2 Tm 2.14-19; 2 Pe
1.20,21
INTRODUÇÃO
Nesta
lição ressaltaremos a nossa confissão de fé em relação à Palavra de Deus;
destacaremos também as principais características e propósitos das Escrituras
como regra de fé e prática; e, por fim, demonstraremos as principais razões
pelas quais devemos seguir comprometidos com a Palavra de Deus.
I. A PALAVRA DE DEUS E A VISÃO ASSEMBLEIANA
1. A declaração de fé e a
Bíblia:
“Cremos,
professamos e ensinamos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única
revelação escrita de Deus (Ap 1.1) dada pelo Espírito Santo (1Co 2.13,14),
escrita para a humanidade e que o Senhor Jesus Cristo chamou as Escrituras
Sagradas de a “Palavra de Deus” (Mc 7.13); que os livros da
Bíblia foram produzidos sob inspiração divina: “Toda a Escritura é
inspirada por Deus e útil” (2Tm 3.16 – ARA). Isso significa que toda a
Escritura foi respirada ou soprada por Deus, o que a distingue de qualquer
outra literatura, manifestando, assim, o seu caráter sui generis. As Escrituras
Sagradas são de origem divina; seus autores humanos falaram e escreveram por
inspiração verbal e plenária do Espírito Santo (2Pd 1.21). Deus soprou nos
escritores sagrados, os quais viveram numa região e numa época da história e
cuja cultura influenciou na composição do texto. Esses homens não foram usados
automaticamente; eles foram instrumentos usados por Deus, cada um com sua
própria personalidade e talento. A inspiração da Bíblia é especial e única, não
existindo um livro mais inspirado e outro menos inspirado, tendo todos o mesmo
grau de inspiração e autoridade. A Bíblia é nossa única regra de fé e prática
(Is 8.20), a inerrante, completa e infalível Palavra de Deus: “A lei do
SENHOR é perfeita” (Sl 19.7). É a Palavra de Deus, que não pode
ser anulada: “e a Escritura não pode falhar” (Jo 10.35 – ARA)” (SOARES
(Org), 2017, p. 23 - grifo nosso).
2. Definição do termo Bíblia.
A
palavra “Bíblia” não se encontra no texto das Sagradas
Escrituras. É derivado do nome que os gregos davam à folha de papiro preparada
para a escrita - “biblos”. Um rolo de papiro de tamanho
pequeno era chamado “biblion”, e vários destes era uma “bíblia”.
Portanto, a palavra Bíblia quer dizer “coleção de livros pequenos”.
“Atribui-se a João Crisóstomo a disseminação do uso desse vocábulo para se
referir à Palavra de Deus. No Ocidente, a palavra em questão foi introduzida
por Jerônimo — tradutor da Vulgata (tradução da Bíblia do grego para o
latim) —, o qual, costumeiramente, chamava o Sagrado Livro de Biblioteca
Divina” (ANDRADE, 2008, p. 20 – acréscimo nosso). Os nomes mais comuns que a
Bíblia dá a si mesma são: a) Escrituras (Mt 21.42; 22.29; Mc
14.29; Lc 24.27; Jo 5.39); b) Sagradas Letras (2Tm 3.15); c) Livro
do Senhor (Is 34.16); e, d) Palavra de Deus (Pv 30.5; Hb
4.12).
II. CARACTERÍSTICAS DA PALAVRA DE DEUS
A
autoridade da Bíblia deriva de sua origem divina. O selo dessa autoridade
aparece em expressões como: “assim diz o SENHOR” (Êx 5.1; Is
7.7); “veio a palavra do SENHOR” (Jr 1.2); “está escrito” (Mc
1.2). Isso encerra a suprema autoridade das Escrituras com plena e total
garantia de infalibilidade, pois a Bíblia é a Palavra de Deus (Mc 7.13; 1Pd
1.23-25) (HORTON, 1996, p. 218). A Bíblia é um livro superior a qualquer outro
livro, pois possui características que a fazem ser singular. Vejamos:
1. A Palavra de Deus é
inspirada.
A
Bíblia alega ser um livro de Deus e ter uma mensagem com autoridade divina.
Paulo diz que: “Toda a Escritura é divinamente inspirada [...]” (2Tm
3.16). A palavra grega é “theopneustos”, e significa literalmente
“soprada por Deus”. Portanto, a Bíblia não contém, nem se torna,
ela é a Palavra de Deus. Geisler (2010, p. 460 - acréscimo nosso) define a
inspiração da seguinte forma: “é a operação sobrenatural do Espírito
Santo, que, por intermédio de diferentes personalidades e estilos literários
dos autores humanos escolhidos, investiu as palavras exatas dos livros
originais das Sagradas Escrituras, em separado ou no seu conjunto, como a
própria Palavra de Deus, isenta de erro em tudo o que ensina, e é, dessa forma,
a regra infalível e a autoridade final de fé e prática para todos os crentes”.
