At 2.1-8,14-18
INTRODUÇÃO
Nesta lição
faremos algumas considerações gerais sobre a origem do termo pentecostal e o
que isso quer dizer em sua praticidade; veremos também, a importância dada
pelas Escrituras sobre o Espírito Santo para a obra de missões; e por fim,
relacionaremos as principais ações do Espírito de Deus na vida dos que estão
comprometidos com a tarefa da evangelização mundial.
I. CONSIDERAÇÕES
GERAIS
1. Definição da
festa de Pentecostes.
Era a segunda
festa do primitivo calendário bíblico e possui três nomes no AT: a) festa da colheita (Ex 23,16); b) festa das Semanas (Êx 34,22); e, c) dia dos primeiros frutos (Nm 28,26).
O nome desta festa, entre os cristãos, é Pentecostes, cinquenta dias depois (da
Páscoa). O nome colheita tem sua razão de ser, pois a festa acontecia no
período da colheita dos grãos (trigo e cevada). Porém, a denominação, mais
difundida no AT, é festa das Semanas porque ela era realizada sete semanas
depois da Páscoa (Dt 16.10-12). Originalmente, a festa da Colheita (Semanas ou
Pentecostes) é uma celebração de produtores de grãos.
2. Definição do
termo Pentecostal.
O termo bastante
conhecido em nossos dias, passou a ser utilizado a partir de 1907 na Grã-Bretanha,
pelas igrejas históricas tradicionais, para se referir aos crentes que criam e
recebiam o batismo no Espírito Santo, por causa da analogia entre o movimento e
o dia de Pentecostes (At 2.1-13), isto é, por causa da efusão do Espírito e das
manifestações de poder, que eram observadas por toda a parte nas ilhas
britânicas. Por sua vez, “pentecostal” é o crente que crê na realidade de
receber a mesma experiência do Espírito Santo que os discípulos receberam no
dia de Pentecostes (ISAEL apud GABY, p.46, 2023 – grifo nosso).
3. Definição da
expressão perspectiva Pentecostal.
A palavra
perspectiva diz respeito a: “o modo através do qual alguma coisa é representada
ou vista; modo como se concebe ou se analisa uma situação específica”.
Associada ao termo Pentecostal, indica: “uma forma de se vê as atividades
cristãs e suas principais doutrinas e desdobramentos para a vida diária, a
partir da experiência da presença e capacitação do Espírito Santo no seio da
Igreja”.
II. A IMPORTÂNCIA DA
PESSOA DO ESPÍRITO SANTO PARA A OBRA MISSIONÁRIA
1. Prenunciada no
Antigo Testamento.
Desde o Antigo
Testamento a pessoa do Espírito Santo é destacada, dando a capacitação
necessária para a realização de determinadas tarefas. Na construção do
Tabernáculo por exemplo, Deus diz de Bezalel, sobre quem repousava esta missão:
“E
o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento e ciência em todo
artifício” (Êx 35.31). Aos juízes que tiveram uma missão de libertação
em momentos específicos na história de Israel, se é visto com frequência a
atuação do Espírito de Deus agindo neles e através deles (Jz 3.10; 6.34;
13.25). Os profetas levantados por Deus para proclamar mensagens do Senhor para
o povo, falaram impulsionados pelo Espírito Santo como reconhece o apóstolo
Pedro: “porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas
os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21; ver
2Cr 20.14,15; Ez 2.1,2; 3.12). Dessa forma, já no Antigo Testamento mostra-se a
nossa total dependência para realizar qualquer tarefa: “[...] não por força,
nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4.6).
2. Evidenciada na
pessoa do Senhor Jesus.
Com exceção da
Segunda e Terceira Epístola de João, todos os livros do NT contém referências à
pessoa e obra do Espírito Santo, onde podemos ler sobre a ação Dele na vida de
Cristo. Vejamos alguns exemplos. Notemos: a)
no seu nascimento (Mt 1.20; Lc 1.35), b)
no seu batismo (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32,33), c) no seu ministério (Mc 1.12; Lc 4.18,19; At 10.38), d) na sua morte (Hb 9.14), e, e) na sua ressurreição (Rm 1:4; 8:11).
Em suma, podemos afirmar que Jesus foi concebido pelo Espírito (Lc 1.35);
guiado pelo Espírito (Lc 4.1); ungido pelo Espírito (Lc 4.18; At 10:38);
revestido com poder pelo Espírito (Mt 12.27, 28); ofereceu a Si mesmo pelos nossos
pecados, pelo Espírito (Hb 9:14); foi ressuscitado pelo Espírito (Rm 8.11); e
deu mandamentos por intermédio do Espírito (At 1.2). Ficando evidente, a importância da
ação do Espírito Santo, que não foi em nenhum momento, dispensada a sua
presença e capacitação até mesmo na vida do Deus encarnado.
3. Reafirmada nos
escritos apostólicos.
