Vídeo Aula - Pastor Ciro
terça-feira, 26 de novembro de 2024
QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2024
Alcance um Futuro Feliz e Seguro –
Conselhos de Salomão no Livro de Provérbios:
Um Convite à Sabedoria e às Promessas de Proteção.
Lição 08
Hora da Revisão
A respeito de “Protegendo o seu Dinheiro”,
responda:
1.
Qual é o sentido da expressão “espalham”?
A
expressão “espalham”, do versículo 24, tem o sentido de “doar generosamente”.
2.
A que atitudes o Livro de Provérbios nos aconselha e que tem a ver com a
prudência?
Se por um lado Provérbios ensina a generosidade, por
outro ele aconselha vigorosamente a prudência com o dinheiro.
3.
O que a virtude da generosidade nos permite?
Ora, a virtude da generosidade nos permite sair de
dentro dos nossos interesses e olhar para a necessidade do outro que está
diante de nós.
4.
Como podemos entender a palavra “prudência”?
“Agir de acordo com a reta razão”, ou seja, diante de
uma situação devemos agir de maneira que tenhamos a capacidade de, entre ações
virtuosas e viciosas, escolhamos sempre as que exalam a retidão dos valores da
Palavra de Deus.
5.
Quais as duas virtudes que têm relação com o dinheiro foram abordadas nesta
lição?
A
generosidade e a prudência.
QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2024
As
Promessas de Deus-
Confie e Viva as Bênçãos
do Senhor
porque Fiel é o que
Prometeu.
Lição 08
Revisando o Conteúdo
A respeito de “A Promessa de Paz” responda:
1. Escreva a respeito do conceito de paz.
No Antigo Testamento, encontramos a
palavra “shalom” para “paz”, que tem o sentido de segurança, bem-estar, saúde,
prosperidade, paz (Nm 6.26); representa tudo o que há de melhor para a vida. No
Novo Testamento, em grego, a palavra “paz” é “eirene”, com significado
semelhante, contudo, enfatizando a ideia de quietude e repouso (Fp 4.6).
2. O que a paz em Números 6 revela?
A paz, em Números 6, revela um estado de
plena satisfação em Deus a qual o povo poderá desfrutar na sua peregrinação
pelo deserto.
3. Por que podemos dizer que a paz que o
mundo oferece é enganosa?
A paz do mundo é enganosa porque não tem
como fundamento o que é eterno, celestial e divino, mas temporal, terreno e
puramente humano.
4. Como os Evangelhos apresentam o Senhor
Jesus?
Os Evangelhos apresentam o Senhor Jesus,
o nosso Salvador, como esse “Príncipe da Paz”.
5. De acordo com a lição, o que é a paz
que excede todo o entendimento?
A paz que excede o todo entendimento é
uma paz que nos acalma diante das inquietações da vida.
sábado, 23 de novembro de 2024
LIÇÃO 08 – A PROMESSA DE PAZ
Nn 6.24-26; Fp 4.6,7; 1Pe 3.10,11
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra paz; citaremos
algumas promessas da paz na Bíblia; destacaremos as três dimensões da paz;
explicaremos que só em Jesus podemos alcançar a verdadeira paz; e, finalmente,
elencaremos como desfrutar a verdadeira paz.
I. DEFINIÇÃO DO
TERMO PAZ
Segundo o dicionário Aurélio (2004, p. 1514), “paz”
significa: “ausência de lutas, violências ou perturbações sociais,
tranquilidade pública, concórdia, harmonia”. O dicionarista Houaiss
(2001, p. 2158) define a paz como “relação entre pessoas que não estão em
conflito; acordo, relação tranquila entre cidadãos; ausência de problemas e de
violência; situação de uma nação ou de um estado que não está em guerra”.
E, o pastor Claudionor de Andrade, no seu Dicionário Teológico define a paz da
seguinte maneira: “Do hebraico shalom; do grego eirene; e
do latim pacem. Nas Escrituras, paz não significa apenas ausência
de guerras, ou de conflitos. De acordo com os profetas e apóstolos, é a
serenidade que o Espírito Santo nos infunde no coração mediante a fé que
depositamos na providência divina (Is 26.3; Fp 4.7). Como fruto do espírito, a
paz é a profunda quietude do coração firmada na convicção de que deus está no
comando de todas as coisas (Gl 5.22,23) (2019, p. 295).
