At 19.1-7
INTRODUÇÃO
A chama pentecostal que foi acesa em Jerusalém no Dia de
Pentecostes, se espalhou pelo mundo, e chegou ao Brasil. Foi através desse
poder pentecostal que os cristãos receberam ousadia para pregar o Evangelho,
dizendo ao mundo que “Jesus Cristo salva, cura, batiza com o Espírito Santo e
leva o homem para o céu” mesmo em meio às ameaças e perseguições. Estudaremos
nesta lição os antecedentes do Movimento Pentecostal no Brasil; o início do
Pentecostalismo no Brasil e os resultados do avivamento em terras brasileiras.
I. ANTECEDENTES DO MOVIMENTO PENTECOSTAL NO BRASIL
“Antes da chegada de missionários pentecostais inflamados
pela chama do Pentecostes nos Estados Unidos, predominavam no país as igrejas
históricas e resultantes da Reforma Protestante do século XVI, as chamadas
igrejas reformadas. Em todas elas, mesmo consideradas igrejas cristãs, a
mentalidade dominante era a de que o culto a Deus deveria seguir padrões
litúrgicos de igrejas europeias, nas quais predominam o formalismo sóbrio, sem
admissão de qualquer expressão de louvor, com glorificação em alta voz,
conforme já exorta a Palavra de Deus desde o Antigo Testamento (Sl 66.1; 98.4) ”
(RENOVATO, 2022, p. 95).
II. O INÍCIO DO PENTECOSTALISMO NO BRASIL
Na virada do século XX, ondas de avivamento estavam
acontecendo em várias partes do mundo, com destaque para os EUA, onde Charles
Fox Parham começou a pregar sobre os dons do Espírito Santo. Em 1º de
janeiro de 1901 Agnes N. Ozman, uma jovem de 18 anos, aluna da escola bíblica
Betel fundada por Parham, recebeu o batismo com o Espírito Santo. Nos dias
seguintes outros alunos e o próprio Parham receberam a promessa, com a
evidência do falar em outras línguas. Porém, foi através do ministério de William
J. Seymour, um dos alunos de Charles Fox Parhram, que o movimento
pentecostal moderno ou clássico ganhou força surgindo assim posteriormente as
Assembleias de Deus do Brasil. Historicamente, a fundação das Assembleias de
Deus brasileira está ligada ao avivamento americano e posteriormente, à cooperação
da igreja em Estocolmo, Suécia. Vejamos como se deu o chamado dos pioneiros das
A.D. no Brasil:
1. Daniel Hogberg.
Nasceu em 19 de abril de 1884 na pequena cidade de Vargon,
Suécia, lugarejo onde cresceu. Seus pais, Gustav Verner Hongberg e Fredika Hogberg.
Em 12 de fevereiro de 1899, aos 15 anos, foi batizado nas águas ao lado de seu
amigo de infância Lewi Pethus. Aos 18 anos, Daniel Berg embarca para os Estados
Unidos, chegando a cidade de Boston em 25 de março de 1902. Nos EUA, esteve
durante sete anos, onde aprendeu a profissão de fundidor, que no futuro lhe
serviria na obra missionária. Em 1909, Daniel Berg voltou à Suécia para ver
seus pais. Ali, ao reencontrar seu amigo Lewi Pethrus, que agora já era pastor
de uma avivada igreja na cidade vizinha de Lidköping, passou a desejar também o
Batismo com o Espírito Santo. Neste mesmo ano, Daniel Berg retorna aos EUA,
sendo batizado com o Espírito Santo durante a viagem. Em Chicago participa de
uma conferência bíblica e encontra-se com Gunnar Vingren, com quem compartilha
a chamada divina e estreita laços ministeriais que nunca mais foram desfeitos.
2. Adolf Gunnar Vingren.
Nasceu num lar evangélico, em 8 de agosto de 1879, na Suécia.
