Jo
19.17,18,28-30; 20.6-10
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, estudaremos alguns fatos importantes que aconteceram nos últimos dias de
vida do Senhor Jesus, bem como a sua morte e ressurreição. Veremos como se deu
a prisão de Jesus; explicaremos sobre o Seu julgamento diante do tribunal
religioso perante o sinédrio e o sumo sacerdote, bem como o seu julgamento
civil, diante de Pilatos e Herodes, e a Sua condenação; elencaremos a sua
crucificação e morte na cruz do calvário; e, finalmente, abordaremos como se
deu a sua ressurreição na manhã do domingo.
I. A PRISÃO DE JESUS
1.
O contexto histórico da prisão de Jesus.
Depois
de proferir o seu último discurso de despedida dos discípulos (Jo 14-16) e de
interceder por eles (Jo 17.1-26) Jesus foi preso no jardim do Getsêmani (Mt
26.36-56; Mc 14.32-50: Lc 22.39-53; Jo 18.1-11). Depois da oração, Jesus levou
seus discípulos para o outro lado do ribeiro de Cedrom (Jo 18.1). O destino era
um jardim que ficava no lado oriental. Mateus e Marcos dão o nome de Getsêmani.
João deixa bem claro que Judas conhecia aquele lugar, pois, muitas vezes Jesus
se ajuntava ali com seus discípulos (Jo 18.2). Judas, então, foi até aquele
lugar com um grupo de soldados armados, para prender a Jesus (Jo 18.3) Jesus,
então, sabendo tudo que estava por vir, adiantou-se e lhes perguntou: “A
quem buscais?” E, quando eles responderam: “A Jesus, o Nazareno” Jesus
lhes respondeu: “Sou eu” eles recuaram e caíram por terra (Jo
18.4-6), o que significa dizer que Jesus poderia ter escapado e fugido. Mas,
havia chegado a sua hora (Jo 18.11). “Notemos os acontecimentos deste texto:
Jesus apresenta-se aos inimigos (Jo 18.5); revela a sua majestade (Jo 18.6);
cuida dos seus (Jo 18.6); repara o erro de Pedro (Jo 18.11); submete-se à
vontade do Pai e entrega-se aos homens malvados”. (McNair, 2006, p. 1202). Ele
estava disposto a ir à cruz, para morrer de forma cruel, como ele já havia
predito (Mt 16.21; 17.22,23; Mc 8.31; 9.31; Lc 9.22; 18.31-33: Jo 10.17,18;
12.23,24, 32,33).
II. O JULGAMENTO E A CONDENAÇÃO DE
JESUS
Após
a sua prisão, Jesus foi submetido a quatro julgamentos, como veremos a seguir:
1.
O Julgamento religioso de Jesus perante Anás e Caifás, o sumo sacerdote (Jo
18.12-14,19-24).
“No texto de João 18.13, Jesus foi levado primeiramente
perante o sumo-sacerdote Anás, muito respeitado pelos sacerdotes, mesmo sendo o
comandante do serviço sacerdotal um homem chamado Caifás. Na realidade, houve
dois julgamentos iniciais. Perante Anás, Jesus foi interrogado sem poder de
decisão (Jo 18.12-14,19-23), e depois o julgamento com os membros do Sinédrio
(Mt 26.57-68). O Sinédrio entendeu que Jesus deveria ser enviado a Pilatos, o
governador da província romana da Judeia. A avaliação de Caifás não foi
registrada por João, mas está registrada em Mateus 26.57-68. Decidiram os
sacerdotes sob a liderança de Caifás e Anás levar Jesus para ser julgado por
Pôncio Pilatos, na casa sede, ou seja, no pretório do comando da cidade de
Jerusalém” (Cabral, 2025, p.140). Perante o sinédrio (que era uma espécie de
tribunal religioso composto por 70 membros que tinham autoridade religiosa para
julgar questões entre os judeus) Jesus foi humilhado, cuspido e esbofeteado (Mt
26.66,67).
2.
O Julgamento civil perante Pilatos (Jo 18.28-38).
