1 Rs 18.36-40
INTRODUÇÃO
Como vimos na aula passada, o reino do norte
padeceu por mais de três anos uma grave e longa seca que gerou escassez, fome e
uma crise econômica inesperada. A semelhança dos dias do profeta Jonas, em que
o rei de Nínive (Adade-Nirari III)
foi o primeiro a se arrepender, e consecutivamente, a promulgar uma lei em que
todos do seu reino também se arrependessem com jejum e pano de saco. Inclusive
os animais! (Jn 3.5). Em Israel, foi completamente
o contrário! O rei, que deveria ser o primeiro a reconhecer o Senhor como seu
Deus, isto é, abandonar a idolatria, continuou perseverando no erro de seguir a
Baal. Por isso, o Senhor envia seu profeta, Elias, para confrontar os profetas
de Baal em um duelo no Monte Carmelo (1 Rs 18.19,20). Portanto, na aula de
hoje, estudaremos o acontecimento que foi o clímax do ministério de Elias, e
que fez com que o povo abandonasse aquela amarga apostasia. Precisamos mais do nunca, nos dias atuais,
tomar a posição desse Campeão de Deus, que não temeu desafiar 850 profetas
sozinho! O Senhor conta com você profeta do Deus Vivo!
I.
CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES
1. Conhecendo o
falso deus Baal.
A
idolatria foi sempre combatida por Deus desde a saída dos filhos de Israel do cativeiro
egípcio (Êx 20.3-5,23). Depois da aliança firmada no monte Sinai, Deus sempre
advertiu seu povo de lhe ser fiel, e de não seguir os deuses das nações dos
quais herdariam a terra (Êx 34.10-17). Porém, durante a monarquia, Salomão
trouxe este mal para dentro da nação santa e, consecutivamente, Jeroboão, filho
de Nebate, oficializou o culto ao bezerro (1 Rs 11; 12.26-33). A partir de
então, os deuses das nações, dos quais o Senhor disse que não deveriam ser
adorados, começam a fazer parte dos cultos do reino do norte. E, desses deuses,
as divindades cananeias com seus cultos cheios de licenciosidade tiveram fácil
aceitação dentre os hebreus (Nm 22.41; Jz 2.11,13; 2 Rs 23.4-6). Assim sendo,
suas principais divindades eram Baal e Astarote (Aserá). Baal era o deus do
sol e das tempestades, responsável pela germinação e crescimento da lavoura, o
aumento dos rebanhos e a fecundidade das famílias. Seu nome significava “senhor”
ou “dono”.
E, também, pode sinonimamente significar “proprietário” ou “marido”.
Desta forma, Baal era o supremo deus cananeu (rei dos deuses), e seu extenso nome era Baal Semaim (senhor do céu). Portanto, cada lugar
tinha seu próprio Baal. Assim, havia, por exemplo:
ü Baal-Berite, que quer dizer “senhor da aliança”, (Jz
8.22);
ü Baal-Gade, que quer dizer “senhor da fortuna” (Nm
32.38), etc.
ü Baal-Hazor, que quer dizer “senhor da cerca”, (2 Sm
13.23);
ü Baal-Hermon, que quer dizer “senhor da montanha sagrada”,
(1 Cr 5.23);
ü Baal-Peor, que quer dizer “senhor da fenda”, (Nm
23.28; 25.3);
ü Baal-Zebube, que quer dizer “senhor das moscas”, (2 Rs
1.2);
ü Baal-Zefom, que quer dizer “senhor da vigilância”, (Êx
14.2);
Todavia, o deus Baal
que o rei Acabe introduziu em seu reino foi Baal-Melkart (senhor e rei da cidade), a quem dedicou
também um templo (1 Rs 16.32,33). Porém, o profeta Elias, envia um desafio para
toda a nação, mas em especial, para o rei Acabe e a rainha Jezabel, dizendo: “Agora, pois
manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os
quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas de Aserá,
que comem da mesa de Jezabel” (1 Rs 18.19). E nós, estamos prontos
para confrontar os falsos deuses? O Senhor conta conosco para enviar fogo do
céu!
2. Identificando a
falsa divindade Aserá.
