sábado, 29 de junho de 2024

LIÇÃO 13 – A CIDADE CELESTIAL

 
 
 
 

Ap 21.9-14; 22.1-5
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta última aula do trimestre, estudaremos sobre o destino final dos salvos que é habitar na cidade celestial, a Nova Jerusalém, uma cidade planejada e arquitetada pelo próprio Deus, onde os salvos habitarão no futuro. Veremos nesta lição um breve resumo do que ocorrerá com os salvos no futuro; citaremos algumas características da Nova Jerusalém; e, finalmente, explicaremos sobre o céu, a nossa eterna morada.
 
 
I. O DESTINO DOS SALVOS
“O destino final da jornada do peregrino que vive neste mundo é o Céu de glória. Paulo esclarece que o nosso alvo é a Cidade Celestial, por isso disse: “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20, ARA).” (Gomes, 2024, p. 143). Quando Jesus voltar para buscar a Sua Igreja, como Ele mesmo prometeu (Jo 14.1-3), os que morreram em Cristo ressuscitarão em corpos gloriosos e incorruptíveis, e os salvos que estiverem vivos serão arrebatados para o encontro do Senhor nos ares (1Co 15.51-53; 1Ts 4.13-18). Após o Arrebatamento, os salvos serão conduzidos ao Tribunal de Cristo, onde ocorrerá o julgamento das suas obras, e eles serão galardoados (Rm 14.10; 2Co 5.10; Ap 22.12). Depois da entrega dos galardões, os salvos adentrarão nas mansões celestiais, onde participarão das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Depois da celebração das Bodas, os salvos descerão com Cristo e reinarão com Ele por mil anos aqui na Terra (Ap 2.26,27; 5.10; 5.14). Após o Milênio, ocorrerá o Juízo Final, onde os salvos estarão presentes, não para serem julgados, e sim, para julgar com Cristo (1Co 6.1-3; Ap 20.11-15). Depois do julgamento do Grande Trono Branco, os salvos adentrarão à Nova Jerusalém, a cidade do Deus Vivo, onde eles habitarão para sempre (Fp 3.20; Hb 11.13-16; 12.22).
 
 
II. AS CARACTERÍSTICAS DA NOVA JERUSALÉM
“Ao falarmos sobre a Cidade Celestial, abordamos um tema que se firma por meio da revelação de Apocalipse 21, no qual se trata da Nova Jerusalém, que é descrita como a cidade do destino e morada de todos os crentes que viveram neste mundo com os olhos firmados em Cristo e suas promessas, como Ele mesmo falou: [...] vou preparar-vos lugar” (Jo 14.1,2). Quando Jesus voltar, nessa sua Segunda Vinda, Ele nos levará para a nossa Cidade Celestial e ali estaremos para sempre com o Senhor (1Ts 4.17).” (Gomes, 2024, p. 143). No livro do Apocalipse são descritas diversas características dessa cidade. Vejamos algumas:
 
1. A cidade celestial é santa (Ap 21.2,10).
A palavra ‘santa’ deriva-se do grego “hagios” que significa “separado” e tem o sentido de “separado do mal” ou “separado do pecado” (Andrade, 2019, p. 326). Na Nova Jerusalém não haverá ódio, violência, maldade nem corrupção, pois nela não entrará pecado, nem coisa alguma que contamine (Ap 21.27). A Bíblia é enfática ao dizer que ficarão de fora os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas, os idólatras e todos os que amam e cometem a mentira (Ap 22.15), mas “somente os que estão inscritos no livro da vida” (Ap 21.27). Esta, sem dúvida, é uma das principais características desta cidade. Desde que o pecado entrou no mundo e passou a fazer parte da História da humanidade (Gn 3.1-7; Rm 5.12,19) que a humanidade sofre as suas terríveis consequências. Mas, no futuro, nós estaremos, enfim, livres não apenas da presença do pecado, mas, também, de toda e qualquer tentação.
 
2. A cidade celestial é nova (Ap 21.2).
O apóstolo João diz que a Jerusalém celestial não é apenas santa, mas, também é uma cidade nova. Com certeza, o termo ‘nova’ não diz respeito ao tempo, pois esta cidade já foi construída por Deus há milênios (Fp 3.20; Hb 11.13-16; 12.22). Mas, diz respeito ao fato de ser vista pela primeira vez e, também, pelo seu aspecto, pois o tempo não afeta o seu brilho e a sua beleza. Diferente das cidades aqui da terra, que à medida em que o tempo passa, ela vai perdendo a sua beleza, a Nova Jerusalém tem e sempre terá o aspecto de uma cidade nova, recém-criada ou construída. Esta cidade é tão bela e tão maravilhosa, que o apóstolo João não teve como compará-la a outra cidade aqui da terra. Por isso, ele diz que ela era como “uma noiva enfeitada para o seu noivo.” (Ap 21.2 NAA).
 
3. A cidade celestial será o tabernáculo de Deus com os homens (Ap 21.3).
A Bíblia nos mostra claramente que o desejo de Deus sempre foi habitar com os homens. No Éden, por exemplo, pela viração do dia Deus vinha falar com Adão (Gn 3.8). Durante a peregrinação no deserto, Deus disse a Moisés que recolhesse ofertas para a construção do tabernáculo (Êx 25.1-9) e o Senhor lhe disse: “E me farão um santuário e habitarei no meio deles” (Êx 25.8). Na Nova Aliança, Jesus prometeu que o Deus Trino habitaria em nós (Jo 14.16,17,23). Mas, no futuro, os salvos é que habitarão com Deus, na Nova Jerusalém: “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3). O Senhor Jesus nos fez uma promessa: “Para que onde eu estiver, estejais vós também” (Jo 14.3).
 