II. A PROMESSA DA
PAZ NA BÍBLIA
Deus criou o ser humano para viver em paz e em harmonia na
Terra. Porém, desde que o pecado entrou no mundo que o ódio, a maldade e a
violência passaram a fazer parte da História da humanidade. Já nos primeiros
capítulos da Bíblia, lemos acerca do assassinato de Abel (Gn 4.8); da maldade
de Lameque (Gn 4.23); e que a terra se encheu de violência (Gn 6.5). Hoje não é
diferente. O mundo vive em constantes guerras e conflitos intermináveis. A
falta de paz é notória em todos os níveis da sociedade. Falta paz no trânsito,
nas indústrias, nas escolas e em muitos lares. Porém, uma das promessas mais
gloriosas da Bíblia é a paz. Diversas vezes o Senhor promete abençoar o seu
povo com paz. Vejamos:
1. No Antigo Testamento:
- No Pentateuco: “O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz” (Nm 6.24-26).
- Nos Livros Históricos: “Porém o Senhor lhe disse: Paz seja contigo; não temas; não morrerás. Então Gideão edificou ali um altar ao Senhor, e chamou-lhe: O Senhor é paz” (Jz 6.23,24).
- Nos Livros Poéticos: “O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com paz.” (Sl 29.11). “Muita paz tem os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço” (Sl 119.165). “Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Paz esteja em ti” (Sl 122.8). “E verás os filhos de teus filhos, e a paz sobre Israel” (Sl 128.6). “Porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz” (Pv 3.2).
- Nos Livros Proféticos: “Tu conservarás em paz aquele cuja
mente está firme em ti; porque ele confia em ti. Senhor, tu nos darás paz,
porque tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras” (Is 26.3). “Quão suaves são sobre
os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia
o bem, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Is 52.7). “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o
Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Is
26.3).
2. No Novo Testamento:
- Nos Evangelhos: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). “Chegou jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio e disse: paz seja convosco” (Jo 20.26).
- Em Atos: “Assim, pois as igrejas em toda a Judeia, e Galileia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo” (At 9.31). “A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por jesus Cristo (este é o Senhor de todos)” (Jo 10.36).
- Nas Epístolas: “Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego” (Rm 2.10). “Porque o reino de Deus não é comida e nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). “A misericórdia, e a paz, e o amor vos sejam multiplicadas” (Jd 1.2).
- No Apocalipse: “João,
às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele
que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do
seu trono” (Ap 1.4).
III. AS TRÊS
DIMENSÕES DA PAZ
De acordo com as Escrituras, a paz possui três dimensões:
1. Paz com Deus.
A paz com Deus só é possível mediante a justificação pela fé.
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1,2). O pecador, em seu estado de pecado,
encontra-se em inimizade com Deus, visto que o pecado é uma violação da vontade
de Deus (Rm 3.23; 6.23; Ef 2.1-5). Porém, quando o mesmo se arrepende,
aceitando a Jesus como seu único e suficiente salvador, automaticamente ele é
reconciliado com Deus. O nosso relacionamento com Deus, antes rompido pelo
pecado, é agora restaurado mediante a justificação por Ele outorgada (Rm 5.1;
Fp 3.9; GI 2.16). Então, somos chamados não só a ter paz com Deus por Jesus
Cristo, mas também para sermos pacificadores, reconciliando outras pessoas com
Deus, de forma que elas também possam obter a paz com Deus (2Co 5.18- 20).
2. Paz de Deus.
“E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um
corpo, domine em vossos corações.” (Cl 3.15). “A palavra hebraica para ‘paz’ é shalom. Denota
muito mais do que ausência de guerra e conflito. O significado básico de
‘shalom’ é harmonia, plenitude, firmeza, bem-estar e êxito em todas as áreas da
vida.” (Stamps, 1995, p. 1120). Esta é a paz interior que Jesus nos deu pelo
Espírito Santo (Jo 14.26,27). A paz interior substitui a raiva, a ira, a culpa
e a preocupação. Sem a “paz com Deus” não pode haver a “paz de Deus”.
