Ap
21.9-14; 22.1-5
INTRODUÇÃO
Nesta
última aula do trimestre, estudaremos sobre o destino final dos salvos que é
habitar na cidade celestial, a Nova Jerusalém, uma cidade planejada e
arquitetada pelo próprio Deus, onde os salvos habitarão no futuro. Veremos nesta
lição um breve resumo do que ocorrerá com os salvos no futuro; citaremos
algumas características da Nova Jerusalém; e, finalmente, explicaremos sobre o
céu, a nossa eterna morada.
I. O DESTINO DOS SALVOS
“O
destino final da jornada do peregrino que vive neste mundo é o Céu de glória.
Paulo esclarece que o nosso alvo é a Cidade Celestial, por isso disse: “Pois a
nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor
Jesus Cristo” (Fp 3.20, ARA).” (Gomes, 2024, p. 143). Quando Jesus voltar para
buscar a Sua Igreja, como Ele mesmo prometeu (Jo 14.1-3), os que morreram em
Cristo ressuscitarão em corpos gloriosos e incorruptíveis, e os salvos que
estiverem vivos serão arrebatados para o encontro do Senhor nos ares (1Co
15.51-53; 1Ts 4.13-18). Após o Arrebatamento, os salvos serão conduzidos ao
Tribunal de Cristo, onde ocorrerá o julgamento das suas obras, e eles serão galardoados
(Rm 14.10; 2Co 5.10; Ap 22.12). Depois da entrega dos galardões, os salvos
adentrarão nas mansões celestiais, onde participarão das Bodas do Cordeiro (Ap
19.7-9). Depois da celebração das Bodas, os salvos descerão com Cristo e
reinarão com Ele por mil anos aqui na Terra (Ap 2.26,27; 5.10; 5.14). Após o Milênio,
ocorrerá o Juízo Final, onde os salvos estarão presentes, não para serem
julgados, e sim, para julgar com Cristo (1Co 6.1-3; Ap 20.11-15). Depois do
julgamento do Grande Trono Branco, os salvos adentrarão à Nova Jerusalém, a
cidade do Deus Vivo, onde eles habitarão para sempre (Fp 3.20; Hb 11.13-16;
12.22).
II. AS CARACTERÍSTICAS DA NOVA JERUSALÉM
“Ao
falarmos sobre a Cidade Celestial, abordamos um tema que se firma por meio da
revelação de Apocalipse 21, no qual se trata da Nova Jerusalém, que é descrita
como a cidade do destino e morada de todos os crentes que viveram neste mundo
com os olhos firmados em Cristo e suas promessas, como Ele mesmo falou: [...]
vou preparar-vos lugar” (Jo 14.1,2). Quando Jesus voltar, nessa sua Segunda
Vinda, Ele nos levará para a nossa Cidade Celestial e ali estaremos para sempre
com o Senhor (1Ts 4.17).” (Gomes, 2024, p. 143). No livro do Apocalipse são
descritas diversas características dessa cidade. Vejamos algumas:
1. A cidade celestial é santa (Ap
21.2,10).
A
palavra ‘santa’ deriva-se do grego “hagios” que significa “separado”
e tem o sentido de “separado do mal” ou “separado do pecado” (Andrade, 2019, p.
326). Na Nova Jerusalém não haverá ódio, violência, maldade nem corrupção, pois
nela não entrará pecado, nem coisa alguma que contamine (Ap 21.27). A Bíblia é
enfática ao dizer que ficarão de fora os feiticeiros, os que se prostituem, os
homicidas, os idólatras e todos os que amam e cometem a mentira (Ap 22.15), mas
“somente os que estão inscritos no livro da vida” (Ap 21.27).
Esta, sem dúvida, é uma das principais características desta cidade. Desde que
o pecado entrou no mundo e passou a fazer parte da História da humanidade (Gn
3.1-7; Rm 5.12,19) que a humanidade sofre as suas terríveis consequências. Mas,
no futuro, nós estaremos, enfim, livres não apenas da presença do pecado, mas,
também, de toda e qualquer tentação.