4. Na cidade celestial não haverá dores e sofrimentos (Ap 21.4).
Seria impossível descrever todas as bênçãos que os salvos desfrutarão na Nova Jerusalém. Além do privilégio de poder habitar na cidade santa com o Deus Trino, a Bíblia nos revela, que estaremos, enfim, livres de toda dor, tristeza e sofrimento. Enquanto estivermos neste mundo, estamos sujeitos a enfrentar momentos de dores, tristezas, luto e sofrimentos. O próprio Jesus nos advertiu, dizendo: “... no mundo tereis aflições...” (Jo 16.33). Mas, na Nova Jerusalém, Deus limpará de nossos olhos toda lágrima, o que significa dizer que não haverá mais choro, nem tristeza e nem pranto. Lá não haverá mais dores e nenhum tipo de sofrimento físico ou emocional. Além disso, lá não haverá mais morte, nem luto, pois viveremos eternamente (Jo 3.16; 5.24; I Jo 2.25).
 
5. A cidade celestial tem a glória de Deus (Ap 21.11).
O termo ‘glória’ do grego é “doxa” e significa: “Manifestação do esplendor e da magnificência da presença divina” (Andrade, 2019, p. 201). Glória é um termo bíblico muito comum para identificar a presença de Deus (Êx 16.10; Lv 9.23; Nm 14.10; II Cr 7.1,2; Ez 43.4,5). Como a Nova Jerusalém será o tabernáculo de Deus com os homens (Ap 21.3), a glória de Deus, ou seja, a sua presença lá estará. O tabernáculo, como sabemos, era a tenda em que permanecia a glória de Deus, e onde, no deserto, o povo se reunia para, através de sacrifícios e sacerdotes, aproximar-se de seu Criador (Êx 25.8). Mas, na Nova Jerusalém, o próprio Deus estará com os homens, ou seja, o que no passado era sombra, nesta cidade será realidade (Hb 8.5).
 
6. A cidade celestial não necessita de templo (Ap 21.22).
“Nos tempos do AT, Deus manifestou a sua presença e glória no Santo dos santos - o santuário interno do Tabernáculo e do Santo Templo. Com o advento da Igreja, os corpos dos crentes tornaram-se santuários do Espírito Santo, onde Deus manifesta a sua presença através do Espírito Santo. Mas, na Nova Jerusalém, toda cidade tornar-se-á o templo, o santuário e a habitação de Deus e de Cristo. A glória divina estará nela presente. Estaremos em contado direto e constante com o Deu s Todo-poderoso e com o cordeiro que nos salvou. Habitaremos no Templo; na manifestação da presença de Deus. Nós os crentes continuaremos a ser o templo santo do Senhor (Ef 2.20-22). A comunhão da presença imediata de Deus e de Cristo será a maior das bênçãos e alegrias da cidade santa. O salmista Davi reconheceu que, na presença de Deus, há ‘abundância de alegria’ (Sl 16.11). Quão maior não será a alegria na Nova Jerusalém (Horton, 2016, p. 309).
 
7. A cidade celestial tem iluminação própria (Ap 21.23).
A Nova Jerusalém não necessita do sol, nem da lua, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada (Ap 21.23), ou seja, ela não necessita de luz natural ou artificial, pois, o próprio Deus a ilumina. “A plena revelação da glória de Deus na cidade tornará o sol e a lua desnecessários. Na Nova Jerusalém, Cristo será a luz (literalmente ‘lâmpada’). Ele será a fonte imediata de todo o poder, energia e luz. Nossos corpos serão como o de Cristo. Seremos capazes de suportar o impacto da glória de Deus (Êx 33.20-23; 1Jo 3.2). Nenhuma fonte intermediária, como o sol será necessária. Fortalecidos por Cristo, não mais precisaremos dormir e nem necessitaremos da sucessão de dias e noites, Jesus Cristo, que é espiritualmente a luz do mundo, agora será também a luz da Nova Jerusalém, do novo céu e da nova terá. Ele o será de maneira plena e completa (Jo 1.7-9; 3.19; 8.12; 12.35; 1Jo 1.5-7)” (Horton, 2016, pp. 309,310).
 
 
III. O CÉU, A NOSSA ETERNA MORADA
“Quando terminar nossa jornada aqui, viveremos no Céu, onde a presença de Deus será permanente e eterna. Jesus deixou claro que deveríamos viver neste mundo sabendo que a nossa casa eternal é o Céu (Jo 14.1.2). Paulo incentiva os crentes a entender que a sua pátria é o Céu (Fp 3.20). Ao chegarmos ao Céu, estaremos finalmente em casa, pois habitaremos para sempre com o Senhor. Ele será o nosso Deus e nós seremos o seu povo (Ap 21.3,4). Quando todos estivermos lá é porque todas as promessas foram cumpridas e as lutas chegaram ao fim, então nos alegraremos e diremos: finalmente chegamos em casa. Nesta vida, lutamos, sofremos, batalhamos e choramos, mas chegará o dia em que finalmente alcançaremos nosso destino final: o Céu de glória. As palavras do profeta Miquéias devem ecoar constantemente na mente e no coração de cada salvo em cristo jesus que tem a esperança futura de sua glória: “levantai-vos e ide-vos embora, porque não é lugar aqui de descanso; ide-vos por causa da imundícia que destrói, sim, que destrói dolorosamente” (Mq 2.10, ara) (Gomes, 2024, p. 152,153).
 