3. Paz com os homens.
Escrevendo aos Romanos, o apóstolo Paulo diz: “Se for
possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens” (Rm
12.18). A paz, como fruto do Espírito Santo é, primeiramente, ascendente, para
Deus; depois, interior, para nós mesmos; e, finalmente, exterior, para nosso
semelhante. Devemos buscar a paz e nos empenhar em alcançá-la (1Pd 3.11).
Sigamos o exemplo de Isaque que para evitar um conflito desnecessário com
Abimeleque, pre-feriu cavar outro poço (Gn 26:19-22); e de Abraão, que disse ao
seu sobrinho Ló: “Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus
pastores e os teus pastores, porque irmãos somos.” (Gn 13.8), e do
nosso maior mestre, Jesus, que é identificado nas Escrituras como príncipe da
paz (Is 9.6).
IV. SOMENTE EM JESUS
PODEMOS ALCANÇAR A VERDADEIRA PAZ
Muito se tem falado em acordos de paz e busca pela paz. Mas,
somente Jesus pode oferecer a verdadeira paz.
1. Jesus prometeu nos dar a verdadeira paz.
“Jesus disse: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não
vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo
14.27). Jesus deixou-nos a paz perfeita, cujo significado não se encontra nos
dicionários famosos, mas, sim, na linguagem de Deus, escrita na sua Palavra e
transmitida pelo Espírito Santo aos homens. É a paz de Deus, que “excede todo o
entendimento”, é a paz de Jesus. Alguém pode até não estar em guerra, mas pode
estar inquieto e preocupado interiormente, sentindo falta de tranquilidade de
espírito. Mas, quando se tem cristo no coração, tem-se paz perfeita mesmo
diante das lutas e aflições” (Renovato, 2024, p. 85).
2. A paz oferecida por Cristo excede todo o entendimento.
A paz de Deus, que é a paz de Cristo, não é como a paz do
mundo, enganosa, cheia de contradições e insegurança. Ela excede todo o
entendimento e compreensão natural. Mas, para ser experimentada, existem
condições previstas na Palavra de Deus: Está escrito: “Não estejais
inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas
diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de deus,
que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos
sentimentos em cristo jesus” (fp 4.6,7) (Renovato, 2024, p. 90).
3. A paz é uma virtude do fruto do Espírito.
Uma das principais características do fruto do Espírito é a
paz (Gl 5.22). “Do grego eirene, isto é, a quietude do coração e mente,
baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu pai celestial (Rm
15.33; Fp 4.7; I Ts 5.23; Hb 13.20).” (Stamps, 1995, p. 1803). Significa também
“tranquilidade íntima e perfeita”, “libertar-se de um espírito
agressivo, contencioso ou partidário”. Esta paz é uma característica interior
que se manifesta em nós, pela ação do Espírito Santo, que nos faz agir de maneira
pacífica com os outros. Ela busca viver em harmonia para com todos (Rm 12.18;
14.17).
V. COMO DESFRUTAR A
VERDADEIRA PAZ
“O primeiro passo é crer no Senhor Jesus Cristo. Quando assim
faz, a pessoa é justificada pela fé (Rm 3.21-28; 4.1- 13; Gl 2.16) e assim tem
paz com Deus (Rm 5.1). Juntamente com a fé, deve-se andar em obediência aos
mandamentos divinos a fim de viver-se em paz (Lv 26.3,6). […] Com a ajuda do
Espírito Santo, deve-se orar pedindo paz (Sl 122.6,7; Jr 29.7; Fp 4.7), deixar
que a paz governe o coração (Cl 3.15), buscar a paz e segui-la (Sl 34.14; Jr
29.7; 2Tm 2.22; 1Pe 3.11) e esforçar-se por viverem paz com o próximo (Rm
12.18; 2Co 13.11; 1Ts 5.13; Hb 12.14)” (Stamps, 1995, p. 1121).
