sábado, 22 de junho de 2024

LIÇÃO 12 – A BENDITA ESPERANÇA: A MARCA DO CRISTÃO






Rm 8.18-25
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a definição da palavra esperança, analisaremos as bases bíblicas para nossa bendita esperança da ressurreição do nosso corpo; do arrebatamento da Igreja; das bodas do cordeiro; do tribunal de Cristo; do Milênio; e por fim, da Eternidade com o Senhor.
 
 
I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA ESPERANÇA
1. Esperança.
O dicionário Houaiss define esperança como: “sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja”, “expectativa”, “ato ou efeito de esperar o que se deseja”, “fé em conseguir o que se deseja” (Houaiss, 2011, p. 1228). Esperança é uma das virtudes cristãs, através da qual o crente é motivado a crer no impossível. É a certeza de receber as promessas feitas por Deus através de Cristo Jesus (Rm 15.13; Hb 11.1) e uma sólida confiança em Deus (Sl 33.21,22). O termo deriva-se do grego “elpis” e significa “expectativa, espera, aguardo” (Rm 8.24,25). Já o verbo esperar significa: “ficar à espera de aguardar, contar com a realização de uma coisa desejada ou prometida” (Ídem, 2011, p. 1228).
 
 
II. A RESSURREIÇÃO COMO UMA BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. A bendita esperança da transformação do corpo.
A ressurreição de Jesus é a garantia de que os crentes também ressuscitarão dos mortos (Rm 5.17). Quando ressuscitou dentre os mortos, Jesus se tornou as primícias daqueles que ressuscitarão com seus corpos transformados para não mais morrer (1Co 15.23). O apóstolo Paulo afirma que se Cristo não ressuscitou então a nossa fé é vã (1Co 15.17). Na ressurreição, Jesus derrotou a morte de forma que não precisamos mais temê-la (1Co 15.55-58). Na ressurreição, receberemos corpos incorruptíveis e imortais (1Co 15.42-49).
 
2. A bendita esperança da ressurreição do corpo.
Não importa como os corpos foram dos crentes foram sepultados, se em covas na terra, ou no fundo dos mares e rios, ou queimados. Na realidade, temos a esperança dos mesmos corpos mortos serem ressuscitados. No caso dos mortos em Cristo, seus corpos serão transformados (1Co 15.35-38), iguais ao corpo ressurreto de Cristo (Fp 3.21).
 
 
III. O ARREBATAMENTO COMO UMA BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. Uma esperança consoladora.
Segundo o dicionário Houaiss (2001, p. 811), consolar é: “aliviar a dor, o sofrimento, a aflição (de outrem ou a própria), com palavras, recompensas, promessas”. Podemos notar, que na maioria das vezes em que a doutrina do Arrebatamento aparece nas páginas do NT, vem com o propósito dentre outras coisas, trazer consolo para a Igreja. No cenáculo momentos antes da sua crucificação, face a tensão em que os apóstolos estavam (Jo 14.1), Jesus de forma enfática declara trazendo alento para seus servos: “[…] virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo […]”, “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”, “[…] Vou, e venho para vós […]” (Jo 14.3,18,28; ver At 1.6-12). Ao tratar sobre o Arrebatamento da Igreja e os eventos relacionados a ele, o apóstolo Paulo exortou que os irmãos deveriam mutuamente se consolarem, com a bendita esperança da vinda de Cristo: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.18; ver At 1.11).
 
2. Uma esperança motivadora.
Diante da tentação de se afastarem da verdade do evangelho, o escritor aos hebreus motiva aos destinatários de sua carta, a prosseguirem na caminha cristã, exortando que eles deveriam continuar perseverantes apesar de todo sofrimento vivido (Hb 10.36), para tanto cita uma das maiores promessas, a segunda vinda de Cristo: “Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará” (Hb 10.37 – ARA), e que por ocasião desse esperado advento, os crentes fiéis estarão livres de: (a) todas as aflições perseguições (2Co 5.2,4; Fp 3.21; Ap 3.10); (b) da presença do pecado e da morte (1Co 15.51-56); e, (c) da ira futura por ocasião da Grande Tribulação (1Ts 1.10; 5.9).
 