Pilatos
não encontrou motivo para acusar Jesus, porque, de fato, Ele não era culpado de
nenhum pecado ou crime. Pilatos queria que os judeus soubessem que aquele
julgamento era uma severa injustiça (Jo 19.4,6). Para não se prejudicar com os
judeus, Pilatos mandou açoitá-lo (Jo 19.1). A seguir, o entregou nas mãos dos
soldados romanos para humilhar Jesus ainda mais. Os soldados, para zombarem
dEle como Rei dos judeus, teceram uma coroa de espinhos pontiagudos e longos
feita com algum galho seco cheio de espinhos [...] Os romanos fincaram a coroa
em Jesus e isso provocou lesões terríveis que encheram a sua cabeça de sangue
(Jo 19.2). Essa foi uma forma de zombar a realeza de Jesus” (Cabral, 2025,
pp.140,141).
3.
O Julgamento civil perante Herodes (Lc 23.27-30) que o devolveu a Pilatos (Jo
19.1,4-16).
Somente
Lucas registrou que Jesus foi enviado por Pilatos a Herodes, que estava em
Jerusalém. Herodes, ao ver a Jesus alegrou-se e desejava ver algum sinal (Lc
23.8). Ele interrogou a Jesus, mas Ele nada lhe respondeu (Lc 23.9). Herodes,
então, escarneceu de Jesus e o enviou a Pilatos, mais uma vez (Lc 23.11).
Pilatos procurava soltar a Jesus, mas, os judeus o ameaçavam dizendo: “Se
soltas este, não és amigo de César! Qualquer que se faz rei é contra César” (Jo
19.12). Então, Pilatos o entregou para que Jesus fosse flagelado e crucificado
(Jo 19.16).
III. A CRUCIFICAÇÃO E MORTE DE JESUS
“A
morte de Jesus tem sido o tema principal de eternidade a eternidade. Desde a
eternidade, antes da fundação do mundo, a morte de Jesus já era o tema central
do céu. Deus, que na sua onisciência previu a queda do homem e as tristes
consequências da mesma, determinou, no seu grande amor, dar seu filho unigênito
como sacrifício pelo pecado do povo (Ap 13.8; Ef 1.4; 3.11; 1Pe 1.19,20)”
(Bergstén, 2006, p. 64).
1.
O local da crucificação.
“O
local da crucificação era a colina chamada Gólgota (calvário), nome que
significa ‘lugar de crânio’ por ser redonda e lisa. Situava-se fora dos limites
da cidade (Hb 13.11-13)” (Pearlman, 2003, p. 204). “Ao chegar ao cume do
Gólgota, deitaram Jesus de costas no chão, esticaram seus braços sobre o
travessão e pregaram os pregos agudos e grandes naquele travessão (Lc 23.33).
Quando levantaram a cruz para firmá-la no chão, os pregos (ou cravos) sobre as
mãos e os pés de Jesus entranhados entre os tendões pareciam rasgar a carne (Jo
20.25). Nos Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), alguns detalhes
foram registrados. No texto de João 19.18, o Gólgota era público e as pessoas
podiam assistir ao drama de horror a que os soldados romanos submetiam as suas
vítimas.” (Cabral, 2025, p. 142).
2.
A morte de Jesus.
“O
nascimento, a morte e a ressurreição de Jesus foram os acontecimentos mais
importantes da história da humanidade: ‘que Cristo morreu pelos nossos pecados,
segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia,
segundo as Escrituras’ (1Co 15.3,4). Tudo isso já estava previsto nas
Escrituras pelos profetas. A morte de Jesus foi expiatória e Deus propôs seu
sangue para expiação dos nossos pecados: ‘Sendo justificados gratuitamente por
sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou
como propiciação, no seu sangue, mediante a fé’ (Rm 3.21,22). Isso significa
que a morte de Jesus foi diferente, pois Ele morreu em nosso lugar, pagando a
nossa dívida para com Deus” (Soares, 2019, p. 86).
3.
O sepultamento de Jesus.
“Um
discípulo discreto chamado José de Arimateia, que procurava não aparecer, mas
reconhecia que Jesus era o Salvador de todos os homens (Jo 19.38), foi a
Pilatos e pediu o corpo de Jesus para ser sepultado. Geralmente, as vítimas de
crucificação eram lançadas numa vala comum para criminosos e não havia
permissão para prantear em público pelos mortos. José de Arimateia era um
membro do Sinédrio (Mc 15.43) e era um homem rico (Mt 27.57). Por ter medo dos
judeus, ele evitava aparecer entre os discípulos, mas foi capaz de superar seu
medo quando tomou coragem para ir a Pilatos pedir o corpo de Jesus para ser
sepultado. O texto indica que o túmulo onde Jesus foi sepultado não era
distante do monte do Calvário, por pertencer a um homem proeminente na cidade”
(Cabral, 2025, pp. 144,145).
