Mt
28.18-20; Mc 16.15-18; At 1.6-8
INTRODUÇÃO
Nesta
lição veremos a definição da palavra “Igreja”; pontuaremos as promessas
de Deus para a Igreja no presente e no futuro; e notaremos que as promessas de
Deus podem ser divididas em, pelo menos, quatro grupos: 1) Promessas pessoais
ou individuais, como as destinadas a Moisés e a Josué (Êx
3.10; Js 1.1-9); 2) Promessas gerais ou universais,
que se destinam a toda humanidade, como a promessa da salvação (Jo 3.16; Tt
2.11; 1Tm 2.3,4); 3) Promessas nacionais, como as que são
destinadas para Israel, tais como: a promessa da conquista de Canaã e do
retorno do cativeiro babilônico (Êx 3.7,8; Ez 37.1-14); e, 4) Promessas para a Igreja,
como a promessa do batismo com o Espírito Santo e do Arrebatamento da Igreja
(Mt 3.11; At 1.8; 1Co 15.51,52; 1Ts 4.16,17).
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA IGREJA
Segundo
o dicionário Teológico de Claudionor Correia de Andrade, a palavra “Igreja” vem
do hebraico ‘Qahal’, e significa “assembleia do povo de Deus”; e,
do grego ‘Ekklesia’, que significa “assembleia pública”. Logo, a
Igreja é um organismo vivo, composto por todos os que aceitam o sacrifício
vicário de Cristo, e têm a Palavra de Deus como a sua única regra de fé e
conduta (Ef 5.30-33) (Andrade, 2006, p. 220). A palavra grega no novo
testamento para igreja aplica-se a: 1) todo o corpo de cristãos em uma
cidade (at 11.22; 13.1); 2) uma congregação (1co 14.19,35; rm 16.5); e, 3)
todo o corpo de crentes na terra (ef 5.32)” (Pearlman, 2006, p. 342). No
contexto desta lição, o termo “Igreja” aplica-se ao corpo de Cristo (Cl 1.24),
ou seja, a reunião de todos os salvos espalhados pelo mundo (Ef 1.22; 3.10,21;
5.23-32; Fp 3.6; Cl 1.18; I Tm 3.5; 3.15; Hb 12.23).
II. AS PROMESSAS DE DEUS PARA A IGREJA
Dentre as muitas promessas de
Deus para a Igreja, vejamos algumas:
1. A Promessa do batismo no
Espírito Santo.
A
promessa de batismo no Espírito Santo é uma das mais belas promessas das
Escrituras, outorgada à Sua Igreja. “O batismo no Espírito Santo é um
revestimento de poder, que nos prometeu o Senhor Jesus, através do qual somos
introduzidos numa nova dimensão espiritual, habilitando-nos a testemunhar com
mais eficácia, e capacitando-nos a vencer o pecado e a sujeitar a carne, de
conformidade com as reivindicações de uma vida santa e irrepreensível diante de
Deus e dos homens (Lc 24.49; At. 1.8)” (Andrade, 2019, p. 78). No AT a promessa
está presente nos textos de (Joel 2:28,29; Is 44:3). Já no NT há uma maior
diversidade de textos que corroboram com esta maravilhosa promessa (Mt 3.11,12;
Lc 24.49; At 1.8; 2.39). No livro dos Atos dos Apóstolos vemos o cumprimento da
promessa no Dia de Pentecostes (At 2.14), bem como diversos outros textos que
registram o derramamento do Espírito Santo, como ocorreu em Samaria (At
8.15-17); em Damasco (At 9.17); na casa de Cornélio (10.44-46); em Éfeso (At
19.6), além de outros.
2. A Promessa dos dons
espirituais.
Dentre
as insondáveis riquezas espirituais que Deus coloca à disposição da sua Igreja
na terra, destacam-se os dons sobrenaturais do Espírito Santo (1Co 12.7-11).
Essas manifestações do Espírito visam à edificação e à santificação da igreja
(1Co 12.7; 14.26). O Pastor Eurico Bergstén define os dons espirituais da
seguinte maneira: “são meios pelos quais o Espírito Santo revela o poder e a
sabedoria de Deus através de instrumentos humanos” (Bergstén, 2006, p. 102).
