1 Rs 16.29-34
INTRODUÇÃO
Estamos iniciando mais um trimestre, e espero que neste ano, muitos
possam priorizar as manhãs de Domingo para aprender a Palavra de Deus. Durante
todo o 1º Trimestre de 2013 estudaremos sobre “Elias e Eliseu: Um Ministério de
Poder para toda a Igreja”, através das Lições Bíblicas da CPAD. Estou
certo de que, nesta 1º aula, muito aprenderemos sobre a definição de apostasia,
seus agentes, suas causas e consequências. No entanto, para que não incorramos
em erros de interpretação, é prudente situar historicamente o texto desta aula
e das demais. A nação de Israel, depois do reinado de Salomão, dividiu-se em
dois reinos independentes: Judá, ao Sul, e Israel, ao Norte (1 Rs 14.20,21).
Cada nação teve sua cota de profetas enviados por Deus para tratar de questões
como justiça social, afastamento do pecado e de uma aproximação sincera para
com Deus. É, exatamente neste contexto, que aparece o profeta Elias. Elias
viveu em Israel, um reino que se tornou conhecido por sua liderança ímpia, com
diversos reis que se desviaram dos caminhos do Senhor e levaram o povo pelas mesmas
práticas. Desejo a todos uma excelente Aula!
I.
AS CAUSAS DA APOSTASIA
1. Casamento misto
O casamento misto, no decorrer da
história, sempre causou grandes problemas na vida dos filhos de Israel. Antes
do êxodo, ocorreu o primeiro caso de casamento misto que levando o gênero
humano a uma corrupção moral generalizada, culminou com o Dilúvio (Gn 6.1-7).
Já no êxodo, Deus proibiu, de modo claro e veemente, que os
filhos de Israel não se misturasse com outros povos (Êx 34.16; Dt 7.3,4; Js 23.12,13).
Mesmo assim, o povo desobedeceu ao Senhor e misturou-se com outros povos (Jz
3.6-8). Além disto, durante a monarquia, o rei Salomão foi o primeiro a violar
a Lei e casar-se com várias mulheres de outras nações, resultando em um triste
fim para ele e seu reino (1 Rs 11.1-10). Agora, estando o reino já divido, Acabe
ao assumir o trono do Reino do Norte casa-se com uma mulher de Sidom, cidade da
fenícia, e filha de Etbaal, rei dos sidônios , chamada Jezabel (1Rs 16.31). Apesar
de tal casamento ter fins politicos, ele foi uma afronta ao Senhor e o
afundamento da casa de Acabe na idolatria que, por sua vez, influenciado por
sua esposa, almejava a institucionalização da idolatria no Reino do Norte (1Rs
16.33). Homens como Esdras, Neemias, Malaquias, combateram veementemente este
tipo de casamento no regresso dos repatriados do exílio babilônico (Ed
10.10-12; Ne 13.23-30; Ml 2.10-16).
No Novo Testamento, o Apóstolo Paulo doutrinando
a igreja de corinto disse: “Não vos prendais a um jugo desigual com os
incrédulos; pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? ou que comunhão
tem a luz com as trevas? Que harmonia há entre Cristo e Belial? ou que parte
tem o crente com o incrédulo? E que consenso tem o santuário de Deus com
ídolos? Pois nós somos santuário de Deus vivo, como Deus disse: Neles
habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Pelo que, saí vós do meio deles e separai-vos, diz o Senhor; e não toqueis
coisa imunda, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para
mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2 Co 6.14-18).
Quantos sofrem por não atentar a Palavra do Senhor! O Apóstolo deixou bastante
claro que não há como ter sociedade, comunhão, harmonia, parte ou consenso com
a injustiça, as trevas, Belial, os incrédulos ou os ídolos. Pois, tal situação
é prender-se a um jugo desigual. Então, obedeça a voz de Deus e a benção do
Senhor será sobre a sua casa! Glória a Deus!
2.
