sábado, 4 de fevereiro de 2023

LIÇÃO 06 – O AVIVAMENTO NO MINISTÉRIO DE PEDRO (SUBSÍDIO)

 
 
 


At 2.14-24
 
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre um dos mais controversos discípulos de Cristo, chamado Simão Pedro; faremos algumas considerações gerais sobre sua vida, destacando a sua necessidade urgente de um avivamento; pontuaremos também, as ações do Senhor Jesus para a sua restauração; e por fim, elencaremos alguns eventos que mostram o aviamento no ministério do apóstolo Pedro.

  
I. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O APÓSTOLO PEDRO
1. Sua origem.
Originalmente chamado de Simão, era filho de João (Jo 1.42) e irmão de André (Mt 4.18; Jo 6.8). Pedro era casado e sua esposa o acompanhou em suas viagens (Mt 8.14; 1Co 9.5). Antes de ser chamado por Jesus, trabalhava com seu pai como pescador (Mc 1.16-20). Pedro não fora educado religiosamente e possuía forte sotaque da região da Galiléia (Mt 26.33). Era, portanto, considerado como leigo e sem estudos pelos líderes judaicos de Jerusalém (At 4.13).
 
2. Sua chamada.
Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus, não porque tenha sido o primeiro a ser chamado, mas, devido ao fato de ser líder entre os discípulos. Em Mateus 10.2 lemos: “O primeiro, Simão, chamado Pedro” (também em Mc 3.16; Lc 6.14). Fazia parte do círculo mais íntimo dos discípulos de Cristo, no qual encontravam-se também Tiago e João (Mc 5.37; 9.2; 13.3; Lc 8.51).
 
 
II. PEDRO E A NECESSIDADE URGENTE DE UM AVIVAMENTO 
1. Instabilidade
Pedro era um discípulo dedicado, que buscava exercitar a fé, embora demonstrasse um pouco de volubilidade, como revelou o incidente em que Jesus andou sobre a água (Mt 14.28-31). O mesmo Pedro que diz: “Tu és o Cristo, o filho do Deus Vivo”, no mesmo capítulo chama Jesus à parte e repreende-o pôr o mestre está falando sobre sua morte e ressurreição (Mt 16.22). Antes havia recebido um elogio (Mt 16.18), agora, uma repreensão (Mt 16.23). Questionou sobre o perdão e foi advertido a respeito do que aconteceria com o discípulo que não perdoasse e a tortura que experimentaria (Mt 18.21-35). Foi rápido ao lembrar a Jesus que os discípulos abandonaram tudo para segui-lo e recebeu a promessa de que os doze se sentariam em tronos para julgar Israel (Mt 19.27-30; Mc 10.28; Lc 18.28). Inicialmente não permitiu que Jesus lavasse seus pés e depois pediu que banhasse também suas mãos e sua cabeça, como sinal de limpeza (Jo 13.6-10).
 
2. Autossuficiência.
Pedro se achava forte demais, que ele era uma rocha, mas na verdade era pó. Apesar da séria advertência da sua fragilidade espiritual revelada pelo Senhor Jesus: “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo. Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos” (Lc 22.31,32), demonstra autossuficiência diante do que o Senhor tinha dito a respeito de todos os discípulos (Mt 26.31), Pedro de forma arrogante responde: “[...] ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei” (Mt 26.33). Em lugar de ser humilde, Pedro se projeta acima dos demais, insinuando ser mais leal do que seus pares: “[...] ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu” (Mc 14.29). Confiar em se mesmo é insensatez, é o primeiro passo para a queda espiritual (Pv 16.18).
 
3. Apatia.
Num momento decisivo do ministério do Senhor Jesus, no jardim do Getsêmani, seria travada naquela noite, a batalha mais renhida da história da humanidade. Jesus estava a horas de sua crucificação; nesse momento, o Senhor leva consigo, Pedro, Tiago e João. A pressão espiritual era muito grande, uma angustia indescritível veio sobre Jesus (Mt 26.37-39). Em meio a esse contexto, onde Jesus precisava por parte de seus discípulos, de empatia; como estava Pedro? O que tinha dito que jamais abandonaria Jesus? Na hora mais decisiva, Pedro se esqueceu da promessa que tinha feito: “E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste vigiar comigo? (Mt 26.40). Enquanto Jesus chorava e orava, Pedro dormia; por três vezes, Jesus vai acordá-lo, mas ele insiste em dormir; o sono da fuga, da negligência, da apatia (Mt 26.43). A insensibilidade, é um indicativo de um urgente avivamento (Ef 5.14).
 
4. Covardia. 
A despeito de sua valentia carnal demonstrada por mais de uma vez durante os três anos que caminhou ao lado do mestre; como no momento da prisão de Cristo, numa atitude impetuosa, cortou a orelha de Malco, empregado do sumo sacerdote (Jo 18.10), naquela mesma noite que Jesus fora preso, os discípulos fogem covardemente, inclusive Pedro (Mc 14.50). Pedro que tinha prometido a Jesus ir com ele para prisão e até à morte, se distanciou e seguiu o Senhor de longe, para poupar a si mesmo (Mt 26.58); sua covardia é acentuada, ao negar a Jesus abertamente, por mais de uma vez (Mt 26.69,70,73,74). Diante de tal ato, expressão máxima do declínio espiritual (Lc 12.9), Pedro ouve o cantar do galo (Mt 26.74,75) e se depara com o olhar do Senhor Jesus (Lc 22.60-62), o que o fez lembrar do que Cristo tinha falado e saiu a chorar amargamente (Mt 26.75; Mc 14.72).
 
