Jo
11.14,15,17-21,23-27
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, estudaremos um dos milagres mais extraordinários operados pelo Senhor
Jesus, descrito apenas no evangelho escrito pelo apóstolo João: a ressurreição
de Lázaro. E, nesta ocasião, estudaremos também a doutrina bíblica da
ressurreição dos mortos. Veremos, então, que a morte é uma realidade comum a
todos os seres humanos; explicaremos como se deu a ressurreição de Lázaro,
irmão de Marta e Maria da aldeia de Betânia; definiremos o termo
“ressurreição”; e, finalmente, citaremos os dois tipos de ressurreição e os
exemplos bíblicos de ressurreição.
I.
A MORTE: UMA REALIDADE COMUM A TODOS
A
morte é a separação da alma e espírito do corpo (Tg 2.26). Ela entrou no mundo
como uma consequência do pecado (Gn 2.16,17; 3.19; Rm 5.12; 6.23). Todos nós
estamos sujeitos a morte física (Hb 9.27), independente de idade ou classe
social, embora que nem todos hão de experimentá-la, como ocorreu com Enoque e
Elias (Gn 5.22-24; Hb 11.5; 2Rs 2.11); e em breve com os salvos, por ocasião do
Arrebatamento (1Co 15.51; 1Ts 4.16,17). Lázaro, irmão de Marta e Maria, embora
fosse amado por Jesus (Jo 11.3b,36), não estava isento a essa fatalidade. “Aqui
temos uma família que tinha uma dedicação genuína e forte a Jesus (Jo 11.2),
que desfrutava de íntima comunhão com Ele (Lc 10.38-42), e que era
especialmente amada por Ele (Jo 11.3-5). Apesar disso, Lázaro experimentou
tristeza, aflição, enfermidade e morte” (Stamps, 1995, p. 1594).
II.
A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO
“De
todos os sinais do ministério de Jesus, o capítulo 11, do livro de João, parece
culminar no tempo de Jesus para a sua morte e a ressurreição que viría pouco
depois daqueles dias. É possível que tenha sido o sinal milagroso mais
dramático dado por Jesus como evidência de que Ele era o Filho de Deus. O
milagre da ressurreição de Lázaro só foi registrado por João. Os evangelhos
sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) não o registraram. Mas a história do
ministério público de Jesus tem o registro de outros milagres de ressurreição
dos mortos, tais como: a filha de Jairo (Mt 9.18-26; Mc 5.21-43; Lc 8.40-56); o
filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17); e, por último, a ressurreição de Lázaro
(Jo 11.32-45)” (Cabral, 2025, p. 83).
1.
Lázaro adoeceu.
Quando
Lázaro adoeceu, suas irmãs mandaram chamar a Jesus (Jo 11.3a), pois elas
acreditavam que Ele era poderoso para curar o seu irmão (Jo 11.21,32). Durante
o ministério do Senhor Jesus aqui na Terra, diversas vezes Ele foi chamado para
curar os enfermos, ou libertar os endemoninhados, como ocorreu com Jairo, que
foi chamar a Jesus para curar a sua filha (Mt 9.18; Mc 5.22,23; Lc 8.41,42); o
centurião romano, que intercedeu pelo seu servo (Mt 8.5,6; Lc 7.1-3); a mulher
cananeia, que intercedeu por sua filha que estava endemoninhada (Mt 15.21,22;
Mc 7.24,25); além de outros.
2.
A promessa de Jesus.
Quando
Jesus soube que o seu amigo Lázaro estava enfermo, disse: “Esta
enfermidade não é para morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de
Deus seja glorificado por ela” (Jo 11.4). Que promessa gloriosa: O
Filho de Deus seria glorificado através daquela enfermidade. Isso ocorreu
também com o cego de nascença, pois quando os discípulos perguntaram: “Rabi,
quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (Jo 9.2). Jesus
respondeu: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se
manifestassem nele as obras de Deus” (Jo 9.3). Isso nos ensina que nem
toda enfermidade é uma consequência direta do pecado e nem toda ela resultará
em morte, mas, para que o Nome do Senhor seja glorificado, quer seja através de
uma cura ou mesmo de uma ressurreição.
3.
A aparente demora de Jesus.
