quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2019







   BATALHA ESPIRITUAL –
O Povo de Deus e a Guerra
Contra as Potestades do Mal.






Lição 06

Para Refletir
A respeito de “Quem domina a sua mente” responda:


Qual o apelo paulino aos filipenses?
O apelo paulino é para que haja entre os filipenses “o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).

O que significa ter a “mente de Cristo”?
Ter “a mente de Cristo” (1Co 2.16) significa pensar como Ele.

O que dá um sentido novo à saudação grega usada por Paulo (Fp 4.4)?
O Senhor Jesus é a fonte inesgotável de gozo e alegria, e isso dá à saudação um sentido complemente novo.

Qual deve ser a atitude de quem tem a mente de Cristo em relação às pessoas à sua volta?
Moderação.

O que excede o nosso coração e os nossos sentimentos em Cristo Jesus?
A paz de Deus.



sábado, 9 de fevereiro de 2019

LIÇÃO 06 – QUEM DOMINA A SUA MENTE (SUBSÍDIO)


  



Fp 4.4-9




INTRODUÇÃO
Na presente lição trataremos da realidade de que o diabo age de forma astuta contra os cristãos a fim de causar-lhes danos a vida espiritual; destacaremos quais as áreas que o nosso inimigo poderá atuar no âmbito material e também o espiritual, tendo como alvo a mente humana; e, por fim, concluiremos pontuando o que é necessário fazer para vencermos os ardis do maligno contra a nossa mente.


I. AS ASTUTAS CILADAS DO DIABO
Engana-se quem pensa que o diabo age de forma desordenada. Ele é um ser calculista, ou seja, que age de forma planejada para alcançar os seus objetivos malignos (2 Co 2.11; 1 Tm 3.7b). Paulo nos falou sobre “as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). A palavra “cilada” significa: “emboscada, armadilha, arapuca” (HOUAISS, 2001, p. 717). O apóstolo diz que estas ciladas são astutas, palavra que significa: “esperteza, manha, sagacidade, malícia, treta, artimanha” (HOUAISS, 2001, p. 1895). Quando escolheu o animal para por meio dele enganar o primeiro casal, o diabo preferiu a serpente por ser “a mais astuta das alimárias do campo” (Gn 3.1). A serpente sabe esperar o momento certo de dar o bote, ela não se precipita, e com muita cautela espera que a vítima esteja no lugar certo e quando isso não sucede, ficando rodeando a mesma procurando uma posição que facilite a investida. Paulo sabia disto, por isso exortou a igreja de Corinto dizendo: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2 Co 11.3). Muitas vezes as ciladas perigosas surgem com ares de inocência, mas que são preparadas para pegar de surpresa o crente, tanto na esfera física, como moral, e espiritual.


II. ÁREAS EM QUE O DIABO PROCURA ATUAR
Segundo Paulo, o diabo pode disparar “dardos inflamados” contra os homens (Ef 6.16). Os dardos eram estopas embebidas em alguma substância inflamável, que eram acesas e lançadas em flechas contra o adversário. Havia naquele tempo escudos muito frágeis, feitos de madeira. Os inimigos lançavam esses “dardos inflamados” para queimar o escudo e tornar vulnerável o corpo do soldado para ser atingido (CABRAL, 1999, p. 91). Já vimos em outras lições que o diabo não pode agir de forma autônoma, ele tem permissão condicionada por Deus (Jó 1.11,12; Mc 5.9,10; Lc 22.31). Dentro da soberania divina, ele pode atuar em dois âmbitos da esfera humana. Vejamos:

1. No âmbito material.
O maligno também pode lançar seus dardos inflamados contra aquilo que temos a fim de nos prejudicar. Ele tocou no patrimônio financeiro e na família de Jó, a fim de fazê-lo blasfemar contra Deus (Jó 1.11-19). Em certos casos, Deus soberanamente permitiu que ele afligisse alguns dos seus servos com enfermidades, que foi o caso de Jó (Jó 2.1-7) e talvez tenha sido o de Paulo (2 Co 12.7). Aos crentes de Esmirna, por meio do imperador, ele desencadeou uma perseguição feroz, conduzindo-os a prisão a fim de negarem a fé em Jesus (Ap 2.10).

