sexta-feira, 18 de outubro de 2024

LIÇÃO 03 – AS PROMESSAS DE DEUS PARA A IGREJA






Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; At 1.6-8

 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra “Igreja”; pontuaremos as promessas de Deus para a Igreja no presente e no futuro; e notaremos que as promessas de Deus podem ser divididas em, pelo menos, quatro grupos: 1) Promessas pessoais ou individuais, como as destinadas a Moisés e a Josué (Êx 3.10; Js 1.1-9); 2) Promessas gerais ou universais, que se destinam a toda humanidade, como a promessa da salvação (Jo 3.16; Tt 2.11; 1Tm 2.3,4); 3) Promessas nacionais, como as que são destinadas para Israel, tais como: a promessa da conquista de Canaã e do retorno do cativeiro babilônico (Êx 3.7,8; Ez 37.1-14); e, 4) Promessas para a Igreja, como a promessa do batismo com o Espírito Santo e do Arrebatamento da Igreja (Mt 3.11; At 1.8; 1Co 15.51,52; 1Ts 4.16,17).
 
 
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA IGREJA
Segundo o dicionário Teológico de Claudionor Correia de Andrade, a palavra “Igreja” vem do hebraico ‘Qahal’, e significa “assembleia do povo de Deus”; e, do grego ‘Ekklesia’, que significa “assembleia pública”. Logo, a Igreja é um organismo vivo, composto por todos os que aceitam o sacrifício vicário de Cristo, e têm a Palavra de Deus como a sua única regra de fé e conduta (Ef 5.30-33) (Andrade, 2006, p. 220). A palavra grega no novo testamento para igreja aplica-se a: 1) todo o corpo de cristãos em uma cidade (at 11.22; 13.1); 2) uma congregação (1co 14.19,35; rm 16.5); e, 3) todo o corpo de crentes na terra (ef 5.32)” (Pearlman, 2006, p. 342). No contexto desta lição, o termo “Igreja” aplica-se ao corpo de Cristo (Cl 1.24), ou seja, a reunião de todos os salvos espalhados pelo mundo (Ef 1.22; 3.10,21; 5.23-32; Fp 3.6; Cl 1.18; I Tm 3.5; 3.15; Hb 12.23).

 
II. AS PROMESSAS DE DEUS PARA A IGREJA
Dentre as muitas promessas de Deus para a Igreja, vejamos algumas:
 
1. A Promessa do batismo no Espírito Santo.
A promessa de batismo no Espírito Santo é uma das mais belas promessas das Escrituras, outorgada à Sua Igreja. “O batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder, que nos prometeu o Senhor Jesus, através do qual somos introduzidos numa nova dimensão espiritual, habilitando-nos a testemunhar com mais eficácia, e capacitando-nos a vencer o pecado e a sujeitar a carne, de conformidade com as reivindicações de uma vida santa e irrepreensível diante de Deus e dos homens (Lc 24.49; At. 1.8)” (Andrade, 2019, p. 78). No AT a promessa está presente nos textos de (Joel 2:28,29; Is 44:3). Já no NT há uma maior diversidade de textos que corroboram com esta maravilhosa promessa (Mt 3.11,12; Lc 24.49; At 1.8; 2.39). No livro dos Atos dos Apóstolos vemos o cumprimento da promessa no Dia de Pentecostes (At 2.14), bem como diversos outros textos que registram o derramamento do Espírito Santo, como ocorreu em Samaria (At 8.15-17); em Damasco (At 9.17); na casa de Cornélio (10.44-46); em Éfeso (At 19.6), além de outros.
 
