1 Rs 4.29-34;
6.1,11-14.
INTRODUÇÃO
No terceiro trimestre de 2021 estudaremos uma importante
lição que tem como título: O plano de Deus para Israel em meio à
infidelidade da nação. Será um trimestre que abarcará o período histórico
compreendido entre a monarquia a divisão dos reinos. Nesta lição, analisaremos
o final do reinado de Davi e o início do reinado de Salomão. Traremos
importantes informações sobre o terceiro rei de Israel tais como: seu reinado,
feitos, sabedoria, devoção e queda espiritual. Por fim, destacaremos que,
embora Salomão e os seus sucessores tenham falhado, Deus manteve sua promessa
conservando a linhagem davídica.
I. O FIM DE UM REI E
O LEVANTAR DE OUTRO
Quando Davi sentiu a proximidade da morte (1Rs 1.1),
preocupou-se com a sucessão do governo que Deus o havia conferido. Sabendo de
antemão que Salomão era o escolhido para lhe suceder no trono (1Cr 28.6,7), e
que edificaria o templo (1Cr 22.9,10), Davi lhe fez diversas recomendações para
que a sua gestão contasse com a bênção de Deus e prosperasse (1Cr 28.9,10).
Notemos:
1. Conhecer a Deus.
Embora Davi tivesse uma série de experiências marcantes com
Deus que por certo foram narradas aos seus filhos e até mesmo presenciadas por
eles, o monarca de Israel enfatizou que Salomão necessitava ter a sua própria
experiência: “Conhece o Deus de teu pai” (1Cr 28.9). A expressão “conhecer”,
no hebraico “yada”, significa: “conhecer por
experiência, relacionar-se”. A falta de conhecimento de Deus foi o
maior problema de Israel, como declarou o próprio Deus através de Isaías (Is
1.1-3). É imprescindível que conheçamos a Deus e prossigamos em conhecê-lo (Os
6.3).
2. Servir a Deus.
Após exortá-lo a conhecer a Deus, Davi também disse a Salomão
que o servisse e o orientou a como fazê-lo: “de coração perfeito e alma
voluntária”. A expressão “de coração perfeito”, no hebraico “shalem”,
implica um “coração completo, inteiro, todo”. Já a
expressão “alma voluntária” fala de buscar com prazer, com amor, não
forçadamente. A orientação de Davi foi acompanhada de uma exortação severa aos
que não o fizessem (1Cr 28.9-b). Infelizmente, com o passar do tempo, Salomão
se deixou seduzir pelo pecado e não serviu a Deus como seu pai ordenou (1Rs
11.4).
3. Fazer a obra de Deus.
Salomão também recebeu como incumbência de seu pai a
edificação do Templo, um lugar fixo de adoração ao Deus vivo. Davi disse a
Salomão: “Olha, pois, agora, porque o SENHOR te escolheu para edificares
uma casa para o santuário; esforça-te, e faze a obra” (1Cr 28.10).
Salomão haveria de realizar algo inédito. Uma grande casa para o Senhor deveria
ser construída (1Cr 29.1).
II. INFORMAÇÕES
SOBRE SALOMÃO
Se considerarmos a grandeza, a prosperidade, a sabedoria e as
realizações em empreendimentos de modo geral, nenhum rei de Israel ou de Judá
pode ser comparado a Salomão. Por isso é dito que ele trouxe a Idade de
Ouro de Israel. Sua história é descrita nos livros de 1 Rs 1-11
e 2 Cr 1-9. Vejamos alguns aspectos de sua vida, de seu reino e do seu caráter:
1. Seu nome.
Deriva-se do hebraico “shalom”, que significa: “pacífico”.
Sob as ordens do profeta Natã, ele também recebeu o nome de Jedidias,
que significa: “amado de Yahweh” (II Sm 12.24,25). Mas Salomão
foi o nome que prevaleceu, pois ele é chamado assim mais de 300 vezes no Antigo
Testamento. Seu nome também é mencionado na genealogia de Cristo (Mt 1.6).
2. Sua família e origem.
Era filho de Davi com Bate-Seba. Ao contrário de Davi, ele
nasceu em um palácio, pois seu nascimento se deu enquanto Davi reinava sobre todo
Israel (2Sm 12.24,25).
3. Seu reinado.
Através de
tratados com os reis vizinhos (1Rs 5.1-12), e de casamentos políticos (1Rs
3.1), Salomão garantiu a paz para o seu reino, tornando-o uma das grandes
potências da época. Ele expandiu o comércio exterior e promoveu a prosperidade
doméstica, desenvolvendo grandes empreendimentos, tais como mineração de cobre
e fundição de metais. Durante o reinado de Salomão, Israel era o reino mais
poderoso do mundo de então; Jerusalém a cidade mais suntuosa do mundo; e o
templo, o edifício mais rico da terra. Dos confins do mundo pessoas vinham
ouvir a sabedoria de Salomão e ver a sua glória (1Rs 10.1-10). Salomão recebia
a cada ano, 666 talentos de ouro, ou seja, 23.310 quilos de ouro
aproximadamente, além de muitos outros tipos de bens materiais. A prata
tornou-se comum como pedra na terra de Israel (1Rs. 10.27). Após uma vida de
empreendimentos comerciais bem sucedidos, Salomão tornou-se conhecido como o
rei mais rico e mais sábio do mundo (1Rs 10.23).
