tinham autoridade religiosa para julgar questões entre os judeus) Jesus foi humilhado, cuspido e esbofeteado (Mt 26.66,67).
 
2. O Julgamento civil perante Pilatos (Jo 18.28-38).
Pilatos não encontrou motivo para acusar Jesus, porque, de fato, Ele não era culpado de nenhum pecado ou crime. Pilatos queria que os judeus soubessem que aquele julgamento era uma severa injustiça (Jo 19.4,6). Para não se prejudicar com os judeus, Pilatos mandou açoitá-lo (Jo 19.1). A seguir, o entregou nas mãos dos soldados romanos para humilhar Jesus ainda mais. Os soldados, para zombarem dEle como Rei dos judeus, teceram uma coroa de espinhos pontiagudos e longos feita com algum galho seco cheio de espinhos [...] Os romanos fincaram a coroa em Jesus e isso provocou lesões terríveis que encheram a sua cabeça de sangue (Jo 19.2). Essa foi uma forma de zombar a realeza de Jesus” (Cabral, 2025, pp.140,141).
 
3. O Julgamento civil perante Herodes (Lc 23.27-30) que o devolveu a Pilatos (Jo 19.1,4-16).
Somente Lucas registrou que Jesus foi enviado por Pilatos a Herodes, que estava em Jerusalém. Herodes, ao ver a Jesus alegrou-se e desejava ver algum sinal (Lc 23.8). Ele interrogou a Jesus, mas Ele nada lhe respondeu (Lc 23.9). Herodes, então, escarneceu de Jesus e o enviou a Pilatos, mais uma vez (Lc 23.11). Pilatos procurava soltar a Jesus, mas, os judeus o ameaçavam dizendo: “Se soltas este, não és amigo de César! Qualquer que se faz rei é contra César” (Jo 19.12). Então, Pilatos o entregou para que Jesus fosse flagelado e crucificado (Jo 19.16).


III. A CRUCIFICAÇÃO E MORTE DE JESUS
“A morte de Jesus tem sido o tema principal de eternidade a eternidade. Desde a eternidade, antes da fundação do mundo, a morte de Jesus já era o tema central do céu. Deus, que na sua onisciência previu a queda do homem e as tristes consequências da mesma, determinou, no seu grande amor, dar seu filho unigênito como sacrifício pelo pecado do povo (Ap 13.8; Ef 1.4; 3.11; 1Pe 1.19,20)” (Bergstén, 2006, p. 64).
 
1. O local da crucificação.
“O local da crucificação era a colina chamada Gólgota (calvário), nome que significa ‘lugar de crânio’ por ser redonda e lisa. Situava-se fora dos limites da cidade (Hb 13.11-13)” (Pearlman, 2003, p. 204). “Ao chegar ao cume do Gólgota, deitaram Jesus de costas no chão, esticaram seus braços sobre o travessão e pregaram os pregos agudos e grandes naquele travessão (Lc 23.33). Quando levantaram a cruz para firmá-la no chão, os pregos (ou cravos) sobre as mãos e os pés de Jesus entranhados entre os tendões pareciam rasgar a carne (Jo 20.25). Nos Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), alguns detalhes foram registrados. No texto de João 19.18, o Gólgota era público e as pessoas podiam assistir ao drama de horror a que os soldados romanos submetiam as suas vítimas.” (Cabral, 2025, p. 142).
 
2. A morte de Jesus.
“O nascimento, a morte e a ressurreição de Jesus foram os acontecimentos mais importantes da história da humanidade: ‘que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras’ (1Co 15.3,4). Tudo isso já estava previsto nas Escrituras pelos profetas. A morte de Jesus foi expiatória e Deus propôs seu sangue para expiação dos nossos pecados: ‘Sendo justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou como propiciação, no seu sangue, mediante a fé’ (Rm 3.21,22). Isso significa que a morte de Jesus foi diferente, pois Ele morreu em nosso lugar, pagando a nossa dívida para com Deus” (Soares, 2019, p. 86).
 
