domingo, 31 de agosto de 2025

ESCOLA BÍBLICA JOVENS


4º Trimestre de 2025
 

No 4º trimestre de 2025
estudaremos em Lições Bíblicas Jovens o tema: Exortação, Arrependimento e Esperança – O Ministério Profético de Jeremias. O comentarista será o Pr. Elias Torralbo. Este servo de Deus é Graduado em Teologia; pós-graduado em Gestão Escolar; mestre em Teologia Sistemática pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, em São Paulo e, também, é Diretor Executivo da FAESP – Faculdade Evangélica de São Paulo.
 
 
Abaixo, você pode conferir os títulos de cada lição:
 
Lição 01 - O Chamado de Jeremias
Lição 02 - A Mensagem de Jeremias para Judá
Lição 03 - O Sermão do Templo
Lição 04 - O Vaso do Oleiro: A Descrição Espiritual da Nação
Lição 05 - O Início do Cerca de Jerusalém
Lição 06 - Parábolas e Pronunciamentos
Lição 07 - Uma Promessa de Restauração
Lição 08 - Filhos O Conselho de Jeremias aos Reis  
Lição 09 - A Fidelidade dos Recabitas
Lição 10 - A Prisão de Jeremias
Lição 11 - A Queda de Jerusalém
Lição 12 - O Ministério de Jeremias Depois da Queda de Jerusalém
Lição 13 - Uma Palavra Profética às Nações
 
 
 
É muita bênção jovem!
Não falte!!




sábado, 30 de agosto de 2025

LIÇÃO 09 – UMA IGREJA QUE SE ARRISCA






At 6.8-15; 7.54-60
 
 
 
INTRODUÇÃO
Esta lição apresenta a figura de Estêvão, diácono da Igreja primitiva e o primeiro mártir cristão. Analisaremos suas virtudes espirituais, como fé, sabedoria e plenitude do Espírito Santo, e refletiremos sobre sua postura diante da perseguição. Ao final, destacaremos as atitudes que devem caracterizar um crente avivado frente às adversidades por causa do evangelho.
 
 
I. DEFINIÇÃO DO TERMO MÁRTIR
1. Definição de mártir.
O dicionário Houaiss (2011, p. 1860) define “mártir” como: “pessoa submetida á pena de morte pela recusa de renunciar à fé cristã ou qualquer de seus princípios”. No grego do Novo Testamento, a palavra “mártir” (mártys) significa, em sua forma original, “testemunha”, alguém que dá testemunho de fatos vistos, ouvidos ou vivenciados. Com o desenvolvimento da fé cristã, o termo passou a designar aqueles que testemunham a Cristo com fidelidade, mesmo sob perseguição e até a morte. O termo possui origem no contexto jurídico, referindo-se a quem presta depoimento público ou judicial. No Novo Testamento, essa ideia é ampliada, passando a identificar os que permanecem firmes na fé, mesmo diante da oposição, sofrimento e, por fim, do martírio. Portanto, ser mártir não se resume ao ato de morrer por uma causa, mas abrange uma vida integral de testemunho fiel a Cristo, ainda que isso implique a própria morte.
 
2. Jesus, o mártir supremo.
Jesus é chamado de “a testemunha fiel”, indicando que Ele também é o modelo supremo de fidelidade, inclusive até a morte (Fp 2.8), sendo, portanto, “o maior mártir”: “Isto diz o Amém, a testemunha [mártir] fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus” (Ap 3.14).
 
3. Estevão, o primeiro mártir da Igreja de Jerusalém.
Um mártir é uma testemunha fiel da verdade: “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1.8). Aqui, “mártys” refere-se à missão dos discípulos: dar testemunho público de Cristo, o que inclui sofrimento e, para muitos, o martírio. Estêvão, foi o primeiro mártir depois da fundação da Igreja em Jerusalém: “E quando se derramava o sangue de Estêvão, tua testemunha, também eu estava presente [...]” (At 22.20). Neste versículo, Paulo chama Estêvão de “tua testemunha” (isto é, de Deus), reconhecendo que ele morreu por sua fé, caracterizando-o como mártir.
 
