Êx 25.23,30,31;
26.31-37; 30.1,6-8
INTRODUÇÃO
Nesta lição
falaremos sobre a parte interior do tabernáculo ou da tenda, chamada de lugar
santo; pontuaremos detalhadamente os utensílios pertencente a este lugar; e ,
finalizaremos destacando que cada móvel pertencente ao lugar santo aponta para
uma atribuição de Cristo Jesus.
I. INFORMAÇÕES
SOBRE O LUGAR SANTO
Todo o
tabernáculo junto com os seus utensílios eram sagrados. No entanto, no tabernáculo
propriamente dito, havia um lugar chamado de “lugar santo” (Êx 26.33).
Este espaço media cerca de cinco metros de largura e de altura e dez metros de
comprimento (CONNER, 2015, p. 52). Abaixo destacaremos algumas informações
sobre este lugar:
1. A primeira parte do tabernáculo. Internamente a
tenda, estava dividida em duas partes: lugar santo e lugar santíssimo. O
escritor aos hebreus chama de “primeiro tabernáculo” e “segundo
tabernáculo” (Hb 9.6,7).
2. Um lugar de acesso restrito aos sacerdotes. O acesso ao
tabernáculo era cheio de restrições. O povo comum só podia entrar até o pátio.
Somente os sacerdotes podiam entrar até o “lugar santo”; já no santíssimo só
entrava o sumo sacerdote, uma vez por ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7).
3. Um lugar com três utensílios importantes. No lugar santo
haviam três móveis, a saber: o castiçal, a mesa com os pães e o altar de
incenso, todos de ouro, embora somente o castiçal fosse completamente de ouro
(Êx 30.27; 31.8).
II. O CANDELABRO E
A SUA MANUTENÇÃO
1. Descrição.
Em hebraico a
palavra que indica o candeeiro, castiçal, candelabro ou
simplesmente lâmpada que era usado no tabernáculo e posteriormente no templo
de Jerusalém é “menorah” (Êx 25.31-40; 37.17-24; Zc 4.2-5,10-14). Notemos
algumas informações importantes sobre este utensílio: a) era totalmente de “ouro puro e batido” bem como os seus
utensílios (Êx 25.31,36,39; 31.8; 37.24; 39.37); b) tinha sete hásteas com sete lâmpadas; uma localizada na coluna
central, e três saindo de cada lado em braços separados (Êx 25.37; 37.17-22; Nm
8.2); c) seu peso era cerca de um
talento (cerca de 40 a 50 kg), e segundo a tradição judaica media 1,5 metro de
altura por 1,0 metro de largura de uma extremidade a outra; d) era formado de uma única peça de
ouro, pelo que não havia partes separadas ou emendadas (Êx 25.31; 37.17). A
coluna ou talo central do candelabro era decorada com quatro cálices esculpidos
em forma de flores de amendoeira, alternando-se entre botões e flores e cada
uma das hastes laterais tinha três cálices, alternando-se da mesma forma entre
botões e flores (Êx 25.31-36; 37.17-22); e, e) uma das principais finalidades do candeeiro era trazer
luminosidade na parte interior do Tabernáculo (Êx 27.20,21; Lv 24.1-4).
2. O castiçal e a sua manutenção.
Arão e seus
filhos deviam preparar as lâmpadas cada vez que oferecessem incenso no altar de
ouro: “manhã e tarde” (Êx 30.7,8). Para que as lâmpadas permanecessem
acesas era ordenado que trouxessem “azeite puro” (Êx 27.20; Lv 24.1,2).
O sacerdote tinha duas tarefas diárias que não podiam ser esquecidas: manter
aceso o fogo sobre o altar (Lv 6.12,13) e manter acesas as lâmpadas do
candelabro dentro da tenda durante todo o dia, sendo assim, a luz não podia ser
apagada em momento algum. A expressão “continuamente” aparece por três
vezes (Lv 24.2-4). Era função do sacerdote: a) aparar os pavios, retirando a parte queimada, e, b) manter o suprimento de azeite (Êx
27.21; Lv 24.3; Nm 8.1-3). Arão usava cortadores de pavio e apagadores para
cumprir suas funções sacerdotais (Êx 37.23,24) (HENRY, 2010, p. 427).
