Lc
23.44-50
INTRODUÇÃO
Prezado professor, nesta lição você terá a
oportunidade para mostrar aos alunos que a Cruz de Cristo é o centro
do Evangelho. Sem a cruz não haveria salvação e as bênçãos dela advindas.
Precisamos com urgência voltar a pregar a mensagem da Cruz. O apóstolo Paulo
disse que “aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação” (1
Co 1.21). Logo, não é qualquer mensagem ou qualquer coisa que se diga sobre o
cristianismo que produz salvação. A salvação vem quando se prega a Cristo, o
conteúdo da mensagem da cruz e não uma mensagem corrompida. Portanto, é sua a incumbência
de falar que a cruz é o único lugar onde morrer significa viver. Desejo a todos uma excelente
aula!
I.
AS ÚLTIMAS ADVERTÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES
Enquanto alguns querem negar a existência das aflições
na vida do salvo em Jesus, as Escrituras são categoricamente contundentes em
afirmar: “Muitas são as aflições dos
justos, mas o Senhor o livra de todas” (Sl 34.19). O Próprio
Senhor Jesus asseverou que “no mundo
tereis aflições” (Jo 16.33). O que, então, se entende por aflição? Segundo
o Dicionário Online, a aflição é o sofrimento causado pelo desgosto; tristeza
ocasionada por alguma dificuldade. É ainda, o excesso de preocupação; ansiedade
ou angústia. Segundo Boyer, é um grande sofrimento, tristeza pungente.
Sinonimamente, está ligada a agonia, angústia, ansiedade, tribulação, entre
outros. Nesse quesito, Jesus é nosso maior exemplo, pois o profeta Isaías
chama-o de “homem de dores” (Is 53.3).
Vários acontecimentos se deram durante a última
semana de Jesus, antes dEle ser crucificado, que se iniciou com a sua entrada
triunfal em Jerusalém em um domingo (Mt 21.1-9; Mc 11.1-10; Lc 19.29-40; Jo
12.12-19) culminando, no outro domingo, com a sua ressurreição (Mt 28.1-8; Mc
16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-10). Dentre esses fatos destaca-se, na terça-feira da referida semana, a predição da sua
crucificação (Mt 26.1-5; Mc 14.1,2). Na verdade, já na viagem para Jerusalém,
Jesus advertira os discípulos sobre os fatos que lhe ocorreriam em Jerusalém,
dizendo: “convinha ir a
Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos
escribas, e ser morto...” (Mt 16.21; Mc 8.31; Lc 9.22).
PRENÚNCIO
DA MORTE DO MESSIAS
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DESCRIÇÃO DO ATO
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PROFECIA
|
CUMPRIMENTO
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Sua rejeição
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Sl
118.22,23
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Mt 21.42; Mc 12.10; Lc 20.17
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Suas dores
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Is
53.4
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Mt 8.17
|
Seu abandono pelos discípulos
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Zc
13.7
|
Mt 26.31; Jo 16.32
|
A repartição das suas vestes
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Sl
22.18
|
Mt 27.35; Mc 15.24; Lc 23.34
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Seu brado
|
Sl
22.1
|
Mt 27.46; Mc 15.34
|
Seu sofrimento vicário
|
Is
52.12;
53.4,5
|
Mt 27.35; Mc 15.24; Lc 23.33
|
Sua sede
|
Sl
69.21
|
Lc 23.36; Mt 27.34, 48; Mc 15.23,36
|
Seu lado traspassado
|
Zc
12.10
|
Jo 19.34
|
Crucificado com criminosos
|
Is
53.12
|
Mt 27.38; Mc 15.27,28; Lc 23.33;
Jo 19.18
|
Seus ossos não seriam quebrados
|
Sl
34.20
|
Jo 19.33
|
Todavia, além das muitas advertências de que
padeceria em Jerusalém, Jesus também recomendou os discípulos: “Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou
sandálias, faltou-vos alguma coisa? Responderam eles: Nada. Disse-lhes: Pois
agora aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem
espada, venda a sua capa e compre uma. Digo-vos que é necessário que se cumpra
em mim o que está escrito. Sim, o que está escrito de mim será cumprido.
Disseram-lhes eles: Senhor, aqui estão duas espadas. Respondeu-lhes: Basta”
(Lc 22.35-38).
