Hb 4.11-13; 2Co
10.4-6
INTRODUÇÃO
A presente lição nos falará a respeito do poder da Palavra de
Deus que é viva e eficaz; que sua mensagem, por meio do evangelho tem a
capacidade de transformar a vida do mais vil pecador, pois ela tem poder
regenerador; e, que a verdadeira mensagem do evangelho anuncia arrependimento e
conversão.
I. O PODER DA PALAVRA DE DEUS
Mais que um registro histórico, a Bíblia é a Palavra de Deus.
Tendo esta autoridade, ela tem um poder extraordinário ratificado pelo próprio
Deus. A Bíblia diz que todo o universo foi criado pela palavra de Deus,
mostrando o Seu poder criativo: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela
palavra de Deus, foram criados” (Hb 11.3a). Deus falava e tudo vinha a
existência: “E disse Deus: Haja” (Gn 1.3-a). O salmista também
assevera isso: “Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os
céus. Que louvem o nome do Senhor, pois mandou, e logo foram criados” (Sl
148.4). Por meio do profeta Isaías, o Senhor asseverou também a eficácia da Sua
Palavra dizendo: “Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e
para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar
semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha
boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará
naquilo para que a enviei” (Is 55.10,11). E, também, Deus também falou
ao profeta Jeremias sob o poder convencedor da Sua Palavra: “Não é a
minha palavra como fogo, diz o Senhor, e como um martelo que esmiúça a penha?” (Jr
23.29). Por fim, o escritor anônimo da epístola aos Hebreus assevera: “Porque
a palavra de Deus é viva, e eficaz [...]” (Hb 4.12a).
II. O PODER DO EVANGELHO
O termo deriva-se do grego ‘euangelion’ e
significa literalmente: “boa notícia” ou “boas novas” (ANDRADE,
2016, p. 176). O Evangelho são boas novas de perdão dos pecados, de salvação
para a alma e de vida eterna em Cristo Jesus (Mt 11.5; Mc 1.15; Lc 9.6; At 8.1;
Rm 1.15). Por meio do evangelho, Deus revela seu poder de transformar a vida de
todo aquele que crê. Notemos:
1. A mensagem de Jesus era uma mensagem de transformação.
O Evangelho não é apenas uma mensagem, é uma pessoa, a pessoa
de Jesus (Mc 1.1; Lc 2.10,11). Quando apareceu no cenário de Israel, Jesus
chamou os homens ao arrependimento (Mt 4.17; Lc 13.3). Ele afirmou que pregava
aos pecadores, porque eles precisavam de arrependimento (Mt 9.12); que também
veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). Ele mudou a vida de
Pedro (Lc 5.1-11); de Madalena, da qual expulsou sete demônios (Lc 8.2); do
gadareno que vivia oprimido por Satanás, em uma condição deplorável (Mc
5.1-15); da mulher samaritana (Jo 4); Saulo de Tarso, conforme o seu próprio
testemunho: “Aquele que já nos perseguiu anuncia, agora, a fé que, antes,
destruía” (Gl 1.23).
2. A mensagem apostólica era uma mensagem de transformação.
A pregação de Pedro, após o Dia de Pentecostes, chamava aos
homens ao arrependimento e mudança de vida: “Arrependei-vos, pois, e
convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os
tempos do refrigério pela presença do Senhor” (At 3.19). O apóstolo
Paulo, por sua vez, por onde passava anunciava o evangelho e conclamava os
homens a deixarem a sua vida de pecado: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos
da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se
arrependam” (At 17.30). Em sua segunda viagem missionária, na cidade de Éfeso,
pregou a palavra com ousadia e o resultado da transformação foi extraordinário.
Os habitantes de Éfeso abandonaram a feitiçaria e a idolatria segundo o
registro Lucas: “Muitos dos que tinham crido vinham, confessando e
publicando os seus feitos. Também muitos dos que seguiam artes mágicas
trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos, e, feita a conta
do seu preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata. Assim, a
palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia” (At 19.18-20).
Quando foi instado a testemunhar em sua defesa, Paulo disse que foi chamado
para pregar o evangelho cuja mensagem é transformadora (At 26.18).
3. A mensagem da igreja é uma mensagem de transformação.
A igreja foi incumbida de evangelizar o mundo, a fim de
trazer as pessoas das trevas para a luz (1Pe 2.9). É bom dizer que a
evangelização consiste na comunicação ao pecador a respeito de sua condição de
escravo do pecado (Rm 3.23; 6.23); da natureza e consequência dessa escravidão
(Mc 16.16; Rm 5.18); do amor de Deus e de Sua providência, por intermédio de
Jesus Cristo para salvação da humanidade (Jo 3.16; Rm 5,8); e da chamada divina
para uma decisão por Cristo Jesus (Mt 11.28; Mc 16.15).
III. A CAPACIDADE
TRANSFORMADORA DA BÍBLIA
Uma das maiores
evidências de que a Bíblia é um livro de origem divina, é por causa de sua
capacidade de transformar pessoas. O verbo “transformar” segundo
o dicionário significa: “fazer ou tomar nova feição ou caráter; converter”
(HOUAISS, 2001, p. 2751). Tal mudança é chamada na Bíblia de novo nascimento.