3. Uma esperança segura.
O Arrebatamento é uma promessa garantida pelo próprio Deus; e ainda que escarnecedores tenham surgido ao longo da história com o objetivo de negar essa verdade (2Pd 3.3,4,8,9; Jd v.18), sabemos que o Arrebatamento é um advento iminente. Jesus em seu sermão profético deixou certa a sua segunda vinda ao compará-la ao fato histórico, vivido por Noé e sua família: “E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24.37).


IV. AS BODAS DO CORDEIRO COMO UMA BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. O encontro com o Noivo como uma bendita esperança.
A palavra bodas é traduzida como uma “celebração de casamento” (Ferreira, 2004, p. 308). A Bíblia nos mostra que, enquanto a Igreja estiver aqui na terra, ela será chamada de Noiva de Cristo (2Co 11.2). Contudo, na ocasião pós arrebatamento dar-se-á o casamento, quando enfim, ele será chamada de esposa do Cordeiro (Ap 19.7; 21.9). O pacto do casamento é implementado no momento em que os membros da igreja são redimidos (Lc 22.20; Hb 9.15). Cristo, o noivo, busca a sua noiva no arrebatamento (1Ts 4.16,17)” (Pfeiffer apud Walwoord, 2007, p. 320).
 
2. A ceia com o Noivo como uma bendita esperança.
A palavra “ceia” significa “refeição”. Neste caso diz respeito ao banquete que segue o casamento (Gn 29.22; Jz 14.10). A sunamita, a esposa de Salomão, foi por ele introduzida nas recâmaras do palácio (Ct 1.4). Em seguida, amorosamente ele também a conduziu a sala do banquete (Ct 2.4). De igual forma o Senhor ao levar a sua noiva para as mansões celestes (Jo 14.1-3), irá promover a grande ceia, conforme as palavras de Jesus (Lc 22.16; 27-30). “Será um banquete como nunca houve; será o cumprimento das parábolas, das profecias, e da tipologia do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja. É mais uma razão para todo este regozijo” (Horton, 2011, p. 203).
 
3. A celebração do casamento com o Noivo como uma bendita esperança.
Em Apocalipse 19.6,7 vemos a descrição da visão de João acerca desse glorioso evento, informando-nos que ele será repleto de júbilo, adoração e alegria. “Os salvos chegados de todas as partes da terra e de todos os tempos saudar-se-ão alegremente. Conheceremos os santos do Antigo e do Novo Testamento e reencontraremos aqueles que dentre nós foram antes estar com Jesus (Mt 8.11; 1Ts 4.13,14). Os salvos estarão livres de todas as lutas, angústias, pecado e mal. Uma só vez mirar a augusta e divina face de Jesus compensará todas as lutas e tristezas sofridas neste lado da vida. Como não será a recepção por Deus e por todos os santos anjos, do cortejo chegado da Terra, composto por miríades de fiéis, tendo à frente o Senhor Jesus que os salvou por sua graça” (GILBERTO, 2007, p. 15 -acréscimo nosso).
 
 
V. O TRIBUNAL DE CRISTO COMO UMA BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
No Tribunal de Cristo, o crente será julgado como servo, isto é, quanto ao seu serviço prestado a Deus e o seu testemunho (Ap 22.12). Não se trata de julgamento dos pecados do crente, pois, nossos pecados já foram julgados em Cristo (2Co 5.21; Gl 3.13). A nossa salvação é pela graça e pela obra redentora que Jesus consumou por nós (Hb 7.27). O prêmio da soberana vocação (Fp 3.14) será dado aos “servos bons e fiéis” (Mt 25.21,23). A base do julgamento serão “as obras”, e não “os títulos” (1Co 3.10-15; Rm 14.12; Ap 22.12).
 
1. A bendita esperança da coroa da vida.
Esta coroa é concedida àqueles que perseveram em meio às provações (Tg 1.2-3,12; Ap 2.10; 3.11). Os crentes devem alegremente perceber as provações como oportunidades dadas pelo Senhor para que cresçam e amadureçam. Sua motivação deve também proceder do amor que sentem por Deus.
 
