terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2013


        (Elias e Eliseu – Um Ministério de Poder Para toda a Igreja)



Lição 08

1. De que forma o Senhor corrigiu a compreensão que Elias possuía dos fatos?
R: Mostrando a ele que havia ainda sete mil fiéis e, portanto, ele não havia trabalhado em vão.

2. De que forma Eliseu reagiu à chamada divina?
R: Sacrificando os animais e deixando o convívio familiar para acompanhar Elias.

3. De que forma Eliseu demonstrou ser um homem virtuoso?
R: Demonstrando discernimento, perseverança e vigilância.

4. Cite os legados deixados pelo profeta Elias listados na lição.
R: Moral e espiritual.

5. Como podemos perceber o valor e coragem de Elias no relato Bíblico?
R: Ele confrontou os profetas de Baal e reprimiu-os severamente.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

LIÇÃO 08 – O LEGADO DE ELIAS






1 Rs 19.16,17,19-21



INTRODUÇÃO
Na lição anterior, pensei que tínhamos retornado a sequência dos fatos relacionados à vida do profeta Elias, porém, percebo que errei em acreditar que o comentarista havia retornado a tal sequência. Porquanto, seguindo a referida sequência, a lição sobre a vinha de Nabote (1 Rs 21.1-5;15,16) deveria ocorrer hoje ao passo que, a de hoje (ver texto acima), deveria tê-lo ocorrido semana passada. Por esta razão, nos reportaremos ao capítulo 19 de primeiro reis, texto que trata do estado depressivo do profeta Elias estudado na lição 05, e que será usado nesta lição. Portanto, na aula de hoje, abordaremos a revelação divina sobre o sucessor de Elias, a exclusividade e autoridade de sua chamada, bem como o discipulado e o legado de Elias na vida de Eliseu.


 I. O LONGO PERCURSO DE ELIAS
1. Uma volta às origens.
Como vimos na lição 05, Elias se encontrava agora em um grave estado depressivo e fugia, desesperadamente, da rainha Jezabel buscando isola-se definitivamente de todos. Assim, Elias dirigia-se para o Monte Horebe, também conhecido de Monte Sinai ou Monte de Deus (Êx 3.1; 19.1,2; 1 Rs 19.8). Isto, além de ser conhecido em árabe de Jebel Musa que significa “Monte de Moisés”. Este monte está situado no centro-sul da península da Arábia entre os golfos de Suez e de Akabah. É um pico de granito com uma altura de 2288 metros onde Moisés recebeu as Tábuas da Lei. No pico do monte encontra-se a pequena Capela da Santíssima Trindade, construída em 1934, onde se pensa que existiria a sarça ardente. No entanto, o Mosteiro de Santa Catarina, no sopé do monte, clama a mesma localização. Entre a base e o pico, existe uma escadaria escavada na rocha com cerca de 4000 degraus (leva 3 horas para subir), chamada “Sikket Saydna Musa”, que em árabe significa “Caminho de Moisés”. Porém, é bom lembrarmos que antes de Elias se dirigir ao Monte Horebe, ele já havia percorrido um longo percurso entre Jezreel até o deserto de Berseba (1 Rs 18.46 cf 1 Rs 19.3). Então, vamos relembrar que, até Berseba Elias percorreu mais de cem milhas e, de Berseba até o deserto mais um dia de caminhanda cerca de 25 a 32 Km de distância (1 Rs 19.3,4). Agora, Elias vai do deserto de Berseba até o Monte Horebe (1 Rs 19.4,8). De fato, foi um longo percurso, principalmente, porque Elias encontrava-se com sua saúde psíquica comprometida! Mas, além dos dois percursos andados pelo profeta, de Jezreel até Berseba e de Berseba até o deserto; quantos quilômetros percorreu Elias até Horebe? 
A revista lições bíblicas do 3º trimestre/2008, comentada por Wagner Gaby, em sua 5º lição, nos informa que esta distância era de 300 km. Já a presente lição em estudo nos informa que esta distância é de 400 km, porém, o livro ‘Porção Dobrada’ do mesmo comentarista deste trimestre, o Pr. José Gonçalves, nos informa que esta distância é de 600 km. Logo, percebe-se um grande desencontro de informações, principalmente, do comentarista deste trimestre que na revista lições bíblicas cita uma informação completamente diferente do seu livro. Portanto, usando o bom senso, e também por já termos ministrado a informação do 3º trimestre/2008, considero justo dizer que tal distância é entre 300 a 400 quilômetros. Desta forma, sugiro ficarmos com as informações das revistas! Agora, eu pergunto: a que “origem” ou “origens” refere-se o comentarista? Com certeza, não se refere à origem do chamado ministerial de Elias, pois as Escrituras nada dizem a esse respeito! Também não se refere a algum tipo de renovo espiritual, como que necessitasse voltar ao primeiro amor! Até porque em nenhum momento Deus repreende ou exorta o profeta a voltar ao primeiro amor ou coisa semelhante, porém, a igreja de Éfeso foi repreendida por isto (Ap 2.4,5). Então, segundo o contexto, do que se refere “voltar às origens?”. Ora, o Monte Horebe foi palco de muitas manifestações divinas, principalmente, foi o lugar do pacto firmado entre os filhos de Israel e o Deus Todo-Poderoso (Êx 19-20). Todavia, Elias foi para o Horebe induzido pelo seu estado de saúde (que envolve a parte física e psíquica), pois o mesmo estava em fuga, buscando o isolamento e, para sua surpresa no Horebe, Deus manifesta ao profeta a revelação da sucessão!  