III. A MESA DOS
PÃES E A SUA MANUTENÇÃO
1 Descrição.
A mesa com os pães
da proposição era feita de: a)
madeira de acácia ou cetim; b) tinha
dois côvados de comprimento (100 cm), um côvado de largura (50 cm) e, um côvado e meio de altura (75 cm), revestida ao redor com ouro
puro e uma moldura de ouro em volta (Êx 37.10-12). Para a ministração na mesa
da proposição, Deus estabeleceu a fabricação de alguns utensílios, que deveriam
ficar sobre ela (Êx 25.29). Os pratos serviam para colocar os pães; as colheres
eram cálices para colocar o incenso sobre os pães, identificando-o como
sacrifício (Lv 24.7). As galhetas (tigelas) e as taças (copos), eram para
armazenar e despejar o vinho (não alcoólico) em oferta de libação. Todos estes
utensílios eram feitos de ouro puro (BEACON, 2010, p. 208 – acréscimo nosso). A
parte superior da mesa descansava sobre uma armação, e em volta dela havia uma
coroa ou moldura de ouro, projetando-se sobre a parte de cima para impedir que os
objetos caíssem dela. Na mesa havia ainda, uma argola em cada esquina para
permitir que ali fossem introduzidas os varais, a fim de transportar a mesa (Êx
25.23-28).
2. A mesa e a sua manutenção.
Os coatitas eram
responsáveis de assar os pães da proposição de “sábado em sábado”, bem
como de transportá-los quando o tabernáculo mudava (Nm 4.7; 1 Cr 9.32;
23.28,29). Cada pão era feito de farinha finíssima, ou seja, a farinha de trigo
da melhor qualidade. Os sacerdotes comiam dele no Lugar Santo, quando era trocado
no sábado (Lv 24.7-9).
IV. O ALTAR DO
INCENSO E SUA MANUTENÇÃO
1. Descrição.
Deus mostrou a
Moisés que este altar deveria ser: a)
de madeira de acácia (Êx 30.1); b)
com um formato “quadrado” ou “quadrangular” e precisas medidas que
equivalem a “50 cm de comprimento, 50 cm de largura e 100 cm de altura” (Êx
30.2); c) forrado de “ouro
puro” completamente (Êx 30.3); d)
deveria ter “quatro pontas”, uma em cada canto (Êx 30.2); e) duas argolas nos cantos, para
receber os varais e ser transportado junto com o tabernáculo, quando necessário
(Êx 30.4; 37.25-27); e, f) uma
moldura (coroa) desenhada a volta do altar e abaixo desta (Êx 30.3b).
2. O altar do incenso e a sua manutenção.
O altar de ouro
foi construído para que unicamente nele se queimasse incenso ao Senhor (Êx
30.7,8). Neste, não poderia ser oferecido incenso estranho nem ofertas de
sangue, nem libações (Êx 30.9). Somente uma vez no ano, o altar do incenso era
purificado com sangue de um sacrifício oferecido no altar do holocausto (Êx 30.10).
Os sacerdotes tinham acesso ao altar de ouro para oferecer incenso no tempo
aprazado (Êx 30.7,8). Era neste altar que Deus se encontrava particularmente
com a pessoa que, dia a dia, oferecia o incenso (Êx 30.6b).