Institucionalização da idolatria
Tanto o casamento misto como a idolatria
sempre trouxeram problemas de grandes proporções na vida dos filhos de Israel. Como
nos afirma a Palavra de Deus: “Um abismo chama outro abismo” (Sl
42.7). Assim, o casamento misto sempre conduziu o povo de Deus à idolatria, e a
idolatria ao casamento misto (Jz 2.11-13). No deserto, mesmo já tendo recebido
os dez mandamentos (decálogo) após ocorrer o êxodo, os filhos de Israel fundem
um bezerro de ouro e provocam a ira do Senhor (Êx 33.4-6; 9,10). Ainda a
caminho da Terra Prometida, os filhos de Israel mais uma vez se envolvem com a
idolatria, além da prostituição, como foi o caso de Baal-Peor (Nm 25.1-9). Depois,
na época dos juízes, os filhos de Israel caem num ciclo de apostasia, castigo,
arrependimento e libertação, devido à idolatria. Ela, a idolatria, foi a causa da divisão do
Reino de Salomão, que foi gerada pelas setecentas esposas estrangeiras do rei
(1Rs 11.3,9-11). Por isso, o Apóstolo Paulo asseverou dizendo: “Não
vos enganeis. As más companhias corrompem os bons costumes” (1Co
15.33). No entanto, o rei Acabe, por sua
vez, ao unir-se com Jezabel tomando-a por mulher, vez pior do que todos os reis
antes dele; porque não só seguia a Baal, mas intentava oficializar o culto a
Baal como religião do seu reino. Prova disto, Ele construiu para sua esposa,
Jezabel, um templo dedicado a Baal-Melkart, o deus fenício das tormentas e das
colheitas (1 Rs 16.32).
Diante do exposto, faltou definir: o que é idolatria? O
termo “idolatria” [do grego eidolon, imagem + latria,
adoração] significa “culto destinado à adoração dos ídolos”.
A idolatria pode ser considerada também o amor excessivo por alguma pessoa, ou
objeto. Amor este que suplanta o amor que se deve devotar, voluntária,
incondicional e amorosamente, ao único e verdadeiro Deus. Neste sentido, a
avareza é uma das piores idolatrias (Cl 3.5). Por conseguinte, a idolatria é
qualquer amor, ou afeição, que suplante o amor que se deve a Deus. Ou seja, de
modo prático, tudo que usurpe o lugar de Deus de nossas vidas é idolatria. Ora,
será que este mal não reside nossos cultos, igrejas e nossas vidas? Em nossos
dias, conhecido por dias hodiernos, a neopentecostalização dos cultos destronou
Deus de sua posição de Senhor para colocá-lo como servo (mordomo) de dirigentes,
pregadores e crentes. Tais cultos têm por finalidade apenas receber de Deus, e
quando alguma coisa é dada, a intenção ou razão última é o retorno deste em
forma de “bênçãos” para satisfazer o próprio egocentrismo. A Palavra de Deus
assevera sobre isto ao dizer: “Se, pois, fostes ressuscitados juntamente
com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à
destra de Deus.
Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra;
porque morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3.1-3). E ainda: “Se esperamos em Cristo
só nesta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Co 15.20). Além disto, os
nossos púlpitos foram invadidos pelos chamados “ídolos modernos”. Não temos os
ídolos de pau, pedra ou gesso, mas pior ainda, temos os de carne (Pastores,
Pregadores, Cantores e Cantoras). O Senhor, por intermédio de seu servo João,
nos adverte: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5.21). Que nossos
cultos sejam de Deus, Por Ele e para Ele!
II.
