sexta-feira, 12 de novembro de 2021

LIÇÃO 07 – PAULO, O PLANTADOR DE IGREJAS (SUBSÍDIO)

 
 


 1Co 3.6-9; At 13.1-3; 16.1-5,9,10 

 
  
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos alguns aspectos do apóstolo Paulo como um autêntico missionário; veremos algumas informações sobre suas viagens missionárias e seus propósitos; e, por fim, pontuaremos algumas informações sobres as suas três viagens como plantador de igrejas pela Europa e Ásia Menor.
 
 
I. PAULO, UM MISSIONÁRIO AUTÊNTICO
1. Paulo um verdadeiro plantador de igrejas.
Em suas cartas, Paulo declara que foi chamado pelo Senhor para ser “apóstolo dos gentios” (Rm 11.13; 1Tm 2.7; 2Tm 1.11) e destacou-se como um missionário transcultural (At 9.15; 13.1-3; 22.21; 26.16,17). Atravessou mares, cruzou desertos, enfrentou açoites e prisões para plantar igrejas na Europa e na Ásia. Tornou-se o maior evangelista e o maior plantador de igrejas do cristianismo. Pastoreou igrejas e desbravou campos inalcançados, abrindo novas fronteiras para a implantação do Reino de Deus na terra. Como plantador de igrejas, foi preso em Damasco (At 9.24,25; 2Co 11.32,33), rejeitado e perseguido em Jerusalém (At 21.27-32; 24.1-9), esquecido em Tarso (At 9.26), apedrejado em Listra (At 14.19), preso em Filipos (At 16.11,12,19-24), escorraçado de Tessalônica e Beréia (At 17.10-13), e chamado de tagarela em Atenas (At 17.16-18). Em Antioquia da Psídia, foi banido da cidade (At 13.50) e em Icônio fugiu a tempo para não ser apedrejado (At 14.6). Enfrentou oposição em Éfeso (At 19.1,21-29); foi preso em Jerusalém; acusado em Cesaréia; picado por uma víbora em Malta (At 28.1-6), e finalmente foi preso em Roma (At 28.30). Os sofrimentos e humilhações foram incontáveis ao longo do seu ministério apostólico: “Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo” (2Tm 2.3).
 
2. Paulo não se envergonhava do Evangelho de Cristo.
Após a sua conversão, ele tornou-se um pregador do Evangelho. Seu maior desejo era levar as Boas Novas de salvação à toda criatura. Por isso, jamais se envergonhou do evangelho (Rm 1.16); e, onde chegava, procurava sempre uma ocasião para falar de Cristo, quer fosse nas sinagogas (At 13.5; 14.1), nas casas (At 20.20) e de cidade em cidade (At 14.6,7; 15.35). Nem mesmo a prisão era impedimento para ele pregar (Fp 1.12,13; 2Tm 2.9).
 
3. Paulo sentia-se um devedor.
O desejo de pregar o Evangelho era tão grande na vida de Paulo, que ele chegava a ter um sentimento de dívida para com os homens. Ele diz: “Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes” (Rm 1.14). Este “sentimento de dívida” não era restrito apenas aos que estavam perto, mas também para com aqueles que estavam mais distantes. Por isso, desejava viajar para outras cidades (Rm 1.15).
 
4. Paulo sentia-se na obrigação de pregar o Evangelho.
Para o apóstolo Paulo, pregar o Evangelho não era uma tarefa qualquer. Era uma obrigação: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (1Co 9.16). A Grande Comissão não é um pedido, é uma ordem (Mt 28.18-20; Mc 16.15).
 
5. Paulo estava disposto a sofrer por amor a Cristo e ao Evangelho.
Quando Paulo se despediu dos presbíteros em Éfeso, ele disse que estava pronto para cumprir a sua missão (At 20.22-24). Em outra ocasião, um profeta por nome Ágabo tomou a sua cinta, e ligando os seus próprios pés e mãos, entregou-lhe uma mensagem, mas ele não desistiu (At 21.11-13).
 