2. No âmbito espiritual.
Um dos lugares onde se dá o campo de batalha do homem contra Satanás é na mente. A palavra “mente” no grego é “nous” é um substantivo que significa a mente como: sede das emoções e sentimentos, do modo de pensar e sentir, inclinação moral, equivalente ao coração (Rm 12.2; 1 Co 1.10; Ef 4.17,23); entendimento, intelecto (Lc 24.45; 1 Co 14.14,15,19; Fp 4.7; Ap 13.18) (PALAVRA-CHAVE, 2009, p. 3563). Pelo fato de nossa vida depender do tipo de pensamento que produzimos ou desenvolvemos (Pv 23.7-a), Satanás, que é um ser inteligente (Ez 28.3), e conhece o ser humano de maneira profunda (Mt 16.23-a), busca lançar dardos inflamados na mente humana para que o homem pense, aja e reaja de acordo com a sua vontade (Ef 2.2,3). Nesse âmbito, o diabo pode lançar as seguintes investidas ou sugestões:

· Dúvidas (Gn 3.4,5);
· Rebelião (Ap 20.8);
· Medo (Lc 22.57);
· Pensamentos negativos (Mt 27.5);
· Culpa (Zc 3.1; Ap 12.10);
· Orgulho (1 Cr 21.1);
· Heresias (1 Tm 4.1; 2 Tm 2.25,26);
· Homicídio (Gn 4.8; Jo 8.44);
· Falta de misericórdia (2 Co 2.10,11);
· Tentação (Gn 3.6; 39.7; Jo 13.2; At 5.3; 1 Co 7.5; 1 Ts 3.5).


III. VENCENDO AOS ATAQUES DO DIABO NA MENTE
Que estamos numa batalha contra as hostes espirituais da maldade, isto é fato (Ef 6.10-12). Ciente disto, devemos nos precaver tomando as atitudes certas a fim de vencermos esta luta. Abaixo destacaremos algumas atitudes necessárias para que tenhamos êxito nesta peleja. Notemos:

1. Renovando a mente.
O homem em seu estado natural “não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura” (1 Co 2.14a), pois ele não foi regenerado, está morto espiritualmente em seus delitos e pecados (Ef 2.1,5); está entenebrecido no entendimento (Ef 4.18); e, sob a cegueira de Satanás (2 Co 4.4). Somente quando nasce de novo é que este homem é transformado pela renovação do seu entendimento (Rm 12.2). Somente por meio dessa operação do Espírito é que o homem tem condições de vencer os ataques de Satanás “[...] o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (1 Jo 5.18).

2. Guardando a mente.
Satanás é um inimigo externo. Portanto, seus ataques contra o crente se dão de fora para dentro. Ele procura diariamente introduzir na nossa mente seus dardos inflamados, logo, para vencermos precisamos guardar a mente: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23). O verbo “guardar” significa: “vigiar para defender, proteger, preservar” (HOUAISS, 2001, p. 1493). Devemos guardar o nosso coração dos ataques de Satanás, deixando-o ocupado com a oração (Mt 26.41; Ef 6.18; Cl 4.12) e a Palavra de Deus (Sl 119.11; Ef 6.17-b). Foi orando e com a mente impregnada da Palavra que Jesus venceu a mais terrível batalha na mente: a tentação no deserto (Mt 4.1-11).

3. Sujeitando a mente a Cristo.
É inevitável que soframos ataques de Satanás, no entanto, devemos para vencê-los, sujeitando a nossa mente a Cristo: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). “Essa palavra é um termo militar que significa fique no seu próprio posto, ponha-se no seu lugar. Quando um soldado quer se colocar no lugar do general ele tem grandes problemas” (LOPES, 2006, p. 89). Somos exortados a amar a Deus com toda a nossa mente (Dt 11.13; Mc 12.30). Se consagrarmos a nossa vida inteiramente a Cristo, não haverá espaço para que o pecado nos domine. Só assim venceremos a Satanás (Rm 6.12,13).

