1Rs 18.22-24,26,29,30,38; 19.8-14
INTRODUÇÃO
Nesta lição, identificaremos os falsos deuses apresentados na Bíblia; veremos alguns confrontos contra falsos profetas nas Escrituras; notaremos que Deus requer exclusividade na adoração e serviço; e por fim, pontuaremos a singularidade de Cristo.
I. IDENTIFICANDO OS FALSOS DEUSES ASERÁ E BAAL
No desafio enfrentado pelo profeta Elias, ele precisou enfrentar os representantes de pelo menos duas divindades daquela época, a saber: “Baal e Aserá”, as quais descreveremos agora.
1. Aserá, Astarte ou Astarote.
São três termos correlatos que tratam da “deusa mãe” com aspectos de deusa da fertilidade, do amor e da guerra, conhecida dos israelitas por meio dos cananeus (1Rs 11.5). Os israelitas infelizmente adotaram a adoração a Astarote juntamente com a adoração a Baal logo após chegarem à terra prometida (Jz 2.13). Era uma adoração comum no tempo de Samuel (1Sm 7.3,4; 12.10), tendo recebido lamentavelmente sanção real por parte de Salomão (1Rs 11.5). Outra expressão correspondente a Aserá é o termo “poste-ídolo”. O Antigo Testamento se refere algumas vezes ao poste-ídolo como uma deusa (2Rs 23.4 ARA – Almeida Revista e Atualizada), interessantemente que a NVI (Nova Versão Internacional) traduz essa mesma expressão por “Aserá”, o poste-ídolo também é usado acerca de uma imagem feita para essa deusa (1Rs 15.13 ARA).
2. Baal.
O vocabulário hebraico significa “senhor, possuidor ou marido”. Quando os israelitas entraram em Canaã, notaram que cada trecho da terra tinha sua própria divindade. Dessa forma, constatamos o relato de vários “Baais”, cuja forma plural foi traduzida por “Baalins” (1Rs 18.18). Na maioria das vezes, o sobrenome da divindade variava de acordo com a localidade em que ela era adorada. Um exemplo disso é Baal-Peor, divindade de uma área correspondente a uma montanha na região ao norte do Mar Morto e defronte de Jericó (Nm 25.3). Vejamos algumas outras variações para o termo Baal:
a) Baal-Berite.
Essa expressão significa “senhor das alianças”. Aparece somente em Juízes 8.33. Quando do falecimento de Gideão, os filhos de Israel tornaram a se corromper e se envolveram com esta divindade. El Berite era um deus cananeu que tinha o seu santuário em Siquém (Jz 9.46).
b) Baal-Gade.
Diz respeito à fronteira norte mais afastada da conquista israelita, no sopé do Monte Hermon. Essa localidade é descrita quando das conquistas na época de Josué (Js 11.17).
c) Baal-Hazor.
Trata-se de um monte de 1000 m de altura, a 15 Km a noroeste de Betel. Essa localidade é descrita em 2Samuel 13.23.
d) Baal-Meom.
Também conhecida como Bete-Baal-Meom (Js 13.17), Bete-Meom (Jr 48.23) e Beom (Nm 32.3). Era uma das diversas aldeias edificadas pelos rubenitas no território de Seom, o amorreu (Nm 32.38).
e) Baal-Zebube ou Belzebu.
No Antigo Testamento, Baal-Zebube era o “senhor das moscas”, o deus de Ecrom, ao qual Acazias desejou consultar, mas foi impedido pela interferência justamente do profeta Elias (2Rs 1.1-6,16). Alguns entendem que a expressão Baal-Zebube é uma forma irreverente dada pelos judeus ao título Baal-Zebul cananeu, “senhor dos lugares altos”. Mas ainda no Novo Testamento, os fariseus acusaram Jesus de expulsar os demônios por Belzebu, “maioral dos demônios” (Mt 12.24-29; Mt 10.25).
f) Baal-Zefom.
Essa expressão significa “senhor do norte”. Nome de um lugar no leste do delta egípcio, perto do qual os israelitas se acamparam durante seu êxodo (Êx 14.2,9; Nm 33.7).
II. CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS
A Bíblia diz que os profetas de Baal eram 450, e os profetas de Aserá eram 400 (1Rs 18.19), ou seja, eles eram maioria. Apesar dessa maioria numérica, estes oitocentos e cinquenta falsos profetas ficaram confundidos e envergonhados, pois somente o Deus de Elias respondeu com fogo e dissipou toda dúvida do coração do povo (1Rs 18.38,39). Ao longo de toda a Bíblia constatamos a triste realidade de que os falsos profetas são maioria. Notemos alguns exemplos:
- Nos dias do Egito. Os magos e encantadores de Faraó eram a maioria. Somente Moisés era o verdadeiro profeta (Êx 7.8-13). Apesar da maioria egípcia, Moisés prevaleceu, pois o Senhor estava com ele;
- Nos dias de Josafá e Acabe. Haviam quatrocentos profetas alugados pelo rei Acabe para profetizarem somente o bem para ele, mas apenas Micaías era o verdadeiro profeta do Senhor (1Rs 22.1-28). O servo do Senhor fora humilhado e rejeitado, mas as palavras que saíram da sua boca se cumpriram integralmente;
- Nos dias do rei Zedequias. O profeta Jeremias se levantou contra a esmagadora maioria dos profetas, dos sacerdotes infiéis e de todo o povo rebelde (Jr 27-28);
- Nos dias de Jesus. Jesus nos preveniu quanto ao advento dos falsos profetas, e que eles seriam muitos (Mt 24.11);
- Nos dias dos apóstolos. O apóstolo Paulo combateu durante todo o seu ministério os falsos ensinos, que se levantavam constantemente contra a ortodoxia bíblica (1Tm 4.1,2; 6.3-5; 2Tm 3.1-9).