4. Tiago, o segundo mártir da Igreja de Jerusalém.
Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João, foi um dos doze apóstolos escolhidos por Jesus (Mt 4.21; Mc 3.17). Em Atos 12.1-2, ele é apresentado como a primeira testemunha apostólica a sofrer o martírio: “Por aquele tempo, o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja para os maltratar, e matou à espada Tiago, irmão de João” (At 12.1-2). Herodes Agripa I, desejando agradar os judeus, iniciou uma perseguição contra os cristãos. Tiago foi executado por decapitação, tornando-se o primeiro dos apóstolos a morrer por sua fé em Cristo. Seu martírio evidencia o cumprimento da profecia de Jesus de que ele beberia o cálice do sofrimento (Mc 10.39). Tiago é, portanto, um exemplo de fidelidade até a morte, confirmando que a missão apostólica envolvia não apenas pregar, mas também sofrer e, quando necessário, entregar a vida pelo evangelho.
 
5. Antipas, mártir da igreja em Pérgamo.
Antipas é explicitamente identificado como “mártir”, morto por causa da fé em Cristo, sendo um exemplo de fidelidade até o fim: “[...] nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós [...]” (Ap 2.13). Ser mártir não se resume ao ato final de morrer por Cristo, mas começa no compromisso diário de viver para Ele, testemunhando a verdade com integridade e ousadia, mesmo que isso custe a própria vida (Mt 10.32-33; Ap 12.11).
 
 
II. QUEM FOI ESTEVÃO
O nome Estêvão em grego é “Stéphanos”, nome de origem grega que significa “coroa” ou “recompensa” que se refere a uma coroa usada como símbolo de vitória, honra ou reconhecimento, especialmente em competições ou celebrações cívicas e religiosas. É uma das figuras mais notáveis do Novo Testamento e o nome Estêvão é especialmente significativo, pois ele foi o primeiro mártir cristão, recebendo a “coroa da vida” (Ap 2.10) por sua fidelidade até a morte. O nome, portanto, carrega uma forte dimensão profética e espiritual. Seu discurso em Atos 7.2–53 é o mais extenso do livro. Sua atuação é registrada principalmente nos capítulos 6 e 7 de Atos, sendo seu martírio mencionado também em At 11.19 e 22.20. Notemos suas principais características:

1. Um diácono escolhido com discernimento.
O crescimento da Igreja provocou tensões entre os crentes de origem judaica e grega, especialmente no cuidado das viúvas (At 6.1). Para solucionar o conflito, os apóstolos propuseram a escolha de sete homens com boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria (At 6.3-4). Estêvão foi um dos selecionados para esse serviço, demonstrando liderança e espiritualidade.
 
2. Um homem cuja fé moldava suas ações.
A fé de Estêvão era concreta e operante (At 6.5). Essa virtude era essencial para lidar com as pressões do ministério e para pregar com ousadia em meio à oposição (Mt 16.25; Hb 11.1). Sua vida ecoava o testemunho dos heróis da fé (Hb 11.37), evidenciando que viver e morrer por Cristo era, para ele, um privilégio.
 
3. Um homem cheio do Espírito e instrumento de milagres.
A plenitude do Espírito Santo era uma marca evidente em Estêvão (At 6.5). Por meio dele, o Espírito realizava “sinais e prodígios entre o povo” (At 6.8). Essa capacitação espiritual o fortalecia diante das hostilidades e confirma a promessa de que só pelo poder do Espírito Santo é possível resistir ao maligno (Tg 4.7).
 
4. Um homem cheio de sabedoria que vinha do alto.
Além de cheio do Espírito Santo, Estêvão possuía sabedoria para lidar com questões complexas, tanto administrativas quanto doutrinárias (At 6.10). Enfrentando opositores da sinagoga dos Libertos, sua argumentação era tão poderosa que não podiam refutá-lo. Conforme observa Stronstad (2004, p. 659), sua sabedoria teológica e autoridade espiritual manifestavam o dom divino de sabedoria, sendo sua fala inspirada pelo Espírito Santo (Lc 21.15).

