domingo, 18 de maio de 2025

LIÇÃO 07 – EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA






Jo 11.14,15,17-21,23-27

 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos um dos milagres mais extraordinários operados pelo Senhor Jesus, descrito apenas no evangelho escrito pelo apóstolo João: a ressurreição de Lázaro. E, nesta ocasião, estudaremos também a doutrina bíblica da ressurreição dos mortos. Veremos, então, que a morte é uma realidade comum a todos os seres humanos; explicaremos como se deu a ressurreição de Lázaro, irmão de Marta e Maria da aldeia de Betânia; definiremos o termo “ressurreição”; e, finalmente, citaremos os dois tipos de ressurreição e os exemplos bíblicos de ressurreição. 


I. A MORTE: UMA REALIDADE COMUM A TODOS
A morte é a separação da alma e espírito do corpo (Tg 2.26). Ela entrou no mundo como uma consequência do pecado (Gn 2.16,17; 3.19; Rm 5.12; 6.23). Todos nós estamos sujeitos a morte física (Hb 9.27), independente de idade ou classe social, embora que nem todos hão de experimentá-la, como ocorreu com Enoque e Elias (Gn 5.22-24; Hb 11.5; 2Rs 2.11); e em breve com os salvos, por ocasião do Arrebatamento (1Co 15.51; 1Ts 4.16,17). Lázaro, irmão de Marta e Maria, embora fosse amado por Jesus (Jo 11.3b,36), não estava isento a essa fatalidade. “Aqui temos uma família que tinha uma dedicação genuína e forte a Jesus (Jo 11.2), que desfrutava de íntima comunhão com Ele (Lc 10.38-42), e que era especialmente amada por Ele (Jo 11.3-5). Apesar disso, Lázaro experimentou tristeza, aflição, enfermidade e morte” (Stamps, 1995, p. 1594). 

 
II. A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO
“De todos os sinais do ministério de Jesus, o capítulo 11, do livro de João, parece culminar no tempo de Jesus para a sua morte e a ressurreição que viría pouco depois daqueles dias. É possível que tenha sido o sinal milagroso mais dramático dado por Jesus como evidência de que Ele era o Filho de Deus. O milagre da ressurreição de Lázaro só foi registrado por João. Os evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) não o registraram. Mas a história do ministério público de Jesus tem o registro de outros milagres de ressurreição dos mortos, tais como: a filha de Jairo (Mt 9.18-26; Mc 5.21-43; Lc 8.40-56); o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17); e, por último, a ressurreição de Lázaro (Jo 11.32-45)” (Cabral, 2025, p. 83).
 
1. Lázaro adoeceu.
Quando Lázaro adoeceu, suas irmãs mandaram chamar a Jesus (Jo 11.3a), pois elas acreditavam que Ele era poderoso para curar o seu irmão (Jo 11.21,32). Durante o ministério do Senhor Jesus aqui na Terra, diversas vezes Ele foi chamado para curar os enfermos, ou libertar os endemoninhados, como ocorreu com Jairo, que foi chamar a Jesus para curar a sua filha (Mt 9.18; Mc 5.22,23; Lc 8.41,42); o centurião romano, que intercedeu pelo seu servo (Mt 8.5,6; Lc 7.1-3); a mulher cananeia, que intercedeu por sua filha que estava endemoninhada (Mt 15.21,22; Mc 7.24,25); além de outros.
 
2. A promessa de Jesus.
Quando Jesus soube que o seu amigo Lázaro estava enfermo, disse: “Esta enfermidade não é para morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela” (Jo 11.4). Que promessa gloriosa: O Filho de Deus seria glorificado através daquela enfermidade. Isso ocorreu também com o cego de nascença, pois quando os discípulos perguntaram: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (Jo 9.2). Jesus respondeu: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestassem nele as obras de Deus” (Jo 9.3). Isso nos ensina que nem toda enfermidade é uma consequência direta do pecado e nem toda ela resultará em morte, mas, para que o Nome do Senhor seja glorificado, quer seja através de uma cura ou mesmo de uma ressurreição.
 