 
 
CONCLUSÃO
Uma das mais belas descrições do livro do Apocalipse foi a da Nova Jerusalém, uma cidade real, onde o apóstolo João descreve detalhes sobre a sua grandeza, seus muros, seus habitantes e, principalmente a sua glória e esplendor (Ap 21.2-22.5). Muito mais do que uma cidade, a Nova Jerusalém será o lugar onde a tristeza será esquecida; os pecados se desvanecerão; não haverá mais trevas; a temporalidade se transformará em eternidade, pois nela “[...] não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21.4).
  
 
 
 
REFERÊNCIAS
ü  ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
ü  GOMES, Oziel. A Carreira Que nos Está Proposta. CPAD.
ü  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ü  SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse Versículo por Versículo. CPAD.
ü SILVA, Saulo Soares da. Israel e a igreja: Ontem Hoje e Amanhã. BEREIA.
ü HORTON, Stanley M. Apocalipse: As Coisas que Brevemente Devem Acontecer. CPAD. 
 

Por Rede Brasil de Comunicação.
 

 

LIÇÃO 13 - A REALIDADE BÍBLICA DE UMA FÉ QUE FAZ A DIFERANÇA


Vídeo Aula - Pastor Alexandre 
 




terça-feira, 25 de junho de 2024

LIÇÃO 13 - A CIDADE CELESTIAL (V.01)


Vídeo Aula - Pastor Ciro
 




QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2024



 
 
O PADRÃO BÍBLICO
 PARA A VIDA CRISTÃ –
Caminhando Segundo os Ensinos
das Sagradas Escrituras. 
 

 
 





Lição 12
 
Hora da Revisão
A respeito de “A Realidade Bíblica do Evangelho na Cultura”, responda:
 
 
1. O que engloba o termo “cultura”?
O termo cultura é amplo. Ele engloba assuntos como a “sabedoria” popular, a arte, o conhecimento científico, a língua e as tradições de um povo.
 
2. Segundo a lição, como era a cultura do Antigo Testamento?
O ambiente em que o Antigo Testamento foi escrito tinha a cultura voltada em boa parte para a criação de animais e o cultivo e colheita de grãos.
 
3. Qual era a cultura dominante no Novo Testamento?
A cultura dominante era a romana entre os países em que o Evangelho chegou inicialmente.
 
4. Qual a língua em que o Novo Testamento foi escrito?
Foi escrito no grego.
 
5. Qual o lema da universidade de Harvard? O que ele mostra?
Harvard tem como lema “A verdade para Cristo e para a Igreja”, pois foi fundada por servos de Deus, mostrando que o Evangelho não é contrário à ciência.


 

QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2024



  
 
 
A Carreira Que Nos Está Proposta-
O Caminho da Salvação, Santidade e
Perseverança para Chegar ao Céu.
 


 





Lição 12 

Revisando o Conteúdo
A respeito de “A Bendita Esperança: a Marca do Cristão” responda: 


1. De acordo com a lição, e do ponto de vista bíblico, o que é esperança?
Do ponto de vista bíblico, podemos dizer que a esperança é “a confiança no cumprimento de uma grande expectativa”.

2. Diante da viva esperança, para que estamos prontos?
Estamos prontos para suportar perseverantemente todos os dissabores ao longo da nossa jornada ao Céu (Hb 10.32-36).

3. Que tipo de livro a Bíblia é?
A Bíblia é um livro de profecia que produz alegria e consolo ao coração do crente. Nela, encontramos um Deus soberano, que governa as nossas vidas e age em favor de seu povo.

4. Por que temos uma doutrina da esperança?
A razão de termos uma doutrina da esperança é porque confiamos na promessa da ressureição dos que morreram em Cristo, da transformação dos que estiverem vivos por ocasião de sua volta (1 Ts 4.13-18).

5. À luz do Novo Testamento, o que podemos afirmar quanto à esperança cristã?
À luz do Novo Testamento, afirmamos que a Segunda Vinda de Cristo é o grande motivo para o crente permanecer firme e manter sua esperança, de modo que isso requer uma vida de pureza para desfrutar da promessa de ser como Jesus é (1 Jo 3.2,3).



sábado, 22 de junho de 2024

LIÇÃO 12 – A BENDITA ESPERANÇA: A MARCA DO CRISTÃO






Rm 8.18-25
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a definição da palavra esperança, analisaremos as bases bíblicas para nossa bendita esperança da ressurreição do nosso corpo; do arrebatamento da Igreja; das bodas do cordeiro; do tribunal de Cristo; do Milênio; e por fim, da Eternidade com o Senhor.
 
 
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA ESPERANÇA
1. Esperança.
O dicionário Houaiss define esperança como: “sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja”, “expectativa”, “ato ou efeito de esperar o que se deseja”, “fé em conseguir o que se deseja” (Houaiss, 2011, p. 1228). Esperança é uma das virtudes cristãs, através da qual o crente é motivado a crer no impossível. É a certeza de receber as promessas feitas por Deus através de Cristo Jesus (Rm 15.13; Hb 11.1) e uma sólida confiança em Deus (Sl 33.21,22). O termo deriva-se do grego “elpis” e significa “expectativa, espera, aguardo” (Rm 8.24,25). Já o verbo esperar significa: “ficar à espera de aguardar, contar com a realização de uma coisa desejada ou prometida” (Ídem, 2011, p. 1228).
 