 
III. O MARTÍRIO DE ESTÊVÃO E SEUS FRUTOS ESPIRITUAIS
A morte de Estêvão representou não apenas uma tragédia, mas um marco espiritual de grande importância. Seu testemunho e firmeza contribuíram para o avanço da missão da Igreja. Vejamos:
 
1. Falsas acusações e oportunidade para o testemunho.
Incapazes de resistir ao seu ensino, os líderes religiosos lançaram mão de acusações fraudulentas (At 6.11,13). Estêvão, entretanto, aproveitou a ocasião para expor, em seu discurso, uma síntese da história da salvação, demonstrando que Cristo era o cumprimento das promessas veterotestamentárias. Como não podiam rebater sua exposição das Escrituras, os líderes optaram pela violência (At 7.55-60).
 
2. A visão gloriosa de Cristo no momento da morte.
Em meio à perseguição, Estêvão teve uma visão gloriosa: “viu os céus abertos e Cristo de pé à direita de Deus” (At 7.56). Essa postura de Cristo, geralmente descrito como assentado (Mc 14.62; Cl 3.1), simboliza acolhimento e honra ao primeiro mártir. Como destaca Stamps (2010, p. 1646), Jesus se apresenta como intercessor e advogado, honrando seu servo fiel (Mc 8.38; Rm 8.34; 1Jo 2.1).
 
3. Frutos resultantes do martírio.
O sacrifício de Estêvão produziu frutos duradouros: a) A perseguição provocou a dispersão dos crentes, ampliando o alcance da missão (At 8.1); b) O evangelho ultrapassou os limites de Jerusalém, alcançando a Judeia e Samaria (At 8.5); c) Saulo, testemunha do martírio de Estêvão, posteriormente se converteu e tornou-se o apóstolo Paulo (At 9.1-6); e, d) O ministério apostólico se expandiu além de Jerusalém (At 9.32-42; At 10.1).


IV. AS MARCAS DE UM CRENTE AVIVADO
O testemunho de Estêvão oferece um modelo prático do que significa viver cheio do Espírito Santo e comprometido com a missão de Deus. Notemos:
 
1. Comprometido com a proclamação do evangelho.
Estêvão estava pronto a proclamar a mensagem de Cristo, mesmo diante de oposição. Pregar o evangelho requer ousadia e uma vida avivada pelo Espírito (At 4.17,29; 13.8-12). Assim como os apóstolos, ele enfrentou resistência com fé, coragem e sabedoria.
 
2. Disposto a sofrer por amor a Cristo.
Diante das falsas acusações e do apedrejamento, Estêvão respondeu com perdão (At 7.60). Seguiu o exemplo de Cristo, suportando a dor sem murmurar. O próprio Jesus advertiu que os seus seguidores enfrentariam aflições (Jo 16.33), e Pedro reforça que há bem-aventurança em sofrer por Cristo (1Pd 4.14).
 
3. Preparado para entregar a vida pela fé.
Estêvão não hesitou em morrer por amor a Cristo. Sua entrega ecoa a declaração de Paulo: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21). Um crente avivado compreende que o compromisso com Cristo pode envolver até a renúncia da própria vida (Mt 16.25; 2Co 4.11).
 
 
CONCLUSÃO 
Estêvão representa o modelo de um crente profundamente comprometido com Deus, cheio do Espírito Santo e pronto para viver e morrer por Cristo. Seu exemplo inspira a Igreja a manter-se firme, mesmo em meio à oposição, confiando que a fidelidade a Deus gera frutos duradouros (At 20.24). 