3. A aparente demora de Jesus.
Quando Jesus soube que Lázaro estava enfermo, não saiu às pressas para curá-lo. Ele ficou ainda dois dias no lugar onde estava. A aparente demora de Jesus tinha por objetivo realizar não apenas a cura de uma enfermidade, mas, operar uma ressurreição. Quando Jesus chegou em Betânia, tanto Marta como Maria disseram: “Se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (Jo 11.21,32). Elas sabiam que Jesus era poderoso para curar toda e qualquer enfermidade. O que elas não imaginavam, era que Jesus iria ressuscitar o seu amigo Lázaro, mesmo depois de haver sido sepultado há quatro dias (Jo 11.39). Quantas vezes estamos como Marta e Maria, pensando que Jesus demorou a chegar ou se atrasou. Mas, Ele tem um tempo para agir, pois, como disse o sábio Salomão: “Tudo tem o seu tempo determinado” (Ec 3.1).
 
4. A declaração de Jesus.
“No versículo 25, Jesus se declara como a ‘ressurreição e a vida’, e assim podemos notar dois fatos extraordinários. Em primeiro lugar, Jesus revela seu poder soberano sobre todas as coisas, inclusive a morte e a vida. Ao declarar-se como sendo a ressurreição, Ele afirma que é a fonte de vida, tanto física como espiritual. Em segundo lugar, Jesus faz promessas quando diz: ‘Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá’. A quem são feitas essas promessas senão ‘a aquele que vive e crê em mim’, ou seja, aquele que crê em Jesus recebe vida física e spiritual” (Cabral, 2025, p. 88). “Para quem crê em Jesus, a morte física não é um fim trágico. É, pelo contrário, a admissão à vida eterna e abundante, e, a comunhão com Deus. Significa que o crente terá um corpo novo, imortal e incorruptível (1Co 15.42-24), que não poderá morrer, nem deteriorar-se (Rm 8.10; 2Co 4.16)” (Stamps, 1995, p. 1594).
 
5. Jesus chorou.
“Neste pequeno versículo da Bíblia, está revelado o profundo pesar de Deus pelas tristezas do seu povo. O verbo ‘chorou’ (do grego dakruo), indica que, a princípio Jesus derramou lágrimas e depois pranteou em silêncio. Que este fato seja um consolo para todos aqueles que sofrem” (Stamps, 1995, p. 1595). “Tais lágrimas fazem parte da humanidade de Jesus. Apesar de ser Filho de Deus, ele sofreu todas as aflições dos homens, embora sem a prática do pecado. Sua humanidade não era fictícia. Ele participou realmente da nossa natureza. As lágrimas brotaram de real compaixão. Suas lágrimas também foram causadas pela tristeza pelos danos causados pelo pecado e pela morte” (Pearlman, 2006, p. 139).
 
6. A oração de Jesus.
Depois de ordenar que tirassem a pedra do sepulcro, Jesus levantou os olhos para o céu e orou, dizendo: “Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isso por causa da multidão que está ao redor, para que creiam que tu me enviaste” (Jo 1141,42). Esta oração não era uma petição, e sim, ação de graças pela petição respondida. Jesus na sua inabalável certeza, já agradece o milagre, como se este já tivesse sido operado (1Jo 5.14). A oração proferida em público deu aos presentes a oportunidade de averiguar se Jesus seria um imposto a ser rejeitado ou o Messias a ser aceito e adorado (v. 45)” (Pearlman, 2006, p. 137).
 
7. O Milagre da ressurreição operado por Jesus.
De forma sobrenatural, o espírito e a alma de Lázaro entraram mais uma vez naquele corpo, que se recompôs, pois já estava em estado de decomposição, e Lázaro voltou a viver novamente, por um período de tempo não mencionado na Bíblia, junto a suas irmãs Marta e Maria: “E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora. E o defunto saiu [...]” (Jo 11.43,44). “O milagre da ressurreição de Lázaro foi um sinal indicador de que Jesus é a ressurreição e a vida. Foi uma demonstração daquilo que Deus fará com todos os crentes que morreram, pois eles, também, ressuscitarão dentre os mortos (Jo 14.3; I Ts 4.13-18)” (Stamps, 1995, p. 1597).


