segunda-feira, 29 de setembro de 2025

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2025






A Liberdade em Cristo –
Vivendo o Verdadeiro Evangelho
conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. 









Lição 13
Hora da Revisão

A respeito de “As Marcas de Cristo”, responda:
 

1. O que Paulo fala na parte final de sua Carta?
Na parte final de sua Carta, Paulo fala sobre a constância no fazer o bem.

2. Segundo a lição, a qual grupo de pessoas a nossa fé deve ser direcionada?
A nossa fé deve ser prática e direcionada às pessoas que nos cercam, mas de forma específica. Paulo menciona um grupo de pessoas: os domésticos da fé.

3. O que os que desejavam a circuncisão queriam demonstrar?
O apóstolo mostra que os que desejavam se circuncidar queriam demonstrar uma aparência de que andavam no Espírito.

4. A circuncisão é um pré-requisito para a salvação?
A circuncisão nunca foi nem nunca será um pré-requisito ou pós-requisito para a salvação.

5. O que a expressão “as marcas de Cristo” remonta?
Essa expressão remonta aos sofrimentos e adversidades enfrentados por amor a Jesus ao longo do seu ministério.



QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2025






A Igreja em Jerusalém -
Doutrina, Comunhão e Fé: a Base para
o Crescimento da Igreja em meio às Perseguições.









Lição 13
Revisando o Conteúdo

A respeito de Assembleia de Jerusalém” responda:          

 
1. Como a questão doutrinária da salvação dos gentios se tornou objeto de discussão do Concilio de Jerusalém?
Começou quando Paulo e Barnabé apresentaram à Igreja de Antioquia um relatório sobre a primeira viagem missionária.

2. O que Lucas mostra a respeito de um grupo de judaizantes?
Lucas mostra que esse grupo, formado por fariseus convertidos, insistia que os gentios só poderiam ser salvos se guardassem a Lei, especialmente a circuncisão, promovendo confusão e divisão na Igreja.
 
3. O que Pedro evoca como prova da aceitação dos gentios por Deus?
Pedro evoca a experiência pentecostal gentílica como prova da aceitação deles por Deus (At 15.8).
 
4. A que o apóstolo Tiago recorre para fundamentar a defesa da aceitação dos gentios na Igreja?
Tiago recorre às profecias para fundamentar sua defesa da aceitação dos gentios na Igreja. Para Tiago, a inclusão dos gentios na igreja estava predita nos profetas (At 15.15).
 
5. Qual foi o parecer da Assembleia de Jerusalém?
O parecer da Assembleia foi de que os gentios deveriam se abster “das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da fornicação” (At 15.29). 
 


sábado, 27 de setembro de 2025

LIÇÃO 13 – A ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM






At 15.22-32
 


INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos um dos momentos mais importantes da história da Igreja Primitiva: o Concílio de Jerusalém. Esse encontro representou um marco na definição da identidade cristã, pois tratou de uma questão crucial: a inclusão dos gentios no povo de Deus sem a necessidade de se submeterem às práticas da lei mosaica. Primeiramente, veremos o contexto histórico que levou à convocação do Concílio, destacando o crescimento da Igreja entre os gentios e as tensões surgidas com os cristãos judaizantes. Em seguida, analisaremos a estrutura da reunião, observando o papel de figuras como Pedro, Paulo, Barnabé e Tiago, e a maneira como o Espírito Santo guiou a decisão dos apóstolos e presbíteros. Depois, abordaremos as resoluções e consequências deliberadas pelo Concílio, que trouxeram clareza à doutrina da salvação pela graça, sem a imposição das obras da lei. Por fim, refletiremos sobre os efeitos desse Concílio na vida da Igreja Primitiva, mostrando como sua decisão fortaleceu a unidade dos crentes, impulsionou a obra missionária e serviu de modelo para posteriores decisões conciliares.
 
 
I. O CONTEXTO DO CONCÍLIO
1. O concílio de Jerusalém.
Há alguns anos os gentios já vinham sendo recebidos na fé em Cristo por meio do batismo. Um exemplo claro ocorreu em Cesareia, quando o centurião Cornélio, temente a Deus, ouviu o evangelho, creu e foi batizado com o Espírito Santo e em águas (At 10.44-48). Alguns irmãos “da circuncisão” (At 11.2) questionaram Pedro, mas após sua explicação reconheceram a inclusão dos gentios no plano da salvação (At 11.4-18). Em seguida, houve um grande movimento em Antioquia da Síria, promovido por discípulos dispersos após a morte de Estêvão. Alguns pregavam apenas aos judeus (At 11.19), mas outros anunciaram também aos gentios, e muitos se converteram pela ação do Senhor (At 11.20-21). A igreja em Jerusalém enviou Barnabé, que, ao constatar a obra de Deus, os exortou a permanecer firmes na fé (At 11.22-23). Logo buscou Saulo em Tarso, e juntos ensinaram em Antioquia por um ano, fortalecendo a igreja, que ainda enviou ajuda aos irmãos da Judeia (At 11.29). No capítulo 13 inicia-se a primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé. Eles pregavam inicialmente nas sinagogas, mas, diante da rejeição dos judeus (At 13.41), voltaram-se prioritariamente aos gentios, que recebiam com alegria a mensagem de Cristo (At 13.42-43). A partir de então, o evangelho foi anunciado tanto a judeus quanto a gentios.