 
 

REFERÊNCIAS
Ø  GONÇALVES, José. A Igreja em Jerusalém: Doutrina, Comunhão e Fé. CPAD.
Ø  HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Línguas Portuguesa. Editora Objetiva.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Avia a Tua Obra. CPAD.
Ø  SILVA, Amós Coêlho da. Dicionário Latino-Português. Editora Vozes.
Ø  SOARES, Esequias. O Ministério profético na Bíblia. CPAD.
Ø  SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. CPAD. 
 

Por Rede Brasil de Comunicação.





quinta-feira, 28 de agosto de 2025

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

4º Trimestre de 2025




No 4º trimestre de 2025 estudaremos em nossas Escolas Dominicais o tema: CORPO, ALMA E ESPÍRITO – A Restauração Integral do Ser Humano para Chegar à Estatura Completa de Cristo. O comentarista do trimestre será o Pr. Silas QueirozEste servo de Deus é pastor na Assembleia de Deus em Ji-Paraná (RO), e procurador-geral no mesmo município. É também Jornalista e membro do Conselho de Comunicação e Imprensa da CGADB. Além disso, é Formado em Direito pela Universidade Luterana do Brasil (Especialista em Direito Público, Direito Processual Civil e Docência Universitária) e Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia Logos (FAETEL). Casado há 30 anos com Jocineide Machado de Almeida Queiróz e pai de Silas Junior, Gabriel e Ana Carolina.
 
 
Abaixo, você pode conferir os títulos das 13 lições:
 
Lição 01 - O Homem - Corpo, Alma e Espírito
Lição 02 - O Corpo - A Maravilhosa obra da Criação de Deus
Lição 03 - O Corpo e as Consequências do Pecado
Lição 04 - O Corpo como Templo do Espírito Santo
Lição 05 - A Alma - A Natureza Imaterial do Ser Humano
Lição 06 - A Consciência - O Tribunal Interior
Lição 07 - Os Pensamentos - A Arena de Batalha na Vida Cristã
Lição 08 - Emoções e Sentimentos - A Batalha do Equilíbrio Interior
Lição 09 - Vontade - O que Move o Ser Humano
Lição 10 - Espírito - O Âmago da Vida Humana
Lição 11 - O Espírito Humano e as Disciplinas Cristãs
Lição 12 - O Espírito Humano e o Espírito de Deus
Lição 13 - Preparando o Corpo, a Alma e o Espírito para a Eternidade

 
Você não vai perder essa 
sublime oportunidade, vai??
 




LIÇÃO 09 - FILHOS DE DEUS E DESCENDÊNCIA DE ABRAÃO


Vídeo Aula - Pastor Alexandre
 




LIÇÃO 09 - UMA IGREJA QUE SE ARRISCA (V.02)


Vídeo Aula - Pastor José
 




LIÇÃO 09 - UMA IGREJA QUE SE ARRISCA (V.01)


Vídeo Aula - Pastor Ciro
 




QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2025






A Liberdade em Cristo –
Vivendo o Verdadeiro Evangelho
conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. 
 








Lição 08
Hora da Revisão

A respeito de “Filhos e Herdeiros”, responda:
 
 
1. Segundo a lição, qual era a responsabilidade do aio?
Conduzir a criança até a escola e exercer sobre ela uma tutela, uma guarda.
 
2. Explique, segundo a lição, o que é a “plenitude dos tempos”.
O momento da história humana em que Deus interveio para transformar uma promessa em um fato consumado é chamado de “plenitude dos tempos”.
 
3. O que significa “remir”?
Remir é comprar novamente.
 
4. Qual é a nossa posição em Deus?
Somos filhos e herdeiros.
 
5. Toda demonstração de zelo é do Espírito?
Nem toda demonstração de zelo é do Espírito. É possível que haja na igreja pessoas que apresentam o que seria tido por um comportamento aceitável diante de Deus, mas sem o aval dEle.




QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2025






A Igreja em Jerusalém -
Doutrina, Comunhão e Fé: a Base para
o Crescimento da Igreja em meio às Perseguições.