2. A Promessa dos dons espirituais.
Dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus coloca à disposição da sua Igreja na terra, destacam-se os dons sobrenaturais do Espírito Santo (1Co 12.7-11). Essas manifestações do Espírito visam à edificação e à santificação da igreja (1Co 12.7; 14.26). O Pastor Eurico Bergstén define os dons espirituais da seguinte maneira: “são meios pelos quais o Espírito Santo revela o poder e a sabedoria de Deus através de instrumentos humanos” (Bergstén, 2006, p. 102). Myer Pearlman define do seguinte modo: “Dons espirituais são capacidades sobrenaturais concedidas pelo Espírito para ministérios especiais” (Pearlman, 2006, p. 319). Em resumo, os dons do Espírito Santo são operações especiais e sobrenaturais do Espírito por meio do crente. Na primeira Epístola aos Coríntios, o apóstolo Paulo explica e descreve quais são os dons do Espírito Santo: “Mas, a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil. Porque a um, pelo Espírito, é dada a Palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas. Mas, um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” (1Co 12.7-11). Paulo ensina que os dons são para a Igreja e não apenas para um cristão, e que é o Espírito Santo quem distribui, repartindo a cada um como quer.
 
3. A Promessa do arrebatamento.
O arrebatamento é a maior e mais gloriosa promessa do salvo. Será o dia em que o Senhor Jesus virá buscar a Igreja para levar para si, onde nós estaremos para sempre com Ele por toda a eternidade, como ele mesmo prometeu (Jo 14.1-3). O apóstolo Paulo descreve o arrebatamento como a “bem-aventurada esperança” (Tt 2.13). “O termo arrebatamento é procedente do verbo grego ‘harpazo’ e significa: ‘tirar com rapidez e de forma inesperada’. O arrebatamento, por conseguinte, é a retirada brusca, inesperada e sobrenatural da igreja deste mundo, a fim de que seja transportada às regiões celestes, onde unir-se-á, eterna e plenamente, com o senhor jesus” (Andrade, 2006, p. 42, grifo nosso). Escrevendo aos Tessalonicenses (1Ts 4.13-18), o apóstolo Paulo apresenta a sequência do arrebatamento: 1º) O Senhor descerá do céu; 2º) Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; e 3º) Os salvos que estiverem vivos serão arrebatados. Portanto, o arrebatamento da Igreja é o momento glorioso em que Jesus irá levar a sua Igreja para junto de Si (At 1.11; Hb 9.28; 1Co 15.51,52; 1Ts 4.13-17). Diante dessa gloriosa promessa, devemos estar vigilantes, vivendo em santidade, esperando este Dia em que estaremos definitivamente livres de todo sofrimento e estaremos para sempre com o Senhor Jesus Cristo.
 
 
4. A Promessa do livramento da Grande Tribulação.
Após o arrebatamento da Igreja, terá início aqui na terra o período sombrio da Grande Tribulação, onde Deus exercerá seu juízo sobre o mundo, através da abertura dos sete selos (Ap 6.117; 8.1-6); do toque das sete trombetas (Ap 8.7-9.21; 11.15-19); e do derramamento dos sete cálices da ira divina sobre a Terra (Ap 16.1-21). Nesse período, os homens desmaiarão de pavor (Lc 21.26); morderão a língua de dor (Ap 16.10) e as potências do céu serão abaladas (Mc 13.25). O próprio Senhor Jesus disse que “[…] haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco haverá jamais” (Mt 24.21). Mas, nesse período, a Igreja do Senhor Jesus estará no céu, pois ela não está destinada a ira divina, e sim, a salvação (1Ts 1.9,10; 5.9,10; Hb 9.28). A ira de Deus é para os ímpios, e não para a Igreja (Jo 3.36; Ap 6.17). À Igreja de Filadélfia foi prometido livramento da “hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro” (Ap 3.10). E, profeticamente falando, a Igreja de Filadélfia é uma representação da Igreja do arrebatamento. A Bíblia nos ensina claramente que antes de Deus exercer juízo sobre os ímpios, Ele avisa e livra os justos, como ocorreu com Noé, antes do dilúvio (Gn 6.13,14); e com Ló, antes da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19.12-30). Podemo ver ainda o que o apóstolo Pedro diz em (2Pe 2.6-9).
 