Seu pai era jardineiro, profissão que Vingren exercera até os 19 anos. Em 1897,
aos 18 anos, foi batizado nas águas em Smaland, Suécia, vindo a assumir a
liderança da Escola Dominical. Mas, foi lendo um artigo sobre missões, nesse
mesmo ano, que foi impactado pela chamada de Deus para a obra missionária no
dia 14 de julho. No ano seguinte, Gunnar Vingren participou de uma Escola
Bíblica em Götabro, Närke, onde foi muito tocado pelos estudos. Dos 55
participantes, entre homens e mulheres, cerca de 20 foram enviados como
evangelistas; entre eles, o jovem Gunnar Vingren. Vingren seguiu o destino de
muitos jovens pelo mundo: mudou-se para os Estados Unidos da América. Em
setembro de 1904, mudou-se para Chicago, onde durante 4 anos estudou Teologia,
cooperando com muitas igrejas naquela cidade. Foi diplomado em maio de 1909.
Durante toda sua permanência esteve ligado a igreja sueca naquele país. Em
novembro de 1909 ele visitou a Primeira Igreja Batista Sueca de Chicago, em uma
conferência bíblica, onde foi batizado com o Espírito Santo e encontrou Daniel
Berg.
3. A Fundação da
Assembleia de Deus no Brasil.
Em 19 de novembro
de 1910, os jovens suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg aportaram em Belém,
capital do estado do Pará, vindos dos EUA. Eles traziam a doutrina do batismo
no Espírito Santo, com a glossolalia - o falar em línguas estranhas - como a
evidência inicial. Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren, chegaram ao Brasil,
ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um
movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil
por meio da pregação de Jesus Cristo como o único e suficiente Salvador da
humanidade e a atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais.
III. OS RESULTADOS
DO AVIVAMENTO NO BRASIL
“A realidade
espiritual do Brasil mudou, de forma inquestionável e irreversível, em termos
de liturgia, proclamação do evangelho e manifestação do poder de Deus com
sinais, prodígios e maravilhas, com a chegada do movimento pentecostal, vindo
dos Estados Unidos, com os missionários Daniel Berg (1884–1963) e Gunnar
Vingren (1879–1933) em 1911. Sem saber sequer falar português, foram chamados e
enviados por Deus para o Pará, onde teve início o maior avivamento espiritual
no Brasil, que se espalhou pelo Nordeste e por todas as regiões do país”
(RENOVATO, 2022, p. 96). Vejamos os resultados do Pentecostalismo no Brasil:
1. Pregação do
Evangelho com ousadia, mesmo em meio às ameaças.
Assim como ocorreu
na Igreja Primitiva (At 4.20,29; 5.29) os nossos pioneiros enfrentaram diversas
perseguições, inclusive por parte de outras igrejas evangélicas que, por não
aceitarem a doutrina pentecostal, taxaram os missionários de hereges e de “nova
seita”. Porém, quanto mais os pioneiros eram perseguidos, eles pregavam com
ousadia a Palavra de Deus. “os crentes eram tachados de “os bíblias”, “os
bodes”, “os capa verdes”, “fanáticos”, não só por parte dos romanistas, como
também pelos crentes de outras denominações. Contudo, o revestimento de poder
do alto foi a causa primordial do crescimento da obra pentecostal no Brasil nos
seus primeiros anos e espalhou-se como fogo por meio da evangelização dinâmica
e cheia de amor pelas almas. Os pregadores, no início, eram comumente pessoas
simples, muitas indoutas, sem cultura formal, mas cheias do Espírito Santo. E
foram usados como instrumentos poderosos nas mãos de Deus (RENOVATO, 2022, p.
102).
2. Conversão de
almas.
Como resultado da
pregação do Evangelho, no poder do Espírito Santo, muitas conversões ocorreram
no Brasil, e, aos poucos, o evangelho foi se espalhando em terras brasileiras.