A forma mais eficaz de confrontar os falsos profetas é ensinando incansavelmente a sã doutrina. Fazer o que o apóstolo Paulo recomendou a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1Tm 4.16; 2Tm 1.13; 2.15). O apóstolo dos gentios tinha um zelo doutrinário incansável, a fim de preservar a saúde espiritual do rebanho do Senhor. Por isso, ele dizia a Timóteo: “que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2; 4.3-5). Quando se ensina a sã doutrina, a boca dos falsos profetas fica tapada (Tt 1.10-14).
III. DEUS REQUER EXCLUSIVIDADE NA ADORAÇÃO E SERVIÇO
Por ser Deus o único verdadeiro Senhor do universo (Is 44.8) e único Redentor do homem (Is 43.11,25), Ele exige exclusividade no que diz respeito à adoração e ao reconhecimento humano quanto a isso: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura” (Is 42.8). Os falsos profetas de Baal conseguiram dividir o coração dos filhos de Israel. Eis a razão porque Elias se indignou tanto contra os israelitas: “Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada” (1Rs 18.21). Notemos então:
1. Coxeareis.
O termo coxear, vem do hebraico “pasah”, e significa: “ficar coxo, manco, passar por cima, vacilar”. Essa mesma palavra é utilizada para o neto de Saul, Mefibosete, que ficou manco (2Sm 4.4). Aplicado à situação no Monte Carmelo, coxear aponta para a vacilação ou oscilação no coração do povo em relação ao Senhor e à Baal.
2. O silêncio do povo.
Diante da pergunta do profeta, o povo demonstra incrível indiferença e oferece o silêncio como resposta, o que evidencia claramente que, de fato, os israelitas estavam em dúvida quanto à exclusividade de Deus como o Senhor. Mas Deus fez questão de dissipar toda e qualquer dúvida, derramando fogo do céu e consumindo todo o holocausto mostrando assim que Ele é único (1Rs 18.38,39). Com tal demonstração, ficou claro que só o Senhor é Deus. Ainda há outros exemplos bíblicos de momentos em que o coração dos israelitas coxeou, oscilou, vacilou entre Deus e outra divindade. Vejamos:
- Nos dias de Moisés. Quando da peregrinação no deserto, os filhos de Israel construíram um bezerro de ouro e o adoraram, mas Deus logo demonstrou que somente Ele era o Senhor a ser temido e adorado por seu povo. Naquele dia, quase três mil homens morreram por causa da sua infidelidade ao Senhor (Êx 32.1-29);
- Nos dias de Josué. Nos seus dias, Josué relembra ao povo toda a grandeza e obras magníficas do Senhor e protesta contra a idolatria reinante entre eles. Ele convoca os israelitas a se desfazerem de todos os demais deuses e, à semelhança dele e de sua casa, servirem exclusivamente a Deus (Js 24.1-25).
- Nos dias de Samuel, o coração do povo também estava dividido entre Deus e os baalins e astarotes. O Senhor permitiu que a calamidade visitasse os israelitas e só lhes enviou a vitória sobre os filisteus depois que eles se despojaram de todo resquício de idolatria, e serviram somente ao Senhor (1Sm 2.1-7.4).
- Nos dias do reino do Norte. Nos dias anteriores ao cativeiro da Assíria, Deus protestou contra o seu povo categoricamente: “O seu coração está dividido...” (Os 10.2). O resultado foi que a ira de Deus se acendeu contra o seu povo e lhe enviou o cativeiro. Deus requer a sua exclusividade, demonstrando o seu poder, seja abençoando ou permitindo a maldição;
- Nos dias do reino do Sul. Com a nação de Judá não foi diferente. Somente com o envio do cativeiro babilônico foi que o povo se deixou curar de seu sincretismo, de sua idolatria e entendeu que a adoração deve ser tributada única e exclusivamente a Deus, pois só Ele é o Senhor (2Cr 36.11-16; Ed 9-10).
IV. A SINGULARIDADE DE CRISTO
Já vimos que nas páginas do Antigo Testamento, o Senhor se coloca totalmente contrário ao sincretismo religioso, pois requer exclusividade no que diz respeito à adoração e serviço. Como Ele não muda, tal exclusivismo e repúdio ao sincretismo permanecem em o Novo Testamento e inclusive nos dias atuais. Somente Jesus é o Senhor e toda e qualquer religião que não creia nEle conforme às Escrituras devem ser rejeitadas, pois, Ele é:
a) Singular na concepção (Is 7.14; Lc 1.26-38);
CONCLUSÃO
Deus requer exclusividade e ainda demonstra porque somente Ele deve ser adorado e reconhecido como verdadeiro Deus. Não há espaços para a aceitação do sincretismo nas páginas da Bíblia, nem no Antigo e muito menos no Novo Testamento. Deus é singular e com Ele não há outro (Is 45.22).
REFERÊNCIAS
Ø BÍBLIA DE ESTUDO PALAVRA CHAVE.
CPAD. 2010.
Ø DILLARD,
Raymond B. Fé em face da apostasia.
CULTURA CRISTÃ. 2019.
Ø ELISSEN,
Stanley. Conheça melhor o Antigo
Testamento. VIDA. 2015.
Ø GEISLER,
Norman. Enciclopédia de Apologética.
VIDA ACADÊMICA. 2010.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD. 2010.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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