CONCLUSÃO
Uma das promessas mais gloriosas que Deus nos fez é a
promessa da paz. Ela está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. A
Bíblia nos garante que nós podemos desfrutar da paz com Deus, da paz de Deu e
viver em paz com o próximo. Mas, a verdadeira paz só pode ser alcançada em
Cristo, o Príncipe da Paz.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE, Claudionor
Correa. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø RENOVATO, Elinaldo. As
Promessas de Deus: Confie e Viva as Bênçãos do Senhor. CPAD.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø HOUAISS, Antônio;
VILLAR, Mauro de Sales. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
Editora Objetiva.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
segunda-feira, 18 de novembro de 2024
QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2024
Alcance um Futuro Feliz e Seguro –
Conselhos de Salomão no Livro de Provérbios:
Um Convite à Sabedoria e às Promessas de Proteção.
Lição 07
Hora da Revisão
A respeito de “Proteção Contra a Insensatez”,
responda:
1. Explique a estrutura do capítulo
9 de Provérbios.
O capítulo 9 está dividido em três seções: o convite
da senhora sabedoria (vv.1-6); o interlúdio entre os dois convites (vv.7-12) e
o convite da senhora loucura (vv.13-18).
2. Quais são as duas senhoras que
aparecem no capítulo 9?
A senhora sabedoria e a senhora loucura.
3. Como podemos correlacionar o
capítulo 9 de Provérbios com o ensino do apóstolo Paulo em Filipenses?
Podemos relacionar de maneira prática aos apelos da
sabedoria divina, pois passa, pela faculdade do pensamento dominada pela
Palavra de Deus, com as coisas do alto. Assim sendo, o convite da sabedoria é
usar de maneira proposital a faculdade intelectual.
4. Segundo a lição, para o que o
jovem cristão é convidado?
O jovem cristão é convidado, por meio de uma vida sob
a direção do Espírito Santo, a ponderar as suas escolhas à luz da Palavra de
Deus, de modo que ele se encontre em fidelidade com Cristo e sua causa.
5. Que apelo o Livro de Provérbios
faz para o jovem cristão?
O Livro de Provérbios faz um apelo, tal qual o mesmo
que nosso Senhor fez no Sermão do Monte, (Mt 7.24-27) ao jovem cristão para que
construa a sua vida sob uma premissa verdadeira, elevada e segura.
QUESTIONÁRIOS DO 4° TRIMESTRE DE 2024
As
Promessas de Deus-
Lição 07
Revisando o Conteúdo
A respeito de “A Promessa de Um Coração
Novo”
responda:
1. A que a palavra “coração” se refere?
A palavra se refere à realidade da vida
interior de cada pessoa.
2. O que atesta a obra da Nova Aliança?
O que atesta a Nova Aliança não é mais
uma marca física (Rm 2.28), mas a obra realizada pelo Espírito Santo no coração
da pessoa (Rm 2.29).
3. Qual é a capacidade de quem recebe o
coração novo?
Tem a capacidade de guardar seu coração e
o que se passa ao seu redor, de maneira que possa desejar a fazer a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2; Fp 4.8,9).
4. Qual é a essência do Cristianismo?
O amor é a essência do Cristianismo. Sem
ele, não existe a verdadeira expressão e identidade do que significa ser
cristão.
5. O que pode ser testificado em nosso
coração?
O penhor do Espírito Santo é a garantia
de nossa salvação, dada por Deus e testificada em nosso coração.
quarta-feira, 13 de novembro de 2024
LIÇÃO 07 – A PROMESSA DE UM CORAÇÃO NOVO
Rm
2.25-29; Jr 31.31-34
INTRODUÇÃO
Nesta
lição falaremos sobre o conceito de “novo coração” na Bíblia com sendo a
regeneração; estudaremos a necessidade de ter um “novo coração”; pontuaremos os
aspectos do resultado de se ter o “novo coração”; e for fim, analisaremos as
características de um “novo coração” como se referindo ao “homem interior” para
revelar o centro da vida mental, emocional e espiritual do ser humano.