As próprias Escrituras afirmam ser inspiradas no todo, em partes, em palavras e
em cada letra: a) Inspiração do todo (Mt 5.17; 2 Tm 3.16); b) Inspiração
de partes (Jo 12.14-16); c) Inspiração das palavras (Mt 4.4); e, d) Inspiração
de cada letra (Mt 5.18).
2. A Palavra de Deus é
revelada.
A
Bíblia é a revelação escrita de Deus ao homem, pois através dela o Senhor se
fez conhecido de forma especial (Jo 3.16). O conhecimento divino preservado nas
Sagradas Escrituras, é posto à disposição da humanidade (Dt 8.3; Is 55.11; 2Tm
3.16; Hb 4.12). Por ela, conhecemos Seus atributos comunicáveis e
incomunicáveis, dentre outras coisas (Sl 139.1-10; 1Jo 4.8). “Pela
Bíblia, Deus fala em linguagem humana, para que o homem possa entendê-lo. Isto
é, Deus, para fazer-se compreender, vestiu a Bíblia da nossa linguagem, bem
como do nosso modo de pensar” (GILBERTO, 2004, p. 06 – acréscimo
nosso). A revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer aos escritores
da Bíblia, coisas e fatos desconhecidos, que eles saberiam, nem descrever,
senão por revelação divina (Gn 1,2).
3. A Palavra de Deus é
inerrante.
Segundo
o Aurélio (2004, p. 1100) a palavra “inerrância” significa: “que
não pode errar; infalível; não errante, fixo”. Teologicamente “a
inerrância bíblica é a doutrina segundo a qual as Sagradas Escrituras não
contêm quaisquer erros, por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de
Deus” (ANDRADE, 2008, p. 33). A palavra de Deus não pode mentir (Sl 19.8,9; Hb
6.18); não pode passar ou ser destruída (Mt 5.18); permanecerá para sempre (1Pe
1.25); e é a própria verdade (Jo 17.17).
4. A
Palavra de Deus é infalível.
Segundo
Andrade (2006, p. 229 – acréscimo nosso) é a “doutrina de acordo com a qual a
Bíblia Sagrada é infalível em seus propósitos, promessas e profecias”. Ela pode
ser assim considerada porque: a) seus propósitos jamais falham; b) suas
promessas são rigorosamente observadas; e, c) suas profecias cumprem-se
de forma detalhada, exata e clara. Deus usou o profeta Isaías para dizer: “[...]
a [...] palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes
fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55.11
ver ainda Hb 4.12a).
5. A
Palavra de Deus é completa.
Quando
afirmamos que a Bíblia é um livro completo, dizemos que ela contém tudo aquilo
que Deus quis revelar à humanidade (Dt 29.29). Ela é completa no que diz
respeito ao seu propósito principal, que é revelar-nos a origem de todas as
coisas (Gn 1-3); como o pecado passou a fazer parte da história (Gn 3.1-24);
como o homem tornou-se destituído da glória de Deus (Rm 3.23); e apresentar o
único meio de o homem obter a salvação, através da fé em Jesus Cristo (Jo 3.16;
Rm 3.21-24).
III. PROPÓSITOS DA PALAVRA DE DEUS
1. A
Bíblia foi escrita para ensino nosso.
Paulo
diz: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito
[…]” (Rm 15.4). Segundo Champlin (2004, p. 855), “Paulo faz aqui uma
pausa momentânea a fim de relembrar aos seus leitores qual a autoridade e qual
o devido uso das Escrituras. Ele também quis dar a entender, que ela está
repleta de boas coisas para nossa instrução moral e espiritual, e a igreja tem
feito bom emprego dela, quanto a esses propósitos”.
2. A
Bíblia foi escrita para aviso nosso.
O
mesmo apóstolo assevera acerca da Bíblia que as coisas que estão escritas “[…]
estão escritas para aviso nosso […]” (1Co 10.11). Para exortar os
crentes de Corinto, Paulo utiliza-se do mau comportamento do povo de Israel no
deserto (1Co 10.1-6). O apóstolo diz que este exemplo negativo serve de aviso a
fim de que não caiamos nos mesmos erros (1Co 10.6,11). Segundo Champlin (1995,
p. 396 – acréscimo nosso) a palavra “aviso” no original
grego é: “nouthesia”, que significa: “admoestação”,
“instrução”, “aviso”, que é utilizada tanto no
sentido positivo quanto negativo, ou seja, uma atitude que pode ser reproduzida
ou evitada”. Os bons exemplos quanto os maus exemplos de personagens das
Escrituras também foram registrados para nos trazer advertências.
