Gn 1.27,31;
2.18,20-24
Nesta lição veremos qual a
definição da palavra casamento. Veremos também que ele é uma instituição divina
e como tal é um dom de Deus e um estado honroso para o homem. Destacaremos
ainda quais os propósitos de Deus quanto ao matrimônio e, por fim, elencaremos
qual o plano original do casamento segundo a Bíblia Sagrada.
I
– DEFINIÇÃO DE CASAMENTO
1.1 Dicionário Aurélio. “Ato solene de união entre duas
pessoas de sexos diferentes, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa
e/ou civil”. O artigo 226, parágrafo 3º da Constituição Federal diz que para
efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem
e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão
em casamento. Como podemos ver, tanto o dicionário como a Constituição Federal,
conceitua o casamento como “união entre duas pessoas de sexos diferentes”,
o que deixa claro que a união homossexual não pode ser caracterizada como
casamento.
1.2 Dicionário Teológico. Instituição que tem por objetivo
legalizar a união entre um homem e uma mulher (CLAUDIONOR, 2006, p. 91). Ainda
pode-se dizer que o casamento é uma instituição social de origem divina, fundada
no princípio da raça humana, para dar origem e sustentação à família (Gn
2.22-24; Mt 19.4-6). Quanto ao ato, o casamento é um concerto, ou aliança,
feito entre pessoas de sexos opostos – diante de Deus, da família, da igreja – de
serem marido e mulher enquanto viverem (Ml 2.14).
II
– CASAMENTO, UMA INSTITUIÇÃO DIVINA
O casamento não foi estabelecido
por uma lei humana, nem inventado por alguma civilização. Ele antecede toda a cultura, tradição, povo ou nação.
A história do primeiro casal, Adão e Eva, é apresentada no Antigo Testamento
como a gênese do casamento (Gn 2.18-25). O texto bíblico deixa claro que Deus “formou
uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22-b). Logo, o casamento é uma
instituição divina (Mt 19.5,6). O Aurélio define a palavra “instituição” como:
“ato de instituir; criação, estabelecimento”. Por isso, biblicamente podemos
afirmar que estar casado é:
2.1 Um dom de Deus. “mas cada um tem de Deus o seu
próprio dom, um de uma maneira e outro de outra” (I Co 7.7). Neste texto, o
apóstolo Paulo não coloca o celibato como regra, mas como exceção, pois, esta
abstinência deve ser voluntária (I Co 7.8,9). Logo, quem casa não é menos santo
que o que não deseja casar (I Tm 4.2,3). Afinal de contas, tanto é dom de Deus
desejar permanecer solteiro tanto quanto estar casado. A palavra “dom” no grego
“charisma” significa: “presente” dando a entender que o homem é
presenteado por Deus com o matrimônio (Pv 18.22; 19.14).
2.2 Um estado honroso. O escritor aos hebreus nos diz: “Venerado
seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula” (Hb 13.4-a). O
Aurélio define a palavra veneração como: “reverência, respeito, admiração,
consideração”. Está explícito que o casamento é uma condição de honra, pois
nele o sexo é desfrutado de forma legal.
III
- O PROPÓSITO DE DEUS PARA O CASAMENTO
3.1 Companhia. O relato bíblico nos mostra que o
homem estava só, pois faltava-lhe uma companheira (Gn 2.20). Deus viu a
necessidade de Adão e providenciou-lhe a mulher para suprir sua carência “Não
é bom que o homem esteja só; farlhe- ei uma adjutora que esteja como diante
dele” (Gn 2.18). A mulher foi criada para ser a amável companheira do homem
e sua ajudadora. Daí, ela ser participante da responsabilidade de Adão e com
ele cooperar no plano de Deus para a vida dele e da família por meio do
casamento.
3.2 Identificação. No casamento Deus criou uma
pessoa para Adão com quem ele se identificasse. Por isso, fazendo-o dormir,
tirou-lhe uma parte do corpo, para dela fazer uma mulher “E da costela
que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn
2.22). Deus estava criando não apenas um outro indivíduo, mas um indivíduo
novo, totalmente diferente, com outro sexo. Adão identificou-se de tal maneira
com a mulher que expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta é
agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher,
porquanto do homem foi tomada” (Gn 2.23).
3.3 Relacionamento. Outro propósito pelo qual Deus
instituiu o casamento foi para que o homem tivesse com quem se relacionar
plenamente. O texto sagrado nos mostra que através do matrimônio Deus tinha em
mente proporcionar ao homem e a mulher um relacionamento de forma: (1) Física:
“e apegar-se-á à sua mulher”; (2) Sexual: “e
serão ambos uma carne”; e (3) Emocional: o homem que “estava só” (Gn
2.1) agora tinha alguém para dirigir seu afeto (Gn 2.23).