2. Uma revelação transformação.
Realmente, depois de devidamente curado, Deus faz ao profeta Elias uma revelação transformadora: “... a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar” (1 Rs 19.16b). Elias agora tinha a missão de ungir o seu sucessor! Mas, que significa esse termo? A palavra “sucessor” vem do grego “diádokos” e significa “substituto, sucessor”. Logo, o sucessor é a pessoa que sucede a outra em um cargo, profissão, funções, etc. Assim sendo, é a pessoa com atributos iguais ou semelhantes aos de outra. Por isso, dentre as muitas missões dadas por Deus ao profeta Elias estava uma que, certamente, causaria receio e medo a qualquer um que não quer perder popularidade, status, vantagens, benefícios, privilégios etc. Todavia, Elias foi um exemplo de obediência em relação a sua substituição. Conforme a orientação de Deus, convocou para o ministério profético Eliseu, que seria seu substituto, um fato que deve nos servir de inspiração: Elias não teve receio de ser substituído por outra pessoa. Não teve medo de Eliseu ser mais conhecido que ele, ou de ser mais “poderoso” nem de ter um ministério mais longo. Há líderes que se tornam tão vaidosos que não admitem ser substituídos. Mas Deus espera que o seu trabalho continue, e todos temos um tempo definido por Deus para trabalhar para Ele (Ec 3.1; Jo 19.30; 2 Tm 4.6,7). Quando formos desafiados por Deus a ser substituídos, não devemos imaginar que estamos sendo descartados, ou que Deus não nos quer mais em seu serviço. Além disso, as novas gerações precisam ter sua oportunidade de servir com seus talentos ao Senhor. O próprio Jesus deixou claro que seus seguidores fariam coisas maiores do que Ele mesmo fez, exceto a salvação, é claro (Jo 14.12). Se o Mestre deu o exemplo de humildade, porque não o podemos seguir?


II. ELIAS NA CASA DE ELISEU
1. A exclusividade da chamada.
Sendo Elias um servo obediente e fiel, ele aceitou de bom grado que o tempo de seu ministério estava no fim. Por isso, a semelhança do apóstolo Paulo, Elias estava pronto para dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7). Assim, sob a ordem e orientação do Senhor, Elias dirige-se a cidade de Abel-Meolá (hb. prado da dança), provavelmente, esta cidade está situada nas terras férteis próximas ao Jordão, no leste de Israel (Jz 7.22; 1 Rs 4.12; 1 Rs 19.16). Diferentemente do chamado de Elias, as Escrituras narram onde e como se deu o chamado ministerial de Eliseu, e com ricos detalhes! O texto de 1 Rs 19.19-21 narra todos os detalhes do chamado ministerial de Eliseu. Porquanto, não há dúvidas de que Eliseu foi vocacionado por indicação divina, ou seja, foi o próprio Deus quem o escolheu para exercer o santo ministério! Bem diferente dos nossos dias, onde poucos ainda seguem os padrões bíblicos para separar alguém para o santo ministério. Dizem seguir a Jesus, mas não lhe seguem os passos (Lc 6.12-16; 1Tm 3.1-13; Tt 1.6-8). Mas, o que é exclusividade? Segundo o dicionário online, é a qualidade do que é exclusivo (restrito); posse, uso, direito que não admite participação de outrem. Logo, entende-se porque Eliseu matou os bois! Em Mateus 16.24 está escrito: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. Jesus disse estas palavras aos seus discípulos, e ao jovem rico disse: “Falta-te uma coisa: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu. Então vem, e segue-me” (Mc 10.21). Entende, agora, porque Eliseu matou os bois? Eliseu estava renunciando tudo e entregando-se completamente ao chamado divino! O versículo 21 diz: “Tomou a junta de bois, e os matou. Com os aparelhos dos bois cozeu a carne, e a deu ao povo, e comeram. Então se levantou e seguiu a Elias, e o servia”. Sem renúncia não há como honrar o chamado divino, por isso, o Senhor Jesus também disse: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10.37a). Isto Eliseu também fez! Você tem vivido a renúncia exigida pelo Mestre? Ele tudo renunciou por nós (Fp 2.5-8)!
  
2. A autoridade da chamada.
No entanto, antes que Eliseu renunciasse tudo para abraçar o chamado divino, o texto sagrado diz que o profeta Elias ao chegar em Abel-Meolá: “passou por ele, e lançou a sua capa sobre ele” (1 Rs 19.19). O que significa esse ato? Na cultura bíblica, o manto é símbolo da autoridade profética (2 Rs 1.8; Zc 13.4; Mt 3.4). Logo, este ato significava a transferência de poder e autoridade. Segundo o dicionário teológico, o termo “autoridade” vem do latim “auctoritate” e refere-se a direito ou poder de se fazer obedecer, de tomar decisões, de agir etc. Domínio, jurisdição, influência, prestígio. Em seu livro ‘Porção Dobrada’, o Pr. José Gonçalves cita um comentário feio por Raymond Dillard que destaca: “uma maneira na qual os escritores do Antigo Testamento descrevem a possessão pelo Espírito de Deus é dizer que o Espírito “revestia” um profeta. [Obs: Isso no original em hebraico; nas diversas versões, às vezes foram usadas outras palavras, como vemos a seguir — N.R.] (1 Cr 12.18-19 [“entrou”]; 2 Cr 24.20 [“se apoderou”]; Jz 6.34). Esse é o pano de fundo para o simbolismo envolvido quando Elias lançou o seu manto sobre Eliseu (1 Rs 19.19). Eliseu, como Elias, seria revestido com o Espírito de Deus, e introduzido na ordem dos profetas. Mais tarde, quando Elias foi levado para o céu, Eliseu apanhou o manto de Elias e dividiu as águas do rio Jordão e, então, o grupo de profetas que testemunhou essa ação, soube que “o espírito de Elias repousa sobre Eliseu” (2 Rs 2.13-15).