3. O sepultamento de Jesus.
“Um discípulo discreto chamado José de Arimateia, que procurava não aparecer, mas reconhecia que Jesus era o Salvador de todos os homens (Jo 19.38), foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus para ser sepultado. Geralmente, as vítimas de crucificação eram lançadas numa vala comum para criminosos e não havia permissão para prantear em público pelos mortos. José de Arimateia era um membro do Sinédrio (Mc 15.43) e era um homem rico (Mt 27.57). Por ter medo dos judeus, ele evitava aparecer entre os discípulos, mas foi capaz de superar seu medo quando tomou coragem para ir a Pilatos pedir o corpo de Jesus para ser sepultado. O texto indica que o túmulo onde Jesus foi sepultado não era distante do monte do Calvário, por pertencer a um homem proeminente na cidade” (Cabral, 2025, pp. 144,145).
 
 
IV. A RESSURREIÇÃO DE JESUS
A ressurreição física e corporal do Senhor Jesus Cristo é o fundamento inabalável do Evangelho e da nossa fé (1Co 15.13-23). De fato, o Cristianismo não seria mais do que uma religião, se Cristo não tivesse ressuscitado. Sua morte e ressurreição O faz diferente de todos os fundadores de religiões; e faz do cristianismo o elo de ligação entre Deus e o homem. A nossa crença na ressurreição de Cristo não está baseada apenas na fé, o que já é suficiente, mas também nas inúmeras evidências. Seria impossível descrever todas, por isso, citaremos apenas algumas:
 
1. O Túmulo vazio.
Todos os túmulos famosos no mundo são conhecidos pelos corpos que contêm. Mas isto não acontece com o túmulo de Jesus, pois, ele é o único no mundo famoso pelo que não contém. Ele estava vazio na primeira manhã da Páscoa e continuou assim. O túmulo vazio é um lembrete constante da mensagem do anjo às mulheres: “Ele não está aqui: ressuscitou, como havia dito” (Mt 28.6; Mc 16.6). A grande transformação que a ressurreição de Jesus causava na vida dos apóstolos provam que eles verdadeiramente estavam convictos de que Jesus estava vivo. O desespero e o desânimo que dominava os seguidores de Cristo após a crucificação, deu agora lugar a uma alegria e ousadia que ninguém podia dominar, pois, por toda parte, davam testemunho da ressurreição dEle (At 2.24-27; 32,33; 3.15; 4.10,33; 5.30,31).
 
2. A Pedra removida.
Poucos críticos negam que uma grande pedra foi colocada na entrada do túmulo de Jesus, que o túmulo foi selado, e que uma guarda romana vigiava o local para impedir que seus discípulos roubassem o corpo (Mt 27.64-66). Nenhum deles parece negar que a pedra foi removida, abrindo o túmulo, naquela manhã de Páscoa. A grande pergunta é: quem removeu a pedra? A Bíblia tem a resposta: “E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela” (Mt 28.2). Tanto o túmulo vazio como a pedra removida são evidências que provam a Sua ressurreição.
 
3. As testemunhas oculares do Cristo ressurreto.
Por mais importantes que a pedra removida e o túmulo vazio sejam para provar a ressurreição, temos evidência ainda maior: as testemunhas oculares: Maria Madalena (Jo 20.11-18); as mulheres que voltaram do sepulcro (Mt 28.9,10); Pedro (Lc 24.34;1I Co 15.5); dois discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35; Mc 16.12,13); os discípulos (Mt 26.32; 28.10; Jo 20.19-24, 26-29; 21. 1-23); mais de quinhentos irmãos (1Co 15.6); o apóstolo Paulo (At 9.3-6; 1Co 9.1) e tantos outros.
 
 
CONCLUSÃO
Durante o Seu ministério terreno, Jesus realizou muitas obras e ficou conhecido pelos seus ensinos e, principalmente, pelos milagres que operou. Porém a obra suprema que ele consumou foi a de morrer pelos pecados do mundo (Jo 1.29). Porém, de nada adiantaria se morresse e não ressuscitasse (1Co 15.12-20). Mas, Ele ressuscitou. Ele está vivo e intercede por cada um de nós! (Rm 4.25; 5.10; 8.34).
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø  CABRAL, Elienai. E o Verbo se Fez Carne: Jesus Sob o Olhar do Apóstolo do Amor. CPAD.
Ø  MCNAIR, S.E. Bíblia de Estudo Explicada. CPAD.
Ø  PEARLMAN, MYER. João: O Evangelho do Filho de Deus. CPAD.
Ø  SOARES, Esequias & Daniele. Teologia Sistemática em Diálogos. BEREIA.
Ø  STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  TELLES, Marcelo. A Ressurreição de Cristo: Fato ou Fake. BEREIA.
   