 
II. A RESSURREIÇÃO COMO UMA BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. A bendita esperança da transformação do corpo.
A ressurreição de Jesus é a garantia de que os crentes também ressuscitarão dos mortos (Rm 5.17). Quando ressuscitou dentre os mortos, Jesus se tornou as primícias daqueles que ressuscitarão com seus corpos transformados para não mais morrer (1Co 15.23). O apóstolo Paulo afirma que se Cristo não ressuscitou então a nossa fé é vã (1Co 15.17). Na ressurreição, Jesus derrotou a morte de forma que não precisamos mais temê-la (1Co 15.55-58). Na ressurreição, receberemos corpos incorruptíveis e imortais (1Co 15.42-49).
 
2. A bendita esperança da ressurreição do corpo.
Não importa como os corpos foram dos crentes foram sepultados, se em covas na terra, ou no fundo dos mares e rios, ou queimados. Na realidade, temos a esperança dos mesmos corpos mortos serem ressuscitados. No caso dos mortos em Cristo, seus corpos serão transformados (1Co 15.35-38), iguais ao corpo ressurreto de Cristo (Fp 3.21).
 
 
III. O ARREBATAMENTO COMO UMA BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. Uma esperança consoladora.
Segundo o dicionário Houaiss (2001, p. 811), consolar é: “aliviar a dor, o sofrimento, a aflição (de outrem ou a própria), com palavras, recompensas, promessas”. Podemos notar, que na maioria das vezes em que a doutrina do Arrebatamento aparece nas páginas do NT, vem com o propósito dentre outras coisas, trazer consolo para a Igreja. No cenáculo momentos antes da sua crucificação, face a tensão em que os apóstolos estavam (Jo 14.1), Jesus de forma enfática declara trazendo alento para seus servos: “[…] virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo […]”, “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”, “[…] Vou, e venho para vós […]” (Jo 14.3,18,28; ver At 1.6-12). Ao tratar sobre o Arrebatamento da Igreja e os eventos relacionados a ele, o apóstolo Paulo exortou que os irmãos deveriam mutuamente se consolarem, com a bendita esperança da vinda de Cristo: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.18; ver At 1.11).
 
2. Uma esperança motivadora.
Diante da tentação de se afastarem da verdade do evangelho, o escritor aos hebreus motiva aos destinatários de sua carta, a prosseguirem na caminha cristã, exortando que eles deveriam continuar perseverantes apesar de todo sofrimento vivido (Hb 10.36), para tanto cita uma das maiores promessas, a segunda vinda de Cristo: “Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará” (Hb 10.37 – ARA), e que por ocasião desse esperado advento, os crentes fiéis estarão livres de: (a) todas as aflições perseguições (2Co 5.2,4; Fp 3.21; Ap 3.10); (b) da presença do pecado e da morte (1Co 15.51-56); e, (c) da ira futura por ocasião da Grande Tribulação (1Ts 1.10; 5.9).
 
3. Uma esperança segura.
O Arrebatamento é uma promessa garantida pelo próprio Deus; e ainda que escarnecedores tenham surgido ao longo da história com o objetivo de negar essa verdade (2Pd 3.3,4,8,9; Jd v.18), sabemos que o Arrebatamento é um advento iminente. Jesus em seu sermão profético deixou certa a sua segunda vinda ao compará-la ao fato histórico, vivido por Noé e sua família: “E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24.37).


IV. AS BODAS DO CORDEIRO COMO UMA BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. O encontro com o Noivo como uma bendita esperança.
A palavra bodas é traduzida como uma “celebração de casamento” (Ferreira, 2004, p. 308). A Bíblia nos mostra que, enquanto a Igreja estiver aqui na terra, ela será chamada de Noiva de Cristo (2Co 11.2). Contudo, na ocasião pós arrebatamento dar-se-á o casamento, quando enfim, ele será chamada de esposa do Cordeiro (Ap 19.7; 21.9). O pacto do casamento é implementado no momento em que os membros da igreja são redimidos (Lc 22.20; Hb 9.15). Cristo, o noivo, busca a sua noiva no arrebatamento (1Ts 4.16,17)” (Pfeiffer apud Walwoord, 2007, p. 320).
 
2. A ceia com o Noivo como uma bendita esperança.
A palavra “ceia” significa “refeição”. Neste caso diz respeito ao banquete que segue o casamento (Gn 29.22; Jz 14.10). A sunamita, a esposa de Salomão, foi por ele introduzida nas recâmaras do palácio (Ct 1.4). Em seguida, amorosamente ele também a conduziu a sala do banquete (Ct 2.4). De igual forma o Senhor ao levar a sua noiva para as mansões celestes (Jo 14.1-3), irá promover a grande ceia, conforme as palavras de Jesus (Lc 22.16; 27-30). “Será um banquete como nunca houve; será o cumprimento das parábolas, das profecias, e da tipologia do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja. É mais uma razão para todo este regozijo” (Horton, 2011, p. 203).
 