4. Ocupando a mente com coisas boas.
A mente vazia ou exposta a coisas ruins é terreno para a atuação do diabo. A mente humana funciona como uma esponja que absorve tudo o que vemos, ouvimos e percebemos. Sendo assim, precisamos selecionar muito bem aquilo a que assistimos, como também o que lemos e ouvimos, estes são os canais que dão acesso à nossa mente (Sl 101.3; Mt 6.22). Logo, precisamos ocupá-la com o que edifica. O apóstolo Paulo deixou bem claro que aquele que serve a Deus deve preencher a mente com o que agrada ao Senhor: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8). E, ainda: “pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3.2).

5. Usando a fé.
O diabo pode enviar suas sugestões na nossa mente, a fim de nos prejudicar, no entanto, devemos rebatêlas por meio da fé: “Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Ef 6.16). Neste versículo Paulo comparou a fé com um escudo. “O escudo é a arma defensiva contra os ataques diretos do inimigo. O soldado prendia o escudo num dos braços. Esse escudo tinha a forma de um prato gigante, que servia para proteger todo o corpo. A fé diz respeito à nossa confiança e crença doutrinária. Um soldado cristão sem escudo é soldado vulnerável aos ataques satânicos. O conhecimento da Palavra de Deus forma o ‘corpo da fé’, ou seja, o escudo da fé que protege o crente contra as heresias e mentiras satânicas” (CABRAL, 1999, pp. 90,91). A fé é de vital importância para que vençamos os ataques de Satanás, pois a fé mostra que somos dependentes de Deus e que não podemos vencer sozinhos. Pedro diz também que podemos resistir ao diabo pela fé: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo” (1 Pd 5.8,9). A fé chama em nosso socorro a ajuda de Deus (1 Co 10.13; 2 Pd 2.9).

  
CONCLUSÃO
O diabo investe ferrenhamente contra a nossa mente com o intuito de nos atingir e provocar o nosso fracasso espiritual. No entanto, podemos vencer esta árdua batalha tomando as atitudes corretas, guardando a nossa mente, sujeita-a domínio de Cristo, ocupando-a com as coisas boas e utilizando o escudo da fé.




REFERÊNCIAS
Ø  BÍBLIA DE ESTUDO PALAVRA-CHAVE. CPAD.
Ø  CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø  LOPES, Hernandes Dias. Comentário Bíblico: Tiago. HAGNOS.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.





Por Rede Brasil de Comunicação.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

LIÇÃO 06 - PECADO DA REBELIÃO (VÍDEO AULA)






LIÇÃO 06 - QUEM DOMINA A SUA MENTE (VÍDEO AULA)






QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2019







   RUMO À TERRA PROMETIDA –
A Peregrinação do Povo de Deus
no deserto no livro de Números.







Lição 05

Hora da Revisão
A respeito do tema “Decidindo o Seu Futuro”, responda:


1. Conforme a lição, ao determinar o envio de espias, o que Deus estava indicando?
Deus estava indicando o fim da caminhada.

2. Segundo Números 13.20, em que momento Deus comissionou os espias?
No tempo das primícias das uvas.

3. Identifique pelo menos uma passagem bíblica que demonstre a fé e obediência de Calebe.
Números 13.30.

4. Qual referência bíblica afirma que os hebreus voltaram ao Egito em seus corações?
Atos 7.39.

5. Qual a lição que Deus ensinou ao transformar 40 dias de desânimo dos espias em 40 anos de caminhada no deserto?
Se o povo for obediente, a vitória será certa, mas se apostatar da fé, e voltar ao Egito, atrairá para si dor e vergonha que nunca serão esquecidas.



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2019







   BATALHA ESPIRITUAL –
O Povo de Deus e a Guerra
Contra as Potestades do Mal.







Lição 05

Para Refletir
A respeito de “Um inimigo que precisa ser resistido” responda:


O que mostra a palavra “sinagoga” em Tiago 2.2?
O emprego da palavra “sinagoga” como alternativa mostra que Tiago vem de uma época em que os discípulos eram chamados de “o movimento de Jesus”.

A que se refere a expressão “guerras e pelejas”?
A expressão “guerras e pelejas” se refere às discussões acirradas sobre “o meu e o teu”.

O que só o cristianismo tem e que fez dele a única religião do planeta com tal característica?
Na verdade, o cristianismo é a única religião do planeta que tem o Espírito Santo (Jo 14.16,17).