IV. A RESSURREIÇÃO DE JESUS
A
ressurreição física e corporal do Senhor Jesus Cristo é o fundamento inabalável
do Evangelho e da nossa fé (1Co 15.13-23). De fato, o Cristianismo não seria
mais do que uma religião, se Cristo não tivesse ressuscitado. Sua morte e
ressurreição O faz diferente de todos os fundadores de religiões; e faz do
cristianismo o elo de ligação entre Deus e o homem. A nossa crença na
ressurreição de Cristo não está baseada apenas na fé, o que já é suficiente,
mas também nas inúmeras evidências. Seria impossível descrever todas, por isso,
citaremos apenas algumas:
1.
O Túmulo vazio.
Todos
os túmulos famosos no mundo são conhecidos pelos corpos que contêm. Mas isto
não acontece com o túmulo de Jesus, pois, ele é o único no mundo famoso pelo
que não contém. Ele estava vazio na primeira manhã da Páscoa e continuou assim.
O túmulo vazio é um lembrete constante da mensagem do anjo às mulheres: “Ele
não está aqui: ressuscitou, como havia dito” (Mt 28.6; Mc 16.6). A
grande transformação que a ressurreição de Jesus causava na vida dos apóstolos
provam que eles verdadeiramente estavam convictos de que Jesus estava vivo. O
desespero e o desânimo que dominava os seguidores de Cristo após a crucificação,
deu agora lugar a uma alegria e ousadia que ninguém podia dominar, pois, por
toda parte, davam testemunho da ressurreição dEle (At 2.24-27; 32,33; 3.15;
4.10,33; 5.30,31).
2.
A Pedra removida.
Poucos
críticos negam que uma grande pedra foi colocada na entrada do túmulo de Jesus,
que o túmulo foi selado, e que uma guarda romana vigiava o local para impedir
que seus discípulos roubassem o corpo (Mt 27.64-66). Nenhum deles parece negar
que a pedra foi removida, abrindo o túmulo, naquela manhã de Páscoa. A grande
pergunta é: quem removeu a pedra? A Bíblia tem a resposta: “E eis que
houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se,
removeu a pedra e assentou-se sobre ela” (Mt 28.2). Tanto o túmulo
vazio como a pedra removida são evidências que provam a Sua ressurreição.
3.
As testemunhas oculares do Cristo ressurreto.
Por
mais importantes que a pedra removida e o túmulo vazio sejam para provar a
ressurreição, temos evidência ainda maior: as testemunhas oculares: Maria
Madalena (Jo 20.11-18); as mulheres que voltaram do sepulcro (Mt 28.9,10);
Pedro (Lc 24.34;1I Co 15.5); dois discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35;
Mc 16.12,13); os discípulos (Mt 26.32; 28.10; Jo 20.19-24, 26-29; 21. 1-23);
mais de quinhentos irmãos (1Co 15.6); o apóstolo Paulo (At 9.3-6; 1Co 9.1) e
tantos outros.
CONCLUSÃO
Durante
o Seu ministério terreno, Jesus realizou muitas obras e ficou conhecido pelos
seus ensinos e, principalmente, pelos milagres que operou. Porém a obra suprema
que ele consumou foi a de morrer pelos pecados do mundo (Jo 1.29). Porém, de
nada adiantaria se morresse e não ressuscitasse (1Co 15.12-20). Mas, Ele ressuscitou.
Ele está vivo e intercede por cada um de nós! (Rm 4.25; 5.10; 8.34).
REFERÊNCIAS
Ø BERGSTÉN, Eurico. Teologia
Sistemática. CPAD.
Ø CABRAL, Elienai. E o Verbo se
Fez Carne: Jesus Sob o Olhar do Apóstolo do Amor. CPAD.
Ø MCNAIR, S.E. Bíblia de Estudo
Explicada. CPAD.
Ø PEARLMAN, MYER. João: O
Evangelho do Filho de Deus. CPAD.
Ø SOARES, Esequias & Daniele. Teologia
Sistemática em Diálogos. BEREIA.
Ø STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.
Ø TELLES, Marcelo. A Ressurreição
de Cristo: Fato ou Fake. BEREIA.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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