Rm
8.18-25
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, veremos a definição da palavra esperança, analisaremos as bases bíblicas
para nossa bendita esperança da ressurreição do nosso corpo; do arrebatamento
da Igreja; das bodas do cordeiro; do tribunal de Cristo; do Milênio; e por fim,
da Eternidade com o Senhor.
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA ESPERANÇA
1. Esperança.
O dicionário Houaiss define
esperança como: “sentimento de quem vê como possível a realização daquilo
que deseja”, “expectativa”, “ato ou efeito de
esperar o que se deseja”, “fé em conseguir o que se deseja” (Houaiss,
2011, p. 1228). Esperança é uma das virtudes cristãs, através da qual o crente
é motivado a crer no impossível. É a certeza de receber as promessas feitas por
Deus através de Cristo Jesus (Rm 15.13; Hb 11.1) e uma sólida confiança em Deus
(Sl 33.21,22). O termo deriva-se do grego “elpis” e significa “expectativa,
espera, aguardo” (Rm 8.24,25). Já o verbo esperar significa: “ficar
à espera de aguardar, contar com a realização de uma coisa desejada ou
prometida” (Ídem, 2011, p. 1228).
II. A RESSURREIÇÃO COMO UMA
BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. A bendita esperança da
transformação do corpo.
A
ressurreição de Jesus é a garantia de que os crentes também ressuscitarão dos
mortos (Rm 5.17). Quando ressuscitou dentre os mortos, Jesus se tornou as
primícias daqueles que ressuscitarão com seus corpos transformados para não
mais morrer (1Co 15.23). O apóstolo Paulo afirma que se Cristo não ressuscitou
então a nossa fé é vã (1Co 15.17). Na ressurreição, Jesus derrotou a morte de
forma que não precisamos mais temê-la (1Co 15.55-58). Na ressurreição, receberemos
corpos incorruptíveis e imortais (1Co 15.42-49).
2. A bendita esperança da
ressurreição do corpo.
Não
importa como os corpos foram dos crentes foram sepultados, se em covas na
terra, ou no fundo dos mares e rios, ou queimados. Na realidade, temos a
esperança dos mesmos corpos mortos serem ressuscitados. No caso dos mortos em Cristo,
seus corpos serão transformados (1Co 15.35-38), iguais ao corpo ressurreto de Cristo
(Fp 3.21).
III. O ARREBATAMENTO COMO UMA
BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. Uma esperança consoladora.
Segundo
o dicionário Houaiss (2001, p. 811), consolar é: “aliviar a dor, o sofrimento, a aflição (de
outrem ou a própria), com palavras, recompensas, promessas”. Podemos notar, que na maioria das vezes em que a doutrina
do Arrebatamento aparece nas páginas do NT, vem com o propósito dentre outras
coisas, trazer consolo para a Igreja. No cenáculo momentos antes da sua
crucificação, face a tensão em que os apóstolos estavam (Jo 14.1), Jesus de
forma enfática declara trazendo alento para seus servos: “[…] virei outra vez, e vos levarei para mim
mesmo […]”, “Não
vos deixarei órfãos; voltarei para vós”, “[…] Vou, e venho para vós […]” (Jo 14.3,18,28; ver At 1.6-12). Ao tratar sobre o
Arrebatamento da Igreja e os eventos relacionados a ele, o apóstolo Paulo
exortou que os irmãos deveriam mutuamente se consolarem, com a bendita esperança
da vinda de Cristo: “Portanto,
consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.18; ver At 1.11).
2. Uma esperança motivadora.
Diante
da tentação de se afastarem da verdade do evangelho, o escritor aos hebreus
motiva aos destinatários de sua carta, a prosseguirem na caminha cristã,
exortando que eles deveriam continuar perseverantes apesar de todo sofrimento
vivido (Hb 10.36), para tanto cita uma das maiores promessas, a segunda vinda
de Cristo: “Porque, ainda dentro de pouco
tempo, aquele que vem virá e não tardará” (Hb 10.37 – ARA), e que por ocasião desse esperado advento,
os crentes fiéis estarão livres de: (a)
todas as aflições perseguições (2Co
5.2,4; Fp 3.21; Ap 3.10); (b) da presença do pecado e da morte (1Co 15.51-56); e, (c) da ira
futura por ocasião da Grande Tribulação (1Ts 1.10; 5.9).