I. O CONCEITO DE “NOVO CORAÇÃO” NA
BÍBLIA COMO SENDO A REGENERAÇÃO
A
palavra “coração” recebe destaque nas Escrituras sendo mencionada cerca de 876
vezes. A palavra hebraica “leb” e a grega “kardía”
para “coração” são usadas pelos escritores bíblicos tanto de modo
literal como figurativo (Dt 4.29; 10.12; 2Cr 6.14; Jr 29.13; Jl 2.12-13; Sl
51.10). Na grande maioria das ocorrências nas Escrituras, a palavra “coração”
é usada figurativamente e representa: “a parte central do ser humano, o
íntimo, o homem interior” (Ez 36.26-27). De modo geral, essa palavra “coração”
se refere ao “homem interior” (Jo 3.3) a fim de revelar o centro
da vida mental, emocional e espiritual do ser humano (Mt 22.37; Mc 12.30; Lc
10.27). Desse modo, o apóstolo Paulo faz referência ao “homem exterior”
(o corpo físico) e ao “homem interior” (alma e espírito), que
constitui o ser humano em sua integralidade: corpo, alma e espírito (Hb 4.12).
É para a dimensão desse “homem interior” que a Bíblia aplica a palavra “coração”.
[...] Portanto, de maneira geral, a palavra “coração” se refere
ao que está no interior do ser humano (Pv 4.23; Mt 15.18-20) (Renovato, 2024,
pp. 48,50).
1.
O “coração novo” como sendo a regeneração na Bíblia.
Teologicamente
podemos dizer que o “novo coração”, “novo nascimento”
ou “regeneração” é “o milagre que se dá na vida de quem
aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza divina. Através
da regeneração o homem passa a desfrutar de um nova realidade espiritual”
(ANDRADE, 2006, p. 317 – acréscimo nosso). O Pastor Eurico Bergstén (2016, p.
174) diz que: “a regeneração ou novo nascimento significa o ato
sobrenatural em que o homem é gerado por Deus (1Jo 5.18) para ser
seu filho (Jo 1.12) e participante da natureza divina (2Pe
1.4)”. A doutrina da regeneração é bíblica e foi ensinada por Jesus e pelos
seus santos apóstolos (Jo 3.3,7; 2Co 5.17; Gl 6.15; Jo 1.12.13; Ef 2.1,5; Cl
2.13; Tt 3.5; Tg 1.18; 1Pe 1.23). A Declaração de Fé das Assembleias de Deus no
Brasil diz que a “Regeneração é a transformação do pecador em uma nova criatura
pelo poder de Deus [...]. Essa obra é também conhecida como novo
nascimento, ou nascer de novo e nascer do Espírito.
Trata-se de uma operação do Espírito Santo na salvação do pecador” (SOARES
[Org.], 2017, p. 112).
II. A NECESSIDADE DE RECEBER UM NOVO
CORAÇÃO
“A
palavra regeneração é particularmente utilizada no Novo Testamento, e em grego
é palingenesia, com um conceito bastante amplo, podendo
significar ‘novo nascimento’ (Jo 3.3,4), ‘gerar de novo’ (1Pe
1.3), e ‘nova criação’ (2Co 5.17; Gl 6.15). Esse fenômeno tem
relação com ensinamentos do Antigo Testamento, que tratam sobre o recebimento
de ‘um novo coração’ (Ez 36.26) e ‘um novo espírito’ (Dt
10.16; 30.6). Em Ezequiel 36.24 Deus promete retirar o coração de pedra,
dando-lhe um novo espírito, e um novo coração. Esta circuncisão do coração é a
obra do Espírito de Deus e pode ser realizada somente por Ele” (Barreto, 2024,
p. 96). “[…] Outros textos, como Deuteronômio 30.6, falam sobre a circuncisão
do coração, uma metáfora para a purificação e transformação
interior que só Deus pode realizar, o que pode ser visto como uma
atuação regeneradora do Espírito, mesmo que de forma não tão explícita
quanto no Novo Testamento” (Barreto, 2024, p. 124).