3. A celebração do casamento com o Noivo como uma bendita esperança.
Em Apocalipse 19.6,7 vemos a descrição da visão de João acerca desse glorioso evento, informando-nos que ele será repleto de júbilo, adoração e alegria. “Os salvos chegados de todas as partes da terra e de todos os tempos saudar-se-ão alegremente. Conheceremos os santos do Antigo e do Novo Testamento e reencontraremos aqueles que dentre nós foram antes estar com Jesus (Mt 8.11; 1Ts 4.13,14). Os salvos estarão livres de todas as lutas, angústias, pecado e mal. Uma só vez mirar a augusta e divina face de Jesus compensará todas as lutas e tristezas sofridas neste lado da vida. Como não será a recepção por Deus e por todos os santos anjos, do cortejo chegado da Terra, composto por miríades de fiéis, tendo à frente o Senhor Jesus que os salvou por sua graça” (GILBERTO, 2007, p. 15 -acréscimo nosso).
 
 
V. O TRIBUNAL DE CRISTO COMO UMA BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
No Tribunal de Cristo, o crente será julgado como servo, isto é, quanto ao seu serviço prestado a Deus e o seu testemunho (Ap 22.12). Não se trata de julgamento dos pecados do crente, pois, nossos pecados já foram julgados em Cristo (2Co 5.21; Gl 3.13). A nossa salvação é pela graça e pela obra redentora que Jesus consumou por nós (Hb 7.27). O prêmio da soberana vocação (Fp 3.14) será dado aos “servos bons e fiéis” (Mt 25.21,23). A base do julgamento serão “as obras”, e não “os títulos” (1Co 3.10-15; Rm 14.12; Ap 22.12).
 
1. A bendita esperança da coroa da vida.
Esta coroa é concedida àqueles que perseveram em meio às provações (Tg 1.2-3,12; Ap 2.10; 3.11). Os crentes devem alegremente perceber as provações como oportunidades dadas pelo Senhor para que cresçam e amadureçam. Sua motivação deve também proceder do amor que sentem por Deus.
 
2. A bendita esperança da coroa da justiça.
Esta coroa está reservada àqueles que ansiosamente aguardam o retorno do Senhor (2Tm 4.6-8). Amar a vinda do Senhor supõe uma vida de obediência. Tamanha fidelidade proporciona certo grau de segurança enquanto o fiel aguarda o breve retomo do Senhor.
 
3. A bendita esperança da coroa da glória.
Esta coroa é prometida àqueles que apascentam o rebanho do Senhor pelos motivos certos (1Pd 5.2-4; Fl 4.1; Dn 12.3;1Ts 2.19; Pv 11.30). Os obreiros piedosos, dignos de recompensa, são aqueles que servem de coração, e não por obrigação. São exemplos de uma vida piedosa para o rebanho. Reconhecem a obrigação pela qual prestarão contas ao supremo Pastor (Ez 34-2-4).
 
 
VI. O MILÊNIO COMO UMA BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. A bendita esperança da justiça perfeita.
Graças à presença do Messias, Jerusalém será a fonte da qual toda a justiça do milênio emanará em glória (Is 62.1c-,2a). Sião será chamada “cidade de justiça” (Is 1.26), e estará cheia de direito e justiça (Is 33.5). A justiça será o termo descritivo que caracterizará o governo justo do Messias (Is 32.1).
 
2. A bendita esperança da paz perfeita.
A paz nacional e individual é fruto do reino do Messias (Is 2.4; 9.4-7; 11.6-9; 32.17,18; 33.5,6; 54.13; 55.12; 60.18; 65.25; 66.12; Ez 28.26; 34.25,28; Os 2.18; Mq 4.2,3; Zc 9.10).
 
6.3 A bendita esperança da alegria perfeita.
A plenitude da alegria será marca característica da era milenar (Is 9.3,4; 12.3-6; 14.7,8; 25.8,9; 30.29; 42.1,10-12; 52.9; 60.15; 61.7,10; 65.18,19; 66.10-14; Jr 30.18,19; 31.13,14; Sf 3.14-17; Zc 8.18,19; 10.6,7).


VII. A ETERNIDADE COMO UMA BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. A bendita esperança do estado eterno.
O Estado eterno é aquilo que não tem fim, é o estado de bem-aventuranças e inefáveis gozos a ser desfrutado pelos redimidos logo após a consumação de todas as coisas temporais e históricas (2Pd 3.13; Ap 21 e 22). O estado eterno, que será inaugurado logo após o Juízo Final, terá lugar nos “novos céus e terra”, onde os salvos estarão a desfrutar do amor de Cristo pelos séculos dos séculos (Andrade, 2006, p. 171).
 
2. A bendita esperança do novo céu e nova terra.
É a realidade que passará a existir após a consumação de todas as coisas pertinentes à dimensão material (Is 65.17; 66.22; 2Pd 3.7-10; Ap 21.1-3). Os novos céus e terra serão uma realidade já antevista (Is 66.22). Segundo depreendemos de Apocalipse 21.2, “os novos céus” estarão interligados à “nova terra”, formando um todo harmonioso e sem igual. Será uma realidade jamais sonhada pelo ser humano. Uma realidade tão superior a esta dimensão (1Co 2.9) (Andrade, 2006, p. 118).
 
 
CONCLUSÃO
Diante dessa gloriosa promessa das benditas esperanças, seguiremos a nossa jornada sem temor e sem perder a fé. A história testemunhou que o Cristianismo cresceu e prosperou porque os cristãos entenderam que essa vida é provisória, sendo apenas uma parte de um todo muito maior: a eternidade com Cristo. Portanto, mantenhamos firme a confissão da nossa esperança, pois o que prometeu é fiel (Hb 10.23). 
 