Lição 08
Revisando o Conteúdo

A respeito de Uma Igreja que Enfrenta os Seus Problemas” responda:          
 
 
1. Quais são as referências de “gregos” e “hebreus”?
“Gregos” refere-se aos judeus helenistas, que falavam grego e tinham influência da cultura grega, enquanto “hebreus” eram judeus de fala aramaica, ligados à tradição judaica de Jerusalém.
 
2. Quais são as duas naturezas do conflito entre os judeus gregos e hebreus?
O conflito era de natureza cultural, devido às diferenças de idioma e costumes, e de natureza social, pois as viúvas dos helenistas estavam sendo negligenciadas na distribuição diária de mantimentos.
 
3. Há contradição entre as esferas espiritual e social?
Não há essa contradição, onde um é mais espiritual e o outro menos. Tudo faz parte de uma única missão da Igreja.
 
4. Com o que a palavra “diaconia” tem a ver?
A palavra “diaconia” tem a ver mais com a função do que com a forma. Assim, em Atos 6 o que está mais em destaque é a função exercida pelos sete diáconos do cargo ou ofício ocupado por eles.
 
5. O que recebeu ênfase pelas exigências e qualificações exigidas para o diaconato?
Nas exigências das qualificações exigidas para o exercício do diaconato, o caráter ganha ênfase. Aqueles que iriam “cuidar das mesas” deveriam ser pessoas de “boa reputação”.


 

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

LIÇÃO 08 – UMA IGREJA QUE ENFRENTA OS SEUS PROBLEMAS






At 6.1-7 



INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos os primeiros versículos capítulo 6 de Atos dos Apóstolos, onde Lucas registra a escolha dos sete diáconos para atender as necessidades da igreja em Jerusalém. Veremos a definição dos termos “enfrentar” e “problemas”; explicaremos o problema da desigualdade na assistência social, bem como a escolha dos sete diáconos; descreveremos o ministério de diácono na Igreja hoje; e, finalmente, elencaremos a decisão dos apóstolos de se dedicarem a oração e a Palavra de Deus.
 
 
I. DEFINIÇÃO DOS TERMOS “ENFRENTAR” E “PROBLEMAS”
1. Definição do termo “enfrentar”.
Antônio Houaiss (2011, p. 1146) define o verbo “enfrentar” como colocar-se diante de”, “defrontar-se com algo ou alguém”, como estar em frente, encarar fisicamente. Encarar com coragem; como enfrentar uma situação com coragem ou destemor. Fazer frente, lidar com uma dificuldade ou adversário como enfrentar um desafio, problema ou obstáculo”. Em resumo, “enfrentar” envolve se dirigir ou colocar-se diante de algo ou alguém (fisicamente ou simbolicamente). Também carrega o sentido de encarar com coragem, de fazer frente a acidentes, problemas ou opositores.
 
2. Definição do termo “problema”.
Segundo o dicionarista Antônio Houaiss (2011, p. 2301), “problema” pode ser definido como “uma dificuldade ou obstáculo que coloca à prova a capacidade de resolução de alguém. Um desafio cognitivo ou prático, uma questão complexa a ser enfrentada ou solucionada”. A igreja de Jerusalém enfrentou diversos tipos de problemas, tais como: a) perseguição religiosa (At 4.1-3; 5.17-18; 7.54-60; b) hipocrisia e mentira, por parte de Ananias e Safira (At 5.1-11); c) conflito cultural entre judeus e gentios convertidos (At 15.1-29); além de outros. Porém, em meio a todos esses problemas, a igreja venceu por meio da oração, do ensino da Palavra e das decisões guiadas pelo Espírito Santo e pela liderança apostólica.