1.
O novo coração e a regeneração.
Na
obra “Protopentecoste: Ações do Espírito Santo no Antigo Testamento”
está escrito que: “A promessa de Deus em Ezequiel (Ez 36.26-27) se concretiza
na experiência daqueles que, pela fé, recebem o Espírito Santo e são transformados
interiormente. Esta renovação não é apenas uma reforma externa, mas uma
mudança profunda que afeta o coração e a vontade,
tornando possível a obediência genuína e a devoção sincera. Assim, a habitação
do Espírito Santo é a chave para a vida espiritual autêntica, desde os tempos
antigos até o presente, garantindo que os crentes sejam capacitados a viver em
conformidade com a vontade de Deus, manifestando Sua glória e santidade ao
mundo” (Barreto, 2024, p. 96).
2.
O novo coração fala de mudança interna.
O
texto de 1Samuel 10.6 mostra que: “Duas vezes é dito que o Espírito’ veio sobre
Saul’. Após a primeira vez, Saul é ‘transformado em um novo homem’.
Ocorre uma mudança interior, em seu coração. Assim, a unção deixa de ser apenas
um rito para, de fato, simbolizar o agir de Deus sobre o ser humano que o
Senhor escolheu. Aqui os resultados são internos, antes de serem externos […]
‘Ser um novo homem’ e ‘ter um novo coração’ (1Sm 10.7,9) apontam para mais que
uma capacitação externa, trata-se de uma mudança interior. Essa
transformação interior promovida pelo Espírito Santo na vida de Saul destaca
uma verdade fundamental sobre o papel do Espírito […]. A mudança externa é
precedida por uma transformação interna, o que indica que […] um
coração alinhado com Deus” (Barreto, 2024, p. 102).
3.
O novo coração fala de uma transformação.
Robert
Charles Sproul (2011, p. 236) asseverou: “Não podemos ser cristãos a menos que
o Espírito Santo nos regenere e transforme o nosso coração de pedra num coração
de carne. Como Jesus disse a Nicodemos, se um homem não nascer do Espírito, não
pode ver o reino de Deus, muito menos entrar nele. O Espírito entra e habita em
cada pessoa a quem ele regenera”. Segundo Beacon (2006, p. 49) a palavra
traduzida como “de novo” é “anothen”, que tem vários significados e um deles é:
“de cima”. Acerca disso Wilmington (2015, pp. 362,363) diz que: “o único
requisito para viver nesta terra é ter um nascimento físico; igualmente, o
único requisito para viver um dia nos céus é ter um nascimento espiritual”. Na
obra “Protopentecoste: Ações do Espírito Santo no Antigo Testamento”
está escrito que podemos verificar alguns textos bíblicos que são apresentados
para argumentar essa transformação interna pela mudança do coração (Barreto,
2024, p. 101). Vejamos:
- Dt 30.2: “E te converteres ao Senhor teu Deus, e deres ouvidos à sua voz, conforme a tudo o que eu te ordeno hoje, tu e teus filhos, com todo o teu coração, e com toda a tua alma […].
- Dt 30.6: “E o SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração”.
- Dt 10.16: “Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz”.
- Jr 31.33: “Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”.
- 1Sm 7.3: “Então falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só [...]”.
4.
O coração novo fala da ação do Espírito Santo na vida do pecador.
“É
justamente aqui que a graça de Deus se manifesta de maneira poderosa e
indispensável. A salvação não é algo que o homem possa alcançar por seus
próprios méritos ou esforços, mas é um dom gratuito de Deus, concedido pela sua
soberana misericórdia. Somente através da atuação do Espírito Santo é que
o coração humano pode ser regenerado, despertado para a vida espiritual e
capacitado a responder ao chamado de Deus. A graça de Deus não apenas
convida, mas efetivamente transforma, restaurando a imagem de Deus no homem e
habilitando-o a viver de acordo com os propósitos divinos. Sem essa intervenção
graciosa, o ser humano permaneceria para sempre em seu estado de alienação e
perdição” (Barreto, 2024, p. 110).