Por Rede Brasil de Comunicação.





segunda-feira, 16 de junho de 2025

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2025






Davi –
De Pastor de Ovelhas à Rei de israel. 









Lição 10
Hora da Revisão

A respeito de “Davi: No Lugar Errado e Na Hora Errada”, responda:
 
 
1. Por que devemos estudar os erros de Davi?
Ao estudarmos acerca dos erros, somos alertados e preparados para que não venhamos a cometer tais pecados e assim, diante de uma vida pautada pela Palavra de Deus, possamos prosseguir para o nosso alvo sem perder o foco.
 
2. Como podemos vencer as tentações?
Nos apegando às promessas bíblicas, invocando-as pela fé no Senhor e com confiança descansar no livramento que virá do alto.
 
3. Quais as três fontes básicas de onde procedem as tentações?
Elas procedem do Diabo, do mundo e da carne.
 
4. Que sentimentos de Davi podemos perceber ao longo do Salmo 51?
A intensidade do arrependimento, a busca pelo perdão e o desejo de restauração revelando a agonia e a intensidade de seu sentimento.
 
5. O que Davi experimentou diante do perdão?
Diante do perdão, Davi começou a experimentar novamente a verdadeira alegria (Sl 32.11).
 

 

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2025






E o Verbo se Fez Carne-
Jesus sob o Olhar do Apóstolo do Amor.









Lição 11
Revisando o Conteúdo

A respeito de A Intercessão de Jesus pelos Discípulos” responda:          
 
 
1. Em quais partes podemos apresentar a oração sacerdotal de Jesus?
Nosso Senhor apresentou essa oração em, pelo menos, três partes: Ele orou por si mesmo (Jo 17.1-8), intercedeu pelos seus discípulos (Jo 17.9-19) e, também, fez uma oração pela Igreja futura (Jo 17.20-26).
 
2. A que se relaciona a menção à glória no versículo 5?
Essa referência à glória se relaciona à divindade do nosso Senhor como o Verbo Divino, antes da sua encarnação.
 
3. De que forma Jesus dirige a sua oração ao Pai nos versículos 4 a 8?
Nos versículos 4 a 8, exceto o versículo 5, Jesus ora como se estivesse apresentando um relato ao Pai sobre tudo o que realizou durante seu ministério na Terra.
 
4. A que “Mundo” se refere Jesus em João 17.14?
Jesus se refere ao sistema espiritual governado por Satanás (Jo 17.14).
 
5. Indique pelo menos dois motivos que evidenciam a unidade espiritual dos salvos com Cristo.
(1) união essencial dos salvos como membros do Corpo de Cristo (1 Co 12.12); (2) união essencial dos salvos promovida pelo conhecimento crescente sobre Jesus Cristo (2 Pe 3.18).
 
 

LIÇÃO 11 – A INTERCESSÃO DE JESUS PELOS DISCÍPULOS





Jo 17.1-3,11-17



INTRODUÇÃO
Nesta lição iremos analisar o significado do termo intercessão; pontuaremos sobre o pedido de Jesus para proteção dos discípulos, refletindo o seu cuidado com a vida espiritual deles; ainda ressaltaremos sobre Jesus intercedendo pela santificação, guarda da unidade e serviço da evangelização que os discípulos haveriam de executar.
 
 
I. DEFINIÇÃO DO TERMO INTERCESSÃO
1. Definição do termo.
De acordo com o dicionário Houaiss da língua portuguesa, intercessão é o ato ou efeito de interceder; pedido em favor de alguém; súplica; mediação junto a alguém para obter um favor (2001, p. 1541). “A palavra hebraica para interceder é paga’ originalmente significava “incidir sobre”, e desse modo veio a significar “atacar alguém com pedidos”. Quando tal ataque era feito em favor de outros, esta atitude era chamada de intercessão. A palavra grega entygchano significa “apelo ou petição”. O verbo é usado pelo menos cinco vezes no NT (At 25.24; Rm 8.27,34; 11.2; Hb 7.25). O substantivo ocorre duas vezes (1Tm 2.1; 4.5)” (Wycliffe, 2007, pp. 978, 979). Na Bíblia temos inúmeros relatos da prática da intercessão, a exemplo do que o patriarca Abraão fez por Sodoma (Gn 18.23-33); Moisés fez por Israel, após o pecado diante do bezerro de ouro (Êx 32.31,32) e a oração de Jesus pelos seus discípulos (Jo 17.1-26). Ainda é importante destacar que o Espírito Santo intercede a favor do crente (Rm 8.26), demonstrando assim a grandeza e importância desse ato. O dicionário bíblico Vine (2002, p. 836) chega a afirmar que “o Espírito Santo, sendo o intérprete exclusivo das necessidades do coração humano, faz Sua intercessão a esse respeito”.
 
 
II. JESUS INTERCEDE PELA PROTEÇÃO DOS DISCÍPULOS
Jesus inicia a oração do capítulo 17 do evangelho escrito por João intercedendo por Si mesmo, pedindo ao Pai: “glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti” (Jo 17.1); tendo em vista que havia “consumado a obra” (Jo 1.4) que o Pai havia lhe dado a fazer. Ele pede para que o Pai o glorifique “com aquela glória que tinha contigo [com o Pai] antes que o mundo existisse” (Jo 1.5). Após interceder por Si mesmo, o Senhor inicia uma uma intercessão em favor da proteção dos discípulos. Vejamos:
 
1. Proteção contra a perda da salvação.
O Senhor Jesus ora ao Pai dizendo: “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste. Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. [...] Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse” (Jo 17.6,9,12). Jesus se preocupou com a firmeza dos discípulos em relação a fé depositada em Si após a Sua partida, por isso Ele roga “por eles”, tendo em vista que o Senhor sabia que somente aquele que “perseverar até ao fim será salvo” (Mt 24.13). Quando Jesus diz “não rogo pelo mundo” (vs. 12), não quer dizer que Ele não se importava com a salvação das demais pessoas. De acordo com Geisler (2010, p. 277, 278 – acréscimo nosso), “o pronome “eles” no versículo 9 do capítulo 17 do evangelho de João é uma referência clara aos discípulos de Cristo (vs. 6), e os calvinistas alegam que esta é uma negação explicita feita por Jesus de que Ele oraria pelo “mundo” dos descrentes. Se isso fosse verdade, estaríamos diante de um forte apoio ao argumento de que a expiação está limitada aos eleitos (fazendo referência aos predestinados), o que não é uma verdade. Vejamos:
 
A) Há registros de que Jesus orou também pelas pessoas que não creram nele. Jesus orou pelos ímpios, inicialmente, a exemplo dos descrentes envolvidos no ato da Sua crucificação (Lc 23.34). Além disso, Lucas inclui a oração indireta que Jesus faz pelo mundo, na qual Ele nos leva a rogar para que “o Senhor da seara [...]envie obreiros para a sua seara” (Lc 10.2).
 
B) Deus deseja salvar a todos os homens. A Bíblia demonstra claramente que o Senhor deseja a salvação de todos os homens (Mt 11.28,29; Mt 23.37-39; 1Tm 2.4-6; 2Pe 3.9). Fica claro que a salvação é abrangente a todos os homens e, que uma vez obtida, devemos preservá-la, pois há o risco de perdê-la (Ez 18.24; Cl 1.21-23; 1Tm 4.1; 1Tm 6.10; Tg 5.19,20; Hb 6.4-6; 2Pe 2.20-22).
 
2. Proteção contra o mundo.
Jesus rogou ao Pai para guardar os seus discípulos do mundo: “E eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, GUARDA em teu nome aqueles que me deste" (Jo 17.11). Segundo Champlin (1995, p. 577), “o motivo da urgência dessa solicitação de Jesus era que ele, na qualidade de protetor dos discípulos, agora os estava deixando sós e por isso poderiam vir a ser como ovelhas sem pastor, no meio de um mundo hostil. Porém, a própria retirada para o Pai, que Cristo aqui menciona, servia de garantia de que eles gozariam de bem-estar espiritual, ainda que o bem-estar material não ficasse mais garantido por causa disso, posto que sua ida para o Pai traz-nos a memória o ofício medianeiro de Cristo" (Rm 8.34; Hb 7.35). 
 