IV
- O PLANO ORIGINAL DO CASAMENTO SEGUNDO A BÍBLIA
A Bíblia declara ser um livro
dotado de autoridade divina, resultante de um processo pelo qual homens movidos
pelo Espírito Santo escreveram textos inspirados por Deus (II Tm 3.16,17; II Pe
1.19-21). Para nós, crentes em Jesus, o conceito de certo e do errado deve ter
como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”. A
Bíblia nos mostra que, ao criar Adão e Eva, Deus estabeleceu seu plano para o
casamento. Vejamos abaixo:
4.1 União heterossexual (Heteros
= diferente) + (sexual = sexo).
O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja,
entre um macho e uma fêmea “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem
de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Qualquer união
sexual fora desse padrão, como o homossexualismo, por exemplo, se constitui
violência ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17). Visto que, o objetivo
principal do casamento é a procriação e, biologicamente, a prática homossexual
não pode cumprir esse propósito. Por isso, em (Rm 8.26-28), Paulo diz que tal
comportamento é: (1) “contrário à natureza”; (2) “sentimento
perverso” e (3) “coisas que não convêm”.
4.2 União Monossomática (mono =
um) + (soma = corpo).
Deus, de um ser humano, fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha
em mente, com o casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão
ambos uma carne.” (Gn 2.24-c). Logo, Adão e Eva poderiam ser
considerados não apenas um corpo, mas como duas almas e espíritos unidos pelos
laços conjugais. Este é mais um mistério do casamento “serão ambos uma
carne” (Gn 2.24). A expressão em destaque diz respeito a um nível de
relacionamento tão íntimo entre um casal, ao ponto de fazerem com que o marido
e a esposa tornem-se uma só pessoa, de tal forma que beneficiando ou afetando
um logo se atingirá o outro. De modo que amar a esposa, na perspectiva paulina
é amar o seu próprio corpo (Ef 5.28-b).
4.3
União indissolúvel. A
Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel
“e apegar-seá à sua mulher” (Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se”
no hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”.
Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, dabaq traduz
a forma substancial de “cola” e também as ideias mais abstratas de “lealdade e
devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto
(pessoa) ser único a outro (VINE, 2002, p. 42). Três termos na Bíblia nos
atestam a indissolubilidade do casamento. Vejamos:
ü
Deus
diz: “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b);
ü
Jesus
diz: “Deus ajuntou” (Mt 19.6)
ü
Paulo
diz: “Porque a mulher... enquanto ele viver, está-lhe ligada pela
lei” (Rm 7.2).
Está claro em toda a Escritura
que o casamento deve ser para toda a vida. No Antigo Testamento, por exemplo o profeta
Malaquias repreende os judeus por tratarem de forma leviana o matrimônio. O
Senhor deixa claro que DETESTA o divórcio (Ml 2.16), pois do marido
e da mulher fez um só (Ml 2.15). No Novo Testamento, o Senhor Jesus, falou explicitamente
contra o divórcio (Mt 19.6). A perspectiva paulina segue o mesmo padrão (Rm
7.2,3; I Co 7.10,11,39). Portanto, a vontade de Deus para o casamento é que
cada cônjuge seja único até que a morte os separe (Mc 10.7-9). A única exceção
se dá em caso de traição (Mt 19.9).
4.4 União monogâmica (mono = um)
+ (gamós = casamento).
Monogamia, é o sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem uma só
mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento
(Gn 2.18). O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao casamento monógamo “cada
um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (I
Co 7.2). Há muitos argumentos contra a poligamia, eis alguns deles: (1) A
monogamia foi ensinada por precedência: Deus deu a Adão apenas uma mulher e a
Eva apenas um homem (Gn 2.18); (2) A monogamia foi ensinada por mandamento (Dt
17.17); (3) A monogamia foi ensinada como um preceito moral contra o adultério “Não
cobiçarás... a mulher do teu próximo (singular)”. Isso traz implícito
que o próximo só poderia ter uma esposa legítima; e (4) A monogamia é ensinada
através das severas consequências decorrentes da poligamia: Gênesis 26 nos
mostra que: ela torna a vida amarga (v.35); Gênesis 29 afirma que
ela causa rivalidade (v.30); e ódio (v.31). Gênesis
30 mostra que ela leva à inveja (v.1), à ira (v.2)
e a desavença e brigas (v.8).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, o casamento é
uma instituição de origem divina, seu padrão encontra-se revelado nas Escrituras
Sagradas e o mesmo possui propósitos específicos, como oferecer companhia ao
homem, dando-lhe alguém com quem ele possa identificar-se e relacionar-se
plenamente.
REFERÊNCIAS
ü
Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
ü
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
ü
LOPES,
Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS
ü
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
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