I Rs 17.8,9,17-22; Jn
1.1,2
INTRODUÇÃO
Nesta lição
estudaremos o princípio missiológico no Antigo Testamento. Aprenderemos que
Deus é a fonte de Missões, e que no pós-queda, toma a iniciativa de buscar o
homem perdido, fazendo-lhe uma promessa redentora (Gn 3.15). Veremos ainda qual
o propósito, alcance, instrumento e local da Missão, e. por fim, entenderemos a
metodologia missiológica contida no Antigo Testamento.
I. A PREPARAÇÃO DIVINA PARA MISSÕES
EM GÊNESIS 1-11.
Gênesis 1-11
começa com o casal humano original, Adão e Eva, e prossegue até que as (então
conhecidas) setenta nações do mundo sejam abrangidas no escopo de sua mensagem
(na tabela das nações Gn 10). Esses capítulos são decididamente universais em
seu escopo e perspectiva, pois se dirigem a todas as pessoas, todas as culturas
e todas as línguas desde o início das eras. Neles encontramos três crises:
a queda do homem (Gn 3.6,7); A maldade da humanidade, trazendo o
dilúvio (Gn 6.5-7;7.5-24); a rebelião da torre de Babel (Gn 11.1-3).
Porém, encontramos também três promessas: Redentora (a
semente da mulher – Gn 3.15); habitar com os povos semitas (Gn 9.27); Aquele
que viria através da semente de Abraão, pelo qual o mundo inteiro seria abençoado
( Gn 12.1-3) (Kaiser, 2016, pp.21-29).
Portanto, nos onze
primeiros capítulos de Gênesis, encontramos Deus tomando iniciativa de
manifestar sua graça e misericórdia, ao anunciar uma promessa de esperança e
redenção à toda humanidade (Gn 3.15). Nessa promessa, podemos identificar que: a)
A salvação é operada por Deus; b) A salvação destruirá Satanás, o
inimigo; c) A salvação afetará a toda a humanidade; d) A salvação
virá através de um mediador; e) A salvação está ligada ao sofrimento do
redentor; f) A salvação será experimentada na história. O livro de
Gênesis nos mostra de maneira contundente, Deus como o primeiro missionário.
II. DEUS – O AUTOR DA MISSÃO
Ao longo de toda a
revelação do Antigo Testamento, torna-se evidente que o principal ator no drama
é Deus. “No princípio criou Deus...” (Gn 1.1). É Deus quem cria, quem
julga, quem age, quem escolhe e quem se revela. Ele é ativo não só na criação,
mas também nos julgamentos, na libertação do seu povo do Egito, nas exortações
dos seus profetas e na promessa de restauração vindoura. Ele é o único e
verdadeiro Deus e deseja que sua glória seja conhecida nos céus (Sl 19) e nas
extremidades da terra (Is 11.9). Portanto, “missão” é uma atribuição que
pertence a Deus. A missão – antes de ter uma conotação humana, de ser tarefa da
igreja – é de Deus. Se a missão é de Deus, então é dele que a igreja deve
depender na sua participação em sua tarefa, bem como, ter a segurança de que
Ele está no comando da expansão do seu reino e nos seus termos, e isso nos dá plena
convicção de que Ele realizará os seus propósitos.
1. Propósito da
missão.
A própria
existência do Antigo Testamento, e de toda a Bíblia, é a primeira evidência de
que Deus tem uma missão, um propósito no mundo (Ap 13.8; Mt 25.34;1 Pe 1.20). O
seu fim está ao alcance universal da sua misericórdia e graça “a graça do
Senhor Jesus seja com todos” (Ap 22.21). Portanto, toda extensão da Bíblia
reflete um tema integrante e unificador: a missão de restauração, é a missão da
redenção.
2. O alcance da
missão.
O propósito
restaurador da missão alcança dimensões universais. Deus se propõe a restaurar
aquilo que ele criou. Esse alcance envolve todos os povos, todas as línguas,
tribos e nações (Mt 24.14), para o louvor do Cordeiro de Deus (Ap 5.9-14;
7.9-12).
3. O instrumento
da missão.
No Antigo
Testamento, Deus elegeu um povo, Israel, e com ele fez uma aliança peculiar, a
fim de que este povo fosse a sua fiel testemunha no meio das nações (Gn 12.1-3;
Êx 19.5-6). Já no Novo Testamento, é a igreja que é o instrumento da missão,
pois recebeu do Senhor Jesus esse comissionamento (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc
24.46-49; Jo 20.21,22; At 1.8).
4. O local da
missão.
O local onde a
missão se desdobra é o mundo (Jo 3.16; Tt 2.5; Mc 16.15; At 1.8), e o seu
processo se realiza na história deste mundo (Carriker, 2021, pp.175-179).
