sábado, 12 de outubro de 2024

LIÇÃO 02 – AS PROMESSAS DE DEUS PARA ISRAEL

 




 Gn 12.1-3; Rm 9.1-5 


INTRODUÇÃO
A nação de Israel - povo descendente de Abraão, Isaque e Jacó, outrora denominados de hebreus, e hoje de povo judeu - foi escolhida por Deus para a execução dos Seus eternos propósitos. Foi através dessa nação que Deus nos deu a Bíblia e, também, enviou o Seu Filho Jesus para vir ao mundo, para morrer pelos nossos pecados (Gn 12.3; Mt 1.1). Por essa razão, diversas promessas estão descritas na Bíblia Sagrada acerca desse povo e dessa nação. Algumas delas já se cumpriram no passado; outras, estão se cumprindo em nossos dias; e, muitas outras terão o seu cumprimento no futuro. Nesta lição veremos quem é Israel; pontuaremos quais as promessas de Deus para essa nação; e, finalmente, analisaremos sobre os ensinos de Paulo sobre Israel na Epístola aos Romanos.


I. QUEM É ISRAEL E O PROPÓSITO DO SEU CHAMADO?
“Povo escolhido por Deus, no Antigo Testamento, para atuar profética, sacerdotal e governativamente com a finalidade precípua, urgente e irrevogável de administrar aos demais povos: 1) O conhecimento do Único e Verdadeiro Deus; 2) A teologia messiânica preconizando a encarnação, paixão vicária e ressurreição do filho de Deus; 3) Propagar, a partir de Jerusalém, as noções evangélicas do Plano Redentivo para a humanidade; e, 4) A vinda do Reino de Deus, convergindo a Cristo a obediência de todos os povos, pois em Abraão todas as famílias da Terra foram abençoadas” (Andrade, 2019, p. 235).
 
 
II. AS PROMESSAS DE DEUS PARA ISRAEL
Destacaremos três grupos de promessas feitas a Israel: as que já se cumpriram no passado; as que estão se cumprindo no presente e por fim, as que terão seu cumprimento no futuro.
 
1. Promessa que já se cumpriram no passado:
A) A promessa da libertação da escravidão no Egito.
Deus havia falado a Abraão, que o seu povo seria escravizado por quatrocentos anos, mas, depois sairiam com grande fazenda (Gn 15.13,14). Esta promessa cumpriu-se na íntegra, pois, quando o povo hebreu foi liberto da escravidão, eles despojaram o Egito (Êx 12.34-36). José, ciente dessa promessa, próximo à sua morte, pediu aos seus irmãos que, quando Deus visitasse o Seu povo e os tirasse do Egito, levassem os seus ossos para ser sepultado em Canaã (Gn 50.24,25). E, antes da partida do povo hebreu para a Terra de Canaã, Moisés levou consigo os ossos de José (Êx 13.19), que foram enterrados em Siquem (Js 24.32).
 
B) A promessa da conquista de Canaã.
O Senhor prometeu que daria a descendência de Abraão, a Terra de Canaã (Gn 12.7; 13.15,17; 15.7,18; 17.8; 26.3; 35.12). Após os quarenta anos de peregrinação no deserto (Êx 16.35; Nm 14.33,34; 32.13; Dt 2.7; 8.2), sob a liderança de Josué, os hebreus conquistaram a Terra de Canaã, como o Senhor lhes havia dito, e depois, a terra foi dividida para as doze tribos de Israel. “Desta sorte, eu o Senhor a Israel toda a terra que jurara dar a seus pais; e a possuíram e habitaram nela. Palavra alguma falhou de todas as boas palavras que o senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu.” (Js 21.43,45).
 
C) A promessa do retorno do cativeiro babilônico.
Por causa da rebelião do povo judeu, Deus permitiu que Nabucodonosor invadisse Jerusalém e levasse o povo judeu para a Babilônia (2Cr 36.15-21; Dn 1.1,2). Porém, o Senhor prometeu que o período do cativeiro seria de setenta anos (Jr 25.11,12) e que o povo judeu retornaria à sua terra (Jr 24.6; 29.10,14; 30.3,18; 32.44; 33.11). Nos dias de Ciro, o rei da Pérsia, Deus cumpriu com a sua promessa e fez com que o povo retornasse a terra de Canaã (Ed 1.1-11). Eles retornaram em três levas: 1) Com Zorobabel, para restaurar o templo (Ed 2.1-70); 2) Com Esdras, para restaurar o culto (Ed 8.1-14); e 3) com Neemias, para restaurar os muros de Jerusalém (Ne 2.9).
 
2. Promessa que estão se cumprindo no presente:
A) A promessa de proteção e livramento.
Diversas vezes o Senhor prometeu livrar o seu povo, Israel (Is 41.8-14; 43.1,5; 44.2; Jr 30.10; 46.27,28). A Bíblia registra diversas ocasiões em que Deus pelejou pelo seu povo, como ocorreu nos dias de Moisés (Êx 14.14-31; 17.8-16); de Samuel (1Sm 7.7-11); do rei Josafá (2Cr 20.1-37); do rei Ezequias (Is 36.1-37.38); além de outros. Apesar do esforço de diversas nações e grupos terroristas para destruir Israel, a Bíblia revela claramente que esta nação não pode ser destruída (Jr 31.35-37). Sem dúvida, a mão de Deus está estendida sobre este povo e sobre esta nação!
 
B) A promessa de ser abençoado quem a abençoar e ser amaldiçoado quem a amaldiçoar.
“Não se pode negar a influência de Israel no destino dos povos. A promessa feita por Deus a Abraão em Gênesis 12.3: ‘abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem’ tem sido rigorosa e admiravelmente cumprida através dos séculos, até os nossos dias. As nações que apoiam e protegem os israelitas são prósperas e abençoadas, ao passo que as que perseguem são sempre castigadas: ou desaparecem, ou estagnam, ou são humilhadas, e, invariavelmente, perdem a bênção divina” (Almeida, 2011, p, 13).
 
3. Promessa que terão seu cumprimento no futuro:
A) A promessa de ser a capital do mundo, no reino milenial.
Durante o reino milenial de Cristo aqui na Terra Jerusalém será a capital do mundo (Jr 23.5-8; Ap 20.1-6). Acerca dessa promessa, profetizou Isaías: “E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor” (Is 2.3). Israel, que outrora foi o berço do cristianismo e do pentecostalismo (Mt 16.18; At 2.1-4), será no futuro a capital religiosa do mundo, onde todas as nações irão até Jerusalém, para receber a lei e a palavra do Senhor.
 
B) A promessa do retorno do povo judeu à sua pátria.
Por causa das dispersões que ocorreram no decorrer da História, com o povo de Israel, muitos judeus encontram-se espalhados pelas nações. Mas, no reino milenial, o Senhor trará de volta o seu povo, como ele mesmo prometeu (Jr 31.8-10; Ez 39.25-28). O profeta Isaías prenunciou: “Porque há de acontecer, naquele dia, que o Senhor tornará a estender a mão para adquirir outra vez os resíduos do seu povo que retarem da Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia, e de Elão, e de Sinar, e de Hamate, e das ilhas do mar. E levantará um pendão entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da Terra” (Is 11.11,12).
 
 
III. OS ENSINOS PAULINOS SOBRE ISRAEL NA EPÍSTOLA AOS ROMANOS
Nos capítulos 9-11 de Romanos, o apóstolo Paulo escreve acerca de três temas que envolve a nação de Israel e do povo judeu: sua eleição no passado (Rm 9.6-29); sua rejeição ao evangelho (Rm 9.30-10.21); e sua salvação futura (Rm 11.1-32). Vejamos:
 
1. A incredulidade de Israel (Rm 9.1-33).
Paulo revela a sua do e tristeza por causa da incredulidade do povo judeu (Rm 9.2). Apesar de ser um povo tão privilegiado, pois receberam adoção de filhos, a Lei, o culto, as promessas e diversas outras bênçãos (Rm 9.3,4), mas, não receberam a Jesus como o seu Messias (Jo 1.11; At 13.46; 14.2). Paulo deixa bem claro que o fato de ser judeu, não garante a salvação de ninguém. Por isso, ele orava pela salvação de Israel: “Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.” (Rm 10.1).
 
2. A rejeição da justiça de Deus (Rm 10.1-21).
O apóstolo Paulo ensina ainda que, por causa da incredulidade dos judeus, eles abandonaram a justiça de Deus, ou seja, Cristo (Rm 10.4); e, procuraram estabelecer a sua própria justiça, através das obras da Lei (Rm 10.2,3). Paulo deixa bem claro que a salvação não é proveniente das obras da lei, e sim, da fé em Cristo (Rm 10.9-13; Gl 2.16; 3.11). A oportunidade de salvação está perante a nação de Israel, se ela largar a incredulidade (Rm 11.23), pois a salvação, tanto de judeus como de gentios é pela fé em Cristo (Rm 1.16; Jo 3.16; At 16.31).
 
3. O futuro de Israel (Rm 11.1-32).
Neste capítulo onze, o apóstolo deixa bem claro que Deus não rejeitou a Israel (Rm 10.1,2). Apesar da incredulidade do povo judeu e da rejeição à justiça divina, há uma promessa de uma restauração futura de Israel. Tal restauração terá lugar ao findar-se a Grande Tribulação, na iminência da volta pessoal de Cristo: “E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o libertador, e desviará de Jacó as impiedades.” (Rm 11.26), como foi profetizado pelo profeta Zacarias (Zc 12.10).
 
 
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, muitas promessas de Deus para Israel já se cumpriram no passado; outras estão se cumprindo em nossos dias; e, outras, terão o seu cumprimento em um futuro próximo. E, apesar da incredulidade do povo judeu e de sua rejeição à justiça divina, haverá um remanescente judeu que será salvo, na ocasião da Segunda Fase da Segunda Vinda de Jesus, quando ele vier em Glória, para reinar sobre todas as nações da Terra.
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  ALMEIDA, Abraão de. Manual da Profecia Bíblica. CPAD.
Ø  ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário de Profecia Bíblica. CPAD.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. As Promessas de Deus: Confie e Viva as Bênçãos do Senhor. CPAD.
Ø  SOARES, Saulo. Israel e a Igreja: Ontem, Hoje e Amanhã. BEREIA.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.   


Por Rede Brasil de Comunicação.




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