Ef 5.22-28,31,33
INTRODUÇÃO
Nesta lição definiremos o termo “base” e sua aplicação
no contexto da lição. Destacaremos quais as bases de sustentação de um
casamento cristão. Veremos também as caraterísticas do amor ágape destacadas por
Paulo na carta endereçada aos coríntios. Por fim, veremos também quais
recomendações o apóstolo Paulo dá a mulher e ao marido a fim de que vivam bem e
harmoniosamente.
I - DEFINIÇÃO DA PALAVRA “BASE”
O termo “base” do grego “básis”
significa literalmente “planta do pé“. O Aurélio diz que a
palavra base significa: “tudo quanto
serve de fundamento, apoio ou sustentáculo”; parte inferior onde alguma
coisa repousa ou se apoia. Figuradamente significa: “origem, princípio,
fundamento”. No contexto da nossa lição, diz respeito as colunas de sustentação
em que deve estar fundamentada a família segundo o padrão divino revelado nas
Escrituras Sagradas.
II - AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO
O casamento é comparado a uma construção (Pv 14.1). A
expressão “edificar” usada no referido texto, no hebraico é bãnãh que significa: “construir, fundar, estabelecer, edificar, reedificar”. A Bíblia
nossa “regra de fé e prática“, nos mostra sobre quais bases o
casamento cristão deve estar edificado. Vejamos algumas delas:
2.1 A pessoa de Deus (o autor do casamento). A Bíblia nos mostra que Deus é o criador do casamento
(Gn 2.18-25). Como tal, Ele estabeleceu o padrão para o matrimônio que deve
ser: heterossexual (Gn 1.27); monossomático (Gn 2.24); indissolúvel (Gn 2.24;
Mt 19.6) e monogâmico (Gn 2.18). Portanto, a coluna principal de sustentação do
lar é o próprio Deus, visto que Ele se compara a uma rocha que tem o sentido de
fundamento (Dt 32.4; I Sm 2.2; Is 44.8) e o lar que nele está edificado não é
destruído (Sl 127). Também o salmo 128 conhecido como o “salmo da família”, nos
mostra claramente os benefícios decorrentes de um lar que tem o Senhor como
alicerce: “Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus
caminhos. Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem. A
tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos
como plantas de oliveira à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado
o homem que teme ao SENHOR”.
2.2
A Palavra de Deus (a direção para o casamento). Quem constrói o seu casamento sobre o fundamento da
Palavra de Deus, manterá seu lar firme, mesmo diante das provações. Jesus
afirmou que quem ouve os seus ensinamentos e vive de acordo com eles é “comparado
a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha” (Mt
7.24,25). Apesar dos temporais, essa casa permanece firme. Mas também, Jesus
falou que quem ouve as suas palavras e não as pratica “é semelhante a
um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia” (Mt
7.26,27). Esta casa também passou por turbulências, porém diferente da
primeira, caiu e grande foi a sua queda (Mt 7.26,27). Como podemos ver, da
mesma maneira se procede na vida conjugal (Pv 14.1,2). A Bíblia tanto orienta
como os casados devem comportar-se no casamento, como também instrui aos
solteiros quais critérios devem usar para casar-se. Vejamos alguns:
- Com uma pessoa que tenha a
mesma fé (Gn 24.3; 27.46; Jz 14.1-3; I Co 7.39; II Co 6.14-16);
- Com uma pessoa de bom
caráter (Pv 28.2; 16.21; 12.4; 19.14; 31.10);
- Com uma pessoa de bom
testemunho (Pv 22.1; Tt 2.8);
- Com uma pessoa responsável
(I Co 7.32-34; II Ts 3.10);
- Com um bom filho (Êx 20.12;
Ef 6.2).
2.3 O amor (a motivação para o casamento). O Aurélio define a palavra “amor” como: “sentimento que predispõe alguém a desejar o
bem de outrem”. Teologicamente, o amor é definido como “o sentimento que nos constrange a buscar,
desinteressada e sacrificialmente, o bem de outrem” (CLAUDIONOR, 2006, p.
43). O livro de cantares nos fala sobre o amor entre um homem e uma mulher. O
título hebraico deste livro pode ser traduzido literalmente por “o Cântico dos
Cânticos”, expressão esta que significa “O Maior Cântico”. Este livro foi
inspirado pelo Espírito Santo e inserido nas Escrituras para ressaltar a origem
divina da alegria e dignidade do amor humano no casamento. Em seus versos
encontramos expressões amorosas entre Salomão e a sunamita (Ct 2.16; 6.3;
7.10). Portanto, deve estar presente no casamento o amor divino (ágape) que é o
amor incondicional. A cerca deste amor o apóstolo Paulo dedica um capítulo
inteiro (I Co 13).
III - CARACTERÍSTICAS DO AMOR DESCRITAS EM I CORÍNTIOS
13
É sofredor
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Ou seja, o amor é paciente ou longânimo, não se ofende no primeiro
insulto, é lento para irar-se e recebe as injurias sem retalhar. Jesus sofreu
na cruz do calvário por amor (II Co 1.5; Mt 5.39).
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É benigno
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Benignidade é um aspecto do fruto do Espírito. É o Amor em ação (Rm
2.4;11.22, I Co 6.6 , Cl 3.12).