Teologicamente o “novo nascimento” ou “regeneração” é
“o milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o
participante da vida e da natureza divina. Através da regeneração o homem passa
a desfrutar de uma nova realidade espiritual” (ANDRADE, 2006, p. 317 –
acréscimo nosso). A palavra regeneração no grego é “palinginesia” formada
da expressão “pálin”, 'novamente', e “génesis”, 'nascimento',
significa, portanto: “novo nascimento”. Paulo disse que a partir
do novo nascimento a pessoa se torna uma nova criatura: “Assim que, se
alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que
tudo se fez novo” (2Co 5.17). O novo nascimento não é produzido pelo
próprio homem, nem pela religião, centros de ressocialização ou qualquer outro
meio terreno. Abaixo destacaremos os meios pelos quais o homem pode ser
regenerado:
1. Pela Palavra de
Deus (O instrumento da Regeneração).
O Mestre Jesus
ensinou que o novo nascimento é operado através da Palavra de Deus: “Jesus
respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água
[…], não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3.5). A água de que fala o
Senhor é meramente um símbolo de purificação, como ensinava o AT. Logo, esta
água aqui é símbolo da Palavra (Jo 15.3; Ef 5.26) e não as águas do batismo. O
batismo em si não pode lavar pecados nem regenerar o pecador. Na verdade, a
Palavra de Deus é a divina semente (1Pe 1.23) e o agente purificador (Jo 15.3;
17.17). Quando ela é aplicada em nosso coração pelo Espírito Santo, acontece o
milagre do novo nascimento. É o que Tiago nos diz: “[…] ele nos gerou
pela palavra da verdade […]” (Tg 1.18). A expressão “palavra da
verdade” refere-se ao Evangelho (2Co 6.7; Cl 1.5; 2Tm 2.15).
Normalmente no NT, o vocábulo “palavra” indica a mensagem cristã.
O uso mais comum é “palavra de Deus” (At 6.2; 8.14; 13.46; Rm
9.6; 1Co 14.36; Ef 6.17; 2Tm 2.9; Ef 1.13).
2. Pelo Espírito
Santo (O agente da Regeneração).
A regeneração é
mencionada nas Escrituras como uma ação do Espírito. No AT os profetas falaram
dessa atividade do Espírito Santo (Is 32.15; Ez 36.27; 37.14; 39.29; Zc 12.10).
Jesus disse a Nicodemos que o homem precisa “nascer da água e do
Espírito” (Jo 3.5). O apóstolo Paulo também ensinou isto (Ef 4.24; Tt
3.5). O Espírito Santo esteve presente na criação do homem (Gn
2.7; Jó 33.4); de igual modo está presente na recriação deste
homem (Jo 3.5; 20.22). A menção ao vento, aludindo a atividade do
Espírito mostra que se trata de algo sobrenatural (Jo 3.8). Veja também (Ez
37.9; At 2.2). Zuck (2008, p. 220) é categórico ao afirmar que “alcança-se a
regeneração apenas por intermédio da obra do Espírito Santo, não por meio de
qualquer esforço humano”.
V. A GENUÍNA MENSAGEM DO EVANGELHO
Vivemos dias
difíceis onde algumas pessoas preferem mudar o evangelho do que serem mudadas
pelo evangelho. Têm surgido no cenário mundial, outros evangelhos, cuja
mensagem não anuncia transformação nem tem poder transformador. Paulo previu
essa distorção quando disse que:
1. Condena o
pecado, mas ama o pecador.
Embora Deus ame a
essas pessoas, Ele reprova o mau comportamento delas (Jo 8.11; 1Co 6.9,10). O
fato de Jesus estar constantemente cercado por pessoas de má fama, e
considerado grandes pecadores, sempre escandalizou os líderes religiosos da
época, como os fariseus. Entretanto Deus, apesar de detestar o pecado, ama
imensamente cada pecador, e deseja ardentemente libertá-lo do domínio do pecado
(Jo 8.10,11). E o fato de Cristo estar sempre cercado por pessoas assim, prova
isso, pois Deus não olha o tamanho do pecado (Rm 3.21-24), mas sim, o coração
humilde que clamar pela misericórdia de Deus (1Jo 1.7-9).
2. Ressocializa os
perdidos e marginalizados.
Cremos que, pessoa
alguma, por pior que esteja, jamais está fora do alcance da graça (2 Pe 3.9),
do amor e do poder de Deus “[…] ainda que os vossos pecados sejam como a
escarlate, eles se tornarão brancos como a neve [...]” (Is 1.18). Paulo
disse que o que Deus fez com ele, serviu de demonstração da grandeza da Sua
graça, para com qualquer pessoa: “a mim, que, dantes, fui blasfemo, e
perseguidor, e opressor; mas alcancei misericórdia, porque o fiz
ignorantemente, na incredulidade. E a graça de nosso Senhor superabundou com a
fé e o amor que há em Jesus Cristo. Esta é uma palavra fiel e digna de toda
aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais
eu sou o principal. Mas, por isso, alcancei misericórdia, para que em mim, que
sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo
dos que haviam de crer nele para a vida eterna” (1Tm 3.13-16).
3. Leva o pecador
a abandonar o pecado.
O arrependimento
para o qual Jesus chama e o qual Deus ordena a todos os homens é em relação a
Deus (At 17.30; 20.21; 11.18); ao pecado (Ap 9.21; 22.17); às obras mortas (Lc
13.3,5; Hb 6.1); à descrença no evangelho de Jesus Cristo. “[…]
arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15).
CONCLUSÃO
Uma das maiores
proezas da Palavra de Deus é a sua capacidade transformadora. Os críticos da
Bíblia podem não acreditar que ela seja inspirada, inerrante e infalível, mas
jamais poderão negar sua capacidade regeneradora.
REFERÊNCIAS
Ø
ANDRADE,
Claudionor Corrêa. Dicionário
Teológico. CPAD.
Ø
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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