sábado, 20 de outubro de 2012

LIVRO DO PROFETA JOEL

Os desastres naturais geralmente são identificados como sendo “atos de Deus”. Na atualidade, sabemos que isso significa tão somente que não há ser humano capaz de manter controle sobre um evento em particular. Na época do Antigo Testamento, entretanto, muitos “desastres naturais” eram literalmente considerados atos de Deus, uma demonstração de sua soberania sobre acontecimentos naturais para deles extrair uma lição espiritual. Em parte alguma essa abordagem é referida de maneira mais significativa do que no livro de Joel, ao descrever o ataque fulminante de gafanhotos que destruíram a vegetação da terra, levando o povo de Deus à fome e os profetas a conclamarem todo o Israel ao jejum e oração (1.13,14). Além disso, a invasão de gafanhotos estimulara uma gloriosa visão das proximidades do Dia do Senhor. Nesse dia, Deus irá arregimentar exércitos estrangeiros conta a Palestina para promover uma devastação ainda mais terrível. Essa visão do julgamento futuro representa o cenário para a própria chamada de Deus ao seu povo: “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração” (2.12). O livro de Joel termina com uma das mais densas promessas do Antigo Testamento. Seja o que for que o futuro imediato possa comportar, está chegando a hora em que Deus irá derramar o seu Espirito “sobre toda a carne”. Ele julgará as nações pagãs e abençoará sua antiga terra. 

Autoria: Joel (1.1).
Data: 840 a.C.
Tema: O Grande e Terrível Dia do Senhor. 
 

Contexto Histórico:
O profeta Joel (hb., Yoel), que significa “Jeová é Deus, quando jovem, conhecia o profeta Eliseu, e provavelmente, o profeta Elias. Era de Judá e ministrava no reinado de Joás, 2 Cr 24. Joel profetizou numa época de grande devastação de toda a terra de Judá. Uma enorme praga de locustas havia despido a zona rural de toda a vegetação, destruiu até as pastagens tanto das ovelhas como do gado, até mesmo tirou a casca das árvores de figo. Em apenas algumas horas, o que tinha sido um terra bonita, verdejante, havia se tornado um lugar de desolação e destruição. Descrições contemporâneas do poder destrutivo dos enxames de locustas confirma a descrição de Joel acerca da praga. A praga das locustas acerca do que Joel escreveu era maior que qualquer um jamais havia visto. Toda a safra foi perdida, e as sementes da safra para o plantio seguinte também foram destruídas. A fome e a seca se apoderaram de toda a terra. Tanto o povo como os animais estavam morrendo. Ela foi tão profunda e desastrosa, que Joel viu uma explicação: era o julgamento de Deus.

A Devastação dos Gafanhotos
Gafanhoto do Deserto
 
Testemunhos fidedignos comentam que os enxames de gafanhotos eram de tal monta que cobriam dezenas de alqueires, chegando, às vezes, a cobrir 50 Km de largura por 120 km de comprimento. Os insetos, depois de acabar com a lavoura e as plantas, entravam nas casas e em todos os lugares à procura de alimento. Tudo era consumido por eles. Um único enxame pode ter bilhões de gafanhotos. Eles alimentam-se ao amanhecer e ao entardecer, chegando a comer 3 mil toneladas de vegetação em um dia.
 

Mensagem:
A mensagem principal do livro de Joel é sobre a vinda do Senhor, onde haverá muita destruição vegetal, atmosférica e humana.  Embora fosse profeta de judá sua mensagem não é exclusivamente para Judá, mas para todos os habitantes da terra. Esta mensagem foi ocasionada por uma forte seca e uma devastadora praga de gafanhotos. O profeta viu esses acontecimentos como um castigo de Deus, por causa do pecado do povo. Ele, também, retratou esta invasão de gafanhotos como um exército, um prenúncio de uma grande campanha militar a ser desencadeada no Dia do Senhor. Assim, sua mensagem consiste em advertências sobre o juízo de Deus, apelo contra o afastamento do povo, conclamação a um arrependimento sincero, promessas sobre o derramamento do Espírito Santo e de bênçãos sobre restauração plena de Israel no fim dos tempos.  
 

Conteúdo:
O Livro de Joel está naturalmente dividido em duas seções. A primeira (1.1-2.27) trata do presente julgamento de Deus, um chamado ao arrependimento e a promessa de restauração. A segunda seção (2.28-3.21) explica que essa praga, horrível como ela pode ser, não é nada comparada ao julgamento de Deus que está a caminho. Este era um tempo em que não somente Judá, mas também todas as nações do mundo serão chamadas diante de Deus. Todavia, nós não podemos deixar de notar a mais notável seção desta curta profecia. Através do Espirito Santo, Joel olha centenas de anos à frente, para um tempo em que Deus irá derramar o seu Espírito “sobre toda a carne” (2.28). Isso será um prelúdio da devastação e julgamento do Dia do Senhor. Será um tempo em que todos os crentes sentirão a habitação do Espirito Santo e irão formar uma comunidade profética na terra. Será um tempo em que a profecia virá de jovens e velhos, de igual modo; quando tanto homens como mulheres irão profetizar. A salvação não será apenas a inigualável bênção sobre Judá. Será um tempo em que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (2.32).
 

Propósito
Joel falou e escreveu em virtude de duas recentes calamidades naturais, e da iminência de uma invasão militar estrangeira. Seu propósito era tríplice: (1) juntar o povo diante do Senhor numa grande assembleia solene (1.14; 2.15,16); (2) exortar o povo a arrepender-se e a voltar-se humildemente ao Senhor Deus com jejuns, choro, pesar e clamor por sua misericórdia (2.12-17); e (3) registrar a palavra profética ao seu povo por ocasião de seu sincero arrependimento (2.18—3.21). Pela sua linguagem clássica e elevada, depreende-se que era um homem culto e mestre entre seus contemporâneos. 
 

Esboços:

Teológico de Oséias
 
I. A PRAGA DE GAFANHOTOS (1.1-2.27)
II. O DIA DO SENHOR (2.28-3.21) 
 

Geral de Oséias 

I. A praga de gafanhotos (1.1-2.27)
A. Os gafanhotos (1.1-4)
B. A interpretação de Joel e suas advertências (1.5-20)
1. O despertar para o perigo (1.5-7)
2. O lamento (1.8-10)
3. O desespero (1.11,12)
4. O arrependimento (1.13-18)
5. O clamor a Deus (1.19,20) 

C. O “Dia do Senhor” está próximo (2.1-27)
1. A narrativa da invasão de um exército (2.1-11)
2. Um apelo para o arrependimento de coração (2.12-17)
a. A busca da misericórdia de Deus (2.12-14)
b. A busca da graça de Deus (2.15-17)
3. A resposta de Deus ao apelo de Judá (2.18-27) 

II. O compromisso de Deus para com o futuro de Judá (2.28-3.21)
A. Deus derramará o seu Espírito (2.28-31)
B. Deus salvará a todo aquele que invocar o seu nome (2.32)
C. Deus executarão julgamento (3.1-16)
D. Deus abençoará o seu povo (3.17-21)
 

Referências:
Ø  BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD.
Ø  RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antônio. A Bíblia Através dos séculos. CPAD.

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