sexta-feira, 11 de junho de 2021

LIÇÃO 11 – O PRESBÍTERO, BISPO OU ANCIÃO




 
 
Tt 1.5-7; 1 Pe 5.1-4

 
 

INTRODUÇÃO
Como líderes os presbíteros estão para a congregação como um pastor de ovelhas para o rebanho. Por isso, eles alimentam com a Palavra de Deus, ajudando o rebanho a crescer espiritualmente e ficando alertas contra quaisquer perigos de erro ou pecado, que seria uma ameaça para o bem-estar espiritual do rebanho (1Ts 5.14). Veremos nesta lição a definição da palavra presbítero, analisaremos sua função na Igreja Primitiva, e estudaremos também suas atribuições e deveres nas suas funções ministeriais como líder e servo de Deus. 
 

I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA PRESBÍTERO
De acordo com a Bíblia de Estudo Palavras-Chaves (2012, p. 2369. Nota 4245), o termo presbíteros do grego: “presbyteros” é uma forma comparativa da palavra grega: “presby” que significa: “uma pessoa experiente, madura, mais velha, anciã”. Os presbíteros tomavam parte ativa no apascentamento da igreja (At 20.28) e também no ensino, pois uma das qualidades exigidas do candidato ao presbitério era que fosse: “apto para ensinar” (1Tm 3.2). Os presbíteros constituíam um corpo auxiliar no governo da igreja, sob a presidência do pastor. Convém salientar que os ministros também se consideravam presbíteros. O apóstolo Pedro escreveu para os presbíteros que ele também era presbítero (1Pe 5.1), e o apóstolo João considerava-se ancião (2Jo 1) ou presbítero (3Jo 1) (BERGSTÉN, 1999, p. 270). Podemos dizer que os presbíteros não são pastores, mas, exercem funções pastorais. 
 

II. O PRESBÍTERO NA IGREJA PRIMITIVA
Segundo o relato de Lucas sobre a origem e expansão do Cristianismo, os presbíteros já estavam presentes na igreja de Jerusalém (At 11.30, 14.23, 15.2,4,6-23), onde eram constituídos de cidade em cidade (Tt 1.5). Tiago e Pedro em suas epístolas gerais, dirigem-se aos presbíteros (1Pe 5.1,2; Tg 5.14). Paulo dirige-se a eles e os chama de bispos, outra palavra empregada para designar este mesmo cargo (At 20.28). Não se sabe quem eram e como foram escolhidos esses presbíteros, provavelmente pela imposição de mãos (At 6.6; 13.3; 1Tm 4.14; 5.22) mas certamente foram consagrados pela igreja sob orientação do Espírito Santo através do líder maior e conforme suas qualificações. Parece que atuavam de maneira semelhante aos anciãos das comunidades judaicas e do Sinédrio (At 11.30; 15.2-6.22-23; 16.4; 21.18). Os presbíteros são “anciãos” porque não são novatos, mas sim, mais velhos na fé e já tiveram tempo para desenvolver a sua maturidade espiritual (1Tm 3.6; 1Tm 5.17; 3.5,12).
 
 
III. OS PRESBÍTEROS COMO LÍDERES E MINISTROS DA PALAVRA
1. À luz do NT, o presbítero poderia ser o próprio pastor local: “Rogo, pois, aos PRESBÍTEROS que há entre vós, eu, presbítero como eles [...] PASTOREAI o rebanho de Deus que há entre vós [...]” (1Pe 5.1-4). “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para APASCENTARDES a igreja de Deus [...]” (At 20.28). A designação “pastor”, do grego: “poimen”, fala-nos da atividade de cuidar do rebanho, que envolvia: alimentar, guiar, cuidar (VINE, 2003, p. 856). Dessa forma, os presbíteros, do grego: “presbyteros”, literalmente: “homem idoso, ancião, os que cuidam espiritualmente da igreja”, que assim exerciam seus presbitérios, eram chamados também de “pastor” (idem, 2003, p. 396). “[...] Os presbíteros que PRESIDEM bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina (1Tm 5.17).
 
2. O pastor que na igreja primitiva “presidia”, sempre que exercia essa função, era chamado de “bispo”. A Bíblia de Estudo Pentecostal afirma em sua nota sobre "Dons Ministeriais para a Igreja" que: "Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. Também chamados "presbíteros" (At 20.17; Tt 1.5) e "bispos" ou supervisores (1Tm 3.1; Tt 1.17)" (STAMPS, 1995, p. 1815). Do grego: “episkopos”, literalmente, ‘inspetor’ formado de “epi”, ‘por cima de’, e “skopeo”, ‘olhar’ ou ‘vigiar’, é encontrado em At 20.28; Fp 1.1; 1Tm 3.2; Tt 1.7; 1Pe 2.25 (VINE, 2003, p. 434 – grifo nosso). Ao longo dos séculos, a atividade do presbítero caracterizou-se pelo ministério de administrar as igrejas, bem como do ensino da Palavra. Sua atividade é necessária para o bom ordenamento das atividades das igrejas locais (RENOVATO, 2014, p. 130).
 
3. O aspecto sinonímico: São usados em referência aos líderes da igreja as palavras Bispo, presbítero, ancião e pastor. Alguns aludem a 1 e 2 Timóteo e Tito como o "Manual do Pastor", por causa das preciosas instruções e qualificações dadas ao ministério e à igreja. Em 1 Timóteo 3, há orientações muito específicas a todo aquele que aspira ao pastorado. Observe a afirmação que segue: "Para efeito de esclarecimento, os títulos bispo, presbítero ou ancião e pastor são usados intercambiavelmente na Escritura e referem-se ao mesmo ofício, mas expressam responsabilidades diferentes, como supervisão administrativa, liderança espiritual e ministério, bem como alimentar e atender o rebanho de Deus. Em Atos 20, todos os três conceitos: bispo, ancião e pastor - são usados em referência aos líderes da igreja em Éfeso (TRASK et al, 1999, p. 110). 
 