III. ELIAS E O DISCIPULADO DE ELISEU
1. As virtudes de Eliseu.
Agora, depois de devidamente chamado e empossado no quadro de profetas do Senhor, Eliseu precisava ser preparado para assumir o lugar de Elias; para isso, ele passaria por um discipulado. Este discipulado era extremamente necessário, pois o homem de Deus não nasce pronto, e o mesmo visava trabalhar o caráter e as virtudes de Eliseu para deixa-lo pronto para exercer o ministério profético. Eis a grande importância do discipulado, moldar vidas para que tenhamos obreiros espiritualmente qualificados em caráter, fé e boas obras! Assim, teremos homens de Deus e não homens do povo! Logo, este fato nos faz lembrar alguns discipulados descritos nas Escrituras como: o de Josué (Êx 24.13; 33.11; Nm 11.28; Js 1.1); o de Samuel (1 Sm 2.11;3.1); o do próprio Eliseu (2 Rs 2.1-8); o de Paulo (At 9.27,28; 11.25; Gl 1.15-18); o de João Marcos (At 15.36-39); o de Timóteo (2 Tm 1.5). Estes exemplos de discipulado traz-me a memória a frase dita pelo pastor e mestre Antônio Gilberto: “A igreja é, até certo sentido, reflexo do seu pastor”. Esta frase exprime a necessidade de ensino, de preparo, ou seja, de discipulado em nossas igrejas. A falta de discipulado gera:
  • Aumento do número de desviados;
  • Crentes enfraquecidos;
  • Presas fáceis das heresias;
  • Obreiros inconsequentes;
  • Igrejas sem paixão pelas almas.

Eliseu foi muito bem preparado pelo discipulado realizado por Elias, que o ajudou a desenvolver seu caráter e sua fé como homem de Deus que foi. Dentre algumas das virtudes do profeta Eliseu podemos citar:
  • Fidelidade (1 Rs 19.18);
  • Disponibilidade (1 Rs 19.20);
  • Renúncia (1 Rs 19.21);
  • Discernimento (2 Rs 2.3,5);
  • Espiritualidade (2 Rs 2.9);
  • Integridade (2 Rs 5.16);
  • Vivia no espirito (2 Rs 6.15,16);
  • Possuía visão espiritual (2 Rs 6.17).

Diante do exposto, é digno de nota a experiência do Pr. José Gonçalves, que diz: “A história da chamada de Eliseu e como se deu o seu discipulado deveria servir de padrão para os ministros hodiernos! Infelizmente a qualidade dos ministros evangélicos da atualidade tem caído muito e a fragmentação das Convenções e Concílios tem uma boa parcela de contribuição nesse processo. Geralmente o processo acontece pela disputa de domínio de determinado espaço ou território entre as lideranças, que não chegando a um consenso sobre as suas esferas de atuação, resolvem dividir de forma litigiosa determinado campo pastoral. Feito isso, a parte menor passa a consagrar ministros para que uma nova Convenção ou Concílio seja formado. É exatamente aí que as qualificações exigidas para a apresentação de um Ministro da Palavra costumam ser esquecidas. O alvo agora não é mais a qualidade, mas a quantidade, visto que se procura quórum para a nova Convenção formada! Já vi e ouvi por esse Brasil afora de Convenções consagrando ao ministério: sodomitas, pedófilos, estelionatários, etc, etc., para oficiarem como ministros do Senhor! A consequência de tudo isso é refletida nas igrejas, que passam a atuar simplesmente como meros clubes sociais e não como o verdadeiro Corpo de Cristo”.
  
2. A nobreza de um pedido.
Depois de concluído o discipulado de Eliseu, e também já tendo atravessado o Jordão, o profeta Elias conhecedor de que seu sucessor já sabia o que aconteceria lhe diz: “Pede-me o que queres que te faça, antes que eu seja tomado de ti” (2 Rs 2.9a). Como resposta Elias ouviu de Eliseu: “Peço-te que haja porção dobrada de teu espirito sobre mim” (2 Rs 2.9b). Elias reconheceu, de imediato, que se tratava de um pedido difícil, isto porque o Espirito Santo na antiga aliança nunca havia sido dado nessa proporção. Porém, Elias condicionou o pedido de Eliseu dizendo: “Se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se fará” (2 Rs 2.10b).  Segundo o texto de Dt 21.17, estava estabelecido o direito do principal herdeiro a uma participação dobrada na herança. Desta forma, consciente da grande tarefa que lhe aguardava, bem como do grande homem de Deus do qual Eliseu seria sucessor, ele buscou uma porção dobrada da herança espiritual expressando seu sentimento de necessidade por especial dom espiritual. Portanto, como é frequentemente salientado, Eliseu tem 14 milagres registrados contra 7 de Elias, exatamente o dobro da porção do profeta. Os 14 milagres de Eliseu são:

                01) Dividir as águas do Jordão (2 Rs 2.14);
                02) Sanear uma fonte (2 Rs 2.21);
                03) Amaldiçoar zombadores (2 Rs 2.24);
                04) Encher os poços com água (2 Rs 3.15-26);
                05) Multiplicar o azeite de uma viúva (2 Rs 4.1-7);
                06) Predizer uma gestação (2 Rs 4.14-17);
                07) Levantar um filho morto (2 Rs 4.32-37);
                08) Neutralizar veneno (2 Rs 4.38-41);
                09) Multiplicar pães (2 Rs 4.42-44);
                10) Curar a lepra de Naamã (2 Rs 5.1-19);
                11) Amaldiçoar Geazi com lepra (2 Rs 5.20-27);
                12) Preparar armadilha para a força militar Síria (2 Rs 6.8-23);
                13) Revelar um exército de anjos (2 Rs 6.15-16);
                14) Predizer o alívio para a sitiada Samaria (2 Rs 6.24-7.20). 