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Não é invejoso
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O Amor não tem inveja. A inveja é uma paixão de ter aquilo que ele
não pode, paixão doentia ( Sl 37.1; Gn 37.11; Pv 24.1; I Co 3.3).
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Não trata com
leviandade
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Não tem comportamento de orgulho, antes tem seriedade e procede
irrepreensivelmente (Pv 21.4; 28.25; II Tm 3.4).
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Não se
ensoberbece
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Não é arrogante, extravagante não se engrandece (Judas 1.16).
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Não se porta
com indecência
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Não é indesejável, não se porta em vexames, não age impropriamente;
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Não busca os
seus interesses
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Não é egoísta, e nem pensa em si mesmo (Gl 5.14; 6.2,10).
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Não se irrita
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Ele não se irrita por qualquer coisa, porém é passivo (I Pe 3.8).
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Não suspeita
mal
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Não paga com a mesma moeda, não trama algo mal. E nenhum de vós pense
mal no seu coração contra o seu próximo, nem ameis o juramento falso; porque
todas estas são coisas que eu odeio, diz o Senhor (Zc 8.17; Rm 12.17,20,21)
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Não folga
(regozija) com a injustiça
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O amor jamais se alegra quando outros cometem a maldade, o erro;
também não se alegra com a queda alheia, com a fraqueza dos outros, resultado
do pecado afim de exaltar-se em sua suposta retidão (Rm 12.15; Fp 4.8; Ef
4.17; 5.2)
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Folga com a
verdade
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Procura andar na verdade. Não anda na mentira, enganando os outros.
(Jo 3.21; João 14.6; I Pe 2.1).
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Tudo sofre
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É um fruto do Espirito que suporta as dificuldades, em algumas
traduções é sempre protetor (Jó 42.1-2; Tg 5.11; II Tm 2.12).
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Tudo crê
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Sempre confia espera sempre o melhor. (II Co 3.4)
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Tudo espera
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Olha a fé no futuro. Tem a característica de paciência (Hb 11.1; Sl
40.1; I Pe 5.7).
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Tudo suporta
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Sempre persevera. Suporta as circunstâncias no dia a dia; é paciente
(Sl 40.1; Tg 1.3).
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IV - O COMPROMISSO DO MARIDO E DA MULHER NO CASAMENTO
4.1 Submissão da esposa ao marido (Ef 5.22). A expressão “submissão”
no grego é “hupotassõ” que quer dizer: “submeter-se;
obedecer”. A recomendação paulina de
submissão da esposa ao marido (Ef 5.22; Cl 3.18), foi feita também pelo
apóstolo Pedro (I Pe 3.1). É necessário entender que Deus estabeleceu a família
como unidade básica da sociedade e que toda família necessita de um dirigente.
Por isso, Deus atribuiu ao marido a responsabilidade de ser cabeça da esposa e
da família (Ef 5.23). Esta sujeição quer dizer também que a mulher deve cumprir
o seu dever para com o esposo, como por exemplo: amando-o (Tt 2.4),
respeitando-o (Ef 5.33), ajudando-o (Gn 2.18), vivendo de forma pura (Tt 2.5),
com um espírito manso e quieto (I Pe 3.4), sendo uma boa mãe (Tt 2.4) e dona de
casa (I Tm 2.15; 5.14; Tt 2.5).
4.2 Amor do esposo para com a esposa (Ef 5.25). Paulo usa o amor de Cristo pela Igreja, para dizer
que de forma semelhante o esposo deve amar a esposa. Esse amor é descrito pelo
apóstolo como: (1) INCONDICIONAL - Cristo amou a Igreja, mesmo com suas
fragilidades, de igual modo o marido deve amar a esposa, apesar dos seus
defeitos; (2) PERSEVERANTE - Cristo amou, ama e amará a Igreja, o
marido deve manter o seu amor por sua esposa até que a morte os separe; (3)SANTIFICADOR - o apóstolo diz que Cristo se
entregou por sua Igreja “para a santificar”.
Portanto o marido que ama a sua esposa mantém o seu lar em santificação,
evitando brigas, desavenças, mágoas e infidelidade; (4) SACRIFICIAL - Cristo se sacrificou pela Igreja,
assim o marido deve amar a esposa, pois ferindo-a, ferirá a si mesmo e amando-a
amará a si mesmo (Ef 5.28,29); (5) ROMÂNTICO - Cristo não só se sacrificou pela
Igreja como dela cuida e alimenta (Ef 5.29). O marido deve seguir o mesmo
padrão, demonstrando seu romantismo por palavras (Ct 2.10,13), mas também por
obras, ou seja, dedicando-lhe tempo e agradando-lhe (I Co 7.33).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, o casamento tal qual uma edificação
deve ter uma base sólida as quais são: Deus, a Palavra e o amor. Deste modo, o
matrimônio se manterá firme dentro da boa perfeita e agradável vontade de Deus
(Rm 12.2).
REFERÊNCIAS
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
CPAD.
Bíblia de Estudo da Família.SBB.
VINE,
W.E, et al. Dicionário
Vine. CPAD.
LOPES, Hernandes Dias. Casamento,
divórcio e novo casamento. HAGNOS
Por Rede Brasil de Comunicação