III. ASPECTOS DO RESULTADO DO NOVO
CORAÇÃO
“O
coração é onde a pessoa pensa (Gn 6.5; Dt 7.17; 1 Cr 29.18; Ap 18.7), onde a
pessoa compreende e tem entendimento (1Rs 3.9; Jó 17.4; Sl 49.3; Pv 14.13; Mt
13.15). O coração faz planos e tem intenções (Gn 6.5; 8.21; Pv 20.5; 1Cr 29.18;
Jr 23.20). A pessoa crê com o coração (Lc 24.25; At 8.37; Rm 10.9). O coração é
o lugar da sabedoria, discernimento e habilidade (Êx 35.34; 36.2; 1Rs 3.9; 10.24).
O coração é o lugar da memória (Dt 4.9; Sl 119.11). O coração desempenha o
papel da consciência (2Sm 24.10; 1Jo 3.20, 21)” (Longman, 2023, p. 407).
1.
Sem o “novo coração” o homem permanece morto espiritualmente.
Paulo
diz que o homem não regenerado “está morto em delitos e pecados” (Ef
2.1,5). Vale salientar que essa “morte” não é a incapacidade de
corresponder ao chamado de Deus, mas a separação espiritual da presença dEle
(Is 59.2; Rm 3.23). Paulo disse que o homem nessa condição não compreende as
coisas de Deus (1Co 2.14). O pecador é iluminado, quando exposto a pregação da
Palavra que esclarece seu entendimento (Ef 1.18; 6.4; 2Co 6.4), até então
obscurecido pelo pecado (Ef 4.18) e pelo diabo (2Co 4.4), e, ao crer no
evangelho este é então vivificado (Ef 1.13; 2.1,5). No entanto, mesmo
sendo iluminado, a pessoa pode optar por aceitar ou rejeitar o plano da
salvação (Mt 16.24; Jo 7.37; Ap 22.17).
2.
Sem o “novo coração”, o homem não tem acesso ao Reino de Deus.
Por
melhor que seja uma pessoa, ela não pode produzir sua salvação (Is 64.6; Tt
3.5). Jesus declarou ao religioso Nicodemos três vezes que “é necessário
nascer de novo” (Jo 3.3,5,7). Moody (sd, p. 18) diz que esta “não
é simplesmente uma exigência pessoal, mas universal”. Segundo o Mestre
Jesus, o novo nascimento é necessário porque: a) sem ele o homem não
pode ver o Reino de Deus (Jo 3.3); e, b) tampouco entrar nele (Jo 3.5).
O homem do jeito que está não pode ter acesso ao Reino de Deus, pois é “filho
da ira por natureza” (Ef 2.3); e, andando na carne não pode agradar a
Deus (Rm 8.8). Somente quando nasce de novo, este homem é criado em verdadeira
justiça e santidade requeridas por Deus para que tenha acesso ao Reino (Ef
4.24).
IV. CARACTERÍSTICAS DO NOVO CORAÇÃO
1.
Um ato espiritual.
A
desobediência humana recebeu como sentença a morte, tanto física quanto
espiritual (Gn 2.16,17; Ez 18.4; Rm 6.23; Ef 2.1,5). Essa morte espiritual
implica na separação da presença de Deus (Rm 3.23). Portanto, “morto
espiritualmente” o homem necessita “nascer de novo” espiritualmente
para ter comunhão com Deus. Por isso, no discurso de Jesus com Nicodemos o
Mestre lhe diz: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer
de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). Segundo Beacon (2006,
p. 49 – acréscimo nosso) a palavra traduzida como “de novo” é “anothen”,
que tem vários significados e um deles é: “de cima”. Acerca
disso Wilmington (2015, pp. 362,363) diz que: “o Messias estaria, então,
dizendo que o único requisito para viver nesta terra é ter um nascimento
físico; igualmente, o único requisito para viver um dia nos céus é ter um
nascimento espiritual”. Esse “nascer do Espírito” em nada tem a
ver com a reencarnação, que é um ensinamento que não encontra apoio nas
Escrituras (2Sm 12.21-23; Hb 9.27). Aliás, Nicodemos perguntou se a regeneração
era vir de novo a vida fisicamente, voltando ao ventre materno (Jo 3.4). Jesus
respondeu dizendo “o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do
Espírito é espírito” (Jo 3.6).