IV. O LEGADO DE ELIAS
1. Espiritual.
Logo após Elias ser arrebatado numa carruagem de fogo, e de Eliseu pegar-lhe a capa, ele volta indo para Jericó. Quando chega ante o Jordão Eliseu diz: “Onde está agora o Senhor, Deus de Elias?” (2 Rs 2.14). Ao falar, Eliseu fere o rio Jordão e o rio se divide para o homem de Deus passar. O pedido de Eliseu havia se cumprido! De agora em diante, Eliseu daria continuidade ao ministério recebido de Elias. Assim, o discipulado ministrado por Elias havia deixado um grande legado para Eliseu. Mas, que significa legado? Esta palavra vem do latim “Legatum” e significa “Algo deixado em testamento”. Assim sendo, legado é a disposição feita por testamento em benefício de alguém; herança. Desta forma, no contexto desta lição, o legado aqui se trata de herança moral, ministerial e espiritual deixada por Elias. Logo, percebe-se que muito da experiência de Elias como profeta foi absorvido por Eliseu, porquanto ao traçar um paralelo entre a vida dos dois profetas, ambos:

  • Golpearam as águas do rio Jordão e passaram por terra seca (2 Rs 2.8,14);
  • Trouxeram águas de refrigério em tempos de seca (1 Rs 18.41-45; 2 Rs 3.9-20);
  • Aumentaram a provisão de alimentos de uma viúva (1 Rs 17.10-16; 2 Rs 4.1-7);
  • Ressuscitaram filhos únicos (1 Rs 17.17-24; 2 Rs 4.18-35);
  • Realizaram milagres em favor de pessoas fora da fronteira de Israel (1 Rs 17.9-16; 2 Rs 5.1-15);
  • Pronunciaram sentenças sobre reis (1 Rs 21.19-22; 2 Rs 8.7-10);
  • Pediram vingança sobre incrédulos (2 Rs 1.9-12; 2.23-25).


2. Moral.
No entanto, e com já dissermos, o legado de Elias não fora apenas espiritual e ministerial, mas também moral. Visto que possuía uma percepção do que era certo e do que era errado, bem como do que era justo e do que era injusto. Esta percepção é vista claramente nos episódios da grande seca, quando Elias exorta ao rei: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai” (1 Rs 18.18); como também da vinha de Nabote, quando repreende Acabe: “Achei-te, porque te vendeste para fazer o que é mau aos olhos do Senhor” (1 Rs 21.20). Desta forma, o discipulado ministrado por Elias ensinou a Eliseu que ninguém conseguirá ser um homem de Deus, se não possuir valores morais bem definidos. Realmente, é impossível ser homem de Deus sem viver a moral do reino de Deus ensinada no sermão do monte pelo Grande Mestre Jesus (Mt 5-7)! Infelizmente, muitos já enveredaram pelo triste caminho relativismo, onde o que é errado para mim é certo para você. Tenhamos bastante cuidado, pois a Escritura diz que: “Todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas” (Hb 4.13b). Os princípios do reino de Deus são absolutos!


CONCLUSÃO
Diante do exposto, aprendemos que na seara do Senhor nem um de nós é descartável, no entanto, isto não significa que somos insubstituíveis. Porém, precisamos ter a consciência de que Deus chama e prepara pessoas fiéis para a sua obra. Sua Obra, portanto, é para os chamados e vocacionados por Ele! Também aprendemos que o mais importante de um ministério não é o seu início, mas a forma como este ministério termina. Este é um principio que serve não apenas para o ministério, mas, também, para nossa vida espiritual. Porquanto, o apóstolo Paulo exortando os cristãos da Galácia disse: “Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espirito, acabeis agora pela carne?” (Gl 3.3). Portanto, é imprescindível se desejamos ter vida espiritual sadia, bem como um ministério bem sucedido, e principalmente, ser homem de Deus como Elias o foi, precisamos possuir valores morais e espirituais bem definidos! Quanto a ‘porção dobrada’ dada a Eliseu, ela a nós não é necessária, pois Paulo diz: “E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos  na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvaneceste, como não será de maior glória o ministério do Espirito?” (2 Co 3.7,8). Nós vivemos a dispensação do Espirito! Que Deus abençoe a todos!



Referências:
Ø  ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø  RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø  GONÇALVES, José. Porção Dobrada. CPAD.
Ø  GONÇALVES, José. Lições Bíblicas. (1º Trimestre/2013). CPAD.
Ø  ENSINADOR CRISTÃO, Revista. nº53 p.40. CPAD.
Ø  THOMPSOM, Bíblia de Referência. VIDA.
Ø  DA MULHER, Bíblia de Estudo. MUNDO CRISTÃO.
Ø  www.dicio.com.br
Ø  http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_Sinai
Ø  http://origemdapalavra.com.br/palavras/diadoco/
Ø  http://origemdapalavra.com.br/palavras/legado/


