sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

LIVRO DO PROFETA MALAQUIAS

Malaquias sempre apareceu em último lugar no cânon do Antigo Testamento.  Muito embora o livro não seja datado, o Talmude judaico o classifica, juntamente com Ageu e Zacarias, como pós-exílico. Isto posto, o conteúdo sugere que o profeta o escreveu no intervalo entre os dois mandatos do governador Neemias (cf. Ne 5.14; 13.6), por volta de 430 a.C., ou após o seu segundo mandato, mais próximo de 400 a.C. É importante estabelecer a época em que Malaquias foi escrito, pois o contexto histórico acrescenta comoção à mensagem do livro.
 

Autoria: Malaquias (1.1)                        
Data: 432 a.C.
Tema: A Repreensão de Deus contra o formalismo e as iniquidades da Casa de Deus. 
 

Contexto Histórico:

Malaquias é o último dos profetas do pós- exílio, e exerceu seu ministério por volta do ano 432 a.C., mais ou menos cerca de cem anos depois dos ministérios dos profetas Ageu e Zacarias.  Era um judeu devoto da Judá pós-exílica e contemporâneo de Neemias (433 - 425 a.C.). Era, provavelmente, originário da tribo de Levi. Pelo menos é o que inferimos de sua intimidade com as coisas pertencentes ao culto divino (Ml 1.7-13). Seu nome em hebraico “mal’ak” significa “meu anjo” ou “meu mensageiro”. Por causa disto, há alguns que acreditam que Malaquias, na realidade, fora um ser angélico. Haja vista a maneira que a Septuaginta exordia o livro que lhe leva o nome: “Oráculos do Senhor pela mão de seu anjo”. Entretanto, não há dúvidas que Malaquias foi o instrumento humano usado por Deus para trazer de volta seu povo ao arrependimento.
Os judeus tinham retornado do exilio impulsionados por altas esperanças. Inspirados por Ageu e Zacarias, haviam reconstruído o templo. Mas, com o passar dos anos, os judeus foram ficando desiludidos. Estavam cercados por inimigos, como os samaritanos, os quais procuravam impedí-los em cada oportunidade. Sofriam por causa da seca, das más colheitas e da fome. A partir de então, eles começaram a duvidar do amor de Deus. Punham em dúvida a justiça de seu governo moral. Diziam que o praticante do mal era bom aos olhos do Senhor. Argumentavam que não havia proveito na obediência aos seus mandamentos e em andar penitentemente perante Ele, pois eram os ímpios, que dependiam de si mesmos os que prosperavam.
 
Desta forma, o primeiro entusiasmo do retorno haviam passado. Depois de um período de avivamento (Ne 10.28-39), o povo tornara-se frio em matéria de religião e descuidado moralmente. O profeta Malaquias veio reformador, mas encoraja ao mesmo tempo em que repreende. Tratava com um povo perplexo, de ânimo combalido, cuja fé em Deus parecia correr risco de um colapso. Se já não se haviam tornado hostis a Jeová, corriam o perigo de se tornarem cépticos.  O templo já havia sido reedificado; a Lei havia sido introduzida por Esdras (457- 455 a.C.; ver Ed 7.10; 14.25,26); e uma apostasia subsequente ocorrera entre os sacerdotes e o povo. E a nação judaica ainda se encontrava, nesse tempo, sob o domínio da Pérsia.

 
Mensagem:
Diante da situação da época, o Senhor confia a Malaquias a entregar de  uma mensagem pesada e urgente a Judá. Ele confronta os sacerdotes e o povo com a mensagem profética para que se arrependam de seus pecados e do formalismo religioso para que não sofram o castigo divino. Apregoa, também, que retornem a obediência aos mandamentos do Senhor, bem como ao próprio Deus e ao seu concerto com coração sincero. Se não houvesse um profundo arrependimento, certamente ninguém escaparia. Pois todos estavam iniquamente comprometidos; todos, sem exceção: dos sacerdotes ao mais humilde camponês.
 