III. DEFINIÇÃO, TIPOS E EXEMPLOS BÍBLICOS DE RESSURREIÇÃO
1. Definição.
Enquanto a morte é a separação da alma e espírito do corpo (Tg 2.26), a ressurreição é o retorno da alma e espírito ao corpo físico. “Do latim ressurectio significa volta miraculosa à vida. Nas Sagradas Escrituras, a ressurreição pode ser encarada de duas maneiras distintas. No primeiro caso, a ressurreição funciona como um milagre, cujo objetivo é glorificar a Deus e levar os pecadores ao arrependimento (Jo 11.45). No segundo, a ressurreição é geral e marcará o início do processo que culminará na retribuição eterna (Ap 20.11-15)” (Andrade, 2019, p. 320). Já a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, conceitua a ressurreição do seguinte modo: “Ressurreição significa levantar dentre os mortos, voltar a viver no mesmo corpo. A Doutrina da Ressurreição dos mortos é uma verdade bíblica cristalina, ensinada na Lei de Moisés (Mc 1.12.26); nos profetas (Is 26.19; Dn 12.2); e com abundância de detalhes no Novo Testamento (I Ts 4.14; Rm 8.11; Fp 3.20,21; Jo 14.19; 5.28,29; At 24.15)” (Soares [Org.], 2017, pp. 196,197).
 
2. Tipos e exemplos bíblicos de ressurreição física.
A Bíblia menciona dois tipos de ressurreição: temporária e definitiva:
 
A) Ressurreição temporária.
Trata-se dos milagres de ressurreição operados por Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento, onde algumas pessoas tornaram a viver, mas, depois morreram novamente, como ocorreu com o filho da viúva de Sarepta, que Deus ressuscitou por meio do profeta Elias (1Rs 17.21,22); o filho da sunamita, que o Senhor ressuscitou, através do profeta Eliseu (2Rs 4.32-36); o homem que reviveu quando tocou nos ossos do profeta Eliseu (2Rs 13.21); a filha de Jairo (Mt 9.24,25); o filho da viúva de Naim (Lc 7.14,15); Lázaro, irmão de Marta e Maria (Jo 11.43,344) que Jesus ressuscitou; Dorcas, que ressuscitou após a oração de Pedro (At 9.40,41); e, Êutico, que reviveu, após a oração de Paulo (At 20.9-12). Todas essas pessoas tornaram a morrer posteriormente, e aguardam a ressurreição definitiva, que ocorrerá no futuro.
 
B) Ressurreição definitiva.
É a restauração à vida em corpo incorruptível, onde a pessoa não estará mais sujeita à morte física (1Co 15.53,54). De acordo dom a Bíblia Sagrada, existem dois tipos de ressurreição física definitiva: A primeira ressurreição, dos justos (Ap 20.5,6); e a segunda ressurreição, dos ímpios (Ap 20.11-15). Acerca desse tema, o Pr. Ciro Sanches Zibordi, escreve na obra Teologia Sistemática Pentecostal: “Segundo a Palavra de Deus, as ressurreições de salvos e perdidos ocorrerão em ocasiões bem diferentes, embora sejam mencionadas juntamente em algumas passagens (Dn 12.; Jo 5.28,29). O texto de Apocalipse 20.4-6 é suficientemente claro acerca dessas duas ressurreições, separadas por espaço de mil anos. Portanto, a ‘segunda ressurreição’ é a da condenação (Jo 5.29b) e ocorrerá depois do milênio e antes do Juízo final. Os mortos que ‘não reviveram até que os mil anos se acabaram (Ap 20.5) ressuscitarão para o julgamento do Trono Branco: ‘E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras’ (Ap 20.13)” (Zibordi, 2008, p. 503).
 

CONCLUSÃO
Sem dúvida, a ressurreição de Lázaro é um dos milagres mais extraordinários da Bíblia. Diferente da filha de Jairo, que Jesus ressuscitou logo após a sua morte; e do filho da viúva de Naim, que Jesus ressuscitou quando ele estava sendo levado ao cemitério, Lázaro já havia sido sepultado há quatro dias. Mas, quando Jesus exclamou, dizendo: “Lázaro, vem para fora” imediatamente ele reviveu. Semelhantemente, ocorrerá com os salvos que dormem no Senhor, na ocasião do Arrebatamento. 
 



REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor Correa. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  CABRAL, Elienai. E o Verbo se Fez Carne: Jesus Sob o Olhar do Apóstolo do Amor. CPAD.
Ø  PEARLMAN, MYER. João: O Evangelho do Filho de Deus. CPAD.
Ø  SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  ZIBORDI, Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
   
 
Por Rede Brasil de Comunicação.





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