3. Proteção contra o mal (maligno).
Jesus rogou ao Pai para guardar os seus discípulos do mal que há no mundo: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (Jo 17.15). “Quando Jesus fala do mundo, precisamos saber que essa palavra tem vários sentidos na Bíblia. Ela pode, de acordo com o contexto das Escrituras, referir-se ao “universo criado” (Jo 17.5), como pode referir-se à humanidade (Jo 3.16). Pode, também, referir-se ao mundo como um sistema espiritual. Quando Cristo disse que eles não eram do mundo, significava o sistema espiritual comandado por Satanás (Jo 17.14). Paulo disse que esse mundo é um sistema de governo espiritual e que pertencemos a ele antes de sermos salvos por Jesus. Nossos padrões de vida eram deste mundo, mas, como crentes em Cristo, tornamo-nos cidadãos dos céus e não pertencemos mais a esse sistema satânico (Ef 2.2; Fp 3.20,21). Jesus queria que o Pai guardasse seus discípulos desse sistema satânico, no qual opera o “príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11)” (Cabral, 2025, p. 133). A oração pela proteção espiritual mostra que os discípulos enfrentariam oposição, perseguição e tentações (Jo 16.33).
 
 
III. JESUS INTERCEDE PELA UNIDADE, SANTIFICAÇÃO E SERVIÇO DOS DISCÍPULOS
1. Preservação da unidade dos discípulos.
Jesus orou para que os discípulos fossem um, assim como Ele e o Pai são um: “[...] Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade” (Jo 17.11,23). Cabral (2025, p. 131,132) enfatiza que “os dois, “Pai e Filho”, são uma unidade, e não uma similaridade. São uma unidade indivisível no exercício da eterna comunhão, como o texto: “O verbo estava com Deus e o verbo era Deus” (Jo 1.1,2)”. De acordo com Champlin (1995, p. 577), “os discípulos já tinham união; mas faltava-lhes a unidade de espírito, e isso foi demonstrado ainda naquela mesma noite, por ocasião da ceia (Lc 22.24; Jo 13.4-15). O Senhor Jesus oferece a unidade necessária na trindade...como modelo para ser seguido por todos os crentes”. A expressão “para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim” (Jo 17.21) demonstra que essa unidade reflete a comunhão da Trindade e deve ser visível na igreja. A igreja, como corpo de Cristo, deve manifestar a unidade espiritual que existe entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Rm 15.5,6; 1Co 12.12,13; Ef 4.4-6; Fp 2.1,2).
 
2. Santificação pela verdade.
Quando o Senhor Jesus clama: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17), podemos entender que a Palavra de Deus é o instrumento pelo qual os discípulos são moldados e separados para Deus. “O verbo grego hagiazo, aqui um imperativo aoristo, significa “consagrar, dedicar, santificar, tratar como sagrado, reverenciar, purificar” (Beacon, 2006, p. 140). De acordo com o dicionário bíblico Wycliffe (2007, p. 1762), “as principais ideias relacionadas a santificação são a separação daquilo que é pecaminoso, por um lado, e, por outro, a consagração aquilo que é justo e que está de acordo com a vontade de Deus”. Em relação aos agentes (meios) da santificação, podemos apontar: (1) agente externo: a Palavra de Deus (Sl 19.7; Sl 119.9; Jo 15.3; Jo 17.17; 2Co 7.1; Ef 5.26,27; 2Tm 3.15); e, (2) agente interno: o Espírito Santo (Rm 8.3,4; 2Ts 2.13; 1Pe 1.2).
 
3. Serviço da evangelização.
Jesus intercede ao Pai em prol da obra que os discípulos haviam de realizar na evangelização e por todos aqueles que haveriam de crer nEle pela pregação da sua Palavra: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim” (Jo 17.18.20). “Jesus investiu nesses homens durante quase quatro anos, e eles foram fiéis discípulos e, portanto, devidamente preparados para dar continuidade à missão evangelizadora” (Cabral, 2025, p. 132). O serviço da evangelização é a principal missão da Igreja na terra (Mt 28.19; Mc 13.10; Lc 24.47; Jo 20.21; Rm 10.14,15). A ordem de Jesus foi para que eles permanecessem em Jerusalém até que fossem revestidos de poder (Lc 24.49) e depois saíssem e fossem testemunhas do seu evangelho em todo o mundo (At 1.8). Assim, os discípulos estariam cumprindo a ordem imperativa do Senhor: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura(Mc 16.15).
 