Myer Pearlman define do seguinte modo: “Dons espirituais são capacidades
sobrenaturais concedidas pelo Espírito para ministérios especiais” (Pearlman,
2006, p. 319). Em resumo, os dons do Espírito Santo são operações especiais e
sobrenaturais do Espírito por meio do crente. Na primeira Epístola aos
Coríntios, o apóstolo Paulo explica e descreve quais são os dons do Espírito
Santo: “Mas, a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for
útil. Porque a um, pelo Espírito, é dada a Palavra da sabedoria; e a outro,
pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a
fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de
maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e
a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas. Mas,
um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a
cada um como quer.” (1Co 12.7-11). Paulo ensina que os dons são para a
Igreja e não apenas para um cristão, e que é o Espírito Santo quem distribui,
repartindo a cada um como quer.
3. A Promessa do
arrebatamento.
O arrebatamento é a maior e mais gloriosa
promessa do salvo. Será o dia em que o Senhor Jesus virá buscar a Igreja para
levar para si, onde nós estaremos para sempre com Ele por toda a eternidade,
como ele mesmo prometeu (Jo 14.1-3). O apóstolo
Paulo descreve o arrebatamento como a “bem-aventurada esperança” (Tt
2.13). “O termo arrebatamento é procedente do verbo grego ‘harpazo’ e
significa: ‘tirar com rapidez e de forma inesperada’. O
arrebatamento, por conseguinte, é a retirada brusca, inesperada e
sobrenatural da igreja deste mundo, a fim de que seja transportada às
regiões celestes, onde unir-se-á, eterna e plenamente, com o senhor jesus”
(Andrade, 2006, p. 42, grifo nosso). Escrevendo aos Tessalonicenses (1Ts
4.13-18), o apóstolo Paulo apresenta a sequência do arrebatamento: 1º) O
Senhor descerá do céu; 2º) Os que morreram em Cristo ressuscitarão
primeiro; e 3º) Os salvos que estiverem vivos serão arrebatados.
Portanto, o arrebatamento da Igreja é o momento glorioso em que Jesus irá levar
a sua Igreja para junto de Si (At 1.11; Hb 9.28; 1Co 15.51,52; 1Ts 4.13-17).
Diante dessa gloriosa promessa, devemos estar vigilantes, vivendo em santidade,
esperando este Dia em que estaremos definitivamente livres de todo sofrimento e
estaremos para sempre com o Senhor Jesus Cristo.
4. A Promessa do livramento
da Grande Tribulação.
Após
o arrebatamento da Igreja, terá início aqui na terra o período sombrio da
Grande Tribulação, onde Deus exercerá seu juízo sobre o mundo, através da
abertura dos sete selos (Ap 6.117; 8.1-6); do toque das sete trombetas (Ap
8.7-9.21; 11.15-19); e do derramamento dos sete cálices da ira divina sobre a
Terra (Ap 16.1-21). Nesse período, os homens desmaiarão de pavor (Lc 21.26);
morderão a língua de dor (Ap 16.10) e as potências do céu serão abaladas (Mc
13.25). O próprio Senhor Jesus disse que “[…] haverá, então, grande
aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco
haverá jamais” (Mt 24.21). Mas, nesse período, a Igreja do Senhor Jesus
estará no céu, pois ela não está destinada a ira divina, e sim, a salvação (1Ts
1.9,10; 5.9,10; Hb 9.28). A ira de Deus é para os ímpios, e não para a Igreja
(Jo 3.36; Ap 6.17). À Igreja de Filadélfia foi prometido livramento da “hora
da provação que há de vir sobre o mundo inteiro” (Ap 3.10). E,
profeticamente falando, a Igreja de Filadélfia é uma representação da Igreja do
arrebatamento. A Bíblia nos ensina claramente que antes de Deus exercer juízo
sobre os ímpios, Ele avisa e livra os justos, como ocorreu com Noé, antes do
dilúvio (Gn 6.13,14); e com Ló, antes da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn
19.12-30). Podemo ver ainda o que o apóstolo Pedro diz em (2Pe 2.6-9).
5. A Promessa do recebimento
do galardão no tribunal de Cristo.