Stamps explicando o texto de Lc 22.36 diz: “As palavras de Jesus para seus discípulos
comprarem espada podem ter sido ironia. Considere-se que, até então, Ele os
incentivara a viver a vida da cruz, ao invés de adotarem métodos do mundo. A
seguir, Jesus passa a declarar (v.37) seu propósito em seguir ao caminho da
cruz, segundo a vontade de Deus. O versículo 38 deixa claro que os discípulos
não compreenderam o que Jesus queria dizer”. Os estudiosos, French L. Arrington
e Roger Stronstad, ratificando a interpretação de Stamps, dizem: “Alguns tomam a palavra ‘espada’ literalmente, significando
que os discípulos devem comprar espadas para usar em conflito físico. Mais
tarde, alguns estarão preparados para defender Jesus com espadas, mas Ele detém
essa tentativa antes de qualquer coisa (Lc 22.49-51). O que Jesus realmente
quer é que os discípulos provejam as próprias necessidades e se protejam sem
derramar sangue. Eles se encontrarão cada vez mais lançados numa luta
espiritual e cósmica. A compra de espadas serve para lembrá-los daquela batalha
iminente. Empreender esse tipo de guerra requer armas especiais, inclusive ‘a
espada do Espírito, que é a palavra de Deus’” (Ef 6.11-18). Portanto,
as aflições de Cristo abrangeram as esferas física (Mt 27.26-31; Mc 15.15-20;
Jo 19.1-3), moral (Mt 26.67,68; Mc 14.65; Lc 22.63,64; Jo 18.22) psicológica (Lc
22.39-44; Mc 14.32-41) e espiritual (Mt 27.45,46,50-54; Mc 15.33). Embora seja
a aflição física a mais enfatizada pela Igreja, é na aflição espiritual que
ocorre algo que sobressai as demais (Mt 20.22,23; Mc 10.38,39). Pois, sobre
Cristo estava todos os pecados da humanidade (Is 53.5,6; Mt 1.21; Rm 4.25; 1 Co
15.3) fazendo-o padecer a ira de Deus (Rm 5.9; 1 Ts 1.10; 5.9). Todavia, abordá-la-emos
ao tratarmos da crucificação.
II. JESUS É TRAÍDO E PRESO
Ainda na terça-feira,
dando sequência aos eventos da última semana de vida de Jesus, o Mestre é
ungido por Maria de Betânia (Mt 26.6-13; Mc 14.3-9; Jo 12.2-8) e,
posteriormente, Judas concorda em trair Jesus (Mt 26.14-16; Mc 14.10,11; Lc
22.3-6). O termo “traição” é, segundo
o Dicionário Online, a ação de trair alguém; perda completa da
lealdade que resulta de uma ação traiçoeira. Segundo Boyer, é o ato ou
efeito de trair; deslealdade. Sinonimamente trata-se de conspiração, intriga, perfídia, rebeldia e rebelião. Nesta
ocasião, os lideres religiosos aguardavam a oportunidade de lançarem mão em
Jesus para matá-lo (Mt 26.3-5; Mc 14.1,2; Lc 22.1,2).
De fato, a traição de Jesus é um dos registros mais
dramáticos e tristes do Novo Testamento. Judas fora escolhido por Jesus para
fazer parte da comitiva que lhe sucederia – Os Doze Apóstolos (Lc 6.13,16). Ele
era, portanto, uma pessoa íntima e amiga de Jesus (Sl 41.9; Mt 26.50). Mas, Porque
Judas agiu assim? O que levou aquele que era um dos Doze a entregar seu Mestre?
A quem diga que Judas estava predestinado a isso. Porém, é um argumento
infundado haja vista as Escrituras nos mostrarem o contrário! As Escrituras nos
advertem dizendo: “Não deis lugar ao
Diabo” (Ef 4.27). E também: “Sede
sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como
leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.7).
Como se vê, poderia ter sido qualquer um dos outros
discípulos, mas Judas em sua falta de vigilância deixou a porta da avareza como
acesso para o Diabo entrar em sua vida (Jo 12.4-6; Lc 22.3-6). Ele não atentou
para os ensinos do Mestre contra a avareza (Lc 12.15-21; Mt 6.19-21,24). Embora
tenha negociado 30 moedas de prata (Mt 26.15), o custo desse triste ato foi
altíssimo (Mt 27.3-5). O próprio Senhor já havia, na Santa Ceia, advertido
sobre a consequência deste ato maligno (Mc 14.21).
Na quinta-feira,
Jesus ordena seus discípulos a prepararem a refeição da Páscoa, ocasião em que
instituiu a Ceia do Senhor – que estudamos na lição anterior (Mt 26.17-29; Mc
14.12-25; Lc 22. 7-22; Jo 13.1-38), em seguida, ministra seus últimos
ensinamentos (Jo 14–16), faz a Oração Sacerdotal (Jo 17), e vai para o
Getsêmani para orar (Mt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46; Jo 18.1). É
exatamente neste momento que Judas trai a Jesus, e Ele é preso (Mt 26. 47-56;
Mc 14.43-52; Lc 22.47-53; Jo 18.2-12)!
III. JULGAMENTO E CONDENAÇÃO DE
JESUS
Para os líderes religiosos de Israel, Jesus era um herege
que devia ser parado a qualquer custo, até mesmo pela morte. Na verdade, o que
motivava tal conceito eram a inveja e o ciúme que eles tinham de Jesus devido a
sua crescente popularidade (Lc 5.1; Jo 1219). Porém, o conceito deles se firmou
ao acusá-lo de blasfêmia (Mt 26.65,66; Mc 14.63,64; Lc 22.71). Assim, Jesus é
julgado perante Anás (Jo 18.12-14), em seguida, perante Caifás (Mt 26.57-68).
Por ocasião desse julgamento, Pedro nega ao Senhor (Mt 26.69-75; Mc 14.66-72;
Lc 22.54-62; Jo 18.15-18,25-27). Posteriormente, o Senhor foi julgado perante o
Sinédrio (Mt 27.1,2). Nesse momento ocorre o suicídio de Judas (Mt 27.3-10).
IV. A CRUCIFICAÇÃO E A MORTE DE
JESUS
Ainda
na sexta-feira, após ter passado por seis
julgamentos, sendo três religiosos e três civis, que culminaram em sua
condenação, Jesus foi açoitado, escarnecido, ridicularizado, torturado,
blasfemado (Mt 27.27-30; Mc 15.16-19; Lc 22.63-65) e forçado a carregar a cruz
ao lugar da sua execução (Mt 27.31-34; Mc 15.20-23; Lc 23.26-32; Jo 19.16,17). Ao chegar ao lugar chamado ‘Gólgota’, Jesus foi ali crucificado (Mt
27.35,36; Mc 24-41; Lc 23.33-49; Jo 19.18-37).
A
seguir, citaremos a sequência dos eventos no Calvário:
ü Droga é oferecida a Jesus para
beber (Mt 27.34);
ü Jesus é crucificação (Mt 27.35);
ü Jesus clama: “Pai,
perdoa-lhes” (Lc 23.34);
ü Soldados tiram sortes sobre as
vestes de Jesus (Mt 27.35);
ü Jesus é vítima de chacota pelos
observadores (Mt 27.39-44; Mc 15.29);
ü Jesus é ridicularizado por dois ladrões
(Mt 27.44);
ü Um dos ladrões crê (Lc 23.39-43);
ü A promessa de Jesus: “Hoje
mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43);
ü Jesus diz a Maria: “Eis
aí teu filho” (Jo 19.26,27);
ü A escuridão entra em cena (Mt
27.45; Mc 15.33; Lc 23.44);
ü Jesus clama: “Meu
Deus, Meu Deus” (Mt 46,47; Mc 15.34);
Realmente,
a grande dor de Cristo na cruz, que se intensificou a partir da sua agonia no
Getsêmani não provinha da perseguição dos homens, mas, sim, da taça da ira de
Deus contra o pecado, a qual Ele sabia que teria que beber (Mc 14.32-36; Jo
18.11). Esta fez com que Cristo padecesse a segunda morte em nosso lugar, ou
seja, a privação da comunhão da comunhão com o Pai.
ü Jesus clama: “Tenho
sede” (Jo 19.28);
ü Jesus clama: “Está
consumado!” (Jo 19.30);
ü Jesus clama: “Pai,
nas tuas mãos” (Lc 23.46);
ü Jesus entrega seu espírito (Mt
27.40; Mc 15.37).
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que na cruz o Senhor Jesus cumpriu as profecias
(Is 53.1-12; Gn 3.15; 2.7,8); venceu o pecado (2 Co 5.21; Cl 2.13; Pv 14.34); venceu Satanás (Cl 2.15; Hb 2.14);
destronou a nossa natureza adâmica (Rm 6.6; Ef
4.17; G15.24; Cl 3.5) e nos deu a filiação divina (Jo 1.12; 1 Co 1.18-31). Portanto, como asseverou o Apóstolo: “Ele é
a propiciação pelos nossos pecados, e não somente dos nossos, mas também pelos
de todo mundo” (1 Jo 2.2). Assim, louvemos ao Senhor uma tão grande
salvação que custou tão alto preço, dizendo: “Graças a Deus que nos dá a
vitória por Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 15.57). Todavia, ao
terceiro dia, ou seja, no domingo Cristo ressurgiu para nossa justificação. Nossa
esperança ressurgiu para nunca mais morrer! Este será o assunto da última
lição. Deus abençoe a todos!
REFERÊNCIAS
Ø RICHARDS,
Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia.
CPAD.
Ø BOYER,
Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Ø ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
Ø ARRINGTON, French L.; STRONSTAD,
Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. CPAD.
Ø GONÇALVES,
José. Lucas – O Evangelho de Jesus, o
Homem Perfeito. CPAD.
Ø GONÇALVES,
José. Lições Bíblicas. (1º Trimestre de 2015). CPAD.
Ø
Site: http://www.dicio.com.br/aflicao/
http://www.dicio.com.br/traicao/
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