Mt 6.5-18
INTRODUÇÃO
Nesta
lição estudaremos sobre a oração e o jejum bíblico; aprenderemos o que é oração
e veremos como devemos orar; destacaremos os tipos de jejum, do ponto de visto
bíblico, o propósito e a finalidade dessa prática para a vida devocional do
cristão.
I. O QUE É ORAÇÃO?
Oração
é uma prece dirigida pelo homem ao seu Criador, com o objetivo de adorá-lo,
pedir-lhe perdão pelas faltas cometidas, agradecer-lhe pelos favores recebidos,
buscar proteção e, acima de tudo, uma comunhão mais íntima com Ele. Essa atividade
é descrita como: a) invocar a Deus (Sl 17.6); b) invocar o nome
do Senhor (Gn 4.26); c) clamar ao Senhor (Sl 3.4); e, d) levantar
nossa alma ao Senhor (Sl 25.1). Diversos textos das Sagradas Escrituras
incentivam o crente a orar (1Cr 16.11; Sl 105.4; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41;
Lc 18.1; Jo 16.24; Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17) fazendo-nos entender que Deus
aspira a comunhão com o homem. Vejamos outras definições:
1.
Orar é comunicar-se com Deus.
Toda
vez que oramos, entramos em contato com Deus, de uma maneira especial. Não
apenas em um monólogo, e sim, num diálogo, onde podemos, não apenas dirigir
nossas palavras a Deus, mas, também, ouvi-Lo (Gn 18.23-33; Êx 14.15; 32.30-34).
2.
Orar é tornar nossos pedidos conhecidos diante de Deus.
É
compartilhar com Ele tudo o que está em nosso coração, sabendo que Ele se
importa com a nossa vida e todas as nossas necessidades (1Sm 1.9-11; Ne 2.4; Dn
6.10; Jo 11.41,42; At 12.5).
II. COMO DEVEMOS ORAR?
Nos
dias hodiernos, muitos líderes evangélicos, influenciados pela teologia da
prosperidade, estão ensinando um modelo de oração completamente oposto aos
exemplos bíblicos, ensinando os cristãos a orar decretando, determinando ou
profetizando sua bênção, “e as coisas acontecem”, dizem eles. No entanto, a Bíblia
Sagrada nos ensina a forma correta de nos dirigirmos a Deus, em oração.
Vejamos:
1.
Devemos orar com fé.
A fé
é um dos requisitos indispensáveis à oração. O Senhor Jesus disse: “E,
tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis.” (Mt 21.22); “Se
tu podes crer, tudo é possível ao que crê.” (Mc 9.23); e, o apóstolo
Tiago nos exorta dizendo: “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando;
porque o que dúvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e
lançada de uma para outra parte” (Tg 1.6). Portanto, não basta orar, é
preciso ter fé e reconhecer que, mesmo que nos pareça impossível o que estamos
pedindo, todas as coisas são possíveis para Deus (Mt 19.26).
2.
Devemos orar em ome de Jesus.
Muitos
cristãos deixam de obter resposta às suas orações por não orarem em Nome de
Jesus. O próprio Senhor Jesus nos ensinou, dizendo: “E tudo quanto
pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se
pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14.13,14); “Não
me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu
nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda” (Jo 15.16); “E naquele
dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto
pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar” (Jo 16.23).
3.
Devemos orar segundo a vontade de Deus.
É
imprescindível que a vontade de Deus prevaleça sempre sobre as nossas vidas.
Por isso, devemos orar pedindo a Deus que faça sempre conforme a Sua vontade. O
próprio Jesus nos deu o exemplo quando orou no jardim do Getsêmani: “E,
indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim
sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.42). E, o apóstolo João,
diz: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa,
segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1Jo 5.14).
4.
Devemos orar com perseverança.
A
perseverança é fundamental à nossa vida de oração. Diversas vezes Jesus ensinou
sobre o dever de orar sempre, sem desfalecer (Mt 7.7-11; Lc 11.5-13; 18.1-8);
e, o apóstolo Paulo diz: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17); e ainda: “Orando
em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com
toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18).
5.
Devemos orar com sinceridade.
Deus
não aceita oração com falsidade e hipocrisia. Na parábola do fariseu e do
publicano (Lc 18.9-14), Jesus disse que tanto o fariseu como o publicano
subiram ao templo, para orar; o fariseu, orava dizendo: “Ó Deus, graças
te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros;
nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de
tudo quanto possuo”. Porém, o publicano, nem queria levantar os olhos
ao céu, mas batia no peito, dizendo: “Ó Deus, tem misericórdia de mim,
pecador!”. Por isso, somente a oração do publicano foi ouvida. O
escritor aos Hebreus, diz ainda: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em
inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o
corpo lavado com água limpa” (Hb 10.22).
III. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O JEJUM
É a
abstinência parcial ou total de alimentos com finalidades específicas. Essa
prática vem desde o AT onde o povo de Israel jejuava por diversas razões (Sl
69.10; 2Sm 12.16). O próprio Cristo praticava a disciplina do jejum e ensinava
que a mesma devia fazer parte da vida consagrada do cristão. A igreja do NT
praticava o jejum (At 13.2,3; 14.23; 27.33). Antioquia é uma clara demonstração
de que os crentes primitivos jejuavam (At 12.2,3; 2Co 6.5). Vejamos os tipos de
jejum:
1. O
jejum parcial.
Compreende apenas a
abstenção de determinados alimentos, como fizeram Daniel e seus companheiros na
Babilônia, ingerindo apenas legumes e água (Dn 1.8-15).
2. O
jejum total.
Abstinência
absoluta de alimento e água, como ordenou Ester aos judeus e também foi
praticado por Paulo imediatamente após sua conversão (Et 4.16; At 9.9). Nestes
dois casos, o jejum não perdurou mais que três dias. Por falta de conhecimento,
muitos crentes se excedem e jejuam demasiadamente, trazendo transtornos à saúde
e terríveis consequências à obra de Deus.
IV. O PROPÓSITO DO JEJUM
Destacamos
alguns propósitos: a) um ato para Deus, visando à sua honra (6.16-18; Zc
7.5; Lc 2.37; At 13.2); b) o crente humilhar-se diante de Deus (Sl
69.10; Ed 8.21; Is 58.3), para receber mais graça (1Pe 5.5) e desfrutar da presença
íntima de Deus (Is 57.15); c) expressar pesar por causa de pecados e
fracassos pessoais cometidos (1Sm 7.6; Ne 9.1,2); d) pesar por causa dos
pecados da igreja, da nação e do mundo (1Sm 7.6, Ne 9.1,2); e) buscar
graça divina para novas tarefas e reafirmar nossa consagração a Deus (4.2); f)
como um meio de buscar a Deus, aproximar-nos dEle e prevalecer em oração
contra as forças espirituais do mal que lutam contra nós (Ed 8.21,23,31; Jl
2.12; Jz 20.26; At 9.9); g) como um meio de libertar almas da escravidão
do mal (Is 58.6-9; Mt 17.14-21); h) demonstrar arrependimento e assim
preparar o caminho para Deus mudar seus propósitos declarados de julgamento (Jn
3.5,10; 1Rs 21.27-29; 2Sm 12.16,22; Jl 2.12-14); e, i) abrir caminho
para o derramamento do Espírito e para a volta de Cristo à terra para buscar o
seu povo (STAMPS, 1995, p. 1396).
1. O
jejum não visa a autoglorificação.
O
jejum também não visa a autoglorificação, para parecer aos homens que somos
mais espirituais e, por isso, desfrutarmos de maiores privilégios em nossa
relação com Deus. Infelizmente, costuma-se medir a espiritualidade das pessoas,
entre outros fatores, pelo número de vezes que jejuam e pela forma como se
expõem diante do povo. Mas, queiramos ou não, essa atitude foi radicalmente condenada
por Jesus por ser portadora de orgulho espiritual, o que, por si só, torna sem
valor qualquer iniciativa do gênero (Sl 101.5; 138.6).
2. O
jejum é um ato de entrega pessoal.
Para
o Senhor, o jejum é um ato de entrega pessoal, uma questão entre a pessoa e
Deus, e não para enriquecer o currículo de feitos admiráveis para serem
aplaudidos pelos homens. “E, quando jejuardes,
não vos mostreis contristados como os hipócritas, porque desfiguram o rosto,
para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o
seu galardão” (Mt 6.16). Quem jejua
o faz para Deus, como parte do seu culto racional (Rm 12.1), para
manifestar-lhe, com esta conduta, que a sua vida lhe pertence. Em outras
palavras, é um ato de plena adoração ao Senhor e busca da sua face, em renúncia
e quebrantamento de espírito, sem a intenção de reivindicar lugar de
proeminência espiritual. O verdadeiro jejum leva o crente ao caminho da
humildade, porque, em suma, reconhece a soberania divina sobre sua vida (At
13.3).
CONCLUSÃO
Um dos
maiores privilégios do cristão, sem dúvida, é poder buscar a Deus em oração. A
Bíblia está repleta de promessas para aqueles que oram. Por isso, não podemos
deixar de desfrutar de todos os benefícios advindos através da oração,
principalmente, o de poder desfrutar de uma comunhão mais íntima e profunda com
Deus.
REFERÊNCIAS
Ø APPÉRE, Guy. A oração que Deus responde. FIEL
Ø OMATIAN, Stormie. O poder de orar juntos. Mundo Cristão.
Ø SILVA. Ubiratan Oliveira. Oração, um ministério fundamental. CPAD.
Ø SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das
Assembleias de Deus. CPAD.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.