2.
Um ato interior.
Os
profetas predisseram este ato sobrenatural (Dt 30.6; Jr 24.7; Ez 11.19;
36.26,27). Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel,
a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que acontece no
novo nascimento. Nestas passagens bíblicas o novo nascimento é comparado a uma “cirurgia
interior”. Deixando claro que a regeneração é um ato divino operado pelo
Espírito Santo no espírito do homem. Macgrath (2010, p. 525), diz: “a
regeneração altera a natureza interior do pecador” (Gl 5.16,17; Cl 3.5;
1Pe 2.11; 2Pe 1.4; 1Jo 3.9; 5.18).
3.
Um ato instantâneo.
Diferente
da santificação que é um processo, a regeneração é um ato instantâneo. A
palavra “instantâneo” segundo o Aurélio significa: “que se
dá num instante; rápido; súbito” (2004, p. 1113). O apóstolo Paulo nos
diz: “assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é […]” (2Co
5.17). É bom destacar também que a regeneração é uma etapa da salvação distinta
da justificação, da santificação e da glorificação. A ordem segue-se assim:
primeiro “o pecador é declarado justo”; em seguida “ele é
feito justo”; depois “ele vai se tornando justo”; e, por
fim, ele “será perfeitamente justo”.
CONCLUSÃO
Estudamos
nesta lição que palavra “coração” se refere à realidade da vida
interior de cada pessoa e o que atesta a Nova Aliança não é mais uma marca
física (Rm 2.28), mas a obra realizada pelo Espírito Santo no coração da pessoa
(Rm 2.29).
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE, Claudionor de. Dicionário
Teológico. CPAD, 2010.
Ø BARRETO, Alessandro. Protopentecoste:
Ações do Espírito Santo no Antigo Testamento. Editora Bereia Acadêmica,
2024.
Ø LONGMAN, Tremper. Dicionário
Bíblico Baker. CPAD, 2023.
Ø SOARES, Esequias [Org.]. Declaração
de Fé das Assembleias de Deus no Brasil. CPAD, 2017.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD, 1995.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
terça-feira, 12 de novembro de 2024
segunda-feira, 11 de novembro de 2024
ESCOLA BÍBLICA JOVENS
1º Trimestre de 2025
No 1º trimestre de 2025 estudaremos em Lições Bíblicas Jovens o tema: A VERDADEIRA RELIGIÃO – Um Convite à Autenticidade na Carta de Tiago. O comentarista será o Pr. Eduardo Leandro. Este servo de Deus é pastor na Assembleia de Deus em João Pessoa (PB), é Doutor e Mestre em Teologia pela Faculdades EST. Graduado em Teologia pela FTSA, Pós-graduado em Coordenação Pedagógica e Licenciado em Sociologia. Diretor do Centro de Estudos Teológicos da ADPB. Professor na Pós-Graduação da FCC. Casado com Ângela e pai do Eduardo Jr., e Maria Luíza.
Abaixo, você pode conferir os títulos
de cada lição:
Lição 01 - Um Convite à Autenticidade
Lição 02 - Autenticidade em Meio as
Provas e Tentações
Lição 03 - A Autenticidade que Leva a
Prática da Palavra
Lição 04 - A Autenticidade Contra a
Parcialidade
Lição 05 - A Autenticidade Contra uma
Fé Morta
Lição 06 - A Autenticidade de Uma
Linguagem Sadia
Lição 07 - Autenticidade e Sabedoria
Lição 08 - Autenticidade, Um Antidoto
Contra as Paixões deste Mundo
Lição 09 - Autenticidade e Julgamento
Alheio
Lição 10 - Autenticidade Diante das
Incertezas da Vida
Lição 11 - Revelações Autenticidade
Diante das Riquezas
Lição 12 - Autenticidade e Paciência
Lição 13 - Conselhos para uma Vida
Autentica
É muita bênção jovem!
Não falte!!
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