 
 

REFERÊNCIAS
ü  ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
ü  ICE, Thomas. Profecias de A a Z. ACTUAL.
ü  LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. CPAD.
ü  LIETH, Nobert. O Sermão Profético de Jesus. ACTUAL.
ü  RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
ü  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ü  ZIBORDI, Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.   
 

 Por Rede Brasil de Comunicação.



 

LIÇÃO 12 - A REALIDADE BÍBLICA DO EVANGELHO NA CULTURA

 
Vídeo Aula - Pastor Alexandre





LIÇÃO 12 - A BENDITA ESPERANÇA: A MARCA DO CRISTÃO (V.02)


Vídeo Aula - Pastor Osiel
 




terça-feira, 18 de junho de 2024

LIÇÃO 12 - A BENDITA ESPERANÇA: A MARCA DO CRISTÃO (V.01)


Vídeo Aula - Pastor Ciro
 




QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2024






O PADRÃO BÍBLICO
 PARA A VIDA CRISTÃ –
Caminhando Segundo os Ensinos
das Sagradas Escrituras. 









Lição 11
 
Hora da Revisão
A respeito de “A Realidade Bíblica da Esperança”, responda:

 

1. Segundo a lição, o que pode provocar desespero?
Doenças e guerras; questões econômicas e profissionais e a busca por esperança nos lugares errados.

2. Qual é a maior fonte de desesperança?
A maior fonte de desesperança é a falta do conhecimento e de confiança no Todo-Poderoso.

3. Qual um dos motivos de esperança para quem aceita a Jesus?
A salvação oferecida por Deus é motivo de esperança para quem aceita a Jesus.

4. Segundo a lição, o que pode nos trazer esperança para esta vida?
A salvação, uma mente transformada por Cristo e a certeza de que Deus está no controle de tudo.

5. Como Jó denomina o evento morte?
O evento morte é chamado por Jó de “rei dos terrores” (Jó 18.14), de quem não se pode escapar. 



QUESTIONÁRIOS DO 2° TRIMESTRE DE 2024






A Carreira Que Nos Está Proposta-
O Caminho da Salvação, Santidade e
Perseverança para Chegar ao Céu.









Lição 11

Revisando o Conteúdo
A respeito de “A Realidade Bíblica do Inferno” responda: 
 

1. Explique pelo menos um argumento apresentado na lição que nega o ensino bíblico sobre o Inferno.
Teólogos modernos e pós-modernos negam a inspiração plenária da Bíblia e, por isso, agem para enfraquecer a doutrina bíblica sobre o Inferno, dizendo que se trata de um pensamento pagão que deve ser erradicado da Bíblia. 

2. O que os falsos ensinadores afirmam ao distorcerem as verdades do cristianismo bíblico?
O que eles fazem é transformar a verdade de Deus em mentira, negar integralmente o ensinamento bíblico a respeito da realidade bíblica do Inferno como se encontra claramente exposto no Novo Testamento.

3. Qual palavra do Novo Testamento traz o simbolismo de “castigo eterno”, “fogo eterno” e “julgamento final”?
A palavra geena recebeu todo o simbolismo de “castigo eterno”, “fogo eterno” e “julgamento final” (Mt 23.33; 25.41,46) que faz jus ao termo Inferno.

4. Cite ao menos três expressões que descrevem o Inferno.
Fornalha acesa (Mt 13.42,50); fogo eterno (Mt 25.41); Lago de Fogo (Ap 19.20; 20.10,14,15).

5. De quem é a iniciativa primária do destino do ser humano ao Inferno?
A ida do ser humano para o Inferno não é uma iniciativa primária de Deus, mas um fruto da escolha do ser humano em viver deliberadamente em rebelião contra o Altíssimo.  
 



sábado, 15 de junho de 2024

LIÇÃO 11 – A REALIDADE BÍBLICA DO INFERNO

 




Mt 25.41-46
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre a realidade bíblica do inferno, para isso, traremos a definição da palavra inferno, e suas diversas acepções, tanto no Antigo como no Novo Testamento, abordaremos sobre a doutrina bíblica do estado intermediário dos mortos, bem como, a doutrina do estado eterno dos ímpios, e por fim, apresentaremos as principais heresias que negam a existência do inferno, com a sua devida refutação.
 
 
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA “INFERNO”
1. Definição etimológica.
De acordo com o dicionarista Antônio Houaiss, a palavra inferno é: local subterrâneo habitado pelos mortos; para os cristãos, lugar ou situação pessoal em que as almas pecadoras se encontram após a morte, submetidas a penas eternas(2001, p. 1613).
 

2. Definição teológica.

A palavra “inferno” vem do latim infernus, que significa “lugar inferior”. Foi usada por Jerônimo, na Vulgata Latina, para traduzir do hebraico a palavra sheol no Antigo Testamento, e do grego, no Novo, as palavras geenna, inferno”; hades, a região dos mortos”. Jerônimo translitera o termo tartaroo, que significa: “lançar ao Tártaro/ao inferno; prender no inferno” (Soares, 2009, p. 181).