 
III. PEDRO, ALVO DE UM AVIVAMENTO
A gravidade da negação de Pedro, fez com que ele chorasse amargamente. De acordo com Lopes (2015, p.65 - acréscimo nosso), a palavra grega usada para “amargamente”, tem o significado de “água podre”. Pedro, porém, diferente de Judas, não engoliu o veneno. Sempre há esperança de restauração para os que choram o choro do arrependimento.

 

1. A vida de Pedro foi restaurada.
Diante do túmulo vazio, as mulheres receberam instruções de dizer aos discípulos e a Pedro que veriam Jesus na Galiléia. Mas há uma menção especial a Pedro: “[...]dizei a seus discípulos e a Pedro [...]” (Mc 16.7). Isso, não porque Pedro fosse um discípulo mais importante do que os outros, mas porque Pedro deveria estar se sentindo excluído, por ter tido a queda mais vexatória. O que pode ser percebido pelo fato de ter decido voltar à vida velha de pescador de onde o Senhor o havia tirado (Jo 21.3; Lc 5.10,11). Pedro havia desistido de tudo, mas Jesus não havia desistido dele. O Senhor o trata como filho (Jo 21.5); preocupa-se com o seu bem estar físico (Jo 21.5); recria um cenário familiar para a restaurar a auto estima (Jo 21.6); estabelece a comunhão e compartilhamento (Jo 21.9,13) era o cenário da plena restauração, uma vez que: “[...] onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5.20).
 
2. O ministério de Pedro foi restaurado.
Depois da refeição, Cristo questionou Pedro sobre o nível de seu amor por ele, por três vezes; Para cada vez que Pedro negou, Jesus lhe deu a oportunidade de reafirmar seu amor.: “Pedro [...] você me ama mais do que estes outros me amam?” (Jo 21.15 - NAA). Pedro confirma seu amor a Jesus, e recebe dele restauração plena e comissão imediata: “[...] apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21.17). Está claro que Jesus restaurou não apenas a vida de Pedro, mas também seu ministério. A exigência para Pedro voltar à lide pastoral é amar a Jesus, o dono do rebanho. Ao ser chamado pela primeira vez da sua ocupação de pescador para ser seguidor de Jesus, foi-lhe dito que dali em diante ele seria pescador de homens (Lc 5.10; Mc 1.17). Agora, ao anzol ou rede do pescador, é acrescentado o cajado de pastor. Pedro aprendeu algumas lições importantes durante essa difícil experiência. Aprendeu a prestar atenção à Palavra, vigiar, orar e não confiar em suas próprias forças (1Pe 5.8).


IV. O AVIVAMENTO EVIDENCIADO NO MINISTÉRIO DE PEDRO
1. No dia de Pentecostes.
Logo após a ascensão de Jesus aos céus, em obediência à ordem do mestre (Lc 24.49), os discípulos voltaram do monte das Oliveiras para o cenáculo (At 1.12), onde iniciaram uma reunião de oração; entre os que ali estavam, o primeiro da lista era Pedro (At 1.13). Pedro havia sido o líder do grupo antes de sua queda e seguiu sendo após a sua restauração. A propósito, a inciativa na substituição de Judas, parte dele (At 1.15-26). Ao receber a promessa do batismo no Espírito Santo, ele também se levanta ousadamente para dar testemunho público da experiência pentecostal (At 2.14-36), resultando na conversão de quase três mil pessoas (At 2.41). O Pentecostes foi um divisor na história de Pedro.
 
2. Diante do sinédrio.
A vida de oração se tornou prioridade na vida de Pedro (At 3.1), e como resultado do seu compromisso, passa a ter uma vida operosa (At 3.6-8), Deus por meio dele operou muitas maravilhas (At 5.1-11; 8.14-17; 9.32-42). O Pedro que antes negligenciava na vida de oração, agora entende a sua devida importância (At 1.14; 4.31; 6.4). Quando Pedro e João foram presos sob acusação de perturbar a ordem pública, foi Pedro quem fez o discurso de defesa perante o sinédrio (At 4.8-12); com ousadia e intrepidez, a ponto de ser reconhecida pelos próprios opositores: “Então, eles, vendo a ousadia de Pedro e João e informados de que eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam; e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus” (At 4.13). O mesmo Pedro que antes negara a Jesus diante de uma criada, enfrenta agora com inabalável coragem, a cúpula religiosa dos Judeus e segue triunfantemente em meio as perseguições (At 4.25-31).
 
3. No primeiro concílio.
O apóstolo deu importante contribuição, lembrando aos presentes que, há muito, ele havia sido escolhido para também anunciar a salvação aos gentios (At 15.7). Decerto se referia ao episódio ocorrido na casa de Cornélio, cerca de dez anos antes. Pedro defendeu o nivelamento entre judeus e gentios, bem como a salvação pela fé e não pelas obras da lei: “e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o coração pela fé” (At 15.9). Ele também denunciou a incoerência dos judaizantes, que, sendo judeus, viviam como gentios, e queriam que os gentios vivessem como judeus (At 15.10).
 
 
CONCLUSÃO
A biografia do apóstolo Pedro é um clássico exemplo do que Deus é capaz de fazer na vida de uma pessoa, que apesar das suas fragilidades e declínio espiritual, mas, ao se permitir ser trabalhado pela ação do Espírito Santo, pode desfrutar de uma vida cheia da presença do Senhor, desfrutando de um ministério frutífero para a glória de Deus.
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  BRUCE, F.F. Estudos do Cristianismo Não-Paulino. SHEDD.
Ø  GARNDER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA ACADÊMICA.
Ø  LOPES, Dias. Hernandes. Pedro: Pescador de Homens. HAGNOS.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.



Por Rede Brasil de Comunicação. 
 




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