Conteúdo:
Na sua declaração de abertura, Malaquias salienta o amor imutável de Deus por seu povo, devido à sua misericórdia, que dura para sempre. Este é o fundo paras as reprovações e exortações que se seguem. Primeiro, o profeta salientam o desdém aberto e arrogante dos sacerdotes pela Lei e sua influência negativa sobre o povo. O profeta mostra que eles deveriam combater o pecado. Portanto, ele os adverte de que o Senhor não será um mero espectador, mas, a não ser que eles se arrependam, serão castigados severamente. Depois, ele salienta, em termos não ambíguos, a traição dos sacerdotes no divórcio de esposas fiéis e casamento de mulheres pagãs que praticam adoração de ídolos. Isso é seguido por uma súplica fervorosa para vigiarem suas paixões e serem fieis às esposas da sua mocidade, dadas a eles pelo Senhor. O profeta, além disso, censura as práticas não religiosas do povo, sua recusa da justiça de Deus e sua defraudação ao Senhor, por reterem os dízimos e as ofertas exigidas.
Numa linguagem fervorosa e brilhante, Malaquias continua a descrever o tipo original do sacerdócio. Ele profetiza sobre o Sol da Justiça, sobre o Mensageiro do concerto e o grande e terrível dia do julgamento divino, no qual o justo será galardoado, e o ímpio, castigado. Finalmente, ele exorta o povo a observar as Leis dadas a Israel através de Moisés e promete a vinda do Messias e do seu precursor, Elias (João Batista). Essa declaração conclui o Antigo Testamento e o liga à boas-novas da provisão de Deus no Sol da Justiça descrita no Novo Testamento.
 
 
 
Propósito:
Quando Malaquias escreveu, os judeus repatriados passavam novamente por adversidade e declínio espiritual. Eles se haviam tornado cínicos, e questionavam a justiça de Deus, duvidando do proveito em se obedecer aos seus mandamentos. À medida que a sua fé minguava, iam se tornando mecânicos e insensíveis na sua observância ao culto divino, e indiferentes às exigências da Lei. Eles faziam-se culpados de muitos tipos de transgressões contra o concerto. Malaquias confronta os sacerdotes e o povo com o apelo profético (1) para se arrependerem de seus pecados e da hipocrisia religiosa para que não fossem surpreendidos pelo castigo divino; (2) para removerem a desobediência que bloqueava o fluxo do favor e bênção de Deus; e (3) para voltarem ao Senhor e ao seu concerto com corações sinceros e obedientes. 
  

Esboço:  

Geral de Malaquias
 

  I. Introdução (1.1)

 II. Debate sobre o amor de Deus (1.2-5)

III. Debate sobre o respeito a ser demonstrado a Deus (1.6-2.9)
A. O fracasso dos sacerdotes no oferecimento de serviços respeitos (1.6,7)
B. A oferta de sacerdotes de sacrifícios inaceitáveis (1.8,9)
C. A atitude de tédio dos sacerdotes no culto (1.10-14)
D. A censura de Deus (2.1-9) 

IV. Debate sobre a infidelidade nos relacionamentos da aliança (2.10-16)

V. Debate sobre a justiça de Deus (2.17-3.5)
A. A confusão do mal com Deus (2.17)
B. A advertência do juízo vindouro (3.1-5)
VI. Debate sobre o arrependimento (3.6-12)
A. A negligência dos dízimos (3.6-9)
B. A bênção que se segue após o arrependimento (3.10-12) 

VII. Debate sobre o falar contra Deus (3.13-18)
A. A advertência contra o perverso (3.13-15)
B. O estímulo à fidelidade (3.16-18) 

VIII. O Dia do Senhor (4.1-6)
A. Eis que vem o Dia (4.1-3)
B. A lembrança de observar a Lei (4.4)
C. A profecia de que “Elias” virá primeiro (4.5,6) 


ATENÇÃO! Sugerimos para essa aula as dinâmicas: "O laço" e "E foram felizes para sempre".
 

Referências:
Ø  RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antônio. A Bíblia Através dos séculos. CPAD.
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø  DE ANDRADE, Claudionor Corrêa. Merecem Confiança as Profecias? CPAD.
Ø  DAVIDSON, Francis. Novo Comentário da Bíblia. NOVA VIDA.
 


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