II. TERMOS BÍBLICOS UTILIZADOS NO AT E NT
1. Palavras usadas no AT para inferno.
“A palavra de origem hebraica é predominantemente usada “sheol” no AT para “o túmulo, o abismo, o lugar dos mortos” (Gn 37.35; Jó 7.9; 14.13; 17.13-16; Sl 6.5; 16.10; 55.15; Pv. 9.18; Ec. 9.10; Is 14.11; 38.10-12,18). Não parece haver uma distinção muito clara no AT entre o destino dos bons e dos maus. Eles parecem ir ao túmulo de igual modo, para o mundo inferior, um mundo de trevas, de cansaço, de escuridão, de decadência e de esquecimento, onde se está distante de Deus (Jó 10.20-22; Sl 88.3-6) e, no entanto, acessível a ele (Jó 26.6; Sl 138.8; Am 9.2). Ele é um lugar caracterizado pelo silêncio (Sl 94.17; 115.17) e pelo repouso (Jó 3.17). Outros textos, no entanto, parecem sugerir alguns aspectos de consciência, esperança e comunicação no “sheol” (Jó 14.13-15; 19.25-27; Sl 16.10; 49.15; Is 14.9,10; Ez 32,21). No todo, o Sheol era considerado com horror e mau pressentimento (Dt 32.22; Is 38.18).
 
a) Sepultura.
É importante fazer um destaque que quando a Bíblia no AT quer descrever o lugar onde o morto é enterrado, a lápide, o túmulo, o jazigo, utiliza a palavra hebraica é qever” que é traduzida por “mnemeion” no grego, monumento com epitáfio para preservar a memória do morto (Gn 23.6, 9; 49.30), e “mnema”, com o mesmo significado (Êx 14.11; Ez 37.12), finalmente, taphos, “lugar para enterrar o morto” (Gn 23.4, 20; 2 Sm 2.31). Nenhuma delas a Septuaginta traduziu por “hades” (Mt 23.29; 28.1; Mc 5.3). (Soares, 2009, p. 184). Não há na Bíblia nenhuma referência à alma descendo ao “qever” , a nenhum cadáver, ao sheol. A Bíblia faz menção de pessoas que tinham sepulcros, “qever” (Gn 50.5; 1Rs 13.30), mas nunca encontramos nela alguém que fosse proprietário do “sheol”. O homem nos tempos bíblicos preparava o seu sepulcro “qever”, mas nunca alguém preparou um “sheol” (Soares, 2009, p. 182).
 
2. Palavras usadas no NT para inferno.
A palavra de origem grega “hades” é usada no NT com muita similaridade para “sheol” no AT. Na mitologia grega, era a habitação dos mortos. O termo “hades” se tornou importante para os judeus como o termo típico usado pelos tradutores da Septuaginta [tradução do AT hebraico para o grego] para traduzir o nome hebraico “sheol” para o grego. No Novo Testamento, o “hades” tinha três significados: 1) morte (Mt 11.23; Lc 10.15) ; 2) o lugar de todos os mortos (Lc 16.22,23 e 26), e 3) o lugar dos mortos ímpios somente (Ap. 20.13,14). O contexto determina qual o significado o autor pretende dar em determinada passagem.
 
a) Tártaro (inferno).
A forma grega “tártaro” ocorre somente em 2 Pedro 2.4 e identifica a habitação particular dos anjos que caíram na revolta satânica primitiva” (Comfort, 2010. pp. 724,771, 853, 854).
 

III. A PALAVRA “INFERNO” COMO DOUTRINA DO ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS MORTOS
O estado intermediário é a situação em que se encontram todos os mortos, quer tenham morrido salvos, ou não. Dá-se o nome de “intermediário” porque as almas nesse estado aguardam o dia em que ressuscitarão, para a vida eterna ou para a perdição eterna (Dn 12.2; Jo 5.28,29). Noutras palavras, é o estado das pessoas entre a morte física e a ressurreição. “A história do rico e Lázaro dá-nos um panorama bastante claro desse lugar (Lc 16.19-31). Para os que dormiram em Cristo, o período intermediário há de terminar com o Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.13-17). Já para os que morreram em seus pecados, há de perdurar até a última ressurreição, quando eles serão submetidos ao Juízo Final (Ap 20.11-15)” (Andrade, 2006, p. 106).
 
1. Antes da morte de Cristo.
De acordo com Lucas 16.19-31, o “sheol” (hebraico) ou “hades” (grego) dividia-se em três partes distintas. A primeira parte é o lugar dos justos, chamada “seio de Abraão” ou “lugar de consolo” (Lc 16.22,25; 23.43). A segunda é a parte dos ímpios, denominada “lugar de tormento” (Lc 16.23). A terceira parte fica entre a dos justos e a dos ímpios, e é identificada como “lugar de trevas” ou “abismo” (Lc 16.26; 2Pe 2.4; Jd v.6). Portanto, antes da morte de Jesus, todos os mortos eram conduzidos ao “sheol”, mas ficavam em lugares opostos e em situações distintas.
 
2. Depois da morte de Cristo.
“Jesus, antes de morrer por nós, prometeu aos seus que as portas do inferno “hades” não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16.18). Isto mostra que os fiéis de Deus, a partir dos dias de Jesus, não mais desceriam ao “hades”. Esta mudança ocorreu entre a morte e ressurreição do Senhor, pois Ele disse ao ladrão arrependido: ‘Hoje estarás comigo no paraíso’ (Lc 23.43). Paulo diz a respeito do assunto: ‘Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens’ (Ef 4.8,9). Entende-se, pois, que Jesus, ao ressuscitar, levou para o Céu os crentes do Antigo Testamento que estavam no “seio de Abraão”, conforme prometera em Mateus 16.18”. (Gilberto, 1985, p. 17). Mas, os ímpios continuam indo para o lugar de tormentos. De acordo com o texto de Lucas 16.19-31, tanto os justos como os ímpios estão vivos, acordados, conscientes e tem lembrança da vida na terra. Porém, existem algumas diferenças entre ambos.
 