5. A Promessa do recebimento do galardão no tribunal de Cristo.
Após o nosso encontro com o Senhor Jesus nos ares (1Co 15.51,52; 1Ts 4.16,17) seremos levados ao Tribunal de Cristo para recebermos o galardão pelo serviço que realizamos aqui na Terra, como o próprio Senhor Jesus prometeu: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo as suas obras.” (Ap 22.12). Os salvos de todas as épocas participarão dessa reunião nos ares. Jesus disse que haverá recompensa na ressurreição dos justos (Lc 14.14). Os heróis do AT que, tendo o testemunho pela fé, morreram sem alcançar a promessa (Hb 11.39), ressuscitarão (1Co 15.51,52) para receber de Cristo, o Justo Juiz, a coroa da justiça, pois, como Paulo, combateram o bom combate, acabaram a carreira e guardaram a fé (2Tm 4.7,8). Todos os salvos arrebatados serão julgados pelas suas obras, para receber ou não galardão (Rm 14.10-12; 2Co 5.9,10; 1Jo 4.17). A Bíblia menciona algumas características dessas coroas: Vejamos: 
  • A Coroa da vida. Trata-se de uma coroa cujo valor transcende esta vida terrena (Ap 2.10; 3.11).
  • A Coroa da justiça. Não haverá injustiça nesse tribunal, pois, quem julgará é o justo juiz (2Tm 4.6-8).
  • A Coroa da glória. Esta coroa não perde o brilho, o valor e a sua beleza (1Pe 5.2-4).
 
6. A Promessa das Bodas do Cordeiro.
Após o arrebatamento dos salvos e o tribunal de Cristo, seguir-se-á a tão esperada “Bodas do Cordeiro”. As Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Testamento, utilizam-se do casamento para simbolizar a glória espiritual final e a alegria dos fiéis servos de Deus. Em muitos trechos do Novo Testamento, a relação entre Cristo e a igreja é revelada pelo uso de figuras do noivo e da noiva (2Co 11.2; Ef 5.25-33; Ap 19.7,8; 21.2). As Bodas do Cordeiro é a consumação da união mística entre Cristo e a sua Igreja. Participarão das Bodas do Cordeiro todos os santos ressuscitados e os vivos transformados por ocasião do arrebatamento (1Ts 4.16,17). A Noiva será formada pelos crentes de todas as épocas porque os santos do NT deverão participar das promessas, juntamente, com os santos do AT (Rm 4.16; Hb 11.39). Naquele dia Cristo se unirá à Igreja para nunca mais se separar dela (1Ts 4.17). Estaremos com ele no Tribunal, nas Bodas, na Ceia, na sua Manifestação, no Milênio, no Juízo Final, na Nova Terra e finalmente na eternidade!
 
7. A Promessa da eterna morada com Deus no céu.
Após o arrebatamento da Igreja, os justos que morreram ressuscitarão e unir-se-ão aos vivos, que serão arrebatados (1Co 15.51-53; 1Ts 4.13-18). Eles serão conduzidos ao céu, onde participarão do Tribunal de Cristo (2Tm 4.7,8; 2Co 5.10; Ap 22.12) e da celebração das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Depois, voltarão com Jesus à terra, onde reinarão com Cristo por mil anos (Ap 19.11-14; 20.1-6). Após o Milênio, habitarão na Nova Jerusalém (Ap 21,22), onde estarão, por toda eternidade, na presença de Deus (Jo 14.1-3; 2Co 5.8; Fp 1.23; Ap 21.3); e estarão livres de todo sofrimento, pois, ali, não haverá mais morte, nem clamor, nem dor (Ap 21.4), nem coisa alguma que os contamine (Ap 21.8,27; 22.15).
 
 
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, algumas promessas de Deus para a Igreja, são cumpridas e desfrutadas aqui na Terra, como por exemplo, a promessa do batismo com o Espírito Santo e dos Dons Espirituais. Outras, no entanto, estão reservadas para o futuro, quando Cristo vier buscar a Sua Igreja e nos levar para junto de Si. Essas ricas e gloriosas promessas servem de consolo e de esperança, e, também, nos motiva a orar, dizendo: Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!



REFERÊNCIAS
Ø  ANDRADE, Claudionor Correa. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  ANDRADE, Claudionor Correa. Dicionário de Profecia Bíblica. CPAD.
Ø  BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø  PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. As Promessas de Deus: Confie e Viva as Bênçãos do Senhor. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  
  
Por Rede Brasil de Comunicação.




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