OS AGENTES DA APOSTASIA
1. Acabe
Seu
nome em hebraico significa “irmão do pai”, isto é, um muito
parecido com seu pai. Reinou durante vinte e dois anos no Reino do Norte (Israel), entre 874 a 853 a.C. Era filho
de Onri e o sétimo rei de Israel (1 Rs 16.29). Casou-se com Jezabel de Sidom (1
Rs 16.31,33). Foi um governante capaz e chefe militar corajoso. Ele travou
guerras com os sírios, e na maioria das vezes os venceu. Manteve uma política
de relações amistosa com Judá (Reino do
Sul) e estas culminaram com o enlace matrimonial entre sua filha Atalia e
Jorão, filho de Josafá, rei de Judá. Sob seu reinado, Israel prosperou
materialmente. Pois, seu casamento com Jezabel, promoveu o comercio com a
Fenícia. Além disto, ele fortificou as cidades existentes e construiu outras. No
entanto, Acabe era uma pessoa muito fraca no aspecto espiritual e moral. Ele se
quisesse, em vez de ser o pior rei do reino do norte, poderia ter sido o
melhor. Mas, preferiu segui os caminhos de seu pai Onri, que por sua vez,
seguiu os caminhos de Jeroboão filho de Nebate (1 Rs 16.25,26). Não bastasse
isto, ele (Acabe) provoca ainda mais a ira do Senhor tomando Jezabel por
mulher. Diante do exposto, vem à questão: o que tem distanciado você do seu
Deus? Como está sua vida com Deus? Não seria a hora de seguir o conselho
bíblico: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo” (1 Co 11.28a). Faça isso
e, com certeza, o Senhor guiará os seus passos ao encontro de um renovo
espiritual!
2. Jezabel
Seu
nome em hebraico significa “casta”. Era filha de Etbaal, rei dos
sidônios, e mulher de Acabe, rei de Israel (1 Rs 1616.31). Foi a mais perversa
das rainhas de Israel, sendo, também, a mais inteligente e notável. Em volta de
sua mesa reunia ela 450 profetas de Baal, e 400 sacerdotes de Astarote (1 Rs
18.19). Jezabel ambicionava desalojar o culto ao Senhor e instituir o culto a
Baal como religião oficial de Israel. Em seu intento, ela convenceu Acabe a
introduzir, além do templo de Baal-Melkart, o perverso culto a Aserá e lhe
permitir perseguir os profetas do Senhor que se lhe opusessem (1 Rs 18.4). Foi ela que planejou a morte do profeta Elias
(1Rs 19.12) e ocasionou a morte de Nabote (21.14). Por isso, devido sua
perversidade, havia na igreja em Tiatira, uma profetisa, a quem o Senhor fez
menção usando o nefasto nome da sedutora rainha de Israel, Jezabel (Ap
2.20).
III.
AS CONSEQUÊNCIAS DA APOSTASIA
1. A perda da
identidade nacional e espiritual
A
situação no Reino do Norte não era nada boa, mas agora seguia para um rumo
ainda pior, pois a identidade do povo de Deus estava a comprometer-se
completamente. O Senhor ao firmar seu concerto com eles no Monte Sinai disse: “Agora,
se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a minha aliança, sereis a
minha propriedade peculiar dentre todos os povos.” (Êx 19.5). No entanto, o povo estava a coxear entre dois
pensamentos: A quem servir? Ao Senhor ou a Baal? (1 Rs 18.21). As trevas
pairavam sobre Israel, devido a forte influência de Jezabel sobre o rei Acabe,
que desejava agradar sua esposa e substituir o culto ao Senhor pelo culto a
Baal. Tal atitude não só faria o povo de Deus perder a sua identidade
espiritual, mas também resultaria na perda da identidade nacional. Já que uma
dependia da outra!
Mas,
o que é identidade? A identidade, do lat. tard. identitate,
significa: “O aspecto coletivo de um conjunto de características pelas quais algo é
definitivamente conhecível ou conhecido”. Assim, o modo de um povo se
vestir, de se alimentar (culinária), sua liturgia (forma de culto), suas
festas, seus costumes, sua crença, etc., são características que identificam
aquele povo. Era isto que os filhos de Israel estavam perdendo, sua identidade
de povo escolhido do Senhor! E, neste particular, o que dizer dos dias de hoje?