3. Uma esperança segura.
O
Arrebatamento é uma promessa garantida pelo próprio Deus; e ainda que
escarnecedores tenham surgido ao longo da história com o objetivo de negar essa
verdade (2Pd 3.3,4,8,9; Jd v.18), sabemos que o Arrebatamento é um advento
iminente. Jesus em seu sermão profético deixou certa a sua segunda vinda ao
compará-la ao fato histórico, vivido por Noé e sua família: “E, como foi nos dias de Noé, assim será também a
vinda do Filho do homem” (Mt
24.37).
IV. AS BODAS DO CORDEIRO COMO UMA
BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. O encontro com o Noivo como uma
bendita esperança.
A palavra bodas é traduzida como
uma “celebração de casamento” (Ferreira, 2004, p. 308). A Bíblia
nos mostra que, enquanto a Igreja estiver aqui na terra, ela será chamada de
Noiva de Cristo (2Co 11.2). Contudo, na ocasião pós arrebatamento dar-se-á o
casamento, quando enfim, ele será chamada de esposa do Cordeiro (Ap 19.7;
21.9). O pacto do casamento é implementado no momento em que os membros da
igreja são redimidos (Lc 22.20; Hb 9.15). Cristo, o noivo, busca a sua noiva no
arrebatamento (1Ts 4.16,17)” (Pfeiffer apud Walwoord, 2007, p. 320).
2. A ceia com o Noivo como uma
bendita esperança.
A
palavra “ceia” significa “refeição”. Neste caso diz respeito ao banquete que
segue o casamento (Gn 29.22; Jz 14.10). A sunamita, a esposa de Salomão, foi
por ele introduzida nas recâmaras do palácio (Ct 1.4). Em seguida, amorosamente
ele também a conduziu a sala do banquete (Ct 2.4). De igual forma o Senhor ao
levar a sua noiva para as mansões celestes (Jo 14.1-3), irá promover a grande
ceia, conforme as palavras de Jesus (Lc 22.16; 27-30). “Será um banquete como
nunca houve; será o cumprimento das parábolas, das profecias, e da tipologia do
relacionamento entre Cristo e a sua Igreja. É mais uma razão para todo este
regozijo” (Horton, 2011, p. 203).
3. A celebração do casamento com o
Noivo como uma bendita esperança.
Em
Apocalipse 19.6,7 vemos a descrição da visão de João acerca desse glorioso
evento, informando-nos que ele será repleto de júbilo, adoração e alegria. “Os
salvos chegados de todas as partes da terra e de todos os tempos saudar-se-ão
alegremente. Conheceremos os santos do Antigo e do Novo Testamento e
reencontraremos aqueles que dentre nós foram antes estar com Jesus (Mt 8.11;
1Ts 4.13,14). Os salvos estarão livres de todas as lutas, angústias, pecado e
mal. Uma só vez mirar a augusta e divina face de Jesus compensará todas as
lutas e tristezas sofridas neste lado da vida. Como não será a recepção por
Deus e por todos os santos anjos, do cortejo chegado da Terra, composto por miríades
de fiéis, tendo à frente o Senhor Jesus que os salvou por sua graça” (GILBERTO,
2007, p. 15 -acréscimo nosso).
V. O TRIBUNAL DE CRISTO COMO UMA
BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
No
Tribunal de Cristo, o crente será julgado como servo, isto é, quanto ao seu
serviço prestado a Deus e o seu testemunho (Ap 22.12). Não se trata de
julgamento dos pecados do crente, pois, nossos pecados já foram julgados em
Cristo (2Co 5.21; Gl 3.13). A nossa salvação é pela graça e pela obra redentora
que Jesus consumou por nós (Hb 7.27). O prêmio da soberana vocação (Fp 3.14)
será dado aos “servos bons e fiéis” (Mt 25.21,23). A base do julgamento serão “as obras”,
e não “os títulos” (1Co 3.10-15; Rm 14.12; Ap 22.12).
1. A bendita esperança da coroa da
vida.
Esta
coroa é concedida àqueles que perseveram em meio às provações (Tg 1.2-3,12; Ap
2.10; 3.11). Os crentes devem alegremente perceber as provações como
oportunidades dadas pelo Senhor para que cresçam e amadureçam. Sua motivação
deve também proceder do amor que sentem por Deus.