IV. DEVERES E FUNÇÕES MINISTERIAIS DO PRESBÍTERO
A evidência bíblica indica que “bispo” é simplesmente outro termo para presbítero também (At 20.17-35; Tt 1.7). A maioria dos estudiosos reconhece isso, que na linguagem do NT o mesmo ofício na Igreja é chamado indiferentemente de bispo “episkopos” e ‘ancião’ ou presbítero “presbyteros”. Em terminologia bíblica, presbíteros pastoreiam, supervisionam, lideram e cuidam da igreja local. De acordo com o NT, os presbíteros são responsáveis por:
 
  • Administrar e supervisionar uma igreja local, pois são líderes na igreja (1Tm 5.17; Tt 1.7; 1Pe 5.1-2);
  • Ensinar e pregar a Palavra (1Tm 3.2; 5.17; 2 Tm 4.2; Tt 1.9);
  • Proteger a igreja de falsos mestres (At 20.17, 28-31; 1Tm 4.1; Tt 1.9);
  • Exortar e admoestar os santos na sã doutrina (1Tm 4.13; 2Tm 3.13-17; Tt 1.9);
  • Visitar e orar pelos doentes ungindo-os com óleo (Tg 5.14; At 20.35);
  • Julgar questões doutrinárias (At 15.16);
  • Dirigir igrejas (1Pe 5.2; 1Tm 5.17);
  • Apascentar e cuidar da igreja (1Pe 5.2; Hb 13.17). 

O termo: “poimen” enfatiza o trabalho de pastor, pastoreador, guardião, cuidador, defensor, apascentador, alimentador das ovelhas (Ef 4.11; 1Pe 2.25). O termo: “episcopos” que significa: “bispo ou supervisor”, enfatiza o trabalho de supervisionar, cuidar, zelar, fazer funcionar bem todo a igreja local, o Corpo de Cristo (At 2.28; Fp 1.1; 1Tm 3.2; Tt 1.7; 1Pd 2.25). Os apóstolos, Paulo disse: “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.28).
 
 
V. CARACTERÍSTICAS MORAIS E MINISTERIAIS DO PRESBÍTERO
Os padrões bíblicos do presbítero são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos, por mais que tudo isso seja também importante. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade de vida.
Há três textos bíblicos principais que apresentam, em forma de instrução e prescrição, as qualificações necessárias dos presbíteros (1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9; 1Pe 5.1-3). O assunto é extremamente importante e sempre atual para cada igreja local. O cristão consciente sabe muito bem o quanto é valioso para a igreja ter presbíteros que satisfaçam a essas referências bíblicas. São listados a seguir algumas qualificações necessários aos presbíteros. Vejamos: 

  • Irrepreensível (1Tm 3.2; Tt 1.6,7);
  • Vigilante, sóbrio, temente, honesto e moderado (1Tm 3.2; Tt 1.7,8);
  • Hospitaleiro (1Tm 3.2; Tt 1.8);
  • Apto para ensinar, sábio (1Tm 3.2; Tt 1.9);
  • Não dado ao vinho e não violento, mas moderado (1Tm 3.3; Tt 1.7);
  • Inimigo de contendas (1Tm 3.3; Tt 1.6);
  • Não cobiçoso ou avarento (1Tm 3.3; Tt 1.7);
  • Aprovado na sua família (1Tm 3.4,5; Tt 1.6);
  • Marido de uma mulher e que governe bem sua casa (1Tm 3.2; Tt 1.6);
  • Não seja neófito, ou seja, novo convertido (1Tm 3.6; Tt 1.7);
  • É preciso ser experimentado para não se ensoberbecer, obediente (Tt 1.6);
  • Ter bom testemunho (1Tm 3.7);
  • Ser “exemplo dos fiéis” (1Tm 4.12,15; Tt 2.7; 1Pe 5.3);
  • Ser Fiel (1Co 4.1,2);
  • Amigo do bem (Tt 1.8; 1Pe 5.2);
  • Ser dedicados à Palavra e ao ensino (1Tm 5.17-19). 
 

CONCLUSÃO
Aprendemos que se algum homem deseja ser presbítero, deseja um encargo nobre e importante (1Tm 3.1). É necessário, porém, que o obreiro seja chamado por Deus e essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus (1Tm 3.1- 10; 4.12) e pela igreja (1Tm 3.10). A igreja não aceita pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A principal missão do presbítero é servir a Deus, assim como esta também é a missão do diácono. Porém, o serviço a ser realizado pelo presbítero corresponde à administração da casa do Senhor no campo espiritual e, esta administração, é principalmente realizada pelo ensino autêntico da Palavra de Deus.
                                                                                                                   
 
REFERÊNCIAS
Ø  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais: servindo a Deus e aos homens com o poder extraordinário. CPAD.
Ø  BERGSTÉN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. CPAD.
Ø  TRASK, Thomas E. et ali. O pastor pentecostal: um mandato para o século XXI. CPAD.
Ø  VINE, W. E.et al. Dicionário VINE: o significado exegético e expositivos das palavras do AT e NT. CPAD.
  
 
Por Rede Brasil de Comunicação.


 

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