Quando
Jesus soube que Lázaro estava enfermo, não saiu às pressas para curá-lo. Ele
ficou ainda dois dias no lugar onde estava. A aparente demora de Jesus tinha
por objetivo realizar não apenas a cura de uma enfermidade, mas, operar uma
ressurreição. Quando Jesus chegou em Betânia, tanto Marta como Maria disseram: “Se
tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (Jo 11.21,32). Elas
sabiam que Jesus era poderoso para curar toda e qualquer enfermidade. O que
elas não imaginavam, era que Jesus iria ressuscitar o seu amigo Lázaro, mesmo
depois de haver sido sepultado há quatro dias (Jo 11.39). Quantas vezes estamos
como Marta e Maria, pensando que Jesus demorou a chegar ou se atrasou. Mas, Ele
tem um tempo para agir, pois, como disse o sábio Salomão: “Tudo tem o seu
tempo determinado” (Ec 3.1).
4.
A declaração de Jesus.
“No versículo 25, Jesus se declara como a
‘ressurreição e a vida’, e assim podemos notar dois fatos extraordinários. Em
primeiro lugar, Jesus revela seu poder soberano sobre todas as coisas,
inclusive a morte e a vida. Ao declarar-se como sendo a ressurreição, Ele
afirma que é a fonte de vida, tanto física como espiritual. Em segundo
lugar, Jesus faz promessas quando diz: ‘Quem crê em mim, ainda
que esteja morto, viverá’. A quem são feitas essas promessas senão ‘a aquele
que vive e crê em mim’, ou seja, aquele que crê em Jesus recebe vida física e
spiritual” (Cabral, 2025, p. 88). “Para quem crê em Jesus, a morte física não é
um fim trágico. É, pelo contrário, a admissão à vida eterna e abundante, e, a
comunhão com Deus. Significa que
o crente terá um corpo novo, imortal e incorruptível (1Co 15.42-24), que não
poderá morrer, nem deteriorar-se (Rm 8.10; 2Co 4.16)” (Stamps, 1995, p. 1594).
5.
Jesus chorou.
“Neste
pequeno versículo da Bíblia, está revelado o profundo pesar de Deus pelas
tristezas do seu povo. O verbo ‘chorou’ (do grego dakruo), indica que, a
princípio Jesus derramou lágrimas e depois pranteou em silêncio. Que este fato
seja um consolo para todos aqueles que sofrem” (Stamps, 1995, p. 1595). “Tais
lágrimas fazem parte da humanidade de Jesus. Apesar
de ser Filho de Deus, ele sofreu todas as aflições dos homens, embora sem a
prática do pecado. Sua humanidade não era fictícia. Ele participou realmente da
nossa natureza. As lágrimas brotaram de real compaixão. Suas lágrimas também
foram causadas pela tristeza pelos danos causados pelo pecado e pela morte”
(Pearlman, 2006, p. 139).
6. A oração de Jesus.
Depois
de ordenar que tirassem a pedra do sepulcro, Jesus levantou os olhos para o céu
e orou, dizendo: “Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei
que sempre me ouves, mas eu disse isso por causa da multidão que está ao redor,
para que creiam que tu me enviaste” (Jo 1141,42). Esta oração não era
uma petição, e sim, ação de graças pela petição respondida. Jesus na sua
inabalável certeza, já agradece o milagre, como se este já tivesse sido operado
(1Jo 5.14). A oração proferida em público deu aos presentes a oportunidade de
averiguar se Jesus seria um imposto a ser rejeitado ou o Messias a ser aceito e
adorado (v. 45)” (Pearlman, 2006, p. 137).
7. O Milagre da ressurreição operado por Jesus.
De
forma sobrenatural, o espírito e a alma de Lázaro entraram mais uma vez naquele
corpo, que se recompôs, pois já estava em estado de decomposição, e Lázaro
voltou a viver novamente, por um período de tempo não mencionado na Bíblia,
junto a suas irmãs Marta e Maria: “E, tendo dito isto, clamou com grande
voz: Lázaro, sai para fora. E o defunto saiu [...]” (Jo 11.43,44). “O
milagre da ressurreição de Lázaro foi um sinal indicador de que Jesus é a
ressurreição e a vida. Foi uma demonstração daquilo que Deus fará com todos os
crentes que morreram, pois eles, também, ressuscitarão dentre os mortos (Jo
14.3; I Ts 4.13-18)” (Stamps, 1995, p. 1597).
III.
