sábado, 12 de fevereiro de 2022

LIÇÃO 07 – A BÍBLIA TRANSFORMA AS PESSOAS




 

Hb 4.11-13; 2Co 10.4-6
 
 

INTRODUÇÃO

A presente lição nos falará a respeito do poder da Palavra de Deus que é viva e eficaz; que sua mensagem, por meio do evangelho tem a capacidade de transformar a vida do mais vil pecador, pois ela tem poder regenerador; e, que a verdadeira mensagem do evangelho anuncia arrependimento e conversão.
 
 
I. O PODER DA PALAVRA DE DEUS
Mais que um registro histórico, a Bíblia é a Palavra de Deus. Tendo esta autoridade, ela tem um poder extraordinário ratificado pelo próprio Deus. A Bíblia diz que todo o universo foi criado pela palavra de Deus, mostrando o Seu poder criativo: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados” (Hb 11.3a). Deus falava e tudo vinha a existência: “E disse Deus: Haja” (Gn 1.3-a). O salmista também assevera isso: “Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus. Que louvem o nome do Senhor, pois mandou, e logo foram criados” (Sl 148.4). Por meio do profeta Isaías, o Senhor asseverou também a eficácia da Sua Palavra dizendo: “Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55.10,11). E, também, Deus também falou ao profeta Jeremias sob o poder convencedor da Sua Palavra: “Não é a minha palavra como fogo, diz o Senhor, e como um martelo que esmiúça a penha?” (Jr 23.29). Por fim, o escritor anônimo da epístola aos Hebreus assevera: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz [...]” (Hb 4.12a).
 
 
II. O PODER DO EVANGELHO
O termo deriva-se do grego ‘euangelion’ e significa literalmente: “boa notícia” ou “boas novas” (ANDRADE, 2016, p. 176). O Evangelho são boas novas de perdão dos pecados, de salvação para a alma e de vida eterna em Cristo Jesus (Mt 11.5; Mc 1.15; Lc 9.6; At 8.1; Rm 1.15). Por meio do evangelho, Deus revela seu poder de transformar a vida de todo aquele que crê. Notemos:
 
1. A mensagem de Jesus era uma mensagem de transformação.
O Evangelho não é apenas uma mensagem, é uma pessoa, a pessoa de Jesus (Mc 1.1; Lc 2.10,11). Quando apareceu no cenário de Israel, Jesus chamou os homens ao arrependimento (Mt 4.17; Lc 13.3). Ele afirmou que pregava aos pecadores, porque eles precisavam de arrependimento (Mt 9.12); que também veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). Ele mudou a vida de Pedro (Lc 5.1-11); de Madalena, da qual expulsou sete demônios (Lc 8.2); do gadareno que vivia oprimido por Satanás, em uma condição deplorável (Mc 5.1-15); da mulher samaritana (Jo 4); Saulo de Tarso, conforme o seu próprio testemunho: “Aquele que já nos perseguiu anuncia, agora, a fé que, antes, destruía” (Gl 1.23).
 
2. A mensagem apostólica era uma mensagem de transformação.
A pregação de Pedro, após o Dia de Pentecostes, chamava aos homens ao arrependimento e mudança de vida: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (At 3.19). O apóstolo Paulo, por sua vez, por onde passava anunciava o evangelho e conclamava os homens a deixarem a sua vida de pecado: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam” (At 17.30). Em sua segunda viagem missionária, na cidade de Éfeso, pregou a palavra com ousadia e o resultado da transformação foi extraordinário. Os habitantes de Éfeso abandonaram a feitiçaria e a idolatria segundo o registro Lucas: “Muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos. Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos, e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata. Assim, a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia” (At 19.18-20). Quando foi instado a testemunhar em sua defesa, Paulo disse que foi chamado para pregar o evangelho cuja mensagem é transformadora (At 26.18).
 
3. A mensagem da igreja é uma mensagem de transformação.
A igreja foi incumbida de evangelizar o mundo, a fim de trazer as pessoas das trevas para a luz (1Pe 2.9). É bom dizer que a evangelização consiste na comunicação ao pecador a respeito de sua condição de escravo do pecado (Rm 3.23; 6.23); da natureza e consequência dessa escravidão (Mc 16.16; Rm 5.18); do amor de Deus e de Sua providência, por intermédio de Jesus Cristo para salvação da humanidade (Jo 3.16; Rm 5,8); e da chamada divina para uma decisão por Cristo Jesus (Mt 11.28; Mc 16.15).