 
II. AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO E SEUS PROPÓSITOS
Paulo realizou três viagens missionárias, onde pregou nas cidades do Império Romano (At 13.1-14.28; 15.36-18.22; 18.23- 20.38). Apesar de não dispor de muitos recursos, nem de meios de transportes e de comunicação sofisticados, ele pôde alcançar o mundo de sua época (Cl 1.23). Enumeramos, pelo menos, três propósitos das viagens missionárias de Paulo:

1. Pregar o evangelho.
Sem dúvidas, este era o principal objetivo de suas viagens (At 14.1; 16.31; 17.4,12; 18.8; 19.20).
 
2. Visitar os novos crentes.
Paulo e seus companheiros não apenas evangelizavam, mas também visitavam os novos conversos pelas cidades onde haviam anunciado o Evangelho, para exortá-los a permanecer na fé, e encorajá-los em meio às perseguições e ao sofrimento (At 14.21,22; 15.36).
 
3. Estabelecer obreiros nas cidades onde havia pregado.
Depois de pregar o Evangelho, de cidade em cidade, o Apóstolo Paulo estabelecia obreiros para cuidar do rebanho, como deixou Timóteo em Éfeso (1Tm 1.3) e Tito em Creta (Tt 1.5).
 
 
III. A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO
1. De Antioquia a Chipre (At 13.1-12).
A primeira viagem missionária de Paulo ocorre logo após ter sido ele comissionado pelo Espírito Santo (At 13.2,3). O apóstolo, juntamente com Barnabé, embarca em Selêucia, porto marítimo de Antioquia, em direção à Ásia Menor (At 13.4). Já em Chipre, cidade natal de Barnabé (At 4.36), desembarcam em Salamina, onde havia uma considerável população judaica. Ali anunciam a palavra do Senhor à sinagoga local. Depois, viajando em direção à ilha de Pafos, proclamam o Evangelho de Cristo às suas aldeias e povoados.
 
2. De Chipre a Antioquia da Pisídia (At 13.13-52).
De Pafos, subindo o rio Cestro, Paulo chega a Perge, região da Panfília, cuja população era devota de Diana (Ártemis). Após uma viagem de 160 quilômetros, o apóstolo chega a Antioquia da Pisídia, onde havia uma grande comunidade judaica e um posto militar romano. Na sinagoga local, Paulo proclama o Evangelho aos judeus da Diáspora, conduzindo muitos à conversão. No sábado seguinte, uma grande multidão congrega-se, a fim de ouvir a palavra de Deus. Os judeus incrédulos, porém, saem a blasfemar e a incitar a cidade contra o apóstolo.
 
3. De Icônio ao regresso a Antioquia (At 14.1-28).
Icônio era uma cidade mui estratégica, localizada entre Éfeso, Tarso e Antioquia. Como de costume, Paulo põe-se a evangelizar os judeus da dispersão. Muitos creem, já outros, porfiando em sua incredulidade, incitam as gentes contra os apóstolos. Temendo por suas vidas, Paulo e Barnabé deixam Icônio e dirigem-se a Listra e a Derbe, cidades da Licaônia. Em Listra, que tinha como padroeiro Zeus, o maioral dos deuses gregos, os apóstolos pregam e restauram a saúde de um coxo de nascença. Abismados pelo milagre, os licaônios atribuíram o prodígio à manifestação de Zeus e Hermes (At 14.11,12). E já completamente fora de si, puseram-se a oferecer sacrifícios aos apóstolos que, energicamente, impediram-nos (At 14.15). Logo em seguida, os que eram adorados como deuses são tratados como a escória da humanidade. Uma multidão, procedente de Antioquia e Icônio, incita as pessoas a apedrejarem a Paulo, que é dado como morto (At 14.19). No entanto, a semente ali plantada haveria de florescer e frutificar.
 
 
IV. A SECUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO
1. Em direção à Ásia (At 15.36 - At 16.8).
Após a ruptura com Barnabé, prossegue Paulo na companhia de Silas, que também era profeta (At 15.32). Em Listra, une-se a eles um jovem greco-hebreu, Timóteo, a quem o apóstolo escreveria duas epístolas. Deixando Antioquia, passaram pela Síria e Cilícia, confortando as igrejas na fé e informando-as acerca da resolução do Concílio de Jerusalém (At 16.4,5). Ato contínuo, atravessam a região da Frígia e da Galácia. Mas o Espírito Santo, sempre na direção dos atos de seus apóstolos, interrompe-lhes a jornada, conduzindo-os por um itinerário que haveria de lhes mostrar.
 