4. Perseverança em meio às adversidades.
Ao interceder pelos seus discípulos, Jesus também ora pela preservação deles no mundo, reconhecendo os perigos e as perseguições que enfrentariam: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (Jo 17.15). A oração de Jesus revela seu cuidado pastoral e sua consciência das pressões externas que seus seguidores sofreriam. “Jesus reconhece que seus discípulos continuarão expostos às influências malignas do sistema mundano, mas suplica ao Pai que os guarde espiritualmente íntegros, livres do poder do maligno”. A perseverança dos crentes está fundamentada na graça sustentadora de Deus, que os fortalece diante das lutas (2Co 4.8-10; 2Ts 3.3; 1Pd 5.10). A “segurança dos cristãos não está em sua capacidade de resistir, mas na fidelidade de Deus que os guarda até o fim”. Essa intercessão mostra que Jesus não promete uma vida isenta de tribulações, mas assegura a presença divina que fortalece e mantém seus discípulos firmes até o fim (Mt 10.22; Jo 16.33; Rm 8.35-39; Ap 2.10). REFERÊNCIAS

 
CONCLUSÃO
A oração sacerdotal de Jesus em João 17 revela o coração intercessor do Salvador pelos seus discípulos. Ele roga por proteção, santificação, unidade e o serviço da evangelização, pilares fundamentais da vida cristã. Cristo continua intercedendo por nós à direita do Pai (Rm 8.34). Somos chamados a responder a essa intercessão com fidelidade, compromisso e obediência, cumprindo a missão designada pelo Mestre: fazer conhecido o Seu nome e ganhar vidas para o Seu Reino.



  
REFERÊNCIAS
Ø  CABRAL, Elienai. E o Verbo se Fez Carne: Jesus sob o Olhar do Apóstolo do Amor. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Vol. II. Editora Candeia.
Ø  GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø  MAYFIELD, Joseph H et. al. Comentário Bíblico BeaconVol. 7. CPAD.
Ø  PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
Ø  VINE, W. E. UNGER et. al. Dicionário Vine. CPAD.
  
Por Rede Brasil de Comunicação.
 



terça-feira, 10 de junho de 2025

LIÇÃO 11 - A INTERCESSÃO DE JESUS PELOS DISCÍPULOS (V.02)


Vídeo Aula - Pastor Elienai
 




LIÇÃO 11 - A INTERCESSÃO DE JESUS PELOS DISCÍPULOS (V.01)


Vídeo Aula - Pastor Ciro
 




QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2025






Davi –
De Pastor de Ovelhas à Rei de israel. 









Lição 10
Hora da Revisão

A respeito de “Davi: Marido e Pai”, responda:
 
 
1. Qual foi a ocorrência de Davi ao saber da morte de Saul?
Davi não dançou, não convidou, não serviu um banquete, pelo contrário, chorou muito, compôs um cântico de honra e não permitiu que faltassem com o respeito devido à monarca morta.
 
2. Aponte três fatores essenciais ao aprendizado de Davi.
Paciência, aprendizado e serviço. A paciência o fez se desenvolver no tempo certo, o aprendizado que lhe foi permitido adquirir habilidades para superar a missão que assumiria; o serviço deu a prática necessária para desenvolver a excelência.
 
3. Como a Palavra de Deus nos apresenta o Reino de Deus?
Como um reino que já está presente e que não veio de forma alarmante o descrito como justiça, paz e alegria no Espírito Santo também o descrito como um império eterno que jamais passará; e apresenta como eterno com domínio sobre todas as gerações.
 
4. Qual a diferença entre Chronos e Kairós?
Chronos faz referência ao tempo subordinado ao relógio, quantitativo. E o tempo que nos orienta na organização do nosso cronograma diário, mensal, anual e assim por diante Kairós é o “tempo de Deus” e possui uma natureza qualitativa apontando para o momento oportuno de determinado evento/experiência dentro dos propósitos divinos.
 
5. Quais variantes devem ser levadas em conta no tempo Kairós?
A imaturidade e o despreparo, a incredulidade e a desobediência humana.

 

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2025






E o Verbo se Fez Carne-
Jesus sob o Olhar do Apóstolo do Amor.









Lição 10
Revisando o Conteúdo

A respeito de A Promessa do Espírito” responda:          
 
 
1. De acordo com João 14, conforme apresentado na lição, como podemos perceber o registro de alguns ensinos de Jesus? 
O Espírito Santo como Consolador e Regenerador. 
 
2. Dê o conceito da palavra “Consolador” de acordo com a lição. 
Refere-se a alguém chamado para ajudar, encorajar ou interceder por outra pessoa.
 