Estamos ou não perdendo nossa identidade de povo de Deus? Na verdade, vivemos
hoje uma séria crise de identidade! Vejamos o que diz o Pr. Altair Germano
sobre o referido assunto:
“Viajando por nosso país, participando de convenções regionais e
nacionais, conversando com alguns companheiros de ministério, e acompanhando os
últimos acontecimentos nas Assembleias de Deus no Brasil, fico a pensar se
existe ainda uma “identidade nacional” na denominação.
Sempre existiu nas Assembleias de Deus no Brasil, falo aqui
especificamente, das igrejas cujos ministros são filiados a CGADB,
características que davam uma ideia de certa “identidade nacional”, mesmo que
em alguns lugares houvesse algum tipo de peculiaridade cultural local. Destaco
aqui 04 (quatro) características marcantes: Os usos e costumes, a liturgia, o
corpo ministerial e a doutrina. Observemos o quadro atual:
1. Usos e Costumes – Há regiões onde as irmãs pintam o
cabelo, se maquiam, usam brincos, colares, pulseiras, pintam as unhas, usam
calça comprida, etc. Já em outras regiões, tais práticas, ou pelo menos algumas
delas, são motivos para disciplina e até exclusão.
2. Liturgia – Danças, palmas, assovios e
coreografias já estão presentes em vários cultos assembleianos realizados por
este Brasil afora. Os hinos da harpa cristã, o hábito de dar glória a Deus e
aleluia, a conduta “tradicional” no culto, são mantidos em outros. Não
conseguimos um modelo litúrgico único nem na ministração da “Santa Ceia”.
3. Corpo Ministerial – Os cargos eclesiásticos e
ministeriais ficam também a mercê da conveniência local. O conjunto de cargos
básicos que envolvem o auxiliar oficial, o diácono, o presbítero, o evangelista
e o pastor, nem sempre se apresentam em sua totalidade ou com a mesma
funcionalidade. A apresentação de diaconisas não é ponto pacífico, e o caso
mais extremo é o da ordenação de pastoras.
4. Doutrina – Parece que em meio a tudo isso, a
única coisa que ainda resiste, mas com muita dificuldade, é no campo
doutrinário conforme pode-se observar em nossas doutrinas básicas e credo.
A resolução do Plenário da Convenção Geral da 38ª. Assembleia Geral
Ordinária da CGADB, realizada em São Paulo, 18 de abril de 2007, em decorrência
da “constatação de constantes desvios dos princípios doutrinários e dos
bons costumes das Assembleias de Deus no Brasil, principalmente no que diz
respeito à introdução de doutrinas heréticas, de movimentos ecumênicos, da
quebra da liturgia dos cultos, da introdução de músicas profanas, de grupos de
dança e teatro e outros, contrariando, assim, a fundamentação doutrinária que
sempre norteou a denominação”, foi uma boa iniciativa para tentar manter certos
parâmetros para a nossa identidade. Na prática a resolução não é observada e
ficou obsoleta.
Duas questões precisam ser discutidas e respondidas:
- O que significa ser um assembleiano no Brasil do século XXI?
- É possível uma "identidade nacional" diante de uma notória e
crescente regionalização de identidades?
Vale ressaltar, que a maior das identidades, a que está acima de
qualquer rótulo denominacional, é a identidade de cristão, de filho de Deus,
que manifesta em sua vida o amor a Deus, ao próximo e a si mesmo. A identidade
do cristão é também caracterizada pelo poder e fruto do Espírito, pelos
carismas e pelo caráter em sua vida.
A apostasia no Reino de Israel dos tempos de Elias e Eliseu é um alerta
para todos nós”.