V. OS MÓVEIS DO
LUGAR SANTO APONTAM PARA CRISTO JESUS
1. O castiçal aponta Jesus como a luz do mundo.
O castiçal no
seu formato prefigura o Messias. Assim como o castiçal tinha sete braços (Êx
25.31-36); do Messias procederia o Espírito com Suas sete virtudes: “E
repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o espírito de sabedoria e de
entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento
e de temor do SENHOR” (Is 11.2). O castiçal também prefigura Cristo na
sua função iluminadora. O profeta Isaías anunciou que a vinda do Messias traria
luz ao mundo (Is 9.2; 60.1-2). Por ocasião do nascimento de Jesus, o
evangelista Mateus afirmou que a profecia de Isaías se cumpriu: “O
povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande luz; e aos que estavam
assentados na região e sombra da morte a luz raiou” (Mt 4.16). O
apóstolo João afirmou o seguinte acerca de Jesus: “E a luz resplandece nas trevas, e
as trevas não a compreenderam” (Jo 1.5). O apóstolo ainda declara em
João 3.19-20: “[…] a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz […]”.
O próprio Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12 ver
9.5).
5.2 A mesa dos pães aponta para Jesus como o pão
vivo.
Os pães da
proposição também apontam tipologicamente para o Senhor Jesus Cristo. Vejamos:
·
Sua perfeição moral. Como o pão da proposição não tinha em sua composição o
fermento (JOSEFO apud CHAMPLIN, 2001, p. 419), que em alguns textos bíblicos é
um símbolo da corrupção moral (Mt 16.11; Mc 8.15; 1Co 5.6-8; Gl 5.9), serve
como figura da pureza de Jesus (Lc 1.35; 2Co 5.21; Hb 4.15; 1Pe 1.18,19);
·
Seu sofrimento. Para a preparação do pão da proposição, foi usada da melhor
farinha obtida de grãos inteiros do trigo. Para que esse trigo se tornasse
adequado, ele tinha que ser triturado até se tornar pó finíssimo. O Senhor
Jesus Cristo, como trigo, foi moído (Is 53.7,10), sendo Ele o nosso pão da vida
(Jo 12.24). Não menos importante, para o pão servir de alimento precisava ser
assado (Lv 24.5). Sendo também esse processo uma alusão ao intenso sofrimento
do Filho de Deus no Calvário (Mt 3.11; Lc 3.16; Hb 9.14; 12.29);
·
Sua provisão. Jesus é o Pão da Vida (Jo 6.48), que se fez carne para morrer por
nossos pecados (Jo 6.38,51), que sustenta os homens também no âmbito espiritual
(1Pe 2.9; Ap 1.6). O pão da proposição prefigura “o grão de trigo” (Jo
12.24), que foi sujeitado ao fogo do julgamento divino em lugar dos homens (Jo
12.32,33). Cristo é o nosso pão espiritual, descido do céu (Jo 6.33,38,50,58),
que provisionou a toda humanidade (Jo 3.16) através da fé em sua morte e
ressurreição (Ef 2.8; 1Pe 1.21), a vida eterna: “Na verdade, na verdade vos digo
que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47; ver 6.54-58).
3. O altar o incenso aponta para a intercessão de
Jesus.
Somente os
sacerdotes estavam habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor
(Êx 30.7,8), pois eles eram mediadores entre Deus e o povo (Hb 5.1). Cristo,
como nosso sacerdote eterno (Sl 110.4; Hb 6.20), que está a destra do Pai (Cl
3.1; Hb 1.3; 8.1; 10.12; 12.12), intercede por nós (Rm 8.34; Hb 7.25). É em seu
nome que oramos e obtemos a resposta (Jo 14.13,14; 16.24). Por sua morte na
cruz, fomos feitos sacerdotes (1 Pe 2.9; Ap 1.6; 5.10), e com isso podemos
comparecer a presença de Deus por meio da oração e sermos atendidos segundo a Sua
vontade (1 Jo 5.14), em tempo oportuno (Hb 4.16).
CONCLUSÃO
Cristo é
retratado no lugar santo por meio dos utensílios que nele estão: o castiçal
aponta para Cristo como a luz do mundo; a mesa dos pães remete-nos a Cristo
como o pão da vida; e, por fim, o altar do incenso fala-nos da contínua
intercessão de Cristo pelos Seu povo.
REFERÊNCIAS
Ø GILBERTO,
Antônio, et al. Teologia Sistemática
Pentecostal. CPAD.
Ø HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa.
OBJETIVA.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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