Ef 6.10-17; Sl 91.1-8
INTRODUÇÃO
Nesta
lição falaremos sobre o conceito de proteção. A promessa de proteção divina é
um dos maiores consolos para o cristão, conforme vemos em Efésios 6:10-17 e
Salmo 91:1-8. Deus nos oferece uma armadura espiritual poderosa, composta por
elementos como a verdade, a justiça, a fé e a palavra de Deus, para que
possamos resistir às forças do mal. Ao nos revestirmos dessa armadura, não
apenas nos protegemos, mas também reconhecemos que nossa segurança vem
unicamente de Deus e não da dependência de anjos. A proteção divina é
assegurada através da presença constante de Cristo, que é nosso refúgio e
fortaleza. Portanto, é essencial que observemos e vivamos de acordo com essa
armadura, confiando plenamente no poder e cuidado de Deus.
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA PROTEÇÃO.
Segundo
o dicionarista Antônio Houaiss (2001), proteção é o “ato ou efeito de
proteger(-se)”, “cuidado (com algo ou alguém) mais fraco”, “aquilo que serve
para abrigar”; “abrigo, resguardo, guarita”; “aquilo que protege de um agente
exterior”. No Antigo Testamento, o conceito de segurança era expresso
pela palavra hebraica “bātach”. Esse vocábulo quer dizer “confiar”,
“sentir-se seguro”, “estar despreocupado” ou “descansar em Deus”. No
Salmo 78.53 designa a segurança com que o Senhor conduziu o povo de Israel no
deserto. O termo, portanto, descreve a segurança e proteção que o Senhor
concede ao seu povo contra “todas as ciladas do inimigo” (1 Sm 12.11; 1
Rs 8.56; Ef 6.11).
II. ATITUDES QUE DEVEMOS TER EM
RELAÇÃO A ARMADURA DE DEUS
A
armadura de Deus, conforme descrita em Efésios 6:10-18, é um conjunto de
atitudes e comportamentos espirituais que devemos adotar para enfrentar os
desafios e as tentações da vida cristã. Paulo nos ensina a nos revestir de
forças espirituais, como a verdade, a justiça e a fé, para resistir aos ataques
do inimigo. Cada peça dessa armadura nos lembra da importância de estarmos
firmes em Cristo e dependermos de Sua força. Dessa forma, devemos viver em
vigilância e oração, confiantes na proteção divina.
1.
Conhecer a armadura.
Houaiss
(2001, p. 802) diz que conhecer é “perceber e incorporar algo; ficar sabendo;
adquirir informações sobre; tomar ou ter consciência de; estar familiarizado
com; ter ideia bastante exata sobre; experimentar; dar-se conta de”. Contra os
inimigos espirituais não podemos lutar de “qualquer jeito”, nem com “qualquer
arma”, nem tampouco usarmos “armadura humana” como foi sugerido a Davi (1Sm
17.38-40). Uma vez que lutamos contra inimigos na esfera espiritual e
imaterial, precisamos conhecer nossas armas espirituais (2Co 10.3-5), pois Deus
nos supriu com elas, e não devemos deixar parte alguma de fora (Ef 6.10).
Alguns estão sendo derrotados porque não tem dado a devida importância a estas
armas espirituais, e por isso, estão sendo “[…] vencidos por Satanás” (2Co
2.10c; ver ainda Ef 4.27; 1Pe 5.8).
2.
Revestir-se da armadura.
Segundo
o dicionário da língua portuguesa, a palavra revestir é: “vestir mais uma vez;
vestir de novo; cobrir-se com adornos; recobrir; tornar firme, estável e
resistente algo aplicando-lhe um revestimento para enfrentar situação adversa;
armar-se” (2001, p. 2453). No grego a palavra “revestir” é “enduo” que
quer dizer: “entrar em uma roupa, vestir duas vezes”. A ideia deixada pelo
apóstolo Paulo é que este revestimento serve para “estar firmes” (Ef
6.11), de onde vem a palavra “histemi” que significa: “ficar de
pé, tornar firme, fixar, manter-se no lugar, permanecer imóvel, continuar
seguro, ileso, permanecer preparado, ter uma mente firme, alguém que não
hesita, que não desiste”. Só assim podemos vencer “as astutas ciladas do
diabo”.
3.
Usar a armadura.
O
dicionarista Antônio Houaiss define o verbo “usar” como: “servir-se de algo;
lançar mão de; utilizar algo; pôr algo em uso ou serviço para atingir um fim;
exercitar; praticar” (2001, p. 2815). No grego é a expressão “analambano”
que significa: “pegar, levantar, erguer algo para usar”. Paulo dá uma
ênfase muito grande a ação de “tomar toda armadura” (Ef 6.13;16;
17).
III. OS ELEMENTOS DA ARMADURA DE DEUS
Paulo
ordena a seus leitores que vistam: “toda a armadura de Deus” (Ef
6.13). É usando o contexto militar romano que o apóstolo fala sobre o combate
espiritual, e por isso está presente a figura da armadura, em uma linguagem
metafórica para que os crentes compreendessem com clareza a realidade da peleja
[…] Quando o apóstolo Paulo fala sobre a armadura de Deus, “panoplían ton
theou”, em grego, está se referindo a uma armadura completa: “Revesti-vos
de toda a armadura de Deus […]” (Ef 6.11) (SOARES; SOARES, 2018, pp.
114, 119). Vejamos aspectos da armadura de Deus:
1.
O cinto da verdade.
Satanás
é um mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44), mas o cristão cuja vida é controlada
pela verdade o derrotará: “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos
lombos com a verdade […]” (Ef 6.14a). O termo “cingidos” do
grego “perizonnumi” também usado pelo apóstolo traz a ideia de
prender as vestes com um cinturão, cobrir-se. Já as palavras “lombos” vem da
expressão “osphus” que fala do quadril lugar onde os hebreus
achavam que o poder generativo residia por causa do sêmen (partes geradoras de
vida), e “verdade” “aletheia” fala algo verdadeiro, sinceridade
de mente. A verdade e a mentira são opostas (1Jo 2.21). A verdade, como as
outras peças da armadura, é na realidade um aspecto da natureza do próprio
Deus. Portanto, cingir-se com o cinturão da verdade é cingir-se de Cristo, pois
Cristo é a “verdade” (Jo 14.6) (HANEGRAAFF, 2005, p, 53).
2.
A couraça da justiça.
Couraça
é uma armadura defensiva que cobre o peito e as costas onde ficam os órgãos
vitais como o coração e o pulmão. Uma couraça protegia um guerreiro contra um
golpe fatal contra estes órgãos importantes: “[…] e vestida a couraça da
justiça” (Ef 6.14b). O peitoral, que consistia em duas partes,
chamadas “asas”. A primeira cobria a região inteira do peito, a
parte frontal do tórax e a outra cobria a parte das costas. A palavra “couraça”
vem do grego “thorax”. Era colocada sobre peito e abdômen para
proteger o coração e outros órgãos vitais do soldado. Um dos “órgãos” que o
inimigo mais ataca é o nosso coração. Por isso, precisamos guardá-lo, porque
dele procedem as fontes da vida (Mt 6.21; Mc 12.30). Não guardar o coração pode
gerar marcas e sequelas: “Escondi a tua Palavra no meu coração, para não
pecar contra ti” (Sl 119.11).
CONCLUSÃO
Pais
e filhos têm a sua disposição, como a garantia da Palavra de Deus, várias
promessas, No entanto, essas são condicionadas aos ditames das Escrituras
Sagradas, que exige tantos dos pais como filhos.
REFERÊNCIAS
Ø ADEYEMOI, Tokunboh. Comentário
Bíblico Africano. Mundo Cristão.
Ø MACDONALD, William. Comentário
Bíblico Popular. Mundo Cristão.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø SILVA, Soares Esequias. Declaração
de Fé das Assembleia de Deus no Brasil. CPAD.
Por Rede Brasil
de Comunicação.
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