2. O julgamento
divino
Diante
de tal situação que comprometia por completo o futuro dos filhos de Israel, o
Senhor Deus de Israel não ficaria apenas a contemplar os fatos. Por isso,
enviou seu servo, o profeta Elias com uma sentença: “Tão certo como vive o Senhor,
Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes
anos senão segundo a minha palavra” (1 Rs 17.1). Com isso, a fome reinou
por três anos e meio no Reino do Norte, como predisse o profeta Elias (1 Rs
18.1,2; Tg 5.17). Era o Julgamento de Deus em ação sobre o reinado de Acabe e
suas ações e intenções ardilosas e iníquas. Desta forma, estava o Senhor
mostrando aos filhos de Israel a quem deveriam servir e adorar. A semelhança de
Elias, não devemos temer ao homem, pois o Salmista assevera: “O
Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei? Quando
os malvados investiram contra mim, para comerem as minhas carnes, eles, meus
adversários e meus inimigos, tropeçam e caem. Ainda que um exército me cerque, o
meu coração não temerá; ainda que a guerra se levante contra mim, nele
confiarei” (Sl 27.1-3). Elias, o profeta, sabia quem o tinha enviado,
por isso não temeu. E você, sabe quem o tem enviado? O Senhor nos tem confiado
o “ide e pregai”. Proclame o “ide” do Senhor, porquanto a sentença já foi dada:
“Quem crer e for batizado será salvo;
mas quem não crer será condenado”
(Mc 16.16). Eis aí o julgamento divino!
IV.
APOSTASIA
1. Um perigo real
De fato, a apostasia era um mal
bastante real no Reino do Norte. Mas, o que é apostasia? Quais os tipos
existentes de apostasias? E, quem pode apostatar? Antes de responder essas
questões, com a palavra o Pastor Claudionor de Andrade, ele diz: [Do gr. “apostásis”,
afastamento]
“Abandono premeditado e consciente da fé cristã. No Antigo Testamento, não
foram poucas as apostasias cometidas por Israel. Só em juízes, há sete desvios
ou abjuração da verdadeira fé em Deus. Para os profetas, a apostasia
constituí-se num adultério espiritual. Se a congregação hebreia era tida como a
esposa de Jeová, deveriam guardar-lhe fielmente os preceitos, e jamais
curvar-se diante dos ídolos. Jeremias e Ezequiel foram os profetas que mais
enfocaram a apostasia israelita sob o prisma das relações matrimoniais. No
primitivo Cristianismo, as apostasias não eram desconhecidas. Muitos crentes de
origem israelita, por exemplo, sentindo-se isolados da comunidade judaica,
deixavam a fé cristã, e voltavam aos rudimentos da Lei de Moisés e ao pomposo
cerimonial levítico. Há que se estabelecer, aqui, a diferença entre apostasia e
heresia. A primeira é o abandono premeditado e completo da fé; a segunda, é a
abjuração parcial dessa mesma fé”. Muito bem, respondida a primeira indagação,
vamos às outras. A segunda a ser trata são os tipos de apostasias, e podem
envolver dois aspectos distintos, embora relacionados em si: (1) A apostasia teológica, isto
é, a rejeição de todos os ensinos originais de Cristo e dos apóstolos ou alguns
deles (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3); e (2) A apostasia
moral, ou seja, aquele que era crente deixa de permanecer em Cristo e
volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm
6.15-23; 8. 6.13). A última indagação trata de quem pode apostatar. E, pelas
duas indagações já respondidas, fica fácil a resposta. Eu lhe pergunto: Pode um
incrédulo apostatar? É óbvio que não! E por quê? Porque ele não professa a
verdadeira fé em Deus. Logo, só pode apostatar quem abandonou a fé em Cristo ou
mudou de religião. Assim sendo, somente um crente em Jesus pode cometer tal
pecado. E, o autor da Epístola aos Hebreus, trata exatamente desse assunto em
sua carta. Porém, classificando-o como pecado imperdoável. O termo apostasia
(gr. apostásis) aparece duas vezes no
Novo Testamento como substantivo (At 21.21; 2 Ts 2.3). Mas, aqui em Hb 3.12,
ele é um verbo (gr. aphistemi, traduzido por ‘apartar’). Este termo grego é
definido como “decair, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a
que antes se estava ligado”. É esta a aplicação que o autor da Epístola aos
Hebreus faz, sobre a apostasia (aphistemi ), no capítulo seis e dez
de sua carta. No capítulo 10.26 diz: “Porque, se voluntariamente continuarmos no
pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta
mais sacrifício pelos pecados”. O termo “pleno conhecimento” (gr. epignosis)
enfatiza um sentido amplo de conhecimento, não experimentado pelo novo
convertido ou pelo crente de vida cristã superficial. Portanto, o pecado de
apostasia tornar-se imperdoável quando a verdade é desprezada de modo
deliberado, consciente, doloso, reincidente e ofensivo, por quem a conhece
bastante, torna-se impossível o perdão porque tal pessoa repudia e repele para
longe de si a graça de Deus, que pode levá-lo ao arrependimento (Hb 6.4-6;
10.26-31,38,39; 2 Pe 2.20-22). Vigiemos e que o Senhor nos livre deste terrível
mal!