DEFINIÇÃO, TIPOS E EXEMPLOS BÍBLICOS DE RESSURREIÇÃO
1. Definição.
Enquanto
a morte é a separação da alma e espírito do corpo (Tg 2.26), a ressurreição é o
retorno da alma e espírito ao corpo físico. “Do latim ressurectio significa
volta miraculosa à vida. Nas Sagradas Escrituras, a ressurreição pode ser
encarada de duas maneiras distintas. No primeiro caso, a ressurreição funciona
como um milagre, cujo objetivo é glorificar a Deus e levar os pecadores ao
arrependimento (Jo 11.45). No segundo, a ressurreição é geral e marcará o
início do processo que culminará na retribuição eterna (Ap 20.11-15)” (Andrade,
2019, p. 320). Já a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, conceitua a
ressurreição do seguinte modo: “Ressurreição significa levantar dentre os
mortos, voltar a viver no mesmo corpo. A Doutrina da Ressurreição dos mortos é
uma verdade bíblica cristalina, ensinada na Lei de Moisés (Mc 1.12.26); nos
profetas (Is 26.19; Dn 12.2); e com abundância de detalhes no Novo Testamento
(I Ts 4.14; Rm 8.11; Fp 3.20,21; Jo 14.19; 5.28,29; At 24.15)” (Soares [Org.],
2017, pp. 196,197).
2.
Tipos e exemplos bíblicos de ressurreição física.
A
Bíblia menciona dois tipos de ressurreição: temporária e definitiva:
A)
Ressurreição temporária.
Trata-se
dos milagres de ressurreição operados por Deus, tanto no Antigo como no Novo
Testamento, onde algumas pessoas tornaram a viver, mas, depois morreram
novamente, como ocorreu com o filho da viúva de Sarepta, que Deus ressuscitou
por meio do profeta Elias (1Rs 17.21,22); o filho da sunamita, que o Senhor
ressuscitou, através do profeta Eliseu (2Rs 4.32-36); o homem que reviveu
quando tocou nos ossos do profeta Eliseu (2Rs 13.21); a filha de Jairo (Mt
9.24,25); o filho da viúva de Naim (Lc 7.14,15); Lázaro, irmão de Marta e Maria
(Jo 11.43,344) que Jesus ressuscitou; Dorcas, que ressuscitou após a oração de
Pedro (At 9.40,41); e, Êutico, que reviveu, após a oração de Paulo (At
20.9-12). Todas essas pessoas tornaram a morrer posteriormente, e aguardam a
ressurreição definitiva, que ocorrerá no futuro.
B)
Ressurreição definitiva.
É a
restauração à vida em corpo incorruptível, onde a pessoa não estará mais
sujeita à morte física (1Co 15.53,54). De acordo dom a Bíblia Sagrada, existem
dois tipos de ressurreição física definitiva: A primeira ressurreição, dos
justos (Ap 20.5,6); e a segunda ressurreição, dos ímpios (Ap 20.11-15). Acerca
desse tema, o Pr. Ciro Sanches Zibordi, escreve na obra Teologia Sistemática
Pentecostal: “Segundo a Palavra de Deus, as ressurreições de salvos e perdidos
ocorrerão em ocasiões bem diferentes, embora sejam mencionadas juntamente em
algumas passagens (Dn 12.; Jo 5.28,29). O texto de Apocalipse 20.4-6 é
suficientemente claro acerca dessas duas ressurreições, separadas por espaço de
mil anos. Portanto, a ‘segunda ressurreição’ é a da condenação (Jo 5.29b) e
ocorrerá depois do milênio e antes do Juízo final. Os mortos que ‘não reviveram
até que os mil anos se acabaram (Ap 20.5) ressuscitarão para o julgamento do
Trono Branco: ‘E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o
inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as
suas obras’ (Ap 20.13)” (Zibordi, 2008, p. 503).
CONCLUSÃO
Sem
dúvida, a ressurreição de Lázaro é um dos milagres mais extraordinários da
Bíblia. Diferente da filha de Jairo, que Jesus ressuscitou logo após a sua
morte; e do filho da viúva de Naim, que Jesus ressuscitou quando ele estava
sendo levado ao cemitério, Lázaro já havia sido sepultado há quatro dias. Mas,
quando Jesus exclamou, dizendo: “Lázaro, vem para fora” imediatamente ele
reviveu. Semelhantemente, ocorrerá com os salvos que dormem no Senhor, na
ocasião do Arrebatamento.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE, Claudionor Correa. Dicionário
Teológico. CPAD.
Ø CABRAL, Elienai. E o Verbo se
Fez Carne: Jesus Sob o Olhar do Apóstolo do Amor. CPAD.
Ø PEARLMAN, MYER. João: O
Evangelho do Filho de Deus. CPAD.
Ø SOARES, Esequias. Declaração de
Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
Ø STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.
Ø ZIBORDI, Ciro Sanches. Teologia
Sistemática Pentecostal. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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