4. Suas construções.
Salomão tornou-se
conhecido também como um dos maiores construtores da história de israel.
Durante o seu reinado edificou Hazor, Megido e Gezer (1 Rs 9.15) como cidades
fortes em pontos estratégicos. Também construiu as cidades de Bete-Horom,
Baalate e Tadmor (1 Rs 9.17-19). Os projetos de construção mais suntuosos,
porém, foram o templo de Jerusalém, que se tornou o centro da vida nacional e
religiosa do povo judeu (1 Rs 6), e o seu próprio palácio (1 Rs 7). Eis algumas
informações sobre o templo:
- A planta com os detalhes do Templo foi dada a Salomão através de seu pai, Davi, e Salomão edificou de acordo com o projeto divino (1 Cr 28.11,12,19);
- O templo estava localizado na eira de Araúna, comprada por Davi, no Monte Moriá (2Sm 24.24,25; 1 Cr 22.1; 2 Cr 3.1);
- Foi construído de grandes pedras, traves e tábuas de cedro, revestidas de ouro (1 Re 6.14-22; 7.9-12);
- Foi construído por 30.000 israelitas e 150.000 Cananeus (1Rs 5.13-16; 2 Cr 2.17-18; 8.7-9);
- Eles levaram sete anos para construí-lo (1 Rs 6.38);
- Ele media 30 m de comprimento, 10 de largura e 15 de altura (1Rs 1.3);
- Cada parte era preparada distante do local da edificação e colocada no seu lugar sem se ouvir ruído de martelo ou outro instrumento (1Rs 6.7);
- Toda a casa foi revestida com ouro, ouro puro (1 Rs 6.11-22); ornamentado com pedras preciosas (2 Cr 3.6,7).
5. Sua sabedoria.
No início de seu
reinado, o Senhor lhe apareceu em Gibeão e lhe disse: “pede o que
quiseres que te dê” (1 Rs 3.5); então, Salomão lhe pediu que lhe desse
um coração sábio e entendido para julgar o povo. Este pedido agradou a Deus,
que lhe deu, não apenas sabedoria, mas também riqueza e glória (1 Rs 3.4-15).
Em 1 Rs 4.29-34 está escrito que Salomão foi o mais erudito dos estudiosos de
sua época, superando grandes sábios de Edom. São atribuídos a ele 1005
cânticos, dois Salmos (72 e 127) e 3.000 provérbios, muitos deles descritos no
livro dos Provérbios de Salomão (1 Rs 4.32; Pv 1.1). Ele escreveu também os
livros de Eclesiastes e Cantares (Ec 1.1; Ct 1.1).
6. Sua vida de
devoção.
Além de oferecer
sacrifícios ao Senhor de forma abundante (1 Rs 8.63; 2 Cr 1.6; 7.5; 8.12),
Salomão também se destacou por sua prática devocional de oração. Vejamos alguns
motivos pelos quais ele orou: bênção contínua sobre a dinastia de Davi (1 Rs
8.25-26); atenção às suas orações (1 Rs 8.27-30); justiça para o inocente (1 Rs
8.31-32); perdão para o penitente (1 Rs 8.33-40); atenção às orações dos
estrangeiros que visitam o Templo (1 Rs 8.41-43); Vitória em tempo de guerra (1
Rs 8.44-45); e restauração após o cativeiro (1 Rs 8.46-53).
7. Seu fracasso.
Em contraste com o
que ensinou e escreveu, a vida de Salomão não foi um modelo de integridade
moral e espiritual. Contrariando os mandamentos divinos (Dt 17.17), Salomão
casou-se com uma egípcia (1 Rs 3.1) e teve 700 princesas e 300 concubinas,
mulheres estrangeiras, que lhe perverteram o coração (1 Rs 11.1-4). Por advirem
de povos idólatras, Salomão aderiu às suas práticas, construindo altares aos
deuses pagãos (1 Rs 11.5.9).
III. A PUNIÇÃO E A MISERICÓRDIA
DIVINA COM A LINHAGEM DE DAVI
Deus havia
prometido a Davi que o seu reinado seria permanente, se os seus filhos
pecassem, seriam castigados, mas o Senhor não apartaria sua misericórdia
conservando para sempre o seu trono (2Sm 7.12-16). Logo, apesar do pecado de
Salomão e de Roboão, Deus sempre manteve o trono de Davi ocupado com um de seus
descendentes, mantendo sempre acesa uma lâmpada em sua linhagem (1Rs 12.36,39).
Tal linhagem culminou no Messias, o Filho de Davi, que no Milênio reinará sobre
toda a terra, a partir de Jerusalém (Lc 1.31-33; Ap 20.4; Is 2.3).
CONCLUSÃO
O Senhor escolheu
Davi, que exerceu com fidelidade o governo do povo de Israel. Divinamente
orientado, o homem segundo o coração de Deus, separou Salomão para ser o seu
sucessor. Este, por sua vez, comportou-se inicialmente de forma agradável a
Deus, no entanto se esqueceu da benignidade divina e rebelou-se contra a
vontade do Senhor. Tais verdades históricas nos ensinam que Deus escolhe os
homens para propósitos específicos, porém os tais homens devem ser submissos e
fiéis à vontade divina.
REFERÊNCIAS
Ø
ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø
GARDNER,
Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
Ø
HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Ø
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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