OS LENHADORES


Conta-se que um jovem lenhador ficara impressionado com a eficácia e rapidez com que um velho e experiente lenhador, da região onde morava, cortava e empilhava madeira das árvores que derrubava. O velho lenhador era um homem tranquilo, bem relacionado com todos e era tido como uma pessoa de bom coração, além de ser considerado o melhor lenhador de toda a redondeza.
O jovem o admirava e o seu desejo permanente era de um dia, torna-se tão bom, se não melhor, que aquele homem, no ofício de cortar madeira. Certo dia, aquele jovem finalmente decidiu procurar o velho lenhador com o propósito de aprender com quem mais sabia e assim tornou-se o melhor lenhador que aquela cidadezinha já tinha ouvido falar.
            Passados alguns dias daquele aprendizado, o jovem resolvera que já sabia tudo e que aquele velho não era tão bom quanto falavam. Sendo assim, o jovem decidira afrontar o velho lenhador, desafiando-o para uma disputa: em um dia de trabalho quem cortaria mais árvores? Aquele velho lenhador aceitou, sabendo que seria mais uma oportunidade de dá uma lição no jovem arrogante. E assim fizeram, reuniram testemunhas, formaram comissão julgadora, organizaram torcida, delimitaram as áreas onde seriam cortadas as árvores e, no dia escolhido para o confronto, lá se foram decidir os dois quem seria o melhor.
De um lado, o jovem forte, robusto e incansável, mantinha-se firme, cortando as suas árvores. Do outro, o velho lenhador, desenvolvendo o seu trabalho silencioso, tranquilo. Também firme e sem demonstrar nenhum cansaço.
Num dado momento, o jovem olhou para trás a fim de ver como estava o velho lenhador e qual não foi a sua surpresa ao vê-lo sentado. O jovem riu e pensou: “além de velho e cansado, está ficando tolo, por acaso não sabe ele que estamos numa disputa?”. E assim, ele prosseguiu cortando lenha sem parar, sem descansar um minuto.
Ao final do tempo estabelecido, encontraram-se os dois e os representantes da comissão julgadora foram efetuar a contagem e medição e, para admiração de todos, foi constatado que o velho havia cortado duas vezes mais árvores do que o jovem desafiante.
Este, espantado e irritado ao mesmo tempo, indagou-lhe qual o segredo para cortar tantas árvores, já que uma ou duas vezes que parara apenas para olhar, via-o sentado bem tranquilo, enquanto ele não parou um só minuto.
            O velho, bastante sereno, respondeu: “todas as vezes que você me via sentado, eu não estava simplesmente parado, descansando. Eu estava amolando meu machado”.
Autoria desconhecida.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

QUESTIONÁRIOS DO 1° TRIMESTRE DE 2013


      (Elias e Eliseu – Um Ministério de Poder Para toda a Igreja)



Lição 07

1. De acordo com a lição, por que Nabote recusou vender a sua vinha?
R: Porque a terra era dada como uma concessão e como tal não poderia ser vendida. A lei mosaica ainda proibia um israelita vender a herança de seus pais.

2. Explique o porquê do desejo de Acabe em se apossar da vinha de Nabote.
R: Acabe possuía uma casa de verão e queria construir ao seu lado uma horta.

3. Destaque alguns frutos da cobiça de Acabe.
R: Falso testemunho, apropriação indébita e assassinato.

4. Como Acabe reagiu a sentença de julgamento dada pelo profeta Elias?
R: Com arrependimento.

5. Lendo a historia de Acabe, o que podemos constatar?
R: Que o pecado não compensa.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

LIÇÃO 07 – A VINHA DE NABOTE


1 Rs 21.1-5;15,16



INTRODUÇÃO
Na lição passada, após o comentarista quebrar a sequência lógica dos eventos vividos pelo profeta Elias, estudamos sobre a primeira fuga do profeta Elias que foi para Sarepta onde, de forma inexplicável, porém milagrosa, ele foi sustentado por uma pobre viúva. Portanto, retornando a sequência dos fatos relacionados à vida do profeta de tisbe, abordaremos, na aula de hoje, uma das maiores injustiças narradas nas Sagradas Escrituras cometida pela cobiça do rei Acabe. Assim, trataremos do objeto, das causas, do fruto e das consequências dessa cobiça. Que esse fato nos sirva de exemplo, pois o Apóstolo Paulo nos alerta: “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Esta é uma lei que ninguém está isento!



I. O OBJETO DS COBIÇA
1. O direto à propriedade no Antigo Israel.
O termo “propriedade” do latim “proprius” significa “privado, de si mesmo”. Assim, a propriedade é definida com sendo um prédio, fazenda ou herdade. Por essa razão as Escrituras afirmam que: “a terra é do Senhor, e toda a sua plenitude” (1 Co 10.26; Êx 19.5; Dt 10.14). E, por esse motivo, o Senhor criou, dentre as muitas leis que regiam a vida social de Israel, o Ano do Jubileu (Lv 25). Apos sete observâncias do ano sabático, vinha o ano de jubileu. Este era inaugurado quando eram tocadas as trombetas, no decimo dia de Tisri, o sétimo mês. De conformidade com as instruções baixadas em Lv 25.8-55, isso assinalava o ano de liberdade, quando a herança da família era restituída aqueles que tivessem tido o infortúnio de perdê-la, quando os escravos hebreus eram libertos e quando a terra ficava sem cultivo. Os israelitas tinham o dever de reconhecer, na possessão da terra, que Deus era o doador. Portanto, a terra devia ser guardada na família, passando de pais a filhos como uma herança. No caso de necessidade, somente o direito a produção da terra podia ser vendido. E posto que a cada cinquenta anos essa terra revertia ao proprietário original, o preço estava diretamente relacionado ao número de anos que restavam antes do ano de jubileu. A qualquer tempo, durante esse período, a terra poderia ser remida pelo proprietário ou por um parente próximo. 
As casas erigidas em cidades muradas, excetuando as cidades dos levitas, não estavam incluídas nas provisões do ano de jubileu. Além do ano do jubileu, Nabote estava devidamente amparado pela Lei do Senhor como mostra-nos os textos de Nm 27.8-11; 36.7 e Ez 46.18. Portanto, o propósito dessas leis do Senhor era, verdadeiramente, proteger seu povo da desigualdade social, bem como garantir-lhe o direto de cultivar a terra para sua subsistência. Por isso, não devemos ficar surpresos quando a injustiça e a maldade forem companheiras das práticas de uma nação quando a mesma se afasta do Senhor. Era isso que ocorria com o reino do norte, porquanto seu rei não tinha nenhuma consideração pela Lei do Senhor!