  
III. A CAPACIDADE TRANSFORMADORA DA BÍBLIA
Uma das maiores evidências de que a Bíblia é um livro de origem divina, é por causa de sua capacidade de transformar pessoas. O verbo “transformar” segundo o dicionário significa: “fazer ou tomar nova feição ou caráter; converter” (HOUAISS, 2001, p. 2751). Tal mudança é chamada na Bíblia de novo nascimento. Teologicamente o “novo nascimento” ou “regeneração” é “o milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza divina. Através da regeneração o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual” (ANDRADE, 2006, p. 317 – acréscimo nosso). A palavra regeneração no grego é “palinginesia” formada da expressão pálin”, 'novamente', e “génesis”, 'nascimento', significa, portanto: “novo nascimento”. Paulo disse que a partir do novo nascimento a pessoa se torna uma nova criatura: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). O novo nascimento não é produzido pelo próprio homem, nem pela religião, centros de ressocialização ou qualquer outro meio terreno. Abaixo destacaremos os meios pelos quais o homem pode ser regenerado:
 
1. Pela Palavra de Deus (O instrumento da Regeneração).
O Mestre Jesus ensinou que o novo nascimento é operado através da Palavra de Deus: “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água […], não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3.5). A água de que fala o Senhor é meramente um símbolo de purificação, como ensinava o AT. Logo, esta água aqui é símbolo da Palavra (Jo 15.3; Ef 5.26) e não as águas do batismo. O batismo em si não pode lavar pecados nem regenerar o pecador. Na verdade, a Palavra de Deus é a divina semente (1Pe 1.23) e o agente purificador (Jo 15.3; 17.17). Quando ela é aplicada em nosso coração pelo Espírito Santo, acontece o milagre do novo nascimento. É o que Tiago nos diz: “[…] ele nos gerou pela palavra da verdade […]” (Tg 1.18). A expressão “palavra da verdade” refere-se ao Evangelho (2Co 6.7; Cl 1.5; 2Tm 2.15). Normalmente no NT, o vocábulo “palavra” indica a mensagem cristã. O uso mais comum é “palavra de Deus” (At 6.2; 8.14; 13.46; Rm 9.6; 1Co 14.36; Ef 6.17; 2Tm 2.9; Ef 1.13).

2. Pelo Espírito Santo (O agente da Regeneração).
A regeneração é mencionada nas Escrituras como uma ação do Espírito. No AT os profetas falaram dessa atividade do Espírito Santo (Is 32.15; Ez 36.27; 37.14; 39.29; Zc 12.10). Jesus disse a Nicodemos que o homem precisa “nascer da água e do Espírito” (Jo 3.5). O apóstolo Paulo também ensinou isto (Ef 4.24; Tt 3.5). O Espírito Santo esteve presente na criação do homem (Gn 2.7; Jó 33.4); de igual modo está presente na recriação deste homem (Jo 3.5; 20.22). A menção ao vento, aludindo a atividade do Espírito mostra que se trata de algo sobrenatural (Jo 3.8). Veja também (Ez 37.9; At 2.2). Zuck (2008, p. 220) é categórico ao afirmar que “alcança-se a regeneração apenas por intermédio da obra do Espírito Santo, não por meio de qualquer esforço humano”.
 
V. A GENUÍNA MENSAGEM DO EVANGELHO
Vivemos dias difíceis onde algumas pessoas preferem mudar o evangelho do que serem mudadas pelo evangelho. Têm surgido no cenário mundial, outros evangelhos, cuja mensagem não anuncia transformação nem tem poder transformador. Paulo previu essa distorção quando disse que:
 
1. Condena o pecado, mas ama o pecador.
Embora Deus ame a essas pessoas, Ele reprova o mau comportamento delas (Jo 8.11; 1Co 6.9,10). O fato de Jesus estar constantemente cercado por pessoas de má fama, e considerado grandes pecadores, sempre escandalizou os líderes religiosos da época, como os fariseus. Entretanto Deus, apesar de detestar o pecado, ama imensamente cada pecador, e deseja ardentemente libertá-lo do domínio do pecado (Jo 8.10,11). E o fato de Cristo estar sempre cercado por pessoas assim, prova isso, pois Deus não olha o tamanho do pecado (Rm 3.21-24), mas sim, o coração humilde que clamar pela misericórdia de Deus (1Jo 1.7-9).
 
2. Ressocializa os perdidos e marginalizados.
Cremos que, pessoa alguma, por pior que esteja, jamais está fora do alcance da graça (2 Pe 3.9), do amor e do poder de Deus “[…] ainda que os vossos pecados sejam como a escarlate, eles se tornarão brancos como a neve [...]” (Is 1.18). Paulo disse que o que Deus fez com ele, serviu de demonstração da grandeza da Sua graça, para com qualquer pessoa: “a mim, que, dantes, fui blasfemo, e perseguidor, e opressor; mas alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na incredulidade. E a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que há em Jesus Cristo. Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por isso, alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna” (1Tm 3.13-16).

3. Leva o pecador a abandonar o pecado.
O arrependimento para o qual Jesus chama e o qual Deus ordena a todos os homens é em relação a Deus (At 17.30; 20.21; 11.18); ao pecado (Ap 9.21; 22.17); às obras mortas (Lc 13.3,5; Hb 6.1); à descrença no evangelho de Jesus Cristo. “[…] arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15).
  

CONCLUSÃO
Uma das maiores proezas da Palavra de Deus é a sua capacidade transformadora. Os críticos da Bíblia podem não acreditar que ela seja inspirada, inerrante e infalível, mas jamais poderão negar sua capacidade regeneradora.
   


REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
 

Por Rede Brasil de Comunicação.
 

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