Agora, que já estamos sabendo quem é Baal
(o deus falso), identifiquemos quem é Aserá. Mas, antes disso, se faz
necessário conhecer, dentro da cultura cananeia, quem é El. O nome Ēl (אל) é uma palavra semitica do
Noroeste da Síria que traduzido para
nosso idioma (português) signfica “deus” ou
“Deus” dependendo do contexto.
No Levante (uma grande área geográfica imprecisa do Mediterrâneo) como um todo, El era o deus
supremo, o pai da humanidade e de todas as criaturas e o marido da Deusa Aserá como atestado no Ugarit (antiga e cosmopolita cidade portuária, situada na costa mediterrânea do norte da Síria). Governava a todos do monte Saphon e foi sob sua égide
que Baal/Hadad casou com Anat e derrotou o deus do mar Yam e o deus da morte Mot, tornando-se o rei
dos deuses. A palavra El foi
encontrada no topo de uma lista dos Antigos Deuses (o que pode significar que ele seria o Pai de todos os Deuses), nas
ruínas da Biblioteca Real de Ebla, no sítio arqueológico de Tell Mardikh na Síria datado de 2300 a.C. El tinha
gerado muitos deuses, mas os mais importantes foram Hadad (Baal), Yam e Mot, cada um dos quais possui
atributos semelhantes aos deuses gregos Zeus, Poseidon e Hades respectivamente. Os mitologistas
gregos identificam El com Cronos. Portanto, sabendo agora quem é El, trataremos de
identificar a falsa divindade Aserá. Aserá (Astarote) era a mais importante deusa dos
fenícios. Filha de Baal, Irmã gêmea de Camos (2 Rs 23.13) e esposa de Tamuz (Ez 8.14). Era a deusa da lua, da fertilidade, da sexualidade e da
guerra, adorada principalmente em Sidom, Tiro e Biblos. Aserá era conhecida,
principalmente, pelos nomes de Astarote e Astarte. Mas, também era
chamada de Asterate, Asterath,
Astorate, Asterote, Astorete, Astartéia e Baalat. Além destes nomes, o termo “poste-ídolo”
na versão AEC e na versão ARA é uma tradução do termo hebraico “àshera”,
e que está literalmente na versão ARC como Aserá ou Aserote (Jz 3.7; 1 Rs
15.13; 18.19).
No entanto, o termo “bosque” na versão ARC corresponde à
expressão “poste-ídolo”, que pode significar tanto o nome da deusa “Aserá” como também “bosque para adoração de ídolos”, já que era o lugar onde se adorava
tanto essa divindade como as outras. Não bastassem todas essas nomenclaturas, a
deusa Aserá era ainda chamada de deusa mãe ou rainha dos céus (Jr 7.18). E os seus rituais eram
múltiplos, passando por ofertas corporais de teor sexual, libações, e também a
adoração das suas imagens ou ídolos. O seu principal culto ocorria no equinócio da primavera e era altura de grandes
celebrações à fertilidade e sexualidade. O sexualismo e erotismo ligados ao seu
culto faziam dela uma deusa muito adorada entre os povos da altura, exatamente
pelo seu teor. Nota-se, então, a gravidade da situação espiritual do reino do
norte!
II.
CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS
1. Profetizavam sob
encomenda.
O
termo “profeta”, tanto no hebraico “nãbi” como no grego “prophetes”,
significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Assim sendo, o profeta é
um representante de Deus. Mas, se tratado dos profetas de Baal, eles eram falsos
profetas. O termo “falso” provém do latim “falsus” que significa “errado,
incorreto e enganador”. Portanto, bem diferente dos profetas do Senhor,
que fala ao povo o que ele precisa ouvir, e não o que ele quer ouvir (1 Rs
17.1).
Os profetas de Baal, que eram sustentados pela casa do rei (1 Rs 18.19),
falavam ao povo o que o rei, e sua consorte queriam ouvir. Esses profetas
faziam parte de um sistema estatal do governo (1 Rs 18.4). Mas, o que significa sistema?