Os escritores do
Novo Testamento deram ênfase a presença e capacitação do Espírito Santo na vida
da Igreja. O Evangelista Lucas em seu registro dos Atos dos Apóstolos (também chamado de Atos do Espírito Santo),
constantemente ressalta essa operação, tanto coletivamente (At 2.3,4;
10.44,45), como individualmente (At 9.17,18). O apóstolo Pedro, cuja vida foi
impactada pela ação do Espírito Santo, que o capacitou a com autoridade trazer
o primeiro sermão após o Pentecostes e ganhando quase três mil almas (At
2.14,37-41); em sua epístola entre outras coisas, ressalta a ação santificadora
do Espírito Santo (1Pe 1.2), a presença na vida dos profetas que anunciaram de
forma futurista, a graça de Deus em Cristo (1Pe 1.10-12; 2Pe 1.21). Por sua
vez, o apóstolo Paulo, foi um incentivador para que os salvos desfrutassem
desse poder do Espírito Santo na vida diária (Ef 3.14-16; 5.8), exortando
também dos perigos de se negligenciar e apagar a ação divina: “Não
extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias” (2Ts 5.19,20); não
permitindo que em razão de excessos ou mal uso por parte de alguns dos dons
Espirituais, viesse a perder a sua devida importância para a edificação da Igreja
(1Co 14.12,18,31,39,40). O escritor da epístola aos Hebreus, menciona a
importância de se dar ouvidos a mensagem da salvação, que fora pregada pelo
Senhor Jesus e pelos seus apóstolos; e ressalta que tais palavras foram
chanceladas pela ação divina, entre elas, por meio dos dons espirituais (Hb
2.3,4).
III. A AÇÃO DO
ESPÍRITO SANTO NA OBRA MISSIONÁRIA
A obra de missões
está estreitamente ligada a ação do Espírito Santo. Shóstenes na sua obra:
Fundamentação Bíblica para a Evangelização (2022, p.116), afirma que: “É impossível pensar na obra da evangelização
sem a presença do Espírito Santo na vida dos evangelizadores. Ele é a força
motriz que impulsiona a propagação da Boas Novas a todos os povos, em todos os
tempos, em todos os lugares e em todas as situações”. Vejamos ainda a ação
do Espírito na obra missionária:
1. Enviando e
dirigindo os missionários.
No relato de Lucas
em Atos, fica claro a ação do Espírito ao revelar sua escolha e direção na obra
de missões. O diácono Filipe, homem cheio do Espírito Santo (At 6.5), depois de
ter pregado em Samaria de forma prodigiosa (At 8.5-8), se mostrou sensível à
voz do Espírito que o direcionou a Gaza com o propósito de alcançar uma única
pessoa (At 8.26-29). Na igreja de Antioquia, onde havia quebrantamento por
parte de seus membros, que serviam a Jesus de forma piedosa (At 11.26), nesse
ambiente espiritual, o Espírito Santo revela sua escolha missionária: “[...]
apartai-me
a Barnabé e a Saulo para a obra que os tenho chamado. E assim estes, enviados
pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia [...]” (At 13.2,4). Na
casa de Simão em Jope, depois de ter tido uma visão, até então incompreensível
para o apóstolo Pedro; este recebeu a orientação do Espírito para acompanhar os
soldados enviados pelo centurião Cornélio (At 10.19,20; 11.12). Ágabo, um
profeta que havia descido de Jerusalém para Antioquia, pela direção do Espírito
anunciou uma grande fome nacional, antecipando a necessidade de se provê um
socorro para os que estavam na Judeia (At 11.27-30). São vários os textos que
mostram a condução do Espírito na obra missionária (At 15.28; 16.6,7; 20.23;
21.4,11; Rm 8.16), cumprindo o que Jesus havia dito sobre o ministério do
Espírito Santo: “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a
verdade [...]” (Jo 16.13).
2. Capacitando os
missionários.
Em razão da
verdade prefigurada desde o Antigo Testamento, da necessidade da capacitação do
Espírito de Deus, para a obra missionária é crucial a habilitação do Espírito
Santo sobre os que fazem o trabalho de evangelização. Sobre a nossa total
dependência, Jesus disse: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará
em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos
tenho dito” (Jo 14.26). Antes da sua ascensão ao céu, o Senhor Jesus esteve
durante quarenta dias falando do que respeita o Reino de Deus (At 1.3), entre
as matérias ensinadas, o revestimento do poder do Espírito Santo sobre os
crentes é algo destacado pelo Mestre (Lc 24.49; At 1.8). Os desafios na
realização do trabalho missionário, só foram superados porque a capacitação foi
evidente na vida da Igreja Primitiva: a)
dando discernimento (At 5.1-3; 16.16-18); b)
para pregar ousadamente (At 4.8-13,31); c)
para vencer a oposição de satanás (At 13.8-12); e, d) para suportar a rejeição humana (At 13.44-52).
3. Consolando e
fortalecendo os missionários.
Um dos títulos
dados ao Espírito Santo, é que ele é consolador: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos
dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. Mas aquele
Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas
as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo
14.16,26; ver Jo 15.26; 16.7), que naturalmente auxilia os que fazem o trabalho
missionário nos momentos de maiores dificuldades (At 4.8,31). Podemos,
portanto, contar com o auxílio do Espírito em nossas fraquezas: “E da
mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o
que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com
gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção
do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos” (Rm
8.26,27).
CONCLUSÃO
A teologia
Pentecostal tem resgatado durante a história, o papel preponderante da pessoa
do Espírito Santo para o dinamismo da Igreja, principalmente habilitando os
crentes para a importante tarefa, que é a evangelização mundial: “Mas recebereis
a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”
(At 1.8).
REFERÊNCIAS
Ø GABY,
Wagner. Até os confins da Terra. CPAD.
Ø GILBERTO,
Antônio.
A Prática do Evangelismo Pessoal. CPAD.
Ø HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
Ø PAULA,
Oséas. Manual de Missões. CPAD.
Ø PEREIRA,
Shostenes. Fundamentação Bíblica para a Evangelização. BEREIA.
Ø STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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