 
IV. A PALAVRA “INFERNO” COMO DOUTRINA DO ESTADO ETERNO DOS ÍMPIOS
1. Geena (Inferno propriamente dito).
O “geena” (Inferno) seu significado estava ligado a um termo hebraico que fazia ligação com o Vale de Hinom, um local associado a práticas religiosas antigas e, em algumas interpretações, a sacrifícios de crianças, além de ser usado para a queima de lixo e de cadáveres de criminosos, por causa disso, o termo “gehinnom” passou a significar em certos textos um lugar de punição após a morte (Gomes, 2024, p. 131). Metaforicamente, o local é mencionado como exemplo do que será o lugar de juízo divino sobre satanás, seus anjos e todos os ímpios, por isso, Jesus o descreve como “fogo inextinguível” (Mt 3.12; Mc 9.43,48); “fornalha acesa” (Mt 13.42,50); “trevas” (Mt 8.12; 22.13); “fogo eterno” (Mt 25.41); “lago de fogo” (Ap 19.20; 20.10,14,15).
 
2. O sofrimento dos ímpios será eterno (Ap. 14.11; 20.10).
Segundo Comfort (2010), o próprio Jesus usa o termo “geena” para designar a “morada definitiva dos ímpios que não se arrependeram” (Mt. 5.22; 10.28; 18.9). Uma vez que “geena” é um abismo ardente (Mc 9.43), ele é também o “lago de fogo” (Mt 13. 42,50; Ap, 20.14,15) ao qual todos os infiéis serão lançados (Mt. 23.15,33), acompanhado de Satanás e seus anjos (Mt 25.41; Ap. 19.20; 20.10). O “geena” deve ser cuidadosamente diferenciado de outros termos relativos à vida após a morte ou estado final. Enquanto “sheol” do AT e o “hades” do NT uniformemente desiguinam a habitação temporária dos mortos (antes do último Dia do juízo), o “geena” especifica o lugar onde os ímpios sofrerão a punição eterna (Sl 49.14,15; Mt 10.28).
 
 
V. HERESIAS SOBRE A EXISTÊNCIA DO INFERNO
1. Todos serão aniquilados: aniquilacionismo.
“Esta doutrina defende que todas as almas estão sujeitas à extinção ou aniquilação após a morte física. As escrituras são claras sobre o fato de que tanto os ímpios como os justos viverão para sempre, e que no caso dos ímpios sua existência será de sofrimento e castigo consciente (Ec 12.7; Mt 25.46; Rm 2.8-10; Ap 14.11; 20.10-15)” (Pfeiffer, 2007, p. 694).
 
2. Todos serão salvos: universalismo.
Doutrina divorciada das Escrituras, segundo a qual, no final dos tempos, deus reconciliará todos os seres humanos e até os anjos caídos a si mesmo, independentemente das obras e dos méritos de cada um, ou seja, é a ideia de que ninguém será condenado, mas todos serão salvos, inclusive o diabo e seus anjos caídos (Andrade, 2006, pp. 353,354).
 
3. Todos estão livres: negacionismo.
Existem aqueles que procuram negar a existência do inferno. O Inferno é um lugar real (Mt 25.41), e é um dos assuntos principais do NT. O Senhor Jesus ensinou mais a respeito do Inferno que o Céu nas páginas dos Evangelhos. A realidade do Inferno é um ensino integralmente bíblico (Mt 10.28; 23.33; Mc 9.43; Lc 12.5). De acordo com o vasto ensino do NT, todas as pessoas que desprezam Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas passarão a eternidade totalmente separadas de Deus, na presença do Diabo e seus demônios (Mt 25.41).
  

CONCLUSÃO 
Concluímos que o inferno é tão real quanto o céu. Sua doutrina está fincada nos fundamentos escriturísticos, e não em fábulas e criações humanas. Negar a realidade do inferno, é negar todas as demais doutrinas esposadas na Bíblia. A realidade bíblica do inferno aponta para uma eternidade de dor e sofrimentos eternos para satanás, seus anjos e os ímpios. Devemos louvar e agradecer ao nosso Deus por tão grande amor e salvação que nos tem outorgado. Maranata, ora vem Senhor Jesus.



 
REFERÊNCIAS
ü  ANDRADE, Claudionor Correia. Dicionário Teológico. CPAD.
ü  COMFORT, Philip W. et al. Dicionário Bíblico Tyndale. GEOGRÁFICA.
ü  GILBERTO, Antônio. O Calendário da Profecia. CPAD.
ü  GOMES, Osiel. A carreira que nos está proposta, CPAD.
ü  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
ü  HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. CPAD.
ü  LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. CPAD.
ü  PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.
ü  PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
ü  RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
ü  SILVA, Esequias Soares. Respostas Bíblicas às Testemunhas de Jeová. CANDEIAS.
ü  SILVA, Esequias Soares. Testemunhas de Jeová: comentário exegético e explicativo. CANDEIAS.
ü  STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ü  ZIBORDI, Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.    

 

Por Rede Brasil de Comunicação.