O dicionário online define sistema como “reunião de princípios coordenados de modo a
formar uma doutrina”. Esta
definição nos traz uma dupla conceituação de sistema, apesar da abrangência do
termo, que pode ser sintetizada em “macrossistema” e “microssistema”. O
microssistema trata dos princípios coordenados
pelas organizações políticas, religiosas, corporativas, etc, que as fazem existir
e funcionar. Este tipo de sistema não é nosso inimigo, até porque foi
constituído por Deus (Rm 13.1,2; 1 Pe 2.13-17). Já o macrossistema, que é a reunião de toda forma de injustiça,
impunidade, imoralidade, corrupção, mentira, falsidade, engano, perversão, etc,
de modo a formar uma doutrina, a
doutrina do Diabo, que é reflexo de um mundo caído e influencia pelo mesmo (1
Jo 5.19). Este, sim, é o sistema que é nosso inimigo, e também, de Deus (Tg
4.4; 1 Jo 2.15,16; Jo 15.19; Gl 5.19-21; Rm 1.18-32). Os profetas de Baal pertenciam
a este macrossistema (governo do mal e do
pecado que tem como regente o diabo), e que os habilitavam para serem:
ü Profetas,
mas não do Deus vivo.
ü
Profetas, mas não da verdade.
ü
Profetas, mas não tinham voz profética.
ü
Profetas, mas de ministérios alugados.
ü Profetas,
mas ‘do sistema’ e ‘para o sistema’.
Embora,
como Elias, saibamos que a vida de um profeta não é nada fácil, os profetas de
Baal eram indivíduos:
ü Que
viviam confortados, pois não causavam desconforto.
ü
Que viviam sem pressão, pois não causavam
tensão.
ü
Que não eram ameaçados, pois eram
aliados do erro e da injustiça dos poderosos.
ü Que
não eram indesejáveis, pois não denunciavam o pecado.
Diante
desses fatos, surge a pergunta que não quer calar: Que tipo de profeta você
deseja ser ou é? Daqueles que são aplaudidos pelos homens, mas não são
aplaudidos por Deus? Ou daqueles que, mesmo contrariando o egocentrismo humano,
preferem padecer o descontentamento humano e serem fiéis ao Senhor? A vida do
profeta Elias é o grande exemplo disso!
2.
Eram mais numerosos.
A
rainha Jezabel, finalmente, conseguiu realizar seu intento que era
institucionalizar o culto a Baal e a Aserá no reino do norte. Desta forma, o
Senhor, Deus de Israel, passou a ser apenas mais uma divindade dentre as muitas
daqueles politeístas. E, de fato, seus profetas naquele momento eram a maioria.
Isso porque, além dos profetas do Senhor que Jezabel destruiu (1 Rs 18.4), os
outros estavam escondidos (1 Rs 19.18).
Daí, a razão de Elias, por três vezes, dizer:
“Só
eu fiquei” (1 Rs 18.22; 19.10,14). Elias, o tisbita, realmente estava
se sentindo só, não apenas por ter que combater a idolatria de uma nação
inteira, mas também, por ter que confrontar sozinho o sistema estatal do
governo (1 Rs 18.22). Todavia, esse pensamento de está sozinho não era
verdadeiro! Pois, o Senhor disse para Elias: “Também conservei em
Israel sete mil – todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que
não o beijou” (1 Rs 19.18). Na verdade, a Maior Autoridade estava
com Elias, pois ele exaltou o nome do Senhor desmascarando aqueles falsos
profetas (1 Rs 18.40,41). Além disto, Deus não tem por exclusividade trabalhar
com a maioria, mas com vidas que se dispõem a serem usadas por Ele. E, bem sabemos
que esses são a minoria (Ez 22.30; Mt 7.13,14). Por isso, observemos alguns
exemplos bíblicos:
ü Adão
- por meio de um só homem criou todos (Gn 1.28; At 17.26);
ü
Abraão
- por meio de um só homem gerou a nação eleita (Gn 12.1-3; 17.6-8);
ü
Moisés
- por meio de um só homem libertou toda uma nação (Êx 3.8,10);
ü
Sansão
- por meio de um só homem matou mil filisteus (Jz 15.15,16);
ü
Josebe-Bassebete
- por meio de um só valente feriu, de uma vez, a oitocentos filisteus (2 Sm
23.8);
ü
Ester
- por meio de uma mulher livrou da morte o povo de Deus (Et 7.3-6; 8.7,8,11);
ü Jesus
- por meio de seu próprio sacrifício, nos salvou, criando a Igreja do Senhor (Rm
5.18; Jo 19.30; Ef 2.1-10).
Bem,
diante destes muitos exemplos, não resta dúvidas de que o agir do Senhor não
depende de maioria, mas de vidas como a de Elias, que mesmo aparentemente em
desvantagem, destruiu todos os profetas de Baal e de Aserá (1 Rs 18.40). Deus
está buscando alguém que esteja na brecha para realizar grandes feitos, assim,
como Elias, e glorificar seu santo nome!
III.
CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO
1. Em que ela imita
verdadeira.
Parece-nos
que o ritual cananeu e o ritual hebreu possuíam os mesmos elementos de adoração.
No entanto, um dos elementos destes rituais revela o diferencial da verdadeira adoração.
E, é óbvio, que este elemento é o fogo.
Pois, Elias disse aos profetas de Baal:
“Dêem-se-nos
dois novilhos. Escolham eles para si um dos novilhos, e o dividam em pedaços, e
o ponham sobre a lenha, porém, não lhe metam fogo” (1 Rs 18.23). Aqui,
já surgem algumas indagações: O que é adoração? O que é culto? Há diferença
entre ambos? E quais os elementos do culto/adoração? A palavra “adoração”
tem sua origem no termo hebraico “sãhâ”, que traduzida, literalmente
significa “prostrar-se”; nela está implícito o sentido de reconhecer o
valor da sua glória, soberania, senhorio e majestade; não só em palavras, mas,
em atitudes, procedimentos e comportamentos. A
palavra “culto” é originária do vocábulo latino "cultus",
e significa “veneração”. O culto, portanto, é a adoração ou homenagem que se
presta ao Supremo Ser. No grego, temos duas palavras para culto: "latréia",
significando adoração; e "proskynēo", significando
reverenciar, prestar obediência, render homenagem. A partir dessas definições,
já se percebe que a diferença entre adoração e culto está associado apenas as
nomenclaturas, devido a cultura de onde provém tais termos.
No entanto, na
prática, pode haver culto sem adoração. Pois, em nossos dias, quando falamos de
culto estamos nos referindo à liturgia. E a liturgia, em si, não se constitui
em culto; porquanto é necessário que ela venha acompanhada de verdadeira
predisposição espiritual (Is 29.13; Jl 2.12,13). Quanto aos elementos do culto,
embora não siga necessariamente esta ordem, eles são: doutrina, revelação, línguas estranhas e interpretação,
salmos, hinos, cânticos espirituais
e ações de graças (1 Co 14.26; Cl
3.16; Ef 5.18-21). Portanto, naquele culto a Baal, que aparecia muito com o
culto hebreu, tinha altar, música, danças e sacrifícios, mas não tinha o
verdadeiro fogo. O fogo do altar de Baal era fogo estranho (Nm 10.1), por isso,
Elias disse: “não lhe metam fogo” e acrescentou: “O deus que responder por meio do
fogo, esse é que é Deus”. Realmente, o adversário só sabe imitar e
copiar tudo o que Deus cria. Por isso, seus profetas também fazem o mesmo,
inclusive, na adoração. Alguém já disse que “Todas as religiões são, na verdade, cópia da verdadeira” Então,
surgirá à pergunta: Qual delas é a verdadeira? Ora, aquela que tem a Bíblia
como sua única regra de fé e prática, pois o verdadeiro fogo só se encontra no
altar do Senhor Deus de Israel (1 Rs 18.39; 2 Tm 3.16,17)!
2. No que ela se
diferencia da verdadeira.
No
ponto anterior, vimos que apesar das semelhanças, entre a falsa e a verdadeira
adoração sempre manifestar-se-á suas diferenças. E a primeira delas foi a
imitação da verdadeira adoração. Típico dos nossos dias! Mas, continuando e
focando, agora, apenas nas diferenças entre a falsa e a verdadeira adoração,
aprenderemos algumas importantes lições:
ü Em primeiro
lugar, observamos que no culto falso há ritos litúrgicos, mas
nenhuma adoração (1 Rs 18.26). Os falsos profetas de Baal dançavam,
possivelmente ao som de instrumentos, pulavam e manquejavam ao redor do altar,
mas não havia vida.
ü Em segundo
lugar, observamos no culto falso há muito grito, mas não havia eco! Era
uma adoração muda! Não houve respostas.
ü Em terceiro
lugar, aprendemos que no culto falso há profetas, mas não há inspiração (1
Rs 18.25). Eles começaram a profetizar pela manhã indo até à tarde, mas nada de
resposta (1 Rs 18.26). Não havia inspiração!
Diante
destes fatos, estejamos atentos para não sermos enganados pelos muitos tipos de
“cultos”, “profetas” e “igrejas” que existem por aí. Observemos a advertência
do Mestre Jesus, que disse: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas,
que vêm até vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”
e acrescenta: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.15,16). Portanto,
cuidado, pois nem tudo o que se diz “de Deus”, é de fato, proveniente de Deus!
IV.
CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL
1. O perigo do sincretismo religioso.
Como
falamos anteriormente, a apostasia do reino do norte não foi apenas uma questão
de substituição de divindades. Na verdade, ela foi bem mais que isso, pois se
configurou em um sincretismo por misturar os elementos religiosos e culturais
de Israel com a cultura e as crenças cananeias. Desta forma, o Deus de Israel
ficou sendo mais uma divindade dentre as muitas que eles adoravam, porém, Baal
passou a ser o deus oficial do reino do norte. Mas, talvez, surja a pergunta: O que
é sincretismo? O dicionário online define sincretismo como “sistema
filosófico ou religioso que tende a fundir numa só várias doutrinas diferentes;
ecletismo. Amálgama
de concepções heterogêneas”. Por isso, ao falarmos de sincretismo religioso
estamos nos referindo a “fusão de elementos religiosos e culturais
diferentes, e até antagônicos, num único culto”. E, foi exatamente
isto, que aconteceu nos dias do profeta Elias. Porém, Deus sempre advertiu seu
povo quanto a se misturarem com outros povos, exatamente devido o perigo da
forte influência do sincretismo religioso (Lv 18.3; Dt 12.29-31). Tal
advertência ocorreu em virtude de, por ocasião da saída do Egito, num período
em que lá permaneceram por 430 anos, absolverem toda a cultura egípcia (Êx
12.40,41). Ora, sabemos que o povo egípcio sempre foi politeísta, adorava os
deuses como: Rá (deus do sol). Toth (sabedoria e conhecimento,
representado pela Lua), Hórus (céu), Osiris (vida após morte),
Isis
(amor,magia), Ged (terra), entre outros.
E, este sincretismo egípcio acompanhou os filhos de
Israel quando de sua saída do Egito, pois o texto sagrado é enfático: “Subiu
também com eles uma grande mistura de gente” (Êx 12.38). Prova
disto, é que no deserto, a caminho da terra prometida, eles
cometem o pecado de idolatria ao realizarem o culto ao bezerro (Êx 32). As
consequências deste ato profano resultaram na morte de três mil homens em
apenas um só dia (Êx 32.28)! Por essa razão, o profeta Elias, desafiou os 450
profetas de Baal, e ainda mandou que, também fossem os 400 profetas de Aserá
para o Monte Carmelo. Elias sabia o mal que o sincretismo religioso representava
para a fé hebraica; assim, como continua sendo, e sempre será para a fé bíblica.
Cuidado, irmão, com o sincretismo religioso! Ele agora tem uma nova cara, e se
chama ECUMENISMO!
2. A resposta
divina ao sincretismo.
Sabemos que o
sincretismo religioso, iniciado no êxodo egípcio, só teve seu devido fim nos
cativeiros Assírio e Babilônico. No entanto, nos dias de Elias, aquele
sincretismo haveria de ser remediado. Porquanto, Aquele que disse: “A
minha glória a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens de esculturas”
(Is 42.8). Respondeu a oração do seu servo Elias, e “então caiu fogo do Senhor, e
consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que
estava no rego” (1 Rs 18.38).
Desta forma, Deus reprovou a divindade a
quem o rei colocou como deus da nação, além de desmascará a mentira dos
profetas de Baal para o povo. Pois faziam o povo acreditar que sua prosperidade,
suas boas colheitas, o crescimento de seus rebanhos, etc., provia do culto a
Baal. Por essa razão, ao exclamar Elias: “Lançai mãos dos profetas de Baal”.
Todos foram de imediato presos. E, segundo ordenava a Lei Mosaica, todos foram
mortos (Dt 13.12-18; 20.12,13). Algo semelhante aconteceu no deserto, lembra-se
do culto ao bezerro, depois daquele ato abominável Deus, através de Moisés,
ordenou: “Cada um ponha a sua espada sobe a coxa. Passai e tornai pelo arraial de
porta a porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um ao
seu vizinho” (Êx 32.27). Que tragédia! Matar seu irmão, amigo e
vizinho! É, mas nada disto seria necessário se eles não tivessem se misturados
aos costumes pagãos. Por isso, esse foi o modo de Deus purificar seu povo,
eliminando os idolatras. E Elias fez o mesmo! Portanto, a voz de Deus continua
a ecoar, dizendo: “Saí do meio dela, ó povo meu, e salve cada um a sua alma, por causa do
ardor da ira do Senhor” (Jr 51.45).
Quem quiser se salvar, que obedeça!
CONCLUSÃO
Diante
do exposto, que o Deus de Elias use as nossas vidas para, assim como o profeta
de tisbe, confrontar os falsos deuses, os falsos profetas, a falsa adoração e o
sincretismo religioso. Independente de sermos minoria ou não, sejamos ousados
em afirmar: “Em nenhum outro há salvação, pois também debaixo do céu nenhum outro
nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12).
Desta forma, ouviremos muitos a disserem: “Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus!”
(1 Rs 18.39). Portanto, estejamos atentos e prontos para mostrar que o pecado
deve ser tratado como pecado. Pois, o Deus de Israel é rigorosamente contrário
ao sincretismo religioso! Que Deus abençoe a todos!
Referências:
Ø
BOYER,
Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.
CPAD.
Ø
ANDRADE,
Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico.
CPAD.
Ø THOMPSOM, Bíblia de Referência. VIDA.
Ø ENSINADOR CRISTÃO,
Revista. nº53 p.36. CPAD.
Ø
www.dicio.com.br
Ø
http://origemdapalavra.com.br/palavras/falso/
Ø
http://pt.wikipedia.org/wiki/El_(deus)
Ø http://pt.wikipedia.org/wiki/Astarte
Ø
http://estudarbiblico.kit.net/adorador.pdf
Ø
http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2008/2008_02_05.htm
muito bom esse estudo, me ajudou muito!!
ResponderExcluirParabéns pelo estudo e pesquisa. Apoio esse tipo de coisa.
ResponderExcluirNa bíblia não li em lugar algum que os 400 profetas de aserá foram mortos. Qual explicação para isto?
ResponderExcluirGraça e Paz irmã Cristina! Antes de tudo, peço desculpas pela demora em responder-lhe sua pergunta. Deus sabe os reais motivos de tal demora. Então, vamos à questão: Sua indagação diz respeito ao texto sagrado não deixar explicito a morte dos 400 profetas de Aserá. É verdade não está explicito, mas não significa que não tenha acontecido! Observe que no v.19 o Profeta Elias manda o rei Acabe reunir todos os profetas de Baal e de Aserá no Monte Carmelo. A partir daí, o texto sagrado só enfatiza os profetas de Baal, deixando os profetas de Aserá em segundo plano, ou seja, fica subentendido no texto. Este fato é evidente no v.21 quando o Profeta Elias exorta os judeus. Como disse anteriormente, o texto a partir de então, só enfatizará Baal sem mencionar Aserá. E você sabe por quê? Porque quem adorava Baal também adorava Aserá, pois essas divindades eram um casal. Logo, eis o motivo do texto sagrado só enfatizar Baal. Dessa forma, ao vencer o desafio o Profeta Elias diz: “que nem um deles escape!”. Assim, ao destruir os profetas de Baal, também os profetas de Aserá foram destruídos. Se Elias matou os profetas de Baal, por que não mataria também os profetas de Aserá? Haja vista que o objetivo era purificar Israel da idolatria! Portanto, subentende-se pela narrativa do texto que todos os profetas idólatras (de Baal e de Aserá) foram mortos. Além disso, o texto de 1 Reis 19.1 confirma esta verdade. Espero ter esclarecido a sua dúvida, e que Deus te abençoe!
ExcluirMuito bom. Didático
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