2. A bendita esperança da coroa da justiça.
Esta coroa está reservada àqueles que ansiosamente aguardam o retorno do Senhor (2Tm 4.6-8). Amar a vinda do Senhor supõe uma vida de obediência. Tamanha fidelidade proporciona certo grau de segurança enquanto o fiel aguarda o breve retomo do Senhor.
 
3. A bendita esperança da coroa da glória.
Esta coroa é prometida àqueles que apascentam o rebanho do Senhor pelos motivos certos (1Pd 5.2-4; Fl 4.1; Dn 12.3;1Ts 2.19; Pv 11.30). Os obreiros piedosos, dignos de recompensa, são aqueles que servem de coração, e não por obrigação. São exemplos de uma vida piedosa para o rebanho. Reconhecem a obrigação pela qual prestarão contas ao supremo Pastor (Ez 34-2-4).
 
 
VI. O MILÊNIO COMO UMA BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. A bendita esperança da justiça perfeita.
Graças à presença do Messias, Jerusalém será a fonte da qual toda a justiça do milênio emanará em glória (Is 62.1c-,2a). Sião será chamada “cidade de justiça” (Is 1.26), e estará cheia de direito e justiça (Is 33.5). A justiça será o termo descritivo que caracterizará o governo justo do Messias (Is 32.1).
 
2. A bendita esperança da paz perfeita.
A paz nacional e individual é fruto do reino do Messias (Is 2.4; 9.4-7; 11.6-9; 32.17,18; 33.5,6; 54.13; 55.12; 60.18; 65.25; 66.12; Ez 28.26; 34.25,28; Os 2.18; Mq 4.2,3; Zc 9.10).
 
6.3 A bendita esperança da alegria perfeita.
A plenitude da alegria será marca característica da era milenar (Is 9.3,4; 12.3-6; 14.7,8; 25.8,9; 30.29; 42.1,10-12; 52.9; 60.15; 61.7,10; 65.18,19; 66.10-14; Jr 30.18,19; 31.13,14; Sf 3.14-17; Zc 8.18,19; 10.6,7).


VII. A ETERNIDADE COMO UMA BENDITA ESPERANÇA DO CRISTÃO
1. A bendita esperança do estado eterno.
O Estado eterno é aquilo que não tem fim, é o estado de bem-aventuranças e inefáveis gozos a ser desfrutado pelos redimidos logo após a consumação de todas as coisas temporais e históricas (2Pd 3.13; Ap 21 e 22). O estado eterno, que será inaugurado logo após o Juízo Final, terá lugar nos “novos céus e terra”, onde os salvos estarão a desfrutar do amor de Cristo pelos séculos dos séculos (Andrade, 2006, p. 171).
 
2. A bendita esperança do novo céu e nova terra.
É a realidade que passará a existir após a consumação de todas as coisas pertinentes à dimensão material (Is 65.17; 66.22; 2Pd 3.7-10; Ap 21.1-3). Os novos céus e terra serão uma realidade já antevista (Is 66.22). Segundo depreendemos de Apocalipse 21.2, “os novos céus” estarão interligados à “nova terra”, formando um todo harmonioso e sem igual. Será uma realidade jamais sonhada pelo ser humano. Uma realidade tão superior a esta dimensão (1Co 2.9) (Andrade, 2006, p. 118).
 
 
CONCLUSÃO
Diante dessa gloriosa promessa das benditas esperanças, seguiremos a nossa jornada sem temor e sem perder a fé. A história testemunhou que o Cristianismo cresceu e prosperou porque os cristãos entenderam que essa vida é provisória, sendo apenas uma parte de um todo muito maior: a eternidade com Cristo. Portanto, mantenhamos firme a confissão da nossa esperança, pois o que prometeu é fiel (Hb 10.23). 
 
 
 

REFERÊNCIAS
ü  ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
ü  ICE, Thomas. Profecias de A a Z. ACTUAL.
ü  LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. CPAD.
ü  LIETH, Nobert. O Sermão Profético de Jesus. ACTUAL.
ü  RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
ü  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ü  ZIBORDI, Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.   
 

 Por Rede Brasil de Comunicação.



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário