1 Rs 19.16,17,19-21
INTRODUÇÃO
Na lição anterior, pensei que tínhamos retornado a
sequência dos fatos relacionados à vida do profeta Elias, porém, percebo que errei em acreditar que o comentarista havia
retornado a tal sequência. Porquanto, seguindo a referida sequência, a lição
sobre a vinha de Nabote (1 Rs 21.1-5;15,16) deveria ocorrer hoje ao passo que,
a de hoje (ver texto acima), deveria
tê-lo ocorrido semana passada. Por esta razão, nos reportaremos ao capítulo 19
de primeiro reis, texto que trata do estado depressivo do profeta Elias estudado
na lição 05, e que será usado nesta lição. Portanto, na aula de hoje,
abordaremos a revelação divina sobre o sucessor de Elias, a exclusividade e
autoridade de sua chamada, bem como o discipulado e o legado de Elias na vida
de Eliseu.
I. O LONGO PERCURSO DE ELIAS
1. Uma volta às origens.
Como
vimos na lição 05, Elias se encontrava agora em um grave estado depressivo e
fugia, desesperadamente, da rainha Jezabel buscando isola-se definitivamente de
todos. Assim, Elias dirigia-se para o Monte Horebe, também conhecido de Monte
Sinai ou Monte de Deus (Êx 3.1; 19.1,2; 1 Rs 19.8). Isto, além de ser conhecido em árabe de Jebel Musa que significa “Monte
de Moisés”. Este monte está situado no centro-sul da península da
Arábia entre os golfos de Suez e de Akabah. É um pico de granito com uma altura
de 2288 metros onde Moisés recebeu as Tábuas da Lei. No pico do monte
encontra-se a pequena Capela da Santíssima Trindade, construída em 1934, onde
se pensa que existiria a sarça ardente. No entanto, o Mosteiro de Santa
Catarina, no sopé do monte, clama a mesma localização. Entre a base e o pico,
existe uma escadaria escavada na rocha com cerca de 4000 degraus (leva 3 horas para subir), chamada “Sikket
Saydna Musa”, que em árabe significa “Caminho de Moisés”. Porém,
é bom lembrarmos que antes de Elias se dirigir ao Monte Horebe, ele já havia
percorrido um longo percurso entre Jezreel até o deserto de Berseba (1 Rs 18.46
cf 1 Rs 19.3). Então, vamos relembrar que, até Berseba Elias percorreu mais de
cem milhas e, de Berseba até o deserto mais um dia de caminhanda cerca de 25 a
32 Km de distância (1 Rs 19.3,4). Agora, Elias vai do deserto de Berseba até o
Monte Horebe (1 Rs 19.4,8). De fato, foi um longo percurso, principalmente,
porque Elias encontrava-se com sua saúde psíquica comprometida! Mas, além dos
dois percursos andados pelo profeta, de Jezreel até Berseba e de Berseba até o
deserto; quantos quilômetros percorreu Elias até Horebe?
A revista lições
bíblicas do 3º trimestre/2008, comentada por Wagner Gaby, em sua 5º lição, nos
informa que esta distância era de 300 km. Já a presente lição em estudo nos
informa que esta distância é de 400 km, porém, o livro ‘Porção Dobrada’ do mesmo comentarista deste trimestre, o Pr. José
Gonçalves, nos informa que esta distância é de 600 km. Logo, percebe-se um
grande desencontro de informações, principalmente, do comentarista deste
trimestre que na revista lições bíblicas cita uma informação completamente
diferente do seu livro. Portanto, usando o bom senso, e também por já termos ministrado
a informação do 3º trimestre/2008, considero justo dizer que tal distância é
entre 300 a 400 quilômetros. Desta forma, sugiro ficarmos com as informações
das revistas! Agora, eu pergunto: a que “origem” ou “origens” refere-se o
comentarista? Com certeza, não se refere à origem do chamado ministerial de
Elias, pois as Escrituras nada dizem a esse respeito! Também não se refere a
algum tipo de renovo espiritual, como que necessitasse voltar ao primeiro amor!
Até porque em nenhum momento Deus repreende ou exorta o profeta a voltar ao
primeiro amor ou coisa semelhante, porém, a igreja de Éfeso foi repreendida por
isto (Ap 2.4,5). Então, segundo o contexto, do que se refere “voltar
às origens?”. Ora, o Monte Horebe foi palco de muitas manifestações
divinas, principalmente, foi o lugar do pacto firmado entre os filhos de Israel
e o Deus Todo-Poderoso (Êx 19-20). Todavia, Elias foi para o Horebe induzido
pelo seu estado de saúde (que envolve a
parte física e psíquica), pois o mesmo estava em fuga, buscando o
isolamento e, para sua surpresa no Horebe, Deus manifesta ao profeta a
revelação da sucessão!
2. Uma revelação transformação.
Realmente,
depois de devidamente curado, Deus faz ao profeta Elias uma revelação
transformadora: “... a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá,
ungirás profeta em teu lugar” (1 Rs 19.16b). Elias agora tinha a missão
de ungir o seu sucessor! Mas, que significa esse termo? A palavra “sucessor”
vem do grego “diádokos” e significa “substituto, sucessor”. Logo, o
sucessor é a pessoa que sucede a outra em um cargo, profissão, funções, etc.
Assim sendo, é a pessoa com atributos iguais ou semelhantes aos de outra. Por
isso, dentre as muitas missões dadas por Deus ao profeta Elias estava uma que,
certamente, causaria receio e medo a qualquer um que não quer perder popularidade, status,
vantagens, benefícios, privilégios etc. Todavia, Elias foi um exemplo de
obediência em relação a sua substituição. Conforme a orientação de Deus,
convocou para o ministério profético Eliseu, que seria seu substituto, um fato
que deve nos servir de inspiração: Elias
não teve receio de ser substituído por outra pessoa. Não teve medo de
Eliseu ser mais conhecido que ele, ou de ser mais “poderoso” nem de ter um
ministério mais longo. Há líderes que se tornam tão vaidosos que não admitem
ser substituídos. Mas Deus espera que o seu trabalho continue, e todos temos um
tempo definido por Deus para trabalhar para Ele (Ec 3.1; Jo 19.30; 2 Tm 4.6,7).
Quando formos desafiados por Deus a ser substituídos, não devemos imaginar que
estamos sendo descartados, ou que Deus não nos quer mais em seu serviço. Além
disso, as novas gerações precisam ter sua oportunidade de servir com seus
talentos ao Senhor. O próprio Jesus deixou claro que seus seguidores fariam
coisas maiores do que Ele mesmo fez, exceto a salvação, é claro (Jo 14.12). Se
o Mestre deu o exemplo de humildade, porque não o podemos seguir?
II. ELIAS NA CASA DE ELISEU
1.
A exclusividade da chamada.
Sendo
Elias um servo obediente e fiel, ele aceitou de bom grado que o tempo de seu
ministério estava no fim. Por isso, a semelhança do apóstolo Paulo, Elias
estava pronto para dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira,
guardei a fé” (2 Tm 4.7). Assim, sob a ordem e orientação do Senhor,
Elias dirige-se a cidade de Abel-Meolá (hb.
prado da dança), provavelmente, esta cidade está situada nas terras férteis
próximas ao Jordão, no leste de Israel (Jz 7.22; 1 Rs 4.12; 1 Rs 19.16). Diferentemente
do chamado de Elias, as Escrituras narram onde e como se deu o chamado
ministerial de Eliseu, e com ricos detalhes! O texto de 1 Rs 19.19-21 narra
todos os detalhes do chamado ministerial de Eliseu. Porquanto, não há dúvidas de
que Eliseu foi vocacionado por indicação divina, ou seja, foi o próprio Deus
quem o escolheu para exercer o santo ministério! Bem diferente dos nossos dias,
onde poucos ainda seguem os padrões bíblicos para separar alguém para o santo
ministério. Dizem seguir a Jesus, mas não lhe seguem os passos (Lc 6.12-16; 1Tm
3.1-13; Tt 1.6-8). Mas, o que é exclusividade? Segundo o dicionário online, é a
qualidade do que é exclusivo
(restrito); posse, uso, direito que não admite participação de outrem. Logo,
entende-se porque Eliseu matou os bois! Em Mateus 16.24 está escrito: “Se
alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Jesus disse estas palavras aos seus discípulos, e ao jovem rico disse: “Falta-te
uma coisa: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, e terás um tesouro no
céu. Então vem, e segue-me” (Mc 10.21). Entende, agora, porque Eliseu
matou os bois? Eliseu estava renunciando tudo e entregando-se completamente ao
chamado divino! O versículo 21 diz: “Tomou a junta de bois, e os matou. Com os
aparelhos dos bois cozeu a carne, e a deu ao povo, e comeram. Então se levantou
e seguiu a Elias, e o servia”. Sem renúncia não há como honrar o
chamado divino, por isso, o Senhor Jesus também disse: “Quem ama o pai ou a mãe mais do
que a mim, não é digno de mim” (Mt 10.37a). Isto Eliseu também fez!
Você tem vivido a renúncia exigida pelo Mestre? Ele tudo renunciou por nós (Fp
2.5-8)!
2. A autoridade da chamada.
No entanto, antes que Eliseu renunciasse tudo para abraçar o chamado
divino, o texto sagrado diz que o profeta Elias ao chegar em Abel-Meolá: “passou
por ele, e lançou a sua capa sobre ele” (1 Rs 19.19). O que significa
esse ato? Na cultura bíblica, o manto é símbolo da autoridade profética (2 Rs
1.8; Zc 13.4; Mt 3.4). Logo, este ato significava a transferência de poder e
autoridade. Segundo o dicionário teológico, o termo “autoridade” vem do latim “auctoritate” e refere-se a direito ou
poder de se fazer obedecer, de tomar decisões, de agir etc. Domínio,
jurisdição, influência, prestígio. Em seu livro ‘Porção Dobrada’, o Pr.
José Gonçalves cita um comentário feio por Raymond Dillard que destaca: “uma
maneira na qual os escritores do Antigo Testamento descrevem a possessão pelo
Espírito de Deus é dizer que o Espírito “revestia” um profeta. [Obs: Isso no
original em hebraico; nas diversas versões, às vezes foram usadas outras
palavras, como vemos a seguir — N.R.] (1 Cr 12.18-19 [“entrou”]; 2 Cr 24.20
[“se apoderou”]; Jz 6.34). Esse é o pano de fundo para o simbolismo envolvido
quando Elias lançou o seu manto sobre Eliseu (1 Rs 19.19). Eliseu, como Elias,
seria revestido com o Espírito de Deus, e introduzido na ordem dos profetas.
Mais tarde, quando Elias foi levado para o céu, Eliseu apanhou o manto de Elias
e dividiu as águas do rio Jordão e, então, o grupo de profetas que testemunhou
essa ação, soube que “o espírito de Elias repousa sobre Eliseu” (2 Rs 2.13-15).
III. ELIAS E O DISCIPULADO DE
ELISEU
1.
As virtudes de Eliseu.
Agora,
depois de devidamente chamado e empossado no quadro de profetas do Senhor,
Eliseu precisava ser preparado para assumir o lugar de Elias; para isso, ele
passaria por um discipulado. Este discipulado era extremamente necessário, pois
o homem de Deus não nasce pronto, e o mesmo visava trabalhar o caráter e as
virtudes de Eliseu para deixa-lo pronto para exercer o ministério profético.
Eis a grande importância do discipulado, moldar vidas para que tenhamos
obreiros espiritualmente qualificados em caráter, fé e boas obras! Assim,
teremos homens de Deus e não homens do povo! Logo, este fato nos faz lembrar
alguns discipulados descritos nas Escrituras como: o de Josué (Êx 24.13; 33.11;
Nm 11.28; Js 1.1); o de Samuel (1 Sm 2.11;3.1); o do próprio Eliseu (2 Rs
2.1-8); o de Paulo (At 9.27,28; 11.25; Gl 1.15-18); o de João Marcos (At
15.36-39); o de Timóteo (2 Tm 1.5). Estes exemplos de discipulado traz-me a
memória a frase dita pelo pastor e mestre Antônio Gilberto: “A
igreja é, até certo sentido, reflexo do seu pastor”. Esta frase exprime
a necessidade de ensino, de preparo, ou seja, de discipulado em nossas igrejas.
A falta de discipulado gera:
- Aumento
do número de desviados;
- Crentes enfraquecidos;
- Presas fáceis das heresias;
- Obreiros inconsequentes;
- Igrejas
sem paixão pelas almas.
Eliseu
foi muito bem preparado pelo discipulado realizado por Elias, que o ajudou a
desenvolver seu caráter e sua fé como homem de Deus que foi. Dentre algumas das
virtudes do profeta Eliseu podemos citar:
- Fidelidade (1 Rs
19.18);
- Disponibilidade (1
Rs 19.20);
- Renúncia (1 Rs
19.21);
- Discernimento (2
Rs 2.3,5);
- Espiritualidade (2
Rs 2.9);
- Integridade (2
Rs 5.16);
- Vivia no
espirito (2 Rs 6.15,16);
- Possuía visão
espiritual (2 Rs 6.17).
Diante do exposto, é digno de nota a experiência do Pr.
José Gonçalves, que diz: “A história da chamada de Eliseu e como se deu o seu
discipulado deveria servir de padrão para os ministros hodiernos! Infelizmente
a qualidade dos ministros evangélicos da atualidade tem caído muito e a fragmentação
das Convenções e Concílios tem uma boa parcela de contribuição nesse processo.
Geralmente o processo acontece pela disputa de domínio de determinado espaço ou
território entre as lideranças, que não chegando a um consenso sobre as suas
esferas de atuação, resolvem dividir de forma litigiosa determinado campo
pastoral. Feito isso, a parte menor passa a consagrar ministros para que uma
nova Convenção ou Concílio seja formado. É exatamente aí que as qualificações
exigidas para a apresentação de um Ministro da Palavra costumam ser esquecidas.
O alvo agora não é mais a qualidade, mas a quantidade, visto que se procura quórum
para a nova Convenção formada! Já vi e ouvi por esse Brasil afora de Convenções
consagrando ao ministério: sodomitas, pedófilos, estelionatários, etc, etc., para
oficiarem como ministros do Senhor! A consequência de tudo isso é refletida nas
igrejas, que passam a atuar simplesmente como meros clubes sociais e não como o
verdadeiro Corpo de Cristo”.
2.
A nobreza de um pedido.
Depois
de concluído o discipulado de Eliseu, e também já tendo atravessado o Jordão, o
profeta Elias conhecedor de que seu sucessor já sabia o que aconteceria lhe
diz: “Pede-me o que queres que te faça, antes que eu seja tomado de ti”
(2 Rs 2.9a). Como resposta Elias ouviu de Eliseu: “Peço-te que haja porção dobrada
de teu espirito sobre mim” (2 Rs 2.9b). Elias
reconheceu,
de imediato, que se tratava de um pedido difícil, isto porque o Espirito Santo
na antiga aliança nunca havia sido dado nessa proporção. Porém, Elias
condicionou o pedido de Eliseu dizendo: “Se me vires quando for tomado de ti, assim
se te fará; porém, se não, não se fará” (2 Rs 2.10b). Segundo o texto de Dt 21.17, estava
estabelecido o direito do principal herdeiro a uma participação dobrada na
herança. Desta forma, consciente da grande tarefa que lhe aguardava, bem como
do grande homem de Deus do qual Eliseu seria sucessor, ele buscou uma porção
dobrada da herança espiritual expressando seu sentimento de necessidade por
especial dom espiritual. Portanto, como é frequentemente salientado, Eliseu tem
14 milagres registrados contra 7 de Elias, exatamente o dobro da porção do
profeta. Os 14 milagres de Eliseu são:
01) Dividir
as águas do Jordão (2 Rs 2.14);
02) Sanear
uma fonte (2 Rs 2.21);
03) Amaldiçoar
zombadores (2 Rs 2.24);
04) Encher
os poços com água (2 Rs 3.15-26);
05) Multiplicar
o azeite de uma viúva (2 Rs 4.1-7);
06) Predizer
uma gestação (2 Rs 4.14-17);
07) Levantar
um filho morto (2 Rs 4.32-37);
08) Neutralizar
veneno (2 Rs 4.38-41);
09) Multiplicar
pães (2 Rs 4.42-44);
10) Curar
a lepra de Naamã (2 Rs 5.1-19);
11) Amaldiçoar
Geazi com lepra (2 Rs 5.20-27);
12) Preparar
armadilha para a força militar Síria (2 Rs 6.8-23);
13) Revelar
um exército de anjos (2 Rs 6.15-16);
14) Predizer
o alívio para a sitiada Samaria (2 Rs 6.24-7.20).
IV. O LEGADO DE ELIAS
1.
Espiritual.