“Ao longo da história das Assembleias de Deus no Brasil, a obra começou
pequena, mas foi crescendo a olhos vistos; não apenas em termos numéricos, mas,
acima de tudo, “em demonstração do Espírito e de poder” (cf. 1Co 2.4). Esse é o
modelo de crescimento assembleiano. Não cresce buscando ou “pescando” almas
noutras igrejas. Cresce porque evangeliza, discipula e cuida das vidas
alcançadas pelo evangelho, como foi ordenado por Jesus: “E disse-lhes:
Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for
batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.15,16)” (RENOVATO,
2022, p. 103).
3. Batismo com o
Espírito Santo.
O mesmo Jesus que
batizou com o Espírito Santo no Dia de Pentecostes (At 2.1-4); Saulo de Tarso
em Damasco (At 9.17,18); a família do centurião Cornélio em Cesareia (At
10.44-46); e alguns discípulos de Éfeso (At 19.1-6), também batizou com o
Espírito Santo no Brasil. “Celina Albuquerque, membro da igreja, foi curada de
uma enfermidade nos lábios pela oração de Gunnar Vingren em um dos cultos de
oração na casa dela. Então, ela começou a buscar o batismo no Espírito Santo e
o recebeu a uma hora da madrugada do dia 8 de junho de 1911. No mesmo dia, à
noite, Maria de Jesus Nazareth, outra crente batista, foi batizada no Espírito
Santo e cantou um hino espiritual” (ARAÚJO, 2016, p. 39). Já se passaram mais
de cem anos que a irmã Celina Albuquerque foi batizada, e jesus continua
batizando com o Espírito Santo e revestindo a igreja de poder, para pregar o
Evangelho (Lc 24.49; At 1.8).
4. Milagres,
prodígios e maravilhas.
São muitos os
relatos e testemunhos de curas e de milagres desde os primórdios do
Pentecostalismo no Brasil. Seria impossível descrever todos os milagres que
Jesus operou no Brasil, após a fundação da Assembleia de Deus. Citaremos um
breve resumo do que ocorreu nos primórdios da igreja: “Um irmão foi curado de
enfermidade muito grave na perna. Uma irmã foi curada de uma enfermidade
incurável no lábio. Um outro que tivera dor de cabeça, durante dez anos, foi
curado. Um homem paralítico que estava moribundo, e não podia mais falar, foi
curado e veio depois para nossos cultos. Uma criança que estava moribunda com
febre, foi curada. Um homem de idade, que sofrera com hérnia por nove anos, foi
curado. Um outro homem, que havia estado enfermo muitos meses com febre e tinha
todo o seu corpo inchado, foi tanto curado, como batizado com o Espírito Santo,
além de ter recebido o dom de profecia” (VINGREN, 2002. p.34).
CONCLUSÃO
A chegada do
pentecostalismo no Brasil promoveu mudanças drásticas na liturgia dos cultos e
na pregação do Evangelho. Após a experiência pentecostal vivenciada pelos
nossos pioneiros, o evangelho foi propagado em terras brasileiras com
demonstração de poder, resultando em pregação do evangelho, batismos com o
Espírito Santo e milagres extraordinários. A chama pentecostal permanece acesa
e a igreja continua cumprindo a sua missão, não só no Brasil, mas, também em
todo o mundo.
REFERÊNCIAS
Ø
ANDRADE.
Claudionor Corrêa de. Fundamentos
Bíblicos de um Autêntico Avivamento. CPAD.
Ø
ARAÚJO,
Israel de. História do Movimento
Pentecostal no Brasil. CPAD.
Ø
CONDE,
Emílio. Histórias das Assembleias de
Deus no Brasil. CPAD.
Ø
RENOVATO,
Elinaldo. Aviva a Tua Obra. CPAD.
Ø
SOARES,
Esequias. O Pentecostalismo Brasileiro.
CPAD.
Ø
VINGREN,
Ivar. Diário do Pioneiro. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.