3. Quais são as duas expressões em João 20.22 que são muito importantes? 
“Assoprou sobre eles” e “Recebei o Espírito Santo”. 
 
4. Que obra extraordinária o Senhor Jesus realizou em Atos 2? 
O Batismo no Espírito Santo. 
 
5. No ato da conversão, o Espírito Santo opera a Regeneração. A partir da obra regeneradora, o salvo precisa de quê? 
Desde que se dá esta obra regeneradora do Espírito, é necessário que os salvos sejam cheios do Espírito e revestidos de poder para testemunho do Evangelho. 

 

LIÇÃO 10 – A PROMESSA DO ESPÍRITO






Jo 14.16-18,26; 16.7,8,13; 20.21,22
 
 

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estaremos estudando sobre a pessoa do Espírito Santo e a promessa de Jesus acerca dEle para os seus discípulos. O Senhor Jesus Cristo chama o Espírito Santo de “Consolador” e “Espírito da verdade” (Jo 15.26). Como Consolador, o Espírito Santo é o nosso parakletos, ou “Advogado” – aquele que se apresenta ao nosso lado para interceder, defender e ajudar. Como Espírito da verdade, o Espírito Santo é único e verdadeiro. Em meio a tantos espíritos de erro, de mentira e de engano que existem neste mundo, o Espírito Santo é o Espírito da verdade (Jo 16.13).
 

I. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
Nos textos bíblicos de Jo 14.16-18,26 e Jo 16.7,8,13 Jesus prometeu nos enviar o Espírito Santo para nos guiar em toda a verdade. O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade (Mt 28.19). Esta definição foi dada pelo próprio Jesus, ao citar o Espírito Santo como uma Pessoa coexistente com o Pai e com o Filho. O Espírito Santo não é uma energia cósmica ou uma força ativa, impessoal, como muitas seitas ensinam. Pelas Escrituras aprendemos que o Espírito Santo é representado como uma Pessoa da Trindade, dotada de inteligência, vontade e emoções que somente uma pessoa pode ter e sentir.
Ao falar sobre o Espírito Santo, Jesus usou pronomes de tratamento que são aplicados apenas a pessoas. Por exemplo, em Jo 16.13, Jesus disse: “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir”. Note que, aqui, Jesus usou pronome de tratamento masculino “ele”. Então, como Pessoa, o Espírito Santo: 

  • Fala (II Sm 23.2; Ap 2.29) e se entristece (Ef 4.30);
  • Alegra-se (At 13.52; Rm 14.17) e possui vontade (I Co 12.11);
  • Guia e ensina (Jo 14.26; Rm 8.14), intercede e geme (Rm 8.26);
  • Chama e envia outras pessoas (At 13.1-4), e tem amor (Rm 15.30;Gl 5.22; Cl 1.8);
  • Possui inteligência e habilidade (Ex 31.2), Ele investiga e revela as coisas (I Co 2.10,11);
  • Ajuda e convence outras pessoas (Rm 8.26; Jo 16.7-11), e Ele tem até ciúme de nós (Tg 4.5); 

O Espírito Santo continua agindo e guiando a Igreja do Senhor na Terra, e convencendo o mundo (as pessoas), do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11). O Espírito Santo é nosso fiel amigo e companheiro. Ele nos ajuda em nossas batalhas espirituais e nos prepara como Noiva de Cristo para o nosso encontro com o Senhor Jesus (Ap 22.17).


II. A PROMESSA DA VINDA DO ESPÍRITO SANTO
Há muitas promessas de Deus no Antigo e no Novo Testamento a respeito da vinda do Espírito Santo, proferidas, por exemplo, pelos profetas Joel, Isaías, Ezequiel e João Batista, e pelo próprio Senhor Jesus Cristo (Jo 7.38-39), que proclamaram durante seus ministérios, um futuro derramamento do Espírito Santo sobre a casa de Israel e sobre toda carne, como um evento que marcaria os últimos dias (Jl 2.28-29; Is 44.3; Ez 39.29; At 1.5; Mt 3.11; Jo 7.37-39).
 