2. A herança de Nabote.
Nabote era um israelita que habitava em Jezreel e, que nesta cidade tinha uma vinha; tratava-se de uma terra deixada por seu pai. Ou seja, era sua herança!  O termo “herança” do latim “heres” significa “aquele que tem condições de receber os bens de um falecido, herdeiro”. Assim, a herança é o bem, direito ou obrigação transmitidos por disposição testamentária ou por via de sucessão. 
Nabote estava, como vimos acima, amparado pela lei mosaica e Acabe ignorando isto disse-lhe: “Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, porque está vizinha, ao lado de minha casa. E te darei por ela outra vinha melhor, ou, se for do teu agrado, dar-te-ei o seu valor em dinheiro” (1Rs 21.2). Aparentemente, Acabe parece está fazendo a coisa certa, pois ele não planeja tomar a vinha de Nabote, mas, sim, trocá-la ou comprá-la segundo o seu valor de mercado. Porém, ele estava desprezando a Lei do Senhor que proibia tal negócio. Nabote sabedor que a Lei do Senhor o protegia disse ao rei: “Guarde-me o Senhor de que eu te dê a herança de meus pais” (1 Rs 21.3). Sua resposta manifesta que ele, realmente, não podia vendê-la nem trocá-la por outra propriedade. É provável que Nabote tenha sido criado naquele terreno, dedicando-se com seus pais ao cultivo de uvas. Diferentemente de Nabote, muitos estão vendendo sua herança espiritual por uma herança material, estão trocando a glória celestial pela glória material. Estejamos atentos, pois, para não terminarmos como Esaú, que depois de ter vendido sua primogenitura (o espiritual) por um prato de lentilhas (o material), ficou chorando amargamente por não ter direito a benção (Gn 25.30-34; 27.38). A Escritura afirma que somos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Rm 8.17), portanto, assim como Nabote, não negociemos as bênçãos de Deus em nossas vidas, a começar pela nossa salvação (1 Pe 1.18,19)!   



II. AS CAUSAS DA COBIÇA
1. A casa de campo de Acabe.
De fato, o palácio de Acabe em Jezreel não era a sua moradia fixa, ou seja, não era a casa real, sede do governo e capital do reino (1 Rs 16.24,32), mas era uma casa de campo, também chamada casa de verão (1 Rs 18.45,46). E, como sabemos, esta servia para descanso, lazer e entretenimento. Desta forma, o fato de existir ao lado de sua casa de campo um terreno de um dos seus súditos, despertou no rei Acabe o interesse de apropriasse do mesmo. Como disse, aparentemente, parecia que Acabe estava agindo dentro da legalidade, mas além de ignorar a Lei do Senhor que proibia a venda da propriedade, Acabe também violou o décimo principio do decálogo: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu escravo, nem a sua escrava, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo” (Êx 20.17). Mas, o que é cobiça? O termo “cobiça” vem do latim “cupiditas” que significa “desejo intenso, ambição”. Já no hebraico é behtsah, geralmente traduzida por ganância, e no grego é pleonaxia, traduzida como avareza. Segundo o dicionário Online, a cobiça é um desejo desmedido pelo poder, dinheiro, bens materiais, glórias etc; ambição: a cobiça pode acabar com algumas amizades. Obstinação intensa para conseguir algo. Já segundo o Pr. Claudionor de Andrade, a cobiça é um desejo de se possuir alguma coisa a que não se tem direito. Ainda segundo o Pr. Claudionor, a cobiça é tão grave, que o decálogo encerra-se justamente com uma forte prevenção contra este pecado que, sem dúvida alguma, constituí-se na raiz de todos os males. Ainda segundo ele, a cobiça é o pecado que dá origem a todos os outros pecados. Foi através da cobiça que o mal introduziu-se no Universo. 
O querubim ungido pecou ao cobiçar o ser igual a Deus; nossos pais, ao desejarem saber tanto quanto Deus. Realmente, o texto de 1 Timóteo 6.10 encaixasse perfeitamente aqui, pois diz: “Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se transpassaram a si mesmos com muitas dores”. Amor e cobiça não são a mesma coisa, logo o amor enfatizado no texto refere-se a própria cobiça, pois amor não gera males, mas, sim, a cobiça como trata o Apóstolo explicitamente no texto. Por isso, concordo com o Pr. Claudionor, ao afirmar que a cobiça é o pecado que originou os outros pecados (Gn 3.6; Is 14.13,14)!


2. A horta de Acabe.
Diante da resposta de Nabote, Acabe volta completamente “desgostoso e indignado à sua casa, por causa da palavra de Nabote, o jezreelita, lhe falara: Não te darei a herança de meus pais. Deitou-se na sua cama, voltou o rosto, e não comeu pão” (1 Rs 21.4). O rei estava, de fato, dominado pelo desejo de “ter” e de “possuir”. Acabe, portanto, estava mais preocupado com questões estéticas do que éticas. Ele não estava preocupado como agradar a Deus através de sua administração, mas como desfrutar prazerosamente a vida. 
Lamentavelmente, a filosofia mundana do “ter” em detrimento do “ser” já invadiu a vida de muitos que dizem conhecer a Deus (Mt 6.24; 1 Tm 6.9,10; 1 Jo 2.15). Embora a igreja tenha sido levantada por Deus para combater o pecado, bem como, toda forma de injustiça decorrente do mesmo (Ef 2.10; 1 Tm 3.15; 1 Jo 2.29; 3.3), muitas delas não possuem nem mais a identidade de igreja. Isso porque, a semelhança de Acabe, se deixaram guiar pelo espirito do mundanismo, em vez de obedecerem a vontade de Deus e de sua lei revelada por sua Palavra. Este espirito pode ser identificado através de algumas características, tais como:

   ü  Materialismo – é o ceticismo a respeito da existência daquilo que é transcendental. Um estilo de vida pautado somente nas coisas materiais. Após essa vida, dizem os materialistas, tudo acaba.

