Malaquias
sempre apareceu em último lugar no cânon do Antigo Testamento. Muito embora o livro não seja datado, o
Talmude judaico o classifica, juntamente com Ageu e Zacarias, como pós-exílico.
Isto posto, o conteúdo sugere que o profeta o escreveu no intervalo entre os
dois mandatos do governador Neemias (cf. Ne 5.14; 13.6), por volta de 430 a.C.,
ou após o seu segundo mandato, mais próximo de 400 a.C. É importante
estabelecer a época em que Malaquias foi escrito, pois o contexto histórico
acrescenta comoção à mensagem do livro.
Autoria: Malaquias (1.1)
Data: 432 a.C.
Tema: A Repreensão de Deus contra o formalismo
e as iniquidades da Casa de Deus.
Contexto Histórico:
Malaquias é o último dos profetas do pós- exílio, e exerceu
seu ministério por volta do ano 432 a.C., mais ou menos cerca de cem
anos depois dos ministérios dos profetas Ageu e Zacarias. Era um judeu devoto da Judá pós-exílica e
contemporâneo de Neemias (433 - 425 a.C.). Era, provavelmente, originário da
tribo de Levi. Pelo menos é o que inferimos de sua intimidade com as coisas
pertencentes ao culto divino (Ml 1.7-13). Seu nome em hebraico “mal’ak” significa “meu anjo” ou “meu
mensageiro”. Por causa disto, há alguns que acreditam que Malaquias, na
realidade, fora um ser angélico. Haja vista a maneira que a Septuaginta exordia
o livro que lhe leva o nome: “Oráculos do Senhor pela mão de seu anjo”.
Entretanto, não há dúvidas que Malaquias foi o instrumento humano usado por
Deus para trazer de volta seu povo ao arrependimento.
Os judeus tinham
retornado do exilio impulsionados por altas esperanças. Inspirados por Ageu e
Zacarias, haviam reconstruído o templo. Mas, com o passar dos anos, os judeus
foram ficando desiludidos. Estavam cercados por inimigos, como os samaritanos,
os quais procuravam impedí-los em cada oportunidade. Sofriam por causa da seca,
das más colheitas e da fome. A partir de então, eles começaram a duvidar do
amor de Deus. Punham em dúvida a justiça de seu governo moral. Diziam que o
praticante do mal era bom aos olhos do Senhor. Argumentavam que não havia
proveito na obediência aos seus mandamentos e em andar penitentemente perante
Ele, pois eram os ímpios, que dependiam de si mesmos os que prosperavam.
Desta
forma, o primeiro entusiasmo do retorno haviam passado. Depois de um período de
avivamento (Ne 10.28-39), o povo tornara-se frio em matéria de religião e
descuidado moralmente. O profeta Malaquias veio reformador, mas encoraja ao
mesmo tempo em que repreende. Tratava com um povo perplexo, de ânimo combalido,
cuja fé em Deus parecia correr risco de um colapso. Se já não se haviam tornado
hostis a Jeová, corriam o perigo de se tornarem cépticos. O templo já havia sido reedificado; a Lei
havia sido introduzida por Esdras (457- 455 a.C.; ver Ed 7.10; 14.25,26); e uma
apostasia subsequente ocorrera entre os sacerdotes e o povo. E a nação judaica
ainda se encontrava, nesse tempo, sob o domínio da Pérsia.
Mensagem:
Diante da situação da época, o
Senhor confia a Malaquias a entregar de uma mensagem pesada e urgente a Judá. Ele confronta
os sacerdotes e o povo com a mensagem profética para que se arrependam de seus
pecados e do formalismo religioso para que não sofram o castigo divino.
Apregoa, também, que retornem a obediência aos mandamentos do Senhor, bem como
ao próprio Deus e ao seu concerto com coração sincero. Se não houvesse um
profundo arrependimento, certamente ninguém escaparia. Pois todos estavam
iniquamente comprometidos; todos, sem exceção: dos sacerdotes ao mais humilde
camponês.
Conteúdo:
Na sua
declaração de abertura, Malaquias salienta o amor imutável de Deus por seu
povo, devido à sua misericórdia, que dura para sempre. Este é o fundo paras as
reprovações e exortações que se seguem. Primeiro, o profeta salientam o desdém
aberto e arrogante dos sacerdotes pela Lei e sua influência negativa sobre o
povo. O profeta mostra que eles deveriam combater o pecado. Portanto, ele os
adverte de que o Senhor não será um mero espectador, mas, a não ser que eles se
arrependam, serão castigados severamente. Depois, ele salienta, em termos não ambíguos,
a traição dos sacerdotes no divórcio de esposas fiéis e casamento de mulheres
pagãs que praticam adoração de ídolos. Isso é seguido por uma súplica fervorosa
para vigiarem suas paixões e serem fieis às esposas da sua mocidade, dadas a
eles pelo Senhor. O profeta, além disso, censura as práticas não religiosas do
povo, sua recusa da justiça de Deus e sua defraudação ao Senhor, por reterem os
dízimos e as ofertas exigidas.
Numa linguagem fervorosa e brilhante, Malaquias
continua a descrever o tipo original do sacerdócio. Ele profetiza sobre o Sol
da Justiça, sobre o Mensageiro do concerto e o grande e terrível dia do
julgamento divino, no qual o justo será galardoado, e o ímpio, castigado. Finalmente,
ele exorta o povo a observar as Leis dadas a Israel através de Moisés e promete
a vinda do Messias e do seu precursor, Elias (João Batista). Essa declaração
conclui o Antigo Testamento e o liga à boas-novas da provisão de Deus no Sol da
Justiça descrita no Novo Testamento.
Propósito:
Quando
Malaquias escreveu, os judeus repatriados passavam novamente por adversidade e
declínio espiritual. Eles se haviam tornado cínicos, e questionavam a justiça
de Deus, duvidando do proveito em se obedecer aos seus mandamentos. À medida
que a sua fé minguava, iam se tornando mecânicos e insensíveis na sua
observância ao culto divino, e indiferentes às exigências da Lei. Eles
faziam-se culpados de muitos tipos de transgressões contra o concerto.
Malaquias confronta os sacerdotes e o povo com o apelo profético (1)
para se arrependerem de seus pecados e da hipocrisia religiosa para que não
fossem surpreendidos pelo castigo divino; (2) para removerem a
desobediência que bloqueava o fluxo do favor e bênção de Deus; e (3)
para voltarem ao Senhor e ao seu concerto com corações sinceros e obedientes.
Esboço:
Geral de Malaquias
I. Introdução (1.1)
II. Debate sobre o amor de Deus (1.2-5)
III. Debate sobre o respeito a ser
demonstrado a Deus (1.6-2.9)
A.
O fracasso dos sacerdotes no oferecimento de serviços respeitos (1.6,7)
B.
A oferta de sacerdotes de sacrifícios inaceitáveis (1.8,9)
C.
A atitude de tédio dos sacerdotes no culto (1.10-14)
D.
A censura de Deus (2.1-9)
IV. Debate sobre a infidelidade
nos relacionamentos da aliança (2.10-16)
V. Debate sobre a justiça de Deus
(2.17-3.5)
A.
A confusão do mal com Deus (2.17)
B.
A advertência do juízo vindouro (3.1-5)
VI.
Debate sobre o arrependimento (3.6-12)
A.
A negligência dos dízimos (3.6-9)
B.
A bênção que se segue após o arrependimento (3.10-12)
VII. Debate sobre o falar contra
Deus (3.13-18)
A.
A advertência contra o perverso (3.13-15)
B.
O estímulo à fidelidade (3.16-18)
VIII. O Dia do Senhor (4.1-6)
A.
Eis que vem o Dia (4.1-3)
B.
A lembrança de observar a Lei (4.4)
C.
A profecia de que “Elias” virá primeiro (4.5,6)
Referências:
Ø
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø
GILBERTO, Antônio. A Bíblia Através dos séculos.
CPAD.
Ø
BOYER,
Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.
CPAD.
Ø
DE
ANDRADE, Claudionor Corrêa. Merecem
Confiança as Profecias? CPAD.
Ø
DAVIDSON,
Francis. Novo Comentário da Bíblia. NOVA
VIDA.
Muito bom, instrutivo e edificante.
ResponderExcluirMuito bom conteúdo..!
ResponderExcluirAmém Glórias a Deus♥♥♥♥
ResponderExcluirMuito precioso.. edificante.. conciso mas substancial
ResponderExcluirPaulo Mendonça