Logo
após Elias ser arrebatado numa carruagem de fogo, e de Eliseu pegar-lhe a capa,
ele volta indo para Jericó. Quando chega ante o Jordão Eliseu diz: “Onde
está agora o Senhor, Deus de Elias?” (2 Rs 2.14). Ao falar, Eliseu fere
o rio Jordão e o rio se divide para o homem de Deus passar. O pedido de Eliseu
havia se cumprido! De agora em diante, Eliseu daria continuidade ao ministério
recebido de Elias. Assim, o discipulado ministrado por Elias havia deixado um
grande legado para Eliseu. Mas, que significa legado? Esta palavra vem do latim
“Legatum”
e significa “Algo deixado em testamento”. Assim sendo, legado é a disposição
feita por testamento em benefício de alguém; herança. Desta forma, no contexto
desta lição, o legado aqui se trata de herança moral, ministerial e espiritual
deixada por Elias. Logo, percebe-se que muito da experiência de Elias como
profeta foi absorvido por Eliseu, porquanto ao traçar um paralelo entre a vida
dos dois profetas, ambos:
- Golpearam
as águas do rio Jordão e passaram por terra seca (2 Rs 2.8,14);
- Trouxeram águas de refrigério em tempos
de seca (1 Rs 18.41-45; 2 Rs 3.9-20);
- Aumentaram a provisão de alimentos de
uma viúva (1 Rs 17.10-16; 2 Rs 4.1-7);
- Ressuscitaram filhos únicos (1 Rs
17.17-24; 2 Rs 4.18-35);
- Realizaram milagres em favor de pessoas
fora da fronteira de Israel (1 Rs 17.9-16; 2 Rs 5.1-15);
- Pronunciaram sentenças sobre reis (1 Rs
21.19-22; 2 Rs 8.7-10);
- Pediram
vingança sobre incrédulos (2 Rs 1.9-12; 2.23-25).
2.
Moral.
No
entanto, e com já dissermos, o legado de Elias não fora apenas espiritual e
ministerial, mas também moral. Visto que possuía uma percepção do que era certo
e do que era errado, bem como do que era justo e do que era injusto. Esta
percepção é vista claramente nos episódios da grande seca, quando Elias exorta
ao rei: “Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai”
(1 Rs 18.18);
como também da vinha de Nabote, quando repreende Acabe: “Achei-te, porque te vendeste para
fazer o que é mau aos olhos do Senhor” (1 Rs 21.20). Desta forma, o
discipulado ministrado por Elias ensinou a Eliseu que ninguém conseguirá ser um
homem de Deus, se não possuir valores morais bem definidos. Realmente, é
impossível ser homem de Deus sem viver a moral do reino de Deus ensinada no
sermão do monte pelo Grande Mestre Jesus (Mt 5-7)! Infelizmente, muitos já
enveredaram pelo triste caminho relativismo, onde o que é errado para mim é
certo para você. Tenhamos bastante cuidado, pois a Escritura diz que: “Todas
as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar
contas” (Hb 4.13b). Os princípios do reino de Deus são absolutos!
CONCLUSÃO
Diante
do exposto, aprendemos que na seara do Senhor nem um de nós é descartável, no
entanto, isto não significa que somos insubstituíveis. Porém, precisamos ter a
consciência de que Deus chama e prepara pessoas fiéis para a sua obra. Sua
Obra, portanto, é para os chamados e vocacionados por Ele! Também aprendemos
que o mais importante de um ministério não é o seu início, mas a forma como este
ministério termina. Este é um principio que serve não apenas para o ministério,
mas, também, para nossa vida espiritual. Porquanto, o apóstolo Paulo exortando
os cristãos da Galácia disse: “Sois vós tão insensatos que, tendo começado
pelo Espirito, acabeis agora pela carne?” (Gl 3.3). Portanto, é imprescindível
se desejamos ter vida espiritual sadia, bem como um ministério bem sucedido, e
principalmente, ser homem de Deus como Elias o foi, precisamos possuir valores morais
e espirituais bem definidos! Quanto a ‘porção dobrada’ dada a Eliseu, ela a
nós não é necessária, pois Paulo diz: “E, se o ministério da morte, gravado com
letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam
fitar os olhos na face de Moisés, por
causa da glória do seu rosto, ainda que desvaneceste, como não será de maior
glória o ministério do Espirito?” (2 Co 3.7,8). Nós vivemos a
dispensação do Espirito! Que Deus abençoe a todos!
Referências:
Ø ANDRADE,
Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico.
CPAD.
Ø BOYER,
Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.
CPAD.
Ø RICHARDS, Lawrence. Guia
do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø GONÇALVES, José. Porção
Dobrada. CPAD.
Ø GONÇALVES, José. Lições Bíblicas.
(1º Trimestre/2013). CPAD.
Ø ENSINADOR CRISTÃO, Revista. nº53 p.40. CPAD.
Ø THOMPSOM,
Bíblia de Referência. VIDA.
Ø DA
MULHER, Bíblia de Estudo. MUNDO
CRISTÃO.
Ø http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_Sinai
Ø http://origemdapalavra.com.br/palavras/diadoco/
Ø http://origemdapalavra.com.br/palavras/legado/