   ü  Hedonismo – ética pautada na busca intensa pelo prazer inteiramente pessoal. O sexo, a paz interior e a prosperidade são os sonhos de vida do ser humano.

   ü Pragmatismo – é o estilo de vida que objetiva o lucro pessoal. Os relacionamentos de ordem sentimental, espiritual e profissional são baseados numa perspectiva de barganha.

Por essa razão, o Senhor é bastante enfático em Tiago 4.4, ao dizer: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade com Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Infelizmente, muitas igrejas deixaram os conceitos mundanos adentrarem os seus apriscos (Ap 3.12-17; Mt 7.21). As Escrituras mostra-nos um típico exemplo de uma igreja assim, ela dizia: “rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta” (Ap 3.17a). Como resposta o Senhor lhe disse: “Mas não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nú” (Ap 3.17b). Portanto, cuidado para não fazer como o rei Acabe que, priorizou seus sonhos e sua vontade em detrimento da vontade e da Lei do Senhor!

   

III. O FRUTO DA COBIÇA
1. Falso testemunho.
Diante do desgosto e indignação demostrados pelo estado do semblante de Acabe, Jezabel lhe indaga: “Por que está o teu espirito tão desgostoso, e não comes pão” (1 Rs 21.5). As Escrituras  afirmam  que um coração alegre aformoseia o rosto (Pv 15.13). Porem, não era o caso de Acabe, já que ele não realizou seu desejo pecaminoso. Então ele conta para Jezabel o ocorrido e ela lhe questiona: “Governa tu, com efeito, no reino de Israel?” (1 Rs 21.7a) , e ela promete ao rei realizar seu desejo pecaminoso, dizendo: “eu te darei a vinha de Nabote, o jezreelita” (1 Rs 21.7b). A partir de então, Jezabel arquiteta um plano sem escrúpulos, sem temor a Deus, sem piedade e sem misericórdia, onde Nabote seria vitimado por uma terrível calúnia. Conhecedora dos costumes e das leis do povo a qual Jezabel era rainha, pois a Lei Mosaica requeria o testemunho de duas ou três testemunhas dignas de fé com o fim de se sustentar a afirmação de um fato (Nm 35.30; Dt 17.6), ela utiliza-se de tal recurso. Porquanto, era uma prática comum em Israel, isto é, já fazia parte da vida e dos hábitos de todo judeu que, o próprio Novo Testamento tanto confirma como absorveu esta prática (Mt 18.16; 2 Co 13.1; 1 Tm 5.19; Hb 10.28). Embora fosse uma prática dos hábitos judaicos, ela não tinha nada de comum no sentido literal do termo, isso porque a pessoa que testemunhava deveria fazê-lo jurando pelo nome do Senhor (Lv 19.12). 
Por essa razão, o ato de testemunhar falsamente violava dois mandamentos do decálogo, os quais são: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Êx 20.7), e “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20.16). Jezabel usou o recurso do testemunho e, também, o nome do Senhor para fins impróprios. É curioso ver que pessoas malignas não adoram ao Senhor nem o temem, mas não se furtam de usar o nome do Senhor para perverter o juízo e cometer atrocidades. Mas lembremo-nos de que Deus não se deixa  escarnecer nem deixa seu nome ser usado em vão.  


2. Assassinato e apropriação indevida.
Dando andamento ao seu ardiloso plano, Jezabel que não era e nunca foi uma mulher qualquer, pois já havia em outros episódios demonstrado a sua influência e força no reino, na mesa de quem quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e quatrocentos profetas de Aserá comiam, que tomava decisões sem pedir a aprovação do seu manipulável e omisso marido (1 Rs 19.1), possuidora de um temperamento difícil e cruel em suas deliberações (1 Rs 19.2),  toma ela o sinete real para selar a carta que escrevera aos nobres de Jezreel que dizia: “Apregoai um jejum, e ponde a Nabote diante do povo. Ponde defronte dele dois homens, filhos de Belial, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei. Depois levai-o para fora, e apedrejai-o, para que morra” (1 Rs 21.9,10). É interessante observar que o maligno plano de Jezabel se reveste de um caráter espiritual, com direito a proclamação de um jejum. O ‘dia de jejum’ que Jezabel proclamou sugere que ela havia convocado os anciãos em assembleia para identificar a causa de algum recente desastre ou dificuldade (cf. Jl 1.14-18). Alguns sugerem que a acusação feita pelos dois ‘vilões’ era que Nabote abandonara a promessa feita em nome de Deus para vender sua terra ao rei. O fracasso em manter um juramento feito em nome de Deus seria blasfêmia. 
Nesse caso, após a morte de Nabote, o rei podia legalmente tomar posse da propriedade em disputa. Mas, Nabote não foi a única vítima desta trama maligna, pois o texto de 2 Rs 9.26 diz: “Ontem eu vi o sangue de Nabote e o sangue de seus filhos, diz o Senhor”. Desta forma, sem nenhum herdeiro vivo, aparentemente não havia ficado ninguém para disputar a reclamação de Acabe pela terra. Vemos, portanto, que é possível “espiritualizar” até a cobiça. Em nome de Deus, e com a máscara da falsa espiritualidade, muitas barbáries e injustiças são realizadas sob a influência do “espírito de Jezabel”, muitas cobiças são alimentadas à custa da destruição de vidas, casamento e famílias.



IV. AS CONSEQUÊNCIAS DA COBIÇA
1. Julgamento divino.
Depois que o plano sórdido da rainha Jezabel foi devidamente executado, ela aguardou, juntamente com o seu cumplice o rei Acabe, o mensageiro que lhe traria as novas. Que novas! Então, o mensageiro chega e lhe diz: “Nabote foi apedrejado, e morreu” (1 Rs 21.14). Pronto! O plano sujo da rainha deu certo, e a essa altura tanto ela como o rei Acabe estavam convictos de que ninguém saberia o que de fato aconteceu. Eles pensavam que o assassinato de Nabote e de sua família, que teve inicio com a cobiça do rei, ficaria impune. Porém, eles esqueciam que “não há criatura alguma encoberta diante dele. todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos de daquele a quem havemos de prestar contas” (Hb 4.13). Tão logo Acabe se apossou da vinha de Nabote, imediatamente, o Senhor manda o profeta de tisbe encontrasse com o rei na vinha de Nabote e dizer-lhe: “Assim diz o Senhor: Não mataste e tomaste a herança? Então lhes dirás: Assim diz o Senhor: No lugar em que os cães lamberam e sangue de Nabote, lamberão o teu sangue, o teu mesmo... Trarei o mal sobre ti, lançarei fora a tua posteridade, e arrancarei de Acabe todo o homem, escravo ou livre, em Israel... Também acerca de Jezabel disse o Senhor: Os cães comerão a Jezabel junto ao antemuro de Jezreel. Quem morrer de Acabe na cidade, os cães o comerão, e o que morrer no campo, as aves do céu o comerão” (1 Rs 21.19,21,23,24). Deus, portanto, envia o seu julgamento como punição contra a desobediência (Lv 26.14-16; 2 Co 7.19,20); desprezo às advertências divinas (2 Cr 36.16; Pv 1.24-31; Jr 44.4-6); murmuração contra Deus (Nm 14.29); idolatria (2 Rs 22.17; Jr 16.18); iniquidade (Is 26.21; Ez 24.13-14); pecados dos líderes (1 Cr 21.2,12). Que isso sirva de lição a todos os que de alguma forma detém o poder e dele abusam: não se pode zombar de Deus utilizando o poder temporal para realizar propósitos pessoais e até malignos.


2. Arrependimento e morte.
Acabe e Jezabel esperavam adquirirem a vinha de Nabote por meios ilícitos. Porém, o que eles não esperavam era uma sentença tão dura como essa entregue pelo profeta Elias (1 Rs 21.19-24). Por isso, ao ouvir a sentença divina, o rei Acabe logo tratou de se humilhar diante do Senhor (1 Rs 21.27). Diferentemente das outras vezes em que Acabe ignorou a palavra do Senhor endurecendo seu coração (1 Rs 18.17), Agora, para quem sempre esteve a incitar a ira do Senhor (1 Rs 16.33), prontamente se humilha como querendo que o Senhor desistisse dessa sentença. Afinal de contas, a sentença foi a destruição completa da dinastia de Acabe (1 Rs 21.21)! Assim, o texto bíblico de 1 Rs 21.20, 25, 26 resumem o caráter de Acabe. Deus revelou-se a Acabe de muitas maneiras, de severo julgamento a atos de grande graça. Nada moveu seu coração, que “vendeste para fazer o que era mau” (1 Rs 21.20). Ainda que os sinais exteriores de arrependimento não sinalizem uma verdadeira mudança no coração. No caso de Acabe, o Senhor foi gracioso  e retardou a sentença (1 Rs 21.29). Desta forma, o arrependimento aparente de Acabe além de não tê-lo salvo, não pode nem ainda livrá-lo da morte já decretada pelo Senhor (1 Rs 22.33-38).



CONCLUSÃO
Diante da aula de hoje aprendemos que a cobiça transforma indivíduos comuns em criminosos, pois como diz as Escrituras “um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7). Por isso, precisamos ter o devido cuidado com nossas ações, porque o Senhor nos assegura de que “nada há encoberto que não haja de ser descoberto, nem oculto, que não haja de ser sabido” (Lc 12.2). O rei Acabe com sua esposa Jezabel acreditavam que ninguém jamais descobririam seus planos sórdidos, mas, esqueceram de que “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Mesmo diante do arrependimento tardio de Acabe, Deus foi gracioso com ele, porém, não retirou a espada da justiça de sobre os atos reprováveis de Acabe. A lei da semeadura é uma das leis divina que absolutamente ninguém está livre dela! Hoje muitos clamam por justiça, mas muitos daqueles que clamam são os que causam a própria injustiça. Portanto, evitemos a cobiça e pratiquemos a justiça, pois “aquele que pratica a justiça é nascido dele” (1 Jo 2.29). Além disso, aquele que é conhecido como “Senhor, Nossa Justiça” ( Jr 23.6), nos promete: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fardos” (Mt 5.6).  Que Deus abençoe a todos!

 

Referências:

Ø  ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø  RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø  SCHULTZ, Samuel. A História de Israel no Antigo Testamento. VIDA NOVA.
Ø  ENSINADOR CRISTÃO, Revista. nº53 p.39. CPAD.
Ø  THOMPSOM, Bíblia de Referência. VIDA.
Ø  GONÇALVES, José. Lições Bíblicas. (1º Trimestre/2013). CPAD.
Ø  www.altairgermano.net/
Ø  www.dicio.com.br
Ø  http://origemdapalavra.com.br/palavras/cobica/
Ø  http://origemdapalavra.com.br/palavras/propriedade/
Ø  http://origemdapalavra.com.br/palavras/heranca/