2. A bendita esperança da coroa da
justiça.
Esta
coroa está reservada àqueles que ansiosamente aguardam o retorno do Senhor (2Tm
4.6-8). Amar a vinda do Senhor supõe uma vida de obediência. Tamanha fidelidade
proporciona certo grau de segurança enquanto o fiel aguarda o breve retomo do
Senhor.
3. A bendita esperança da coroa da
glória.
Esta
coroa é prometida àqueles que apascentam o rebanho do Senhor pelos motivos
certos (1Pd 5.2-4; Fl 4.1; Dn 12.3;1Ts 2.19; Pv 11.30). Os obreiros piedosos,
dignos de recompensa, são aqueles que servem de coração, e não por obrigação.
São exemplos de uma vida piedosa para o rebanho. Reconhecem a obrigação pela
qual prestarão contas ao supremo Pastor (Ez 34-2-4).
VI. O MILÊNIO COMO UMA BENDITA
ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. A bendita esperança da justiça
perfeita.
Graças à presença do Messias, Jerusalém
será a fonte da qual toda a justiça do milênio emanará em glória (Is
62.1c-,2a). Sião será chamada “cidade
de justiça” (Is 1.26), e estará cheia de direito e
justiça (Is 33.5). A justiça será o termo descritivo que caracterizará o
governo justo do Messias (Is 32.1).
2. A bendita esperança da paz
perfeita.
A paz nacional e individual é fruto do
reino do Messias (Is 2.4; 9.4-7; 11.6-9; 32.17,18; 33.5,6; 54.13; 55.12; 60.18;
65.25; 66.12; Ez 28.26; 34.25,28; Os 2.18; Mq 4.2,3; Zc 9.10).
6.3 A bendita esperança da alegria
perfeita.
A plenitude da alegria será marca
característica da era milenar (Is 9.3,4; 12.3-6; 14.7,8; 25.8,9; 30.29;
42.1,10-12; 52.9; 60.15; 61.7,10; 65.18,19; 66.10-14; Jr 30.18,19; 31.13,14; Sf
3.14-17; Zc 8.18,19; 10.6,7).
VII. A ETERNIDADE COMO UMA BENDITA
ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. A bendita esperança do estado
eterno.
O
Estado eterno é aquilo que não tem fim, é o estado de bem-aventuranças e inefáveis
gozos a ser desfrutado pelos redimidos logo após a consumação de todas as
coisas temporais e históricas (2Pd 3.13; Ap 21 e 22). O estado eterno, que será
inaugurado logo após o Juízo Final, terá lugar nos “novos céus e terra”, onde os salvos estarão a desfrutar do amor de Cristo pelos
séculos dos séculos (Andrade, 2006, p. 171).
2. A bendita esperança do novo céu
e nova terra.
É
a realidade que passará a existir após a consumação de todas as coisas pertinentes
à dimensão material (Is 65.17; 66.22; 2Pd 3.7-10; Ap 21.1-3). Os novos céus e
terra serão uma realidade já antevista (Is 66.22). Segundo depreendemos de
Apocalipse 21.2, “os novos céus” estarão interligados à “nova
terra”, formando um todo harmonioso e sem
igual. Será uma realidade jamais sonhada pelo ser humano. Uma realidade tão
superior a esta dimensão (1Co 2.9) (Andrade, 2006, p. 118).
CONCLUSÃO
Diante
dessa gloriosa promessa das benditas esperanças, seguiremos a nossa jornada sem
temor e sem perder a fé. A história testemunhou que o Cristianismo cresceu e
prosperou porque os cristãos entenderam que essa vida é provisória, sendo apenas
uma parte de um todo muito maior: a eternidade com Cristo. Portanto,
mantenhamos firme a confissão da nossa esperança, pois o que prometeu é fiel
(Hb 10.23).
REFERÊNCIAS
ü ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
ü ICE,
Thomas. Profecias de A a Z. ACTUAL.
ü LAHAYE,
Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. CPAD.
ü LIETH,
Nobert. O Sermão Profético de Jesus. ACTUAL.
ü RENOVATO,
Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
ü STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ü ZIBORDI,
Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Por Rede Brasil de Comunicação.
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