III. ENTENDENDO A METODOLOGIA
MISSIOLÓGICA DO ANTIGO TESTAMENTO
1. A chamada de
Abraão
Gn 12 “Deus
escolhe Abraão, e para entender a Bíblia e a missão cristã, é indispensável
entender a promessa. Todo propósito de Deus encontrasse condensado aqui”
(STOTT, 2009, p. 34). Três promessas de Deus à Abraão:
- A promessa de uma posteridade (Gn17.5);
- A promessa de uma terra (Gn 11.31;15.7);
- A promessa de uma benção (Gn 12.2,3).
2. O povo escolhido
“Durante algum
tempo, Israel, o “povo de Abraão”, encontra-se separado das demais nações (Êx
19.3; Dt 7.14), mas isso acontece apenas para que, por meio de Israel, Deus
possa preparar o caminho para alcançar seus objetivos universais” (Bosh, 2009, p.
70). A Eleição de Israel, antes de denotar qualquer favoritismo exclusivista da
parte de Deus, teve um propósito exclusivo de serviço missionário para as
nações (Êx 19.4-6; Is 42.6; 49.6; 51.4). Israel deveria ser “propriedade
peculiar”, “reino de sacerdotes”, “nação santa”. Esta nação deveria ser
separada não somente em suas vidas, mas também em seu serviço.
O Antigo
Testamento sustenta o método missiológico centrípeto, ou seja, Israel
ao viver uma vida na presença de Deus, experimentando suas a totalidade de suas
bençãos, as nações seriam despertadas e atraídas como íman para Jerusalém e
para o Senhor. Esperava-se que estrangeiros e gentios viessem adorar ao Deus
vivo por causa de sua natureza, seu poder e suas qualidades salvadoras do Nome
de Deus ( 1 Rs 8.41-43; Sl 66.1-4; 67.1-8; Sf 3.9,10; Ml 1.11)).
3. O povo falha na
missão
Os cativeiros são
uma prova da falibilidade de Israel em cumprir sua missão de fazer o Senhor
conhecido em todas as nações, ao invés disso, misturou-se com os povos pagãos,
adotando seus costumes e deuses, o que consequentemente permitiu a ira de Deus,
entrega-los aos cativeiros Exílio Assírio (2 Rs 17) – Reino do Norte em 722
a.C. e Exílio Babilônico (Jr. 25; 29; Ez. 33) em 597 a.C.
4. Deus promete
uma Nova Aliança e um Novo Povo
Com a falha de
Israel, Deus promete uma Nova Aliança e agregar um Novo Povo, que não é novo,
senão, seu propósito original em alcançar a todos os povos (Jr 31.31-34; Is
55.1-6; 56.1-7; Jl 2.28-29). A visão de Deus nunca foi etnocêntrica ou cultural,
mas sempre alcançar todos os povos, línguas e nações (Gn 12.1-3).
IV. O PLANO MISSIONAL EM UM QUADRO
COMPARATIVO
Antigo Testamento
|
Novo Testamento
|
Deus - primeiro missionário.
|
Jesus - primeiro missionário.
|
Abraão escolhido por Deus para desenvolvimento de seu projeto.
|
Discípulos escolhidos para o desenvolvimento de sua missão.
|
Israel escolhido para tornar Deus conhecido.
|
Igreja fundada em Cristo, com o propósito de dar continuidade ao
seu ministério.
|
As nações deveriam irá Israel.
|
A igreja recebe a Grande Comissão de ir às nações.
|
CONCLUSÃO
Com essa lição
aprendemos que o desejo de Deus sempre foi alcançar todos os povos. Foi dele a
iniciativa de ir atrás do homem perdido, enunciando-lhe uma promessa de
esperança redentora, mostrando com isso, Sua graça e misericórdia para com a
humanidade perdida. No Antigo Testamento, faz uma promessa a Abraão, e a partir
deste, desenvolve seu método missional centrípeto, fazendo de Israel um povo escolhido
que seria responsável pelo testemunho do Senhor às nações. Entretanto, não
conseguem estar à altura do chamado, falham e, por isso, o Senhor enuncia uma
Nova Aliança, Um Novo Concerto, que envolveria não só Israel, mas todos os
povos.
REFERÊNCIAS
Ø CARRIKER,
Timóteo. O propósito de Deus e a nova
vocação. ULTIMATO.
Ø GOHEEN,
Michael W. A igreja missional na
Bíblia, luz para as nações. VIDA NOVA.
Ø KAISER,
Walter C. Jr. Missão no Antigo
Testamento. PEREGRINO.
Ø PETERS,
George W. Teologia Bíblica de Missões.
CPAD.
Ø PEREIRA,
Shostenes. Fundamentação Bíblica para
a Evangelização. BEREIA.
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CPAD.
Ø WINTER,
Ralph D./ HAWTHORNE, Steven C./ BRADFORD, Kevin D. Perspectivas no movimento cristão mundial. VIDA NOVA.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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