O que significa a expressão “duplo ânimo” (Tg 4.8)?
O duplo ânimo diz respeito aos crentes indecisos e divididos em suas decisões entre Deus e o mundo (Tg 1.8).

Quais as bênçãos resultantes das exortações de Tiago?
Essas exortações resultam em bênçãos, entre elas a de que o Diabo fugirá de nós, e o Senhor nos “exaltará” (v.10).



LIÇÃO 05 – UM INIMIGO QUE PRECISA SER RESISTIDO (SUBSÍDIO)






Tg 4.1-10




INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos sobre a expressa necessidade de se resistir um inimigo em comum à fé cristã, a saber, o Diabo; inicialmente pontuaremos algumas informações sobre a epístola do apóstolo Tiago; destacaremos à luz desta carta que o crente deve também resistir os prazeres da carne e do mundo, e por fim, elencaremos razões pelas quais devemos resistir a Satanás e como isso pode ser feito.


I. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A EPÍSTOLA DE TIAGO
1. Autoria
O autor desse livro se identifica na saudação inicial como Tiago (Tg 1.1). Seu nome no grego é “Yakobos” é uma transliteração do conhecido nome hebraico do Antigo Testamento “Jacó”. A maioria dos estudiosos da Bíblia aponta este Tiago como o meio irmão do Senhor Jesus Cristo (Mt 13.55; Mc 6.3; Gl 1.19). Ele era chamado de “o Justo”, por causa de sua estrita aderência à santidade cerimonial judaica e de sua austera maneira de viver. A tradição diz que sofreu martírio por apedrejamento, pelas mãos do sumo sacerdote judeu Anano em 61 d.C. (CHAMPLIN, 2004, p. 426 – acréscimo nosso).

2. Destinatários.
A única indicação direta no livro que possivelmente sugere quem foram os leitores encontra-se no prefácio: “Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que se encontram na dispersão, saudações” (Tg 1.1). Tradicionalmente a frase, “às doze tribos”, era usada para indicar toda a nação judia (At 26.7). Mas considerando que toda a nação judia, por mais espalhada que estivesse na Diáspora (dispersão), não poderia ser considerada como existindo fora da Palestina, parece indicar que o significado da frase é simbólico. Tiago estava escrevendo a toda a igreja, considerada como o Novo Israel (Gl 3.7-9; 6.16; Fp 3.3), dispersa por um mundo estranho e hostil (1 Pe 1.1,17; 2.11; Fp 3.20; Gl 4.26; Hb 12.22; 13.14) (MOODY, sd, p. 03 – acréscimo nosso).

3. Curiosidades acerca dessa epístola.
É muito provável que ela tenha sido o primeiro livro do NT a ser escrito. Embora contenha apenas duas referências nominais a Cristo, há nela mais alusões aos ensinos de Jesus do que todas as demais do NT. A carta de Tiago possui fortes semelhanças com o Sermão do Monte e outras pregações de Jesus (Tg 1.22 e Mt 7.21,26; Tg 2.10 e Mt 5.19; Tg 2.13 e Mt 5.7; Tg 3.18 e Mt 5.9; Tg 4.5 e Mt 6.24; Tg 4.12 e Mt 7.1; Tg 5.2 e Mt 6.19; Tg 5.12 e Mt 5.34,37). É bom conferir também a posição semelhante de Jesus e Tiago em relação a pobres e ricos (Lc 6.24s; 16.19-25). O autor é considerado como o profeta Amós do NT por tratar com firmeza a injustiça e as desigualdades sociais (Tg 2.1-9; 5.1-6).


II. O CRISTÃO RESISTINDO OS PRAZERES DA CARNE
Uma palavra usada com frequência pelo apóstolo Tiago nesta epístola é o verbo resistir (Tg 4.6,7; 5.6), entre outros o termo usado é: “anthistemi”, que quer dizer: “colocar-se contra, opor-se, batalhar contra”, mostrando a necessidade do cristão não se deixar vencer pelos inimigos da caminhada cristã que geram lutas e conflitos (Tg 4.1). Pelas palavras, o apóstolo deixa claro que havia divisões e disputas carnais entre os crentes. Ele nos fala sobre alguns desses conflitos que estavam acontecendo no seio da igreja e que devem ser resistidos. Vejamos:

1. Conflitos pessoais (Tg 4.1).
Tiago nos mostra que a fonte dos conflitos exteriores surgem de dentro do próprio homem (Tg 4.1b) veja também (Mt 15.18,19; Mc 7.20-23; Gl 5.20). A palavra “prazeres” não significa necessariamente paixão sensual; nesse caso, é apenas cobiça. A cobiça está em operação nos membros do corpo e estimula a carne e gera problemas” (WIERSBE, 2008, p. 765). A carne é a natureza caída, isto é, as paixões, os desejos e apetites desordenados que nela residem (1 Co 10.13; Tg 1.14,15; Gl 5.16-21). Paulo exorta-nos a entregar os membros de nosso corpo ao Espírito Santo, a fim de não cumprimos os desejos da carne (Rm 6; Gl 5.16-26; Ef 4.22-30). 

2. Conflitos interpessoais (Tg 4.1,2).
As causas das guerras e contendas não são meramente econômicas ou intelectuais, mas morais. Como não havia nenhuma guerra civil nessa época, Tiago parece considerar principalmente a ideia de “brigas pessoais e ações judiciais, rivalidades e facções sociais e controvérsias religiosas” (BRUCE, 2009, p. 2157). Em Tiago 4.1 a expressão “guerra” no grego “polemos” refere-se a “querelas e rixas”, enquanto “contendas” no grego “machai” traduz-se como “conflitos e batalhas”. O apóstolo tinha em mente não as guerras entre as nações mas as discussões e divisões entre os próprios cristãos. A Bíblia exorta-nos a viver em comunhão, unidade e diante de possíveis questões e desentendimentos praticar o perdão (Sl 133; 2 Co 13.11; Ef 4.2; Fp 2.1-4; Cl 3.13).


III. O CRISTÃO RESISTINDO O MUNDO
Tiago assim adverte: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?” (Tg 4.4). O apóstolo não faz referência aqui ao adultério físico, mas sim ao espiritual. Todo o conceito está baseado na ideia do Antigo Testamento que apresenta ao Senhor como o marido de Israel e a Israel como a esposa do Senhor (Is 54.5; Jr 3.1-5; Ez 23; Os 1-2). Neste mesmo sentido espiritual o Novo Testamento fala de “geração má e adúltera” (Mt 12.39; 16.4; Mc 8.38). Esta figura foi introduzida no pensamento cristão com o conceito da Igreja como esposa de Cristo (2Co 11.2; Ef 5.24-28; Ap 19.7; 21.9). “Esta forma de expressão pode ofender a sensibilidade contemporânea, mas a figura de Israel como esposa de Deus, e da Igreja como esposa de Cristo têm em si mesmo algo de precioso. Significa que desobedecer a Deus é como quebrar os votos do matrimônio” (MOODY, sd, p. 118 – acréscimo nosso). A Bíblia diz qual deve ser o comportamento do cristão em relação ao mundo: a) não ganhar o mundo às custas da alma (Mt 4.8-10; Mt 16.26); b) não ser do mundo (Jo 15.19; 17.14,16); c) ser crucificado para o mundo (Gl 5.24; 6.14); d) brilhar como a luz no mundo (MT 5.13-16; Fp 2.15); e) negar os desejos mundanos e viver justamente (Tt 2.12; Tg 1.27); f) não ser amigo do mundo (Tg 4.4); (g) escapar da corrupção do mundo (2Pe 1.4; 2.20); h) não amar o mundo nem as coisas que há nele (1Jo 2.15-17); i) ser como Cristo no mundo (1Jo 4.17); j) vencer o mundo com a fé (1Jo 5.4-5); e, l) não se conformar com o mundo (Rm 12.1,2).


IV. O CRISTÃO RESISTINDO O DIABO
1. A identidade do inimigo.
Embora Tiago tenha anteriormente enfatizado a tendência maligna da própria pessoa como responsável pelo pecado (Tg 1.14), aqui ele admite a atuação de um ser maligno sobre-humano como agente externo do mal (Tg 4.7). Sobre esse adversário Pedro afirmou: “[…] porque o diabo, vosso adversário […]” (1Pe 5.8; ver Tt 2.8), adversário do grego: “antidikos” de “anti”,“contra” e “dike”, uma causa ou demanda legal, traz a ideia de um opositor um inimigo (Lc 18.3). A palavra “diabolos” é usada na Septuaginta (versão grega do AT) como tradução do termo “Satanás”, assim, esses dois títulos, têm significados idênticos (Ap 20.2), e sugerem que um dos propósitos básicos do inimigo, é separar o homem de Deus (2Co 11.3).