II. O CONCÍLIO E SUA ESTRUTURA
A Bíblia nos diz que “alguns que tinham descido da Judeia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos” (At 15.1). Estes indivíduos, que posteriormente ficaram conhecidos como “judaizantes”, certamente são os mesmos mencionados por Paulo em Gl 2.12-14. A dificuldade de entender a inclusão dos gentios no seio do povo de Deus e no plano da salvação era comum, mesmo entre os judeus desprovidos de preconceito. Os olhos deles, acerca da universalidade da salvação, foram abertos quando presenciaram o derramar do Espírito Santo também sobre os não judeus (At 10.34,35,45-48). Os judaizantes, porém, estabeleciam como pré-requisito para a salvação a prática da circuncisão e demais ordenanças mosaicas entre os gentios conversos. Diziam eles ser “necessário circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés” (At 15.5). Eles persuadiram Barnabé e o próprio Pedro (que já haviam aceitado os gentios), o que gerou acirrada discussão entre Paulo e ambos. Resolveu-se, então, levar o caso aos apóstolos e anciãos que estavam em Jerusalém. É bom frisar que o Apóstolo dos Gentios conseguiu convencer tanto Pedro quanto Barnabé antes mesmo do concílio. Prova disso foi o posicionamento dos dois naquela reunião.
 
1. O Concílio.
Realizou-se em Jerusalém, na Igreja Mãe. Havia um reconhecimento da primazia dela, pois quando não houve consenso, foi para lá que se encaminhou o caso (At 15.2). Vemos ainda o claríssimo reconhecimento da hierarquia ministerial, pois a questão seria levada aos “apóstolos e anciãos (ou presbíteros)”, e não o contrário. E mesmo entre os apóstolos, três se destacaram, a saber: Pedro, Paulo e Tiago, sendo que este último teve a palavra final.
 
2. A palavra de Pedro.
O apóstolo deu importante contribuição, lembrando aos presentes que, há muito, ele havia sido escolhido para também anunciar a salvação aos gentios (At 15.7). Decerto se referia ao episódio ocorrido na casa de Cornélio, cerca de dez anos antes. Pedro defendeu o nivelamento entre judeus e gentios, bem como a salvação pela fé e não pelas obras da lei: “e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o coração pela fé” (At 15.9). Ele também denunciou a incoerência dos judaizantes, que, sendo judeus, viviam como gentios, e queriam que os gentios vivessem como judeus (At 15.10). Depois disso, ele concluiu sua participação (At 15.12).
 
3. A palavra de Paulo e Barnabé.
Eles relataram os grandes sinais e prodígios efetuados por Deus entre os gentios (At 15.12). Estavam se referindo aos detalhes da primeira viagem missionária, narrada por Lucas nos capítulo 13 e 14. Sem dúvida, tais relatos consolidaram ainda mais no coração da multidão presente a verdade inegável: “Deus não faz acepção de pessoas” (At 15.9 cf. Rm 2.11).
 
4. A palavra de Tiago.
Ele teve a palavra final. Interessante que ele resgata parte do discurso de Pedro, chamando-o pelo seu nome hebraico Simão, pois ele estava se dirigindo a judeus. Pelo mesmo fato ele fundamentou a incorporação dos gentios no povo de Deus, fazendo uso do Antigo Testamento (At 15.15-18 cf. Am 9.11,12). Tiago, assim, correlacionou e equiparou a Autoridade Profética à Autoridade Apostólica. A sua presidência no concílio está clara na afirmação “Pelo que julgo...” (At 15.19).


III. AS RESOLUÇÕES E CONSEQUÊNCIAS DO CONCÍLIO
O Apóstolo Tiago deixou bem claro que não se deveria perturbar os gentios que se converteram a Deus (At 15.19). Foram três as conclusões a que se chegaram no concílio, e nenhuma delas dizia respeito à prática da circuncisão, que era um sinal da aliança entre Deus e a nação de Israel. A recomendação conciliar visava não só corrigir um falso entendimento dos judaizantes com relação a salvação, mas reforçar que havia algumas questões na lei que não foram abolidas, pois a graça não anula a lei (Rm 3.30,31), mas a reafirma. Embora, três das quatro exigências se configurassem como leis cerimoniais, entretanto, o Concílio parece dar outro tratamento a esta questão.
 
1. Abstenção da contaminação dos ídolos.
Diz respeito tanto à prática da idolatria quanto ao envolvimento em festas e comidas consagradas aos ídolos, algo que sempre foi repudiado pelo Senhor (1Co 10.21).
 
2. Abstenção da prostituição.
O termo “porneia” aponta para toda e qualquer forma de impureza e perversão sexual, o que representa um pecado grave contra Deus e contra o próprio corpo (1Co 6.18; Gl 5.19).
 
3. Abstenção do que é sufocado e do sangue.
O Apóstolo Tiago nesse texto lembra as quatro reivindicações: a abstinência de sacrifícios aos ídolos (Lv 17.7-9), a “imoralidade” (Lv 18), e a “carne asfixiada e de sangue” (Lv 17.10-12; 13-15), que vigoram de maneira expressa não apenas para Israel, ma também para o “estrangeiro que peregrina entre vós” (Lv 17.8; 18.26). Embora o presente texto para alguns comentaristas seja objeto de polêmica, entretanto, ressaltamos que está claro o nível de igualdade dados as exigências reconhecidas no Concílio, que coloca “imoralidade”, que é uma abstenção básica para a santidade do povo de Deus, em patamar de igualdade com “sacrifícios aos ídolos, carne asfixiada e de sangue”. Não restam dúvidas que as exigências deveriam ser seguidas por todos os gentios, não apenas como o respeito a consciência judaica, fato que relegaria “Imoralidade” a leis cerimoniais, mas como mandamento. Havendo sido definido entre os apóstolos e presbíteros a matéria conciliar, elaborou-se uma carta, que foi enviada aos gentios através de Paulo, Barnabé, e dois outros varões eleitos para tal fim, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, varões distintos entre os irmãos. Está escrito em At 15.23: “E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, Síria e Cilícia, saúde”. Nela, os apóstolos deixaram claro que os judaizantes falaram sem autorização (At 15.24). O conteúdo daquela encomenda aliviava o jugo desnecessário de sobre os gentios (At 15.28,29).


IV. OS EFEITOS DO CONCÍLIO NA IGREJA PRIMITIVA
O Concílio de Jerusalém resolveu a questão da circuncisão e estabeleceu princípios fundamentais para a expansão do evangelho e a unidade da Igreja. Sua decisão abriu o caminho para a inclusão plena dos gentios, revelando o mistério outrora oculto: a Igreja, composta por todas as nações, niveladas pela cruz (Ef 3.3-6). As resoluções mostraram que a salvação é pela graça mediante a fé em Cristo (Ef 2.8-9), preservaram a comunhão, impulsionaram a obra missionária e serviram de modelo para futuros concílios. Assim, o evangelho avançou sem barreiras culturais, cumprindo o propósito divino. Cristo, plenitude dos tempos (Gl 4.4; Hb 10.1), é a pedra angular sobre a qual todos somos edificados (Ef 2.19-20). Notemos:
 
1. Consolidação da unidade da Igreja.
A decisão demonstrou que judeus e gentios pertenciam a um só corpo em Cristo (Ef 2.14-16). O concílio preservou a comunhão fraterna, evitando divisões internas que poderiam comprometer o crescimento da obra.
 
2. Clareza na doutrina da salvação.
Ficou firmado que a salvação é pela graça, mediante a fé, sem necessidade de obras da lei (At 15.11; Ef 2.8-9). Isso fortaleceu a mensagem central do evangelho, distinguindo o cristianismo do judaísmo legalista.
 
3. Impulso à obra missionária.
Ao libertar os gentios do peso da lei mosaica, o concílio abriu caminho para uma expansão mais rápida do evangelho no mundo greco-romano (At 16.4-5). O cristianismo pôde se desenvolver sem barreiras culturais desnecessárias.

4. Referência para futuros concílios.
O Concílio de Jerusalém serviu de modelo para os posteriores encontros da Igreja, mostrando que decisões doutrinárias devem ser tomadas à luz da Escritura e da direção do Espírito Santo (At 15.28).
 
 
CONCLUSÃO
A ordem do Mestre era de se pregar o evangelho até aos confins da terra (At 1.8). Depois de séculos de relativo exclusivismo, os judeus, agora, viam o mistério oculto desde os séculos sendo-lhes revelado, a saber: a Igreja, composta por todas as raças, tribos e nações. Todos estavam nivelados pela cruz do Calvário. As imposições das obras da lei não faziam mais sentido, uma vez que a plenitude dos tempos e a real imagem das coisas já havia chegado, Cristo Jesus (Gl 4.4; Hb 10.1). 




REFERÊNCIAS
Ø  GILBERTO, Antonio. A Prática do Evangelismo Pessoal. CPAD.
Ø  BÍCEGO, Valdir. Manual de Evangelismo. CPAD.
Ø  BOYER, Orlando. Esforça-te para Ganhar Almas. Vida.
Ø  GONÇALVES, José. A Igreja em Jerusalém: Doutrina, Comunhão e Fé. CPAD.
Ø  HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
   
 
Por Rede Brasil de Comunicação.





segunda-feira, 22 de setembro de 2025

LIÇÃO 13 - AS MARCAS DE CRISTO


Vídeo Aula - Pastor Alexandre





LIÇÃO 13 - ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM (V.02)


Vídeo Aula - Pastor José





LIÇÃO 13 - ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM (V.01)


Vídeo Aula - Pastor Ciro





QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2025






A Liberdade em Cristo –
Vivendo o Verdadeiro Evangelho
conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. 









Lição 12
Hora da Revisão

A respeito de “O Que Você Semear, Ceifará”, responda: 
 

1. Segundo a lição, qual a ideia da palavra restaurar no grego?
A palavra restaurar, no grego, é katartizo, que trazia a ideia de colocar no lugar um osso que havia saído do lugar.
 
2. Onde começa a restauração de um irmão que pecou e se arrependeu?
A restauração de um irmão que pecou e se arrependeu começa na Casa de Deus, na comunhão dos santos.
 
3. Qual caráter deve ter a disciplina?
É certo que há casos em que a disciplina na igreja deve existir, e ela é necessária, mas deve ter um caráter terapêutico.
 
4. Qual o sinal da vida espiritual apresentado por Paulo aos Gálatas?
Um espírito de mansidão é apresentado por Paulo nesta Carta como um sinal de espiritualidade.
 
5. Qual a ideia da palavra grega para carga?
A palavra carga é a tradução da palavra grega baros, que traz a ideia de um fardo.
 


QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2025






A Igreja em Jerusalém -
Doutrina, Comunhão e Fé: a Base para
o Crescimento da Igreja em meio às Perseguições.









Lição 12
Revisando o Conteúdo

A respeito de O Caráter Missionário da Igreja de Jerusalém” responda:          


1. Qual era o foco dos cristãos que foram dispersados?
Anunciar o Senhor Jesus em qualquer tempo, lugar e circunstância.
 
2. Como era a cidade de Antioquia?
Antioquia era uma cidade cosmopolita, capital da Síria e uma das três mais importantes do Império Romano, com forte influência helênica.
 
3. Como os primeiros cristãos contextualizavam a mensagem do Evangelho para os gentios?
Eles não usavam o Antigo Testamento para provar que Jesus era o Messias prometido, nem mencionavam costumes judaicos, mas enfatizavam que Jesus era o Senhor.
 
4. O que o episódio de Atos 11.22,23,24,26 mostra?
Esse episódio nos mostra que não basta ganhar almas, é preciso ensiná-las; sem o ensino a igreja não cresce em graça e conhecimento.
 
5. Qual é o sentido do termo “cristão”?
O termo “cristão” tem o sentido de “pessoa de Cristo” e se refere à identidade daqueles que seguem, creem e vivem de acordo com os ensinamentos de Jesus.


 

domingo, 21 de setembro de 2025

LIÇÃO 12 – O CARÁTER MISSIONÁRIO DA IGREJA DE JERUSALÉM






At 11.19-30
 


INTRODUÇÃO
Nesta lição iremos aprender sobre missão, a obra de expansão na proclamação do evangelho; apontaremos a realização da missão local e transcultural no livro de Atos; ressaltaremos sobre a atuação da Igreja em Jerusalém no envio e apoio ao trabalho missionário em Antioquia. 


I. MISSÃO: A EXPANSÃO DO EVANGELHO
De acordo com Gonçalves (2025, p. 135), o capítulo 11 de Atos “trata de um assunto importantíssimo para a história do cristianismo: o início da missão transcultural da Igreja. Até esse ponto do livro de Atos, o evangelho estava circunscrito a Jerusalém e as suas adjacências. Nesse ponto da missão da Igreja, os “confins” da terra começam a ser alcançados. Dizendo isso de outra forma, a igreja dá início à sua missão transcultural”.
 
1. Missão: uma vocação da Igreja.
De acordo com o dicionário online de Houaiss, “missão” é a incumbência que alguém deve executar a pedido ou por ordem de outrem; encargo; comissão ou conjunto de pessoas a quem se confere uma tarefa, frequentemente em outro local ou país; trabalho dos missionários. Segundo Wycliffe (2007, p. 1356), em relação a missão da Igreja, “Isaías profetizou que Deus encarregaria o Messias de ser a luz para as nações, a fim de que sua salvação pudesse alcançar até os confins da terra (Is 49.6; 42.1-6). Quando o Senhor Jesus veio, afirmou claramente: “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor” (Jo 10.16). Ele ensinou aos discípulos que o evangelho deveria ser pregado ao mundo todo como testemunho a todas as nações e a todas as gentes”.
 
2. A Grande Comissão.
Do latim “comissionem” [encargo], a Grande Comissão é a incumbência de se evangelizar o mundo que o Senhor Jesus Cristo entregou aos seus discípulos. A Grande Comissão envolve um tríplice encargo: evangelizar, discipular e batizar (Andrade, 2000, p. 85). Segundo Geisler (2010, p. 64), “É possível a alguém conhecer sobre o céu pela observação da revelação geral, mas ele não pode saber como se chega até este céu, pois “em nenhum outro [além de Cristo] há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12). Para serem salvas, as pessoas precisam confessar que “Jesus é o Senhor” e crer no seu coração que “Deus o ressuscitou dos mortos” (Jo 17.3; Rm 10.9). Só que elas não podem clamar por alguém de quem nunca ouviram falar, e “como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10.14). Dessa forma, a pregação do evangelho para o mundo todo é a Grande Comissão do cristão (Mt 28.18-20)”.
 
3. A perseguição como instrumento missionário.
A perseguição em Jerusalém após o martírio de Estêvão (At 6.8-14; 7.58-60) não silenciou os cristãos, pelo contrário, os espalhou, levando o evangelho a outros lugares: “Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra(At 8.4). E assim o fizeram, levando a Palavra de Deus a novos territórios (At 8.1; At 11.19). Henry (2008, p. 81 – acréscimo nosso) diz que “eles, lembrando-se da regra de nosso Mestre quando, pois, vos perseguirem, nesta cidade, fugi para outra” (Mt 10.23), se dispersaram por comum acordo pelas terras da Judéia e da Samaria... [eles] entenderam que essa grande perseguição era indicação da providência para que eles se espalhassem. Eles fizeram um trabalho muito bom em Jerusalém, e agora estava na hora de pensar nas necessidades de outros lugares. O Mestre lhes dissera que seriam suas testemunhas primeiramente em Jerusalém, e depois em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra (At 1.8)”. Assim, a Igreja aprende que as adversidades podem servir para o cumprimento da missão (Rm 8.28).
 

II. A MISSÃO LOCAL E TRANSCULTURAL
A missão da proclamação do Evangelho foi ordenada pelo Senhor Jesus, conforme Marcos 16.15: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. Os discípulos assim o fizeram, seguindo a orientação do Mestre de serem “testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra(At 1.8). Aqui aponta para a missão, tanto no seu aspecto local, mas também transcultural. Vejamos:

1. Missão local.
De acordo com Beacon (2006, p. 208), Atos 1.8 indica as três principais divisões do livro de Atos: 1) O testemunho em Jerusalém (caps. 1-7); 2) O testemunho em toda a Judéia e Samaria (caps. 8 -12); e por fim, 3) O testemunho no mundo gentio (caps. 12-28). Assim, a Igreja seguiu a sua missão, dada pelo próprio Senhor, iniciando a proclamação do Evangelho de forma local, em Jerusalém (At 2.14; At 2.22; At 3.12; At 3.19; At 4.2; At 5.28; At 5.42; At 6.7; At 7.2). Semelhantemente, os capítulos 8 a 12 descrevem a expansão dos testemunhos por toda a Judéia e Samaria (At 8.1; At 8.4,5; At 8.14,15; At 9.31). No capítulo 8, Filipe vai em direção ao Norte, até Samaria, e então para o Sul, em direção a Gaza (o Sul da Judéia). No capítulo 9, Saulo é convertido e Pedro evangeliza Lida e Jope (a oeste da Judéia, perto do Mediterrâneo). No capítulo 10, Pedro tem uma visão em Jope e ministra em Cesaréia — ambas na costa do mar Mediterrâneo (Cesaréia era a capital romana da Judéia). No capítulo 11, Pedro se apresenta em Jerusalém e uma igreja é fundada em Antioquia, na Síria (fora da Judéia e Samaria). 

2. Missão transcultural.
Atos 11.19,20 diz que: “os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus. 20E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. “Os cristãos dispersos viajaram para o norte até a Fenícia (as cidades de Tiro e Sidom), o Líbano moderno, na costa norte da Palestina, Chipre — a maior ilha da extremidade leste do mar Mediterrâneo — e Antioquia. Esta cidade, fundada em 300 a.C., tinha se tornado a terceira maior cidade do Império Romano, superada apenas por Roma e Alexandria” (Beacon, 2006, p. 289). De acordo com Gonçalves (2025, p. 140) “praticamente todas as denominações do cristianismo histórico e do movimento pentecostal lançaram-se na missão transcultural”. 

 
III. JERUSALÉM: UMA IGREJA QUE ENVIA E APOIA OS MISSIONÁRIOS
1. O envio de Barnabé a Antioquia.
Antioquia teve uma grande relevância no início da missão transcultural, ao ponto de que um “grande número creu e se converteu ao Senhor. E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia(At 11.21,22). De acordo com Beacon (2006, p. 289), “a fama do que estava acontecendo em Antioquia chegou aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém. Preocupados quanto a esta evangelização dos gentios estar de acordo com a ordem divina, os líderes enviaram Barnabé até Antioquia. Isto pode implicar que ele verificaria o trabalho na Fenícia no seu caminho para o Norte”. “Barnabé ficou maravilhosamente satisfeito quando chegou e viu que o evangelho ganhava terreno, e que alguns dos seus compatriotas, homens de Chipre (de cujo pais ele era - At 4.36), foram os instrumentos para isso” (Henry, 2008, p. 120).
 
2. Cooperação ministerial: a busca por Paulo.
Havia, a partir de então, na nova igreja em Antioquia, a necessidade de acompanhamento pastoral e missionário, principalmente, para o ensino da Palavra. Diante disso, Wiersbe (2008, p. 333) aponta que “Barnabé, cheio do Espírito, sabia que Deus comissionara Paulo para pregar o evangelho para os gentios (At 9:15,27)”. Segundo Henry (2006, p. 121), esta atitude mostra que Barnabé era o tipo do homem que: 1) Se empenhou muito para tirar da obscuridade um homem útil e ativo; e, 2) Trouxe Saulo a Antioquia, o qual, sendo o principal portador da palavra (At 14.12) e provavelmente pregador mais popular, teria a probabilidade de ofuscá-lo, excedendo-o em brilho. Aqui aprendemos que, se Deus, por sua graça, nos inclina a fazer algo, de acordo com a habilidade que temos, devemos nos alegrar se outros que tenham uma capacidade maior, também tenham oportunidades maiores e façam melhor do que podemos fazer.
 
3. A formação de uma base missionária em Antioquia.
“A obra de implantar igrejas precisa não apenas da presença dos missionários implantadores, mas também do suporte que lhes é dado. Sem apoio ao trabalho missionário, este está fadado ao fracasso. Esse fato era de conhecimento da igreja de Jerusalém” (Gonçalves, 2025, p. 146). Todo o apoio foi dado a Igreja em Antioquia, de forma que Paulo e Barnabé desenvolveram um importante trabalho de ensino naquela Igreja: “E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia. E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente(At 11.25,26). A Igreja em Antioquia, influenciada pela sua origem, logo também envia missionários (At 13.1-3). Uma igreja bíblica têm missões em seu coração! “Esse foi o modelo em Antioquia e deve ser, portanto, o modelo hoje “ (Gonçalves, 2025, p. 147).
 
4. A solidariedade missionária: o sustento aos irmãos necessitados.
A missão não se resume apenas ao envio e proclamação do Evangelho, mas também ao cuidado prático com as necessidades do povo de Deus. Em Atos 11.27-30, vemos que a Igreja em Antioquia, instruída pelos profetas que anunciaram uma grande fome, enviou ajuda financeira aos irmãos da Judéia. Esse gesto demonstra que a obra missionária também envolve a partilha de recursos e o suporte material. Segundo Stott (2003, p. 209), “o cristianismo sempre se caracterizou pela compaixão e pela solidariedade com os necessitados, pois a missão da Igreja é integral, cuidando do corpo e da alma”. Assim, aprendemos que igrejas verdadeiramente missionárias não apenas pregam, mas também repartem, sustentam e demonstram amor prático como testemunho do Evangelho (Tg 2.15,16; 1Jo 3.17,18).


CONCLUSÃO
O relato de Atos 11.19–30 mostra-nos que a Igreja de Jerusalém (e posteriormente, também a Igreja de Antioquia) possuía um caráter missionário marcado por evangelização, envio e discipulado dos novos cristãos. Esse modelo continua sendo a base da missão cristã em todos os tempos. Somos chamados a viver uma fé que ultrapassa fronteiras, sustenta obreiros e forma discípulos.



REFERÊNCIAS
Ø  EARLE, Ralph et. al. Comentário Bíblico Beacon – Vol. 7, CPAD.
Ø  GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø  GONÇALVES, José. A Igreja em Jerusalém. Doutrina, Comunhão e Fé. CPAD.
Ø  HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Matthew Henry – Vol. 6. CPAD.
Ø  PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
Ø  WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Novo Testamento. Geográfica Editora.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.  
 
Por Rede Brasil de Comunicação.




domingo, 14 de setembro de 2025

LIÇÃO 12 - O CARÁTER MISSIONÁRIO DA IGREJA DE JERUSALÉM (V.01)


Vídeo Aula - Pastor Ciro
 




QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2025






A Liberdade em Cristo –
Vivendo o Verdadeiro Evangelho
conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. 









Lição 11
Hora da Revisão

A respeito de “A Carne e o Espírito: A Luta que Existe entre Nós”, responda:
 
 
1. De acordo com a lição “andai em Espírito” é um imperativo ou uma escolha?
O verbo está no imperativo, aqui não é uma recomendação, mas uma ordem. O cristão deve entender que a única opção para que não cumpra os desejos da natureza humana é andando no Espírito.
 
2. Segundo a lição, qual a luta interior diária que enfrentamos?
É a luta interior constante para que sigamos a vontade da nossa carne e não sejamos guiados pelo Espírito. A carne luta contra o Espírito, e esse, contra a carne (Gl 5.17) Não é uma luta visível, pois acontece no nosso íntimo, mas as consequências são.
 
3. O que representa a carne?
A carne representa a nossa natureza que busca satisfação naquilo que desagrada a Deus.
 
4. Relacione o Fruto do Espírito de acordo com Gálatas 5.22.
Amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
 
5. Cite 3 obras da carne segundo Gálatas 5.22.
Prostituição, impureza e lascívia.
 
 


QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2025






A Igreja em Jerusalém -
Doutrina, Comunhão e Fé: a Base para
o Crescimento da Igreja em meio às Perseguições.









Lição 11
Revisando o Conteúdo

A respeito de Uma Igreja Hebreia na Casa de um Estrangeiro” responda:          
 
 
1. De acordo com a lição, qual era o propósito da revelação feita a Cornélio?
A inclusão dos gentios à Igreja do Senhor.
 
2. Para quem Pedro levaria o Evangelho?
Pedro levaria as Boas-Novas do Evangelho a um povo a quem para ele estava excluído do plano salvífico de Deus.
 
3. De acordo com a lição, quais são os principais eixos que podemos perceber na pregação de Pedro na casa de Cornélio?
Deus ama a todos, quer salvar a todos e Cristo é o Senhor de todos.
 
4. Segundo a lição, qual foi um dos fatos mais marcantes da Igreja Primitiva?
O Batismo no Espírito experimentado pelos gentios na casa de Cornélio.
 
5. O que marcou o Pentecostes Gentílico?
Foi marcado pela experiência do Espírito. Em ambos os casos, foi um Pentecostes “visto” e “ouvido”.
 
 


sábado, 13 de setembro de 2025

LIÇÃO 11 – UMA IGREJA HEBREIA NA CASA DE UM ESTRANGEIRO






At 10.1-8, 21-23, 44-48
 
  

INTRODUÇÃO
O livro de Atos é o registro da expansão do evangelho, mostrando que o plano de Deus não se limitava a Jerusalém nem à tradição judaica. Em Atos 10, vemos um marco histórico: a conversão de Cornélio, um centurião romano, estrangeiro aos olhos dos judeus, mas alvo da graça de Deus. Esse episódio nos ensina que a salvação em Cristo não está presa a fronteiras, etnias ou culturas. A casa de Cornélio torna-se, pela presença do evangelho, um lugar de culto, comunhão e transformação, mostrando que a Igreja de Cristo ultrapassa barreiras humanas.
 
 
I. DEUS INCLUIU OS GENTIOS EM SEU PLANO DE SALVAÇÃO
1. Cornélio: Um Gentio Alcançado pela Graça de Deus.
Em Atos 10 encontramos a narrativa da conversão de Cornélio, um episódio marcante na história da Igreja primitiva. Cornélio era centurião da corte chamada italiana, um oficial romano, estrangeiro e, portanto, gentio. O texto bíblico o descreve como um homem “piedoso e temente a Deus com toda a sua casa, que fazia muitas esmolas ao povo e de contínuo orava a Deus” (At 10.2).

Ele não era judeu de nascimento, mas demonstrava respeito pelo Deus de Israel, vivendo em devoção e praticando boas obras. Contudo, apesar de sua religiosidade e generosidade, Cornélio ainda não havia experimentado a plenitude da salvação em Cristo. Isso nos lembra que as boas obras não são suficientes para salvar o homem; elas são fruto da fé, mas não a causa da salvação (Ef 2.8-10).

Foi então que o Senhor, em sua soberania, interveio. Um anjo apareceu a Cornélio e o orientou a mandar chamar Pedro, que lhe anunciaria palavras pelas quais seria salvo. Ao mesmo tempo, Deus preparava o coração de Pedro, mostrando-lhe numa visão que o evangelho não era exclusivo para os judeus, mas também para os gentios (At 10.9-20).

Quando Pedro entrou na casa de Cornélio, proclamou a mensagem de Cristo crucificado e ressurreto. E enquanto ele ainda falava, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a Palavra (At 10.44). Assim, Cornélio e sua casa creram em Jesus e foram batizados.

Este episódio marca um divisor de águas: a salvação não está restrita a um povo, cultura ou tradição, mas foi aberta a todos, judeus e gentios, ricos e pobres, homens e mulheres. Como o próprio Pedro declarou: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas que, em toda a nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável.” (At 10.34-35).
 
2. Aplicação bíblica.
O encontro na casa de Cornélio mostra que a promessa feita a Abraão (“em ti serão benditas todas as famílias da terra” – Gn 12.3) estava se cumprindo. A aplicação deste episódio é que Deus não faz acepção de pessoas. Deus não vê barreiras sociais, culturais ou raciais. A Igreja deve ser um lugar para todos. Além disso, esse episódio e toda a narrativa e comportamento desenvolvido por Cornélio nos ensina que: 1) A busca sincera por Deus sempre será respondida. Deus vê o coração e conduz ao evangelho aqueles que o procuram de todo o coração; 2) Nossas obras não nos salvam, mas a fé em Cristo sim. Cornélio era piedoso, mas precisou ouvir sobre Jesus; e, 3) A salvação em Cristo é para todos. Não importa origem, história ou condição social. O evangelho é o poder de Deus para todo aquele que crê (Rm 1.16).

Hoje, nós também somos fruto disso. Se o evangelho tivesse permanecido apenas entre os judeus, estaríamos de fora. Mas em Cristo, fomos feitos um só povo, reconciliados com Deus pela cruz (Ef 2.13-16). Portanto, Cornélio é um lembrete vivo de que o amor de Deus rompe barreiras e que a Igreja deve proclamar este evangelho a todas as pessoas, sem distinção.
 
 
II. A SALVAÇÃO É OFERECIDA A TODOS OS QUE CREEM EM JESUS
1. Salvação só em Jesus.
A Bíblia nos ensina que a salvação é um presente gracioso de Deus, oferecido a todo aquele que crê em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. O apóstolo Paulo declara: “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se faz confissão para salvação” (Romanos 10.9-10).

Esse texto nos lembra que a salvação não é resultado de esforços humanos, nem de méritos pessoais, mas um ato de fé. A fé em Jesus é o caminho que nos conduz ao perdão dos pecados, à reconciliação com Deus e à vida eterna. Cristo morreu na cruz por todos, sem distinção de raça, cultura, posição social ou passado. A mensagem da cruz alcança tanto o judeu como o gentio, o rico como o pobre, o letrado e o simples, pois em Cristo não há acepção de pessoas (Atos 10.34).

Essa verdade nos traz duas reflexões importantes: 1) A salvação é universal em seu convite, pois Deus deseja que todos sejam salvos (1 Tm 2.4), e não há limites geográficos, sociais ou culturais para a graça de Cristo. O evangelho é poder de Deus para a salvação

de todo aquele que crê (Rm 1.16); e, 2) A salvação é pessoal em sua aceitação. Cada pessoa precisa responder ao chamado do Senhor. Não é suficiente apenas ouvir, é preciso crer. Não basta apenas simpatizar com Jesus, é necessário entregar-lhe a vida (Lc 9.23; Rm 12.1).
 
2. Aplicação bíblica.
Pedro declarou: “Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável” (At 10.34-35). A mensagem central do sermão de Pedro foi Jesus: Sua vida, morte e ressurreição (At 10.38-41). A promessa é clara: “Todo aquele que nele crê receberá remissão dos pecados pelo seu nome” (At 10.43). A salvação não depende de cultura, tradição ou obras, mas da fé em Cristo. Todos podem ser alcançados – vizinhos, colegas, povos distantes. Isso nos leva a dois compromissos: 1) Anunciar com amor que Jesus é o único caminho para Deus, pois a igreja não pode guardar para si a boa nova da salvação, porque somos enviados ao mundo como embaixadores de Cristo (II Co 5.20,21), levando esperança aos corações aflitos; e, 2) Viver com gratidão pela graça recebida. Ou seja, quem foi alcançado por tão grande amor é chamado a refletir esse amor em sua vida diária, sendo testemunha viva de que Jesus salva, liberta e transforma (Mt 5.16; Gl 2.20).
 
 
III. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA CONVERSÃO DE QUALQUER PECADOR
1. Na conversão de Cornélio.
O relato da conversão de Cornélio, registrado em Atos 10, é um marco na história da Igreja, pois revela o agir soberano do Espírito Santo na inclusão dos gentios no plano da salvação. Cornélio, apesar de sua religiosidade (At 10.1,2), ainda não havia experimentado a salvação em Cristo. Aqui vemos que boas obras e devoção, por si sós, não podem salvar. Era necessário o novo nascimento, que só o Espírito Santo realiza (Jo 3.1-5).

O Espírito Santo começa a obra movendo Cornélio à busca de Deus e preparando seu coração para ouvir a mensagem do evangelho. Enquanto isso, o mesmo Espírito também age em Pedro, quebrando preconceitos culturais e religiosos, para que ele estivesse disposto a levar a mensagem da cruz à casa de um gentio. Assim, percebemos que a conversão não é fruto apenas da disposição humana, mas é conduzida pelo Espírito, que alinha circunstâncias, toca corações e abre caminhos para que a Palavra chegue ao pecador.

Quando Pedro anuncia a Jesus como Senhor e Salvador, “ainda Pedro falava estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra” (At 10.44). O Espírito não apenas convence do pecado e revela a Cristo, mas também sela os que creem, concedendo-lhes vida nova e testemunho visível, como aconteceu com Cornélio e sua família, que falaram em línguas e glorificaram a Deus. Aquele Pentecostes particular em Cesaréia demonstrou que não havia distinção entre judeus e gentios: todos são alcançados pela graça mediante a fé em Cristo.

Portanto, a conversão de Cornélio nos ensina que a obra do Espírito Santo é completa: Ele desperta a sede de Deus, conduz ao encontro com a Palavra, convence do pecado, revela Cristo, gera fé e transforma vidas (Jo 16.8-11).
 
2. A igreja que nasceu em Jerusalém perseverava em oração.
Antes da descida do Espírito Santo, a igreja estava em constante oração: “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas [...]” (At 1.14). Após as primeiras conversões, Lucas atesta que a igreja continuava vivendo em oração (At 2.42; 3.1; 6.4; 12.5). Isso foi essencial e continua sendo um recurso indispensável para os cristãos enfrentarem as aflições (Jo 16.33), resistirem às tentações e manterem a comunhão com Deus. A oração é um mandamento bíblico (1Cr 16.11; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24) e é o meio pelo qual recebemos as bênçãos de Deus (Lc 11.5-13; At 1.14). Além disso, é na oração que Deus se faz presente (Dt 4.7).
 
3. Aplicação bíblica.
A reflexão que fica para nós é: temos permitido que o Espírito Santo nos use como instrumentos para levar o evangelho além de nossas fronteiras culturais, sociais e pessoais, assim como fez com Pedro? E, como Cornélio, temos aberto o coração para obedecer prontamente à voz do Espírito? O Espírito Santo não fez distinção: Ele selou os gentios como parte da Igreja. A conversão não é obra humana, mas do Espírito Santo. O papel da Igreja é anunciar; o papel do Espírito é convencer, regenerar e selar.
 
 
CONCLUSÃO
O que podemos aprender com o episódio bíblico da conversão de Cornélio? Entendemos que dentre os diversos ensinos apreendidos nesta lição, podemos destacar que: 1) ser religioso não garante a salvação de uma pessoa diante de Deus; 2) o Evangelho precisa ser anunciado a todos, independentemente de serem religiosos ou não (Rm 3.23; 10.17); e 3) o derramamento do Espírito Santo sobre Cornélio, familiares e amigos gentios corrobora que a salvação que Deus oferece na pessoa de Jesus Cristo é universal, ou seja, é destinada a todos os seres humanos, e não apenas aos judeus (Jo 3.16; I Tm 2.4).

A conversão de Cornélio e sua casa foi um divisor de águas na história da Igreja. A partir dali, ficou claro que: a) O evangelho é para todos os povos; b) A salvação é pela fé em Jesus Cristo; c) O Espírito Santo é quem gera vida nova em cada crente. A “igreja hebreia na casa de um estrangeiro” mostra que o evangelho derruba barreiras.
         
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  Bergstén, Eurico. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
Ø  Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
  
 
Por Rede Brasil de Comunicação.