1. A promessa da vinda do Espírito Santo e sua importância
Em vários lugares das Escrituras encontramos passagens que fazem referência ao fato de Deus ter prometido que um dia seu Espírito seria concedido graciosamente aos homens. Um dos textos mais conhecidos foi escrito pelo profeta Joel, cerca de oito séculos antes: “Acontecerá que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias” (Jl 2.28-29). Mais de dois séculos depois, através do profeta Isaías, Deus ratifica essa promessa dizendo: “Porque derramarei água sobre o sedento e rios, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes” (Is 44.3). Se a promessa do derramamento do Espírito Santo não fosse uma experiência tão importante para o povo de Deus, certamente estes grandes homens de Deus não teriam revelado.
 
2. A promessa da vinda do Espírito Santo nas palavras de João Batista
João Batista, considerado oficialmente como o último dos profetas, aparece no deserto da Judeia, e apresenta Jesus aos seus contemporâneos de duas formas: Primeiro, ele apresenta Jesus como “Cordeiro de Deus” que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Depois, como “aquele que batiza com o Espírito Santo e com fogo”: “Eu, em verdade, vos batizo com água, para arrependimento; mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11).


III. A PROMESSA DO PAI SE CUMPRE
Após Jesus ter sido elevado ao céu, e já à direita do Pai, cumpriu-se o que Ele prometeu (At 2.1-13). Naquele dia, o apóstolo Pedro falando à multidão que estava reunida em Jerusalém, disse que o que estava ocorrendo ali era o início do cumprimento das promessas de Deus. Depois ele exorta todos ao arrependimento para também receberem aquela manifestação: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar”. (At 2.38-39). O sábio pregador disse: “Convertei-vos pela minha repreensão; eis que abundantemente derramarei sobre vós o meu Espírito Santo e vos farei saber as minhas palavras” (Pv 1.23).

O Espírito Santo veio quando o dia de Pentecoste se cumpriu (At 2.1). Os discípulos esperaram por Ele (At 1.4), cumprindo a ordem de Jesus (Lc 24.49). Estavam ali reunidos no cenáculo perseverando unânimes em oração (At 1.14), esperando pelo cumprimento da promessa do Pai (Jl 2.28-32). O Espírito Santo veio sobre todos os que esperaram o cumprimento da promessa ali (At 2.4; Jo 7.39). O Espírito Santo veio de repente (At 2.2), como será a volta de Jesus (Mt 25.6). O Espírito Santo veio como um vento impetuoso para vivificar (Ez 37.9), em forma de línguas de fogo (At 2.3). O Espírito Santo veio glorifica a Cristo (Jo 16.14), edificar a Igreja de Cristo (Ef 2.20-22), habitar no homem e fazer dele Seu templo (I Co 6.19), conceder dons espirituais (I Co 12.4), revestir as testemunhas de Cristo (At 1.8) e dar-nos a adoção de filhos (Rm 8.15,16).
 
 
IV. A PROMESSA CONTINUA DE PÉ
Ao contrário do que alguns pregam, o batismo com o Espírito Santo não se limitou ao Dia de Pentecoste. Não encontramos nada nas Escrituras que prove que o falar em línguas seja uma experiência restrita àquele tempo. Ao contrário, a Bíblia diz que o derramar do Espírito Santo é universal e alcançável não só em nossos dias (At 2.39), como será também no futuro Deus derramará do Seu Espírito Santo sobre Israel (Zc 12.10; Ez 39.29). A promessa de Deus descrita em Joel 2.28-29 é para “toda carne’. Para ratificar ainda mais este argumento, Pedro foi claro e incisivo ao dizer: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quanto Deus nosso Senhor chamar” (At 2.39).


CONCLUSÃO
Antes de deixar seus discípulos, cumprindo Sua missão na Terra, o Senhor Jesus disse que enfrentariam tempos difíceis. Entretanto, não os deixou com coração pesado, mas lhes deu preciosas promessas e incentivos, dentre as quais a promessa do Espírito Santo como Consolador (Jo 16.7), como um Mestre (Jo 16.13,14) que nos guia a toda a verdade, que revela coisas futuras, que glorifica a Jesus, e que intercede por nós (Jo 16.26,27). O Espírito Santo opera em nós justiça, paz e alegria (Rm 14.17), derrama amor em nossos corações (Rm 5.5), enche-nos de poder (Rm 15.13), edifica a Igreja (At 9.31), ensina aos crentes (Jo 14.26), habita nos crentes (Jo 14.23; I Co 6.19) e permanece nos crentes (Jo 14.16). 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
Ø  Bergstén, Eurico. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
Ø  Pearlman, Meyer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2006.

Por Rede Brasil de Comunicação.