Após
o nosso encontro com o Senhor Jesus nos ares (1Co 15.51,52; 1Ts 4.16,17)
seremos levados ao Tribunal de Cristo para recebermos o galardão pelo serviço
que realizamos aqui na Terra, como o próprio Senhor Jesus prometeu: “E
eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo as
suas obras.” (Ap 22.12). Os salvos de todas as épocas participarão
dessa reunião nos ares. Jesus disse que haverá recompensa na ressurreição dos
justos (Lc 14.14). Os heróis do AT que, tendo o testemunho pela fé, morreram
sem alcançar a promessa (Hb 11.39), ressuscitarão (1Co 15.51,52) para receber
de Cristo, o Justo Juiz, a coroa da justiça, pois, como Paulo, combateram o bom
combate, acabaram a carreira e guardaram a fé (2Tm 4.7,8). Todos os salvos
arrebatados serão julgados pelas suas obras, para receber ou não galardão (Rm
14.10-12; 2Co 5.9,10; 1Jo 4.17). A Bíblia menciona algumas características
dessas coroas: Vejamos:
- A Coroa da vida. Trata-se de uma coroa cujo valor transcende esta vida terrena
(Ap 2.10; 3.11).
- A Coroa da justiça. Não haverá injustiça nesse tribunal, pois, quem julgará é o
justo juiz (2Tm 4.6-8).
- A Coroa da glória. Esta coroa não perde o brilho, o valor e a sua beleza (1Pe 5.2-4).
6. A Promessa das Bodas do
Cordeiro.
Após
o arrebatamento dos salvos e o tribunal de Cristo, seguir-se-á a tão esperada “Bodas
do Cordeiro”. As Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Testamento,
utilizam-se do casamento para simbolizar a glória espiritual final e a alegria
dos fiéis servos de Deus. Em muitos trechos do Novo Testamento, a relação entre
Cristo e a igreja é revelada pelo uso de figuras do noivo e da noiva (2Co 11.2;
Ef 5.25-33; Ap 19.7,8; 21.2). As Bodas do Cordeiro é a consumação da união
mística entre Cristo e a sua Igreja. Participarão das Bodas do Cordeiro todos
os santos ressuscitados e os vivos transformados por ocasião do arrebatamento
(1Ts 4.16,17). A Noiva será formada pelos crentes de todas as épocas porque os
santos do NT deverão participar das promessas, juntamente, com os santos do AT
(Rm 4.16; Hb 11.39). Naquele dia Cristo se unirá à Igreja para nunca mais se
separar dela (1Ts 4.17). Estaremos com ele no Tribunal, nas Bodas, na Ceia, na
sua Manifestação, no Milênio, no Juízo Final, na Nova Terra e finalmente na
eternidade!
7. A Promessa da eterna
morada com Deus no céu.
Após
o arrebatamento da Igreja, os justos que morreram ressuscitarão e unir-se-ão
aos vivos, que serão arrebatados (1Co 15.51-53; 1Ts 4.13-18). Eles serão
conduzidos ao céu, onde participarão do Tribunal de Cristo (2Tm 4.7,8; 2Co
5.10; Ap 22.12) e da celebração das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Depois,
voltarão com Jesus à terra, onde reinarão com Cristo por mil anos (Ap 19.11-14;
20.1-6). Após o Milênio, habitarão na Nova Jerusalém (Ap 21,22), onde estarão,
por toda eternidade, na presença de Deus (Jo 14.1-3; 2Co 5.8; Fp 1.23; Ap
21.3); e estarão livres de todo sofrimento, pois, ali, não haverá mais morte,
nem clamor, nem dor (Ap 21.4), nem coisa alguma que os contamine (Ap 21.8,27;
22.15).
CONCLUSÃO
Como
pudemos ver, algumas promessas de Deus para a Igreja, são cumpridas e
desfrutadas aqui na Terra, como por exemplo, a promessa do batismo com o
Espírito Santo e dos Dons Espirituais. Outras, no entanto, estão reservadas
para o futuro, quando Cristo vier buscar a Sua Igreja e nos levar para junto de
Si. Essas ricas e gloriosas promessas servem de consolo e de esperança, e,
também, nos motiva a orar, dizendo: Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE, Claudionor Correa. Dicionário
Teológico. CPAD.
Ø ANDRADE, Claudionor Correa. Dicionário
de Profecia Bíblica. CPAD.
Ø BERGSTÉN, Eurico. Teologia
Sistemática. CPAD.
Ø PEARLMAN, Myer. Conhecendo as
Doutrinas da Bíblia. VIDA.
Ø RENOVATO, Elinaldo. As
Promessas de Deus: Confie e Viva as Bênçãos do Senhor. CPAD.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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