Mt 5.17-21; Hb
10.15-17
INTRODUÇÃO
Nesta
lição veremos o que é a inerrância bíblica; pontuaremos porque as Escrituras
Sagradas são inerrante; notaremos as evidências internas que comprovam sua
inerrância; e por fim; estudaremos as evidências externas que comprovam sua
inerrância.
I. O QUE É INERRÂNCIA BÍBLICA
1. Definição etimológica.
A palavra inerrância vem do
vocábulo latino “inerrantía” e significa, literalmente: “qualidade
daquilo que não tem erro; infalível”. O Dicionarista Houaiss acrescenta
que inerrância é algo “fixo, imóvel”, que não comete erros; que não se engana;
infalível.
2.
Definição teológica.
A
inerrância bíblica é a doutrina segundo a qual as Sagradas Escrituras não
contêm quaisquer erros, por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de
Deus. A Bíblia é inerrante tanto nas informações que nos transmite como nos
propósitos que expõe e nas reivindicações que apresenta. Sua inerrância é plena
e absoluta. Isenta de erros doutrinários, culturais e científicos, inspira-nos
ela confiança plena em seu conteúdo. Neste sentido, a doutrina da inerrância
bíblica pode ser compreendida, também, como sinônimo de infalibilidade.
II POR QUE A BÍBLIA É INERRANTE?
A
inerrância das Escrituras, antes de ser atestada por algumas áreas do
conhecimento humano, é autodeclarada pela própria Escritura, pois a sua
infalibilidade não depende do juízo dos homens. Notemos:
1.
Porque a palavra de Deus é infalível.
Por
infalível compreende-se: que a Bíblia é infalível em tudo o que diz. Eis porque
a Palavra de Deus pode ser assim considerada: l) Suas promessas são rigorosamente observadas; 2) Suas profecias cumprem-se de forma
detalhada e clara (haja vista as Setenta Semanas de Daniel); 3) O Plano de Salvação é executado
apesar das oposições satânicas. Nenhuma de suas palavras jamais caiu, nem
cairá, por terra. (Nm 23.19, Mc 13.31).
2.
Porque Deus não pode errar.
A
Bíblia é a Palavra de Deus. Logo, a Bíblia não pode errar”. As Escrituras
testificam isso, declarando enfaticamente que “é impossível que Deus
minta” (Hb 6:18). Paulo fala do “Deus que não mente” (Tt 1:2). Ele é um
Deus que, mesmo quando somos infiéis, “permanece fiel, pois não pode negar-se a
si mesmo” (2 Tm 2:13). Deus é a verdade (Jo 14:6), e a Sua palavra também.
Jesus disse ao Pai: “a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17). O Salmista
exclamou: “A verdade é a essência de tua palavra” (Sl 119:160).
3.
Porque a palavra de Deus é pura.
“Toda
palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele” (Pv 30.5). Por que fez o sábio semelhante assertiva?
Ele confiava na inerrância das Sagradas Escrituras. Ao afirmar serem estas
puras, estava reafirmando: elas não comportavam nenhum erro; são a mais alta
expressão da verdade.
4.
Porque a palavra de Deus é reta.
Quando
salmista asseverou ser reta a Palavra do Senhor, quis ele deixar bem claro que
nela inexistiam erros ou ilogicidades. Logo, ela é plena e absolutamente
confiável: “Porque a palavra do Senhor é reta, e todas as
suas obras são fiéis” (Sl 33.4). E, retidão fala também de perfeição e
a Bíblia declara que: “A lei do SENHOR é perfeita e refrigera a
alma...” (Sl 19.7). Esses e outros textos confirmam a inerrância da
Escrituras.
5.
Porque a palavra de Deus é eterna.
Como
Deus é eterno (Dt 33.27; Jó 33.26), a sua palavra também é eterna, pois o
profeta Isaías afirma: “Seca-se a erva, e caem as flores, mas a
palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Is 40.8). A Bíblia
nunca envelhece, nunca fica desatualizada, sendo assim, a palavra de Deus não
estar suscetível a correções humanas. Por isso, ela permanece para sempre. (1Pe
1.23-25).
III. AS EVIDÊNCIAS INTERNAS QUE
COMPROVAM SUA INERRÂNCIA
Existem
várias evidências que comprovam a inerrância da palavra de Deus; estas podem
ser agrupas de duas maneiras: internas, na qual encontramos o testemunho de
Jesus e os cumprimento das profecias e as externas como os manuscritos, a
história e a arqueologia. Notemos:
1. O testemunho
dos Profetas.
A palavra profeta
deriva-se do termo hebraico “nabbi” que significa “falar” ou
“dizer”; e do termo grego “prophete”, que significa “falar de
antemão”. Portanto, o profeta é um mensageiro de Deus. Sua principal função é
tornar conhecidas as revelações divinas e transmiti-las ao povo (Êx 7.1; Nm
12.6; 1Sm 3.20; Hb 1.1,2). Os profetas entendiam as palavras de Deus como
infalível e inerrante, isso fica bem visível na mensagem de Deus por meio do
profeta Jeremias: “E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a
minha palavra para a cumprir.” (Jr 1.12). O nível de comunhão desses
homens, levantados por Deus, era tão grande que impediam que houvesse qualquer
dúvida quando o cumprimento da palavra do Senhor. Logo, o testemunho dos
profetas era no sentido da veracidade, inerrância e infalibilidade das
Escrituras. Outros textos bíblicos colaboram com essa mesma assertiva. (Dt 7:9;
Ne 9:33; Sl 19:7; 40:10; 89:1; Lm 3:23).
2.
O testemunho de Jesus.
O
Senhor Jesus, em sua vida, reivindicou para a Bíblia: a autoridade divina (Mt
4:4,7,10); a Infalibilidade (Jo 10:35); a supremacia Absoluta (Mt 15:3,6); a
inerrância factual (Mt. 22:29; Jo 17:17); a confiabilidade histórica (Mt 12:40;
24:37,38) e precisão científica (Mt 19:4,5; Jo 3:12). Jesus ainda declarou a
Indestrutibilidade da palavra de Deus: “Digo-lhes a verdade: Enquanto
existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o
menor traço, até que tudo se cumpra” (Mt 5:17,18 - NVI).
3. Cumprimento das
profecias.
A mente que
produziu a Bíblia mostra-se conhecedora dos fatos antes que se realizassem.
Profecias do A.T. são citadas no N.T. como tendo se cumprido em seus dias como,
por exemplo, os casos a seguir:
a) O Messias viria
da “semente da mulher” (Gn 3.15; Lc 2:7; Gl 4:4; Ap 12:5);
b) O lugar de seu
nascimento (Mq 5.2; Mt. 2:1 e Lc 4:4-7);
c) Nasceria de uma
virgem (Is 7.14; Mt 1:18; Lc 1:29-35);
d) Seria
crucificado com pecadores (Is 53:12; Mt 27:38; Mc 15:27,28; Lc 23:33).
Na obra de Josh
Mcdowell (1996, p.222), Evidência que exige um veredito, traz uma informação
muito preciosa: das 332 predições diferentes sobre o Messias, todas se
cumpriram literalmente em Cristo.
IV. AS EVIDÊNCIAS EXTERNAS QUE
COMPROVAM SUA INERRÂNCIA
1.
Evidência de Manuscrito.
Há
manuscritos do NT disponíveis hoje que são datados dos séculos III e IV, e
fragmentos que podem datar até mesmo no final do século I. Os escribas judeus
tiveram uma precisão milimétrica em guardar os manuscritos originais e de
realizar cópias seguras do Antigo Testamento durante o decorrer da história.
Assevera que “as tradições judaicas definiram todos os aspectos da cópia de
textos como se fossem leis, desde o tipo de materiais a serem utilizados até o
número de colunas e linhas que poderiam estar numa página”. Desse modo, conclui que não há qualquer
prova cientifica ou histórica de que houve alguma mudança ou alteração nos
textos sagrados. (BAPTISTA, 2022, p.38).
2.
Evidência Histórica.
Grande
parte do conteúdo bíblico é história e, por isso mesmo, passível de
constatação. Existem duas espécies principais de apoio da história bíblica: os
artefatos arqueológicos e os documentos escritos. No que diz respeito aos
artefatos desenterrados, nenhuma descoberta arqueológica invalidou um
ensino ou relato bíblico. A Bíblia tem demonstrado sua inerrância na
exatidão histórica dos acontecimentos, personagens, civilizações, lugares e até
moedas, que tem sido confirmado pela arqueologia, antropologia e a
paleontologia. Norman Geisler afirma que 25.000 locais que datam dos
tempos do Antigo Testamento já foram localizados, confirmando assim a
veracidade e a inerrância das Escrituras.
3.
Evidência da Arqueologia.
A
arqueologia bíblica pode ser definida como um exame de artefatos antigos
outrora perdidos e hoje recuperados e que se relacionam ao estudo das
Escrituras e à caracterização da vida nos tempos bíblicos. A arqueologia trouxe
muita luz sobre a impressionante preservação da Bíblia. Centenas de manuscritos
confirmaram que o texto bíblico foi mais preservado que qualquer outro texto
antigo da humanidade. Os Manuscritos do Mar Morto são a maior prova disso”
(LUIZ SAYÃO in BÍBLIA DE ESTUDO ARQUEOLÓGICO — NVI, 2013).
4. Evidência
Científica.
Nesse ponto,
chamamos de evidência científica as afirmações de maior exatidão científica
que, na época da produção do texto, era de absoluto desconhecimento dos fatos
por parte dos escritores, mas que sob a orientação do Espírito Santo puderam
afirmar verdades que só o Senhor sabia. Ex. A terra fundamentar-se sobre o nada
(Jó 26:7); e a mesma possuir uma forma esférica (Is 40:22).
CONCLUSÃO
A
Bíblia, sem sombra de dúvida, é a inerrante, genuína e infalível Palavra de
Deus. Diversas foram as tentativas de descredibilizar no transcurso da história
pelos críticos liberais, porém como palavra de um Deus que não mente, mas que é
fiel em cumprir com as suas promessas, manteve-se de pé, demonstrando a verdade
dita por Jesus “passarão os céus e a terra, mas as minhas palavras não
hão de passar” (Mt 24:35; Lc 21:33).
REFERÊNCIAS
ü
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras: Inspirada,
Inerrante e Infalível Palavra de Deus. CPAD.
ü
GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática
Pentecostal. CPAD.
ü
BÍBLIA DE ESTUDO ARQUEOLÓGICA.VIDA.
ü
MCDOWELL, Josh. Evidências que exige um veredito. CANDEIAS.
ü GEISLER,
NORMAN. Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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