2. Em direção à Europa (At 16.12 - At 8.18).
Em Trôade, Paulo é orientado numa visão a seguir para a Macedônia. Rumo a Filipos, passa pela Samotrácia e por Neápolis, até chegar a Filipos. Esta foi a primeira cidade da Europa a receber o evangelho. E Lídia, a primeira europeia a receber a Cristo, constrange os apóstolos a se hospedarem em sua casa. Nessa cidade, Paulo expulsa o espírito de adivinhação de uma jovem que, por intermédio desse artifício, dava grandes lucros a seus senhores (At 16.16-18). Vendo estes que a fonte de seu ganho secara, incitaram a cidade contra os apóstolos que, levados ao tribunal, foram postos em prisão. No cárcere, Paulo e Silas adoravam a Deus, quando um terremoto lhes abriu as portas da cadeia. O episódio constrangeu o carcereiro e toda a sua família a se converterem a Cristo (At 16.31). Já libertos, seguiram eles para Tessalônica, passando por Anfípolis e Apolônia. E dali, prosseguiram a pé por 64 quilômetros até à cidade.
 
3. O regresso (At 18.18-22).
De Atenas, dirigiu-se Paulo a Corinto, a mais importante metrópole da Grécia. Nessa cidade, fez contatos com Áquila e Priscila. Aos sábados, consagrava-se ele a proclamar o Evangelho aos judeus e gentios ali residentes. Seu grande esforço resultou na conversão do principal da sinagoga, o irmão Crispo. A permanência de Paulo em Corinto foi de um ano e seis meses. Despedindo-se da igreja ali estabelecida, dirigiu-se a Éfeso, na província da Lídia. Em seguida, retornou a Antioquia, via Jerusalém.
 
 
V. TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO
1. De Antioquia a Macedônia (At 18.23 - At 20.3).
De Antioquia, Paulo dirigiu-se a Éfeso, objetivando confirmar a igreja local. Como alguns discípulos nada sabiam sobre o Espírito Santo, pôs-se o apóstolo a doutriná-los acerca da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Em seguida, orou para que o Espírito de Deus sobre eles viesse. Imediatamente, começaram a falar noutras línguas e a profetizar. Como resultado de seu trabalho, a superstição é vencida na cidade.
 
2. De Filipos a Jerusalém (At 20.6 - At 21.17).
Nessa seção de Atos, Paulo encerra a sua terceira viagem missionária. Visita a Macedônia e a Grécia. Logo a seguir, retorna à Ásia (At 20.1-6). Alguns fatos marcaram-lhe o regresso: seu longo discurso, a ressurreição de Êutico e o comovente discurso aos anciãos de Éfeso. Apesar de alertado divinamente sobre os perigos que o aguardavam em Jerusalém, vai à Cidade Santa.
 
3. Paulo em Jerusalém.
Em Jerusalém, Paulo reúne os anciãos da Igreja em casa de Tiago e narra o que Deus fizera aos gentios através de seu ministério. Ante o relato, os presbíteros preocupam-se com a reação dos judeus a respeito de Paulo. O temor não era infundado: Paulo é acusado e agredido pela multidão. Todavia, o Senhor preserva-lhe a vida, providenciando para que seja levada a Roma, onde era mister que proclamasse o Evangelho.
 
 
CONCLUSÃO
Nas viagens missionárias de Paulo, vemos clara e meridianamente os atos do Espírito Santo. Sim, o Espírito Santo continua a operar maravilhas no campo missionário, fazendo o Evangelho chegar aos confins da Terra. Quando intimado pelo Senhor, não se furte. Responda: “Eis-me aqui, envia-me a mim”.
  
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  PETERS, G. W. Teologia Bíblica de Missões. CPAD.
Ø  RICHARDS, L. O. Comentário Histórico Cultural do Novo Testamento. CPAD. 
 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.



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