 
II. O PROBLEMA DA DESIGUALDADE NA ASSISTÊNCIA SOCIAL E A ESCOLHA DOS SETE DIÁCONOS
Como resultado do crescimento da Igreja (At 6.1), logo surgiram os primeiros problemas. Neste capítulo em especial, verificamos a murmuração dos crentes helenistas, judeus do mundo grego-romano de cultura e língua gregas, porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária. A solução para o problema foi Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6.3). É a instituição dos diáconos que estariam sendo separados para “servirem ás mesas” (At 6.2). Embora não chamados aqui de diáconos, entretanto, os sete são realmente chamados de diakonoi (Rm 16.1; Fl 1.1; 1Tm 3.8,12; 4.6). O termo diakonoi, relaciona-se com diakonia [serviço], a palavra mais usada no Novo Testamento para descrever o serviço cristão normal. Tendo amplo uso nas Escrituras, descreve o ministério do povo de Deus em geral (Ef 4:12), bem como o ministério dos apóstolos (At 1.17,25). Até mesmo o próprio Jesus o utiliza, para descrever seu propósito primário (Mc 10.45). Em termos simples, os diáconos são servos no sentido mais fiel da palavra. Este fato é acentuado por Paulo ao alistar as qualificações para o diaconato (Tm 3.8-13).
 
1. “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos [...]” (At 6.1,2).
A igreja primitiva desenvolvia um trabalho de assistência aos irmãos carentes e necessitados, mas com o crescimento da comunidade cristã, tornou-se cada vez mais difícil distribuir os bens de modo eficaz, o que levou algumas viúvas a serem esquecidas na distribuição diária de alimentos (At 6.1-b). Surgiram queixas de que os helenistas (os judeus de fora de Israel), estavam sendo negligenciados pelos hebreus (os judeus nascidos em Israel). Os apóstolos não tinham como lidar sozinhos com o numeroso grupo e ainda assim garantir uma distribuição justa (At 6.2). Para isto foi necessário a nomeação de diáconos para este importante trabalho filantrópico enquanto os apóstolos se ocupariam com a oração e a Palavra (At 6.2-4). Como podemos ver, Deus disponibiliza diversos ministérios “serviços” para atender a igreja nas suas diversas necessidades (1Co 12.5; Ef 4.11).
 
2. “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós [...]” (At 6.3a).
Os apóstolos pediram, portanto, que se escolhessem sete assistentes para garantir que todos fossem atendidos (At 6.3). Embora tenha sido a igreja que reconheceu as pessoas aptas para este ministério, os tais só seriam constituídos por meio do governo da igreja (At 6.3-a). Em Atos 6.3-b, Lucas registra quais foram os critérios para esta nomeação: a) qualificações morais: “boa reputação”; b) qualificações espirituais: “cheios do Espírito Santo”; e c) qualificações intelectuais: “e de sabedoria”.
 
3. “E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos” (At 6.6).
Após a indicação dos nomes, os apóstolos confirmaram a escolha, apresentando-os diante da igreja e lhes conferindo autoridade com a imposição de mãos a fim de exercerem o serviço para o qual foram chamados (At 6.6). Os resultados da nomeação, e separação destes diáconos foram os seguintes: a) oportunidade para os apóstolos continuarem seu ministério (At 6.3,4); b) satisfação da igreja (At 6.5); e, c) crescimento para a obra do Senhor (At 6.7). 


III. O MINISTÉRIO DE DIÁCONO NA IGREJA HOJE
A palavra diácono no grego: “diákonos” denota primariamente: “criado, servo”, quer aquele que faz trabalhos servis, ou o ajudante que presta serviços voluntários, sem referência particular ao seu caráter. A palavra está provavelmente relacionada com o verbo: “diõko” que significa “apressar-se após, perseguir” (talvez dito originalmente acerca de um corredor). Ocorre no Novo Testamento em alusão: a) aos criados domésticos (Jo 2.5,9); b) ao governante civil (Rm 13.4; Gl 2.17); c) a Cristo (Rm 15.8; Gl 2.17); d) aos seguidores de Jesus em sua relação com o Senhor (Jo 12.26; Ef 6.21; Cl 1.7; 4.7); e) aos seguidores de Jesus em relação uns com os outros (Mt 20.26; 23.11; Mc 9.35; 10.43); f) aos servos de Cristo no trabalho de orar e ensinar (1Co 3.5; 2Co 3.6; 6.4; 11.23; Ef 3.7; Cl 1.23,25; 1Ts 3.2; 1Tm 4.6); g) àqueles que servem nas igrejas (Rm 16.1 [usado acerca de uma mulher só aqui no NT]; Fp 1.1; 1Tm 3.8,12); e, h) aos falsos apóstolos, servos de Satanás (2Co 11.15) (VINE, 2002, p. 563, grifo nosso).
 