2. Um mal evitável
Sabemos que a vida é feita de
escolhas, e que Acabe deve a oportunidade, como todo homem tem, de fazer as
suas escolhas. É lamentável que, como já dissemos, ele preferiu seguir os
caminhos de seu pai Onri, que por sua vez, seguiu os caminhos de Jeroboão filho
de Nebate (1 Rs 16.25,26). Em vez de, escolher em seguir ao Senhor, Acabe optou
por seguir a Baal, e para piorar ainda mais sua vida e o seu reino, casa-se com
uma estrangeira. Acabe optou por trilhar o caminho do mal, da apostasia, da
idolatria, do desejo de provocar a ira do Senhor (1 Rs 16.33). E ele conseguiu!
Então, surge-nos a pergunta: “Como evitar
todo mal causado pela apostasia?” Simples! Faça todo o percurso contrário
de Acabe. Escolha o caminho do bem, sirva e adore somente ao Senhor, jamais
entre pela vereda da apostasia, nunca esqueça o fruto do arrependimento e opte
sempre pelos bons exemplos. Pronto! Infelizmente, a semelhança de Acabe, muitos
escolhem o engano e mais tarde não sabem por que estão sofrendo (Gl 6.7,8; 1 Pe
3.10,11). Que consultemos, sempre, a orientação do Senhor para nossas vidas. Pois,
a sua Palavra diz: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl 119.105). Somente
essa luz pode iluminar as nossas escolhas!
CONCLUSÃO
Diante
do exposto, devemos atentar para indagação do autor da Epístola aos Hebreus: “Como
escaparemos nós, se descuidarmos de tão grande salvação?”. Não podemos
vacilar nem um pouquinho sequer, mas temos que ter bastante cuidado para não
cairmos neste grave pecado chamado apostasia (1 Co 10.12). Para isso, temos que
está atentos em oração e vigilância, para fazemos as escolhas certas e não
cometermos os delitos praticados por Acabe. Os dias são trabalhosos, a semelhança
dos dias de Acabe, onde há jugo desigual, idolatria, frieza espiritual, crise
da identidade do povo de Deus, entre outros males. Por isso, mais do que nunca,
devemos buscar ao Senhor em prol de que Ele levante muitos profetas, como Elias
e Eliseu, para denunciar e combater toda forma de pecado do meio do Seu povo.
Referências:
Ø
BOYER,
Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.
CPAD.
Ø
ANDRADE,
Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico.
CPAD.
Ø
RENOVATO,
Elinaldo. Lições Bíblicas (3º Trimestre/2001). CPAD.
Ø
RENOVATO,
Elinaldo. Lições Bíblicas (2º Trimestre/2007). CPAD.
Ø
ENSINADOR
CRISTÃO, Revista. nº53 p.36. CPAD.
Ø
www.altairgermano.net/
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