3. A
Bíblia foi escrita para nos instruir no caminho certo.
Paulo
descreveu para o jovem obreiro Timóteo quais os muitos propósitos da Escritura
em relação ao homem: “Toda a Escritura é […] proveitosa para ensinar, […]
redarguir, […] corrigir, […] instruir em justiça” (2Tm 3.16). Tudo que
foi escrito, o foi para nos instruir no caminho da justiça. Segundo Champlin
(1995, p. 396 – acréscimo nosso), no tocante à justiça que no grego é: “dikaiosune”,
fica indicado o “treinamento naquilo que é reto”. Porém, no
sentido cristão, “praticar o que é reto” consiste em cultivar o
caráter moral de Cristo, o qual, por sua vez, reproduzirá a moralidade de Deus
Pai”.
IV. POR QUE DEVEMOS NOS COMPROMETER COM A PALAVRA DE DEUS
1.
Porque a ela é o manual do crente (2Tm 2.15; 3.16).
Ela é
o livro-texto do cristão. Ela nos ensina como devemos amar, temer e obedecer a
Deus (Dt 17.18,19; Ec 12.13; Lc 10.27); como devemos amar ao próximo (Mc 12.33;
Lc 10.27-37); bem como nos ensina a viver neste mundo (Mt 5.13-16; 1Co 10.32).
Por isso, devemos ler a Bíblia para ser sábio; crer na Bíblia para ser salvo e
praticar a Bíblia para ser santo (1Tm 4.16; 2Tm 3.15).
2.
Porque a ela alimenta nossas almas (Mt 4.4; Jr 15.16; 1Pe 2.2).
Sem
dúvidas, a leitura da Palavra de Deus produz nutrição e crescimento espiritual.
Ela é tão indispensável à vida espiritual como o alimento é para o corpo. Por
isso, ela é comparada ao alimento. O texto de l Pedro 2.2, fala do intenso
apetite do recém-nascido: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente
nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo”.
Assim deve ser o nosso apetite pela Palavra de Deus. Bom apetite pela
Bíblia, é sinal de saúde espiritual.
3.
Porque a ela é a espada do Espírito (Ef 6.17; Hb 4.12).
Escrevendo
aos efésios, o apóstolo Paulo fala sobre a armadura de Deus (Ef 6.10-17), onde
ele descreve diversas peças da armadura, que servem para defesa, tais como:
capacete, couraça, escudo etc. A Palavra de Deus, que é chamada de “espada do
Espírito”, é a única arma de ataque nessa descrição (Ef 6.17). O escritor aos
Hebreus também compara a Bíblia a uma espada, quando diz que ela é mais
penetrante do que qualquer espada de dois fios (Hb 4.12). Foi com esta arma que
Jesus venceu a tentação (Mt 4.1-11).
4.
Porque a ela é um livro diferente dos demais livros.
Desde a
invenção da escrita e da imprensa, milhares de livros já foram escritos no
mundo. Muitos deles se tornaram conhecidos no mundo, marcaram a história e até
se tornaram best-seller, ou seja, mais vendidos. Mas, nenhum deles pode ser
comparado à Bíblia. Isto por quê: a) Somente a Bíblia é inspirada por Deus (2Tm
3.16; 2Pe 1.20,21); é viva e eficaz (Hb 4.12; Is 55.10,11); é infalível (Is
40.8; 1Pe 1.24,25).
CONCLUSÃO
O
comprometimento com a Palavra de Deus é uma característica preservada pelo
verdadeiro pentecostalismo. Deus colocou à disposição dos seus servos a Bíblia:
a Palavra de Deus, inspirada, revelada, inerrante, infalível e completa, a fim
de que, por ela, todos possam conhecê-lo como também a Sua vontade.
REFERÊNCIAS
Ø ANDRADE, Claudionor de. Dicionário
Teológico. CPAD.
Ø GEISLER, Norman. Teologia
Sistemática. CPAD.
Ø GILBERTO, Antonio, et al. Teologia
Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø HORTON, Stanley M. Teologia
Sistemática: Uma perspectiva
Pentecostal. CPAD.
Por Rede
Brasil de Comunicação.
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