1. Quem são os diáconos.
“É um encargo sob a direção do ministro da igreja (At 6.3), relacionado com os serviços de ordem material e social. A Bíblia faz referência a alguns desses encargos da esfera dos diáconos, como o repartir, o exercer misericórdia (Rm 12.8) e o socorrer (1Co 12.28). Conforme o modelo do Novo Testamento, os diáconos não tomavam parte na administração e direção da igreja, mas, além de fazer serviços materiais e sociais, alguns cooperavam na pregação da Palavra, como Estevão (At 6.8,10) e Filipe (At 6.5; 8.4)” (Bergstén, 2007, p. 117).
 
2. A ampliação desse ministério.
“O ofício e a função dos diáconos tiveram começo no tempo dos apóstolos, conforme a descrição do sexto capítulo do livro de Atos; mas a passagem do tempo tal como sucede a tudo mais, ampliou o escopo e a natureza do ofício, até que o mesmo se tornou uma posição eclesiástica (1Tm 3.8-13). A própria palavra diácono é usada de várias maneiras, nas páginas do NT, subentendendo serviço de qualquer espécie, espiritual ou material” (Champlin, 2005, p. 312). “Os diáconos poderão realizar diversas tarefas, na Casa do Senhor, com dignidade, cuidado e zelo, 'de todo coração, como ao Senhor, e não aos homens' (Cl 3.23). A função principal dos diáconos, atualmente, é auxiliar o pastor ou ao dirigente da congregação, nas atividades espirituais, ligadas ao culto ou não, bem como nas atividades sociais e materiais da igreja, para as quais for designado” (Renovato, 2014, p. 144).
 
3. A especialidade desse ministério.
“Os dons listados por Paulo em Romanos 12 (dons de serviço) são tão necessários e importantes a Igreja como os dons de 1Coríntios 12 (dons espirituais). O dom de socorro, por exemplo, no grego “antilempseis”, indica que toda sorte de ações úteis pode ser inspirada pelo Espírito Santo. O verbo correspondente é usado para referir-se a auxiliar os enfermos (At 20.35) e a servir melhor os mestres (1Tm 6.2)” (Horton, 2006, p. 122). A partir da definição da palavra diácono (servo) e da função do mesmo que é servir, percebe-se claramente que o “dom de socorro” ou “exercer misericórdia” é a especialidade do diaconato (Rm 12.8; 1Co 12.28).


IV. O MINISTÉRIO DA ORAÇÃO E DA PALAVRA DE DEUS
Diante de uma crise na distribuição de mantimentos às viúvas, os apóstolos reconheceram que, embora a necessidade fosse legítima, sua principal responsabilidade era manter o foco na oração e no ensino da Palavra de Deus. Ao delegarem tarefas administrativas a homens espiritualmente capacitados, os apóstolos demonstraram que uma liderança eficaz sabe discernir seu chamado e organizar o corpo de Cristo com sabedoria (At 6.4). Vejamos alguns exemplos do ministério da oração e da Palavra de Deus por parte dos apóstolos no livro de Atos.
 
1. O ministério da oração.
Os apóstolos oraram buscando direção de Deus para escolher o substituto de Judas (At 1.24,25); Pedro e João subiam ao templo à hora da oração (At 3.1); Depois de serem ameaçados, os apóstolos oram por ousadia (At 4.24-31); A escolha dos sete diáconos foi feita com oração (At 6.6); Pedro e João oram pelos samaritanos convertidos (At 8.15).
 
2. O ministério da Palavra.
Os apóstolos eram responsáveis por ensinar a doutrina de Cristo com fidelidade (At 2.42). O crescimento numérico e espiritual da igreja estava ligado à pregação da Palavra (At 6.7). Os apóstolos que haviam sido educados e treinados aos pés do Mestre dos mestres continuavam a missão de instruir a nova igreja [...] O ensinamento dos apóstolos é a transmissão fiel do que Jesus ensinou” (Gonçalves, 2025, pp. 32,33).


CONCLUSÃO
A igreja em Jerusalém estava crescendo rapidamente. Surgiu um problema na distribuição diária de mantimentos, especialmente com as viúvas helenistas. Os apóstolos decidiram que não era apropriado negligenciar o ministério da Palavra para cuidar da distribuição. Por isso, estabeleceram sete homens cheios do Espírito e sabedoria para esse serviço (diaconia), enquanto os apóstolos se dedicariam a oração e a Palavra de Deus. O resultado dessa decisão foi o crescimento saudável da igreja e a expansão do evangelho: “E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos; e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” (At 6.7).



       
REFERÊNCIAS
Ø  BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
Ø GONÇALVES, José. A Igreja em Jerusalém: Doutrina, Comunhão e Fé. CPAD.
Ø PEARLMAN, Myer. Atos: A Igreja Primitiva na força e na unção do Espírito Santo. CPAD.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.


Por Rede Brasil de Comunicação.





domingo, 17 de agosto de 2025

QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2025






A Liberdade em Cristo –
Vivendo o Verdadeiro Evangelho
conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. 










Lição 07
Hora da Revisão
A respeito de “A Promessa que Não Pode Ser Revogada”, responda:
 
 
1. Qual a promessa feita a Abraão e que alcança todas as famílias da Terra?
Deus fez promessas a Abraão, e destacamos a de que ele seria pai de uma grande nação (Gn 12.1-3).

2. Quais são as duas expressões gregas para a palavra “aliança”? 
A primeira é syntheke, “colocar junto”, onde um pacto é feito entre partes iguais, com direitos iguais de discutir o acordo a ser proposto. A segunda palavra é diatheke, “colocar por”, e traz a ideia de um acordo onde as partes são desiguais, onde uma parte coloca os termos e a outra aceita ou rejeita.

3. Por que a Lei existe? 
A Lei existe por causa das transgressões.

4. Qual o objetivo da Lei? 
A Lei tinha por objetivo regular as relações entre o homem e Deus, entre o homem e o seu próximo e o homem consigo mesmo.

5. A Lei invalida as promessas de Deus?
Não. A Lei não é contra as promessas de Deus.



QUESTIONÁRIOS DO 3° TRIMESTRE DE 2025






A Igreja em Jerusalém -
Doutrina, Comunhão e Fé: a Base para
o Crescimento da Igreja em meio às Perseguições.










Lição 07
Revisando o Conteúdo
A respeito de Uma Igreja que Não Teme a Perseguição” responda:          


1. Quais eram os três grupos que faziam oposição à Igreja?
Os três grupos que faziam oposição à Igreja eram os sacerdotes, os saduceus e o capitão do templo.

2. Em quais esferas a igreja sofria perseguição?
A igreja sofria perseguição em duas esferas: a religiosa e a política.

3. O que não é incomum no Livro de Atos?
A presença de anjos não é incomum no Livro de Atos.

4. Cite três eventos como resultado de oração conforme demonstrado na lição.
Três eventos como resultado de oração demonstrados na lição são: os cristãos oravam e o lugar em que estavam tremeu (At 4.31); Paulo teve uma visão com Ananias de Damasco orando pela cura dele (At 9.11,12); enquanto Cornélio orava, um anjo se apresentou a ele (At 10.3).

5. O que Atos 5.29 mostra em relação à Primeira Igreja?
Atos 5.29 registra a ousadia do testemunho de Pedro e uma clara defesa dos valores cristãos por parte da primeira igreja.