2. As estratégias do inimigo.
O apóstolo Paulo asseverou que: “precisamos ficar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). A palavra “ciladas” vem do grego “metodeia”, que significa: “métodos, estratagemas, armadilhas”. O diabo tem um grande arsenal de armadilhas, ele pesquisa meticulosamente (Jó 1.7; 2.2) em busca de nossos pontos vulneráveis (Zc 3.1,3), e não hesita em buscar brechas em nossa vida espiritual “[…] anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8), ele age insistentemente para nos levar a pecar contra Deus (Gn 39.10; Ne 6.4,5,13), não desistindo facilmente (Mt 4.1-11; ver Lc 4.13).

3. As armas de resistência ao diabo.
Satanás não é para ser temido, mas resistido de modo que qualquer que seja o poder que diabo possa ter, o cristão pode estar absolutamente certo de que recebeu a capacidade para vencer tal poder, condicionados a algumas atitudes. Vejamos:

A) Sujeição e comunhão com Deus (Tg 4.7,8a).
A ordem do verbo “sujeitai-vos” exige uma ação passiva, a qual implica alinhar-se sob a autoridade de alguém. Para manter-se firme diante do diabo, o crente precisa estar prostrado diante do Senhor. A única maneira eficaz de resistirmos às artimanhas do Diabo, assim como aos desejos e paixões da nossa própria carne, é nos rendendo incondicionalmente ao Senhor, em plena devoção (Mt 4.10; 1Pe 5.8,9). Esta segunda ordem: “chegai-vos a Deus […]” (Tg 4.8a) indica uma ação ativa dos crentes (Is 55.6). Esta atitude resulta numa reciprocidade de Deus: “[…] ele se chegará a vós”. Confira também (Jr 29.13,14; 33.3; Mt 6.6).

B) Santidade e humildade (Tg 4.8,10).
A santificação posicional ocorre no ato da salvação quando fomos purificados pelo poder da palavra (At 15.9; Tt 2.14) e, por isso, o Senhor espera de todo cristão uma purificação pessoal (santificação progressiva), prática e constante (Lv 20.7; Js 3.5; 2Co 7.1; 1Ts 4.3; Hb 12.14). Jesus dignificou a humildade nos seus ensinos (Mt 18.4; Fp 2.5-11). Tiago e Pedro afirmam que o resultado da humilhação presente é a exaltação futura: “humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” (Tg 4.10); “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte” (1Pe 5.6).

C) Fidelidade e prudência (1Pe 5.8,9).
Na batalha contra o diabo devemos estar munidos do escudo da fé: “tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Ef 6.16), para resisti-lo firmemente: “ao qual resisti firmes na fé” (1 Pe 5.9), não podemos acreditar nas mentiras de Satanás nem dar crédito às suas falsas promessas (Gn 3.4,5). Sobre essa batalha Pedro também advertiu: “Sede sóbrios e vigiai […]” (1Pd 5.8), as palavras sobriedade e vigilância mostram o equilíbrio e a prudência que devem reger os soldados dessa guerra contra o diabo. Precisamos agir como o governador Neemias, que, em tempo de ameaças, colocou metade de seus homens empunhando as armas e a outra metade trabalhando (Ne 4.16), precisamos manter os olhos abertos.


CONCLUSÃO
Apesar dos ataques de Satanás contra os servos de Deus, temos em Cristo a graça necessária para resisti-lo, certos de que, em conservarmos a nossa vida diante do Senhor, o diabo não poderá nos vencer, antes, fugirá de nós.




REFERÊNCIAS
· CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
· LOPES, Hernandes Dias. 1 Pedro: Com os pés no vale e o coração no céu. HAGNOS.
· MOODY, D. L. Comentário Biblico de Tiago. PDF.
· WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo Novo Testamento. GEOGRÁFICA.





Por Rede Brasil de Comunicação.