2. A cidade celestial é nova (Ap 21.2).
O
apóstolo João diz que a Jerusalém celestial não é apenas santa, mas, também é uma
cidade nova. Com certeza, o termo ‘nova’ não diz respeito ao tempo, pois esta
cidade já foi construída por Deus há milênios (Fp 3.20; Hb 11.13-16; 12.22). Mas,
diz respeito ao fato de ser vista pela primeira vez e, também, pelo seu aspecto,
pois o tempo não afeta o seu brilho e a sua beleza. Diferente das cidades aqui
da terra, que à medida em que o tempo passa, ela vai perdendo a sua beleza, a
Nova Jerusalém tem e sempre terá o aspecto de uma cidade nova, recém-criada ou
construída. Esta cidade é tão bela e tão maravilhosa, que o apóstolo João não
teve como compará-la a outra cidade aqui da terra. Por isso, ele diz que ela
era como “uma noiva enfeitada para o seu noivo.” (Ap 21.2 NAA).
3. A cidade celestial será o
tabernáculo de Deus com os homens (Ap 21.3).
A
Bíblia nos mostra claramente que o desejo de Deus sempre foi habitar com os
homens. No Éden, por exemplo, pela viração do dia Deus vinha falar com Adão (Gn
3.8). Durante a peregrinação no deserto, Deus disse a Moisés que recolhesse
ofertas para a construção do tabernáculo (Êx 25.1-9) e o Senhor lhe disse: “E
me farão um santuário e habitarei no meio deles” (Êx 25.8). Na Nova
Aliança, Jesus prometeu que o Deus Trino habitaria em nós (Jo 14.16,17,23).
Mas, no futuro, os salvos é que habitarão com Deus, na Nova Jerusalém: “E
ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os
homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará
com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3). O Senhor Jesus nos fez uma promessa:
“Para que onde eu estiver, estejais vós também” (Jo 14.3).
4. Na cidade
celestial não haverá dores e sofrimentos (Ap 21.4).
Seria impossível descrever todas as
bênçãos que os salvos desfrutarão na Nova Jerusalém. Além do privilégio de
poder habitar na cidade santa com o Deus Trino, a Bíblia nos revela, que
estaremos, enfim, livres de toda dor, tristeza e sofrimento. Enquanto
estivermos neste mundo, estamos sujeitos a enfrentar momentos de dores,
tristezas, luto e sofrimentos. O próprio Jesus nos advertiu, dizendo: “...
no mundo tereis aflições...” (Jo 16.33). Mas, na Nova Jerusalém,
Deus limpará de nossos olhos toda lágrima, o que significa dizer que não haverá
mais choro, nem tristeza e nem pranto. Lá não haverá mais dores e nenhum tipo
de sofrimento físico ou emocional. Além disso, lá não haverá mais morte, nem
luto, pois viveremos eternamente (Jo 3.16; 5.24; I Jo 2.25).
5. A cidade
celestial tem a glória de Deus (Ap 21.11).
O termo ‘glória’ do
grego é “doxa” e significa: “Manifestação do esplendor e da
magnificência da presença divina” (Andrade, 2019, p. 201). Glória é um
termo bíblico muito comum para identificar a presença de Deus (Êx 16.10; Lv
9.23; Nm 14.10; II Cr 7.1,2; Ez 43.4,5). Como a Nova Jerusalém será o tabernáculo
de Deus com os homens (Ap 21.3), a glória de Deus, ou seja, a sua presença lá
estará. O tabernáculo, como sabemos, era a tenda em que permanecia a glória de
Deus, e onde, no deserto, o povo se reunia para, através de sacrifícios e
sacerdotes, aproximar-se de seu Criador (Êx 25.8). Mas, na Nova Jerusalém, o
próprio Deus estará com os homens, ou seja, o que no passado era sombra, nesta
cidade será realidade (Hb 8.5).
6. A cidade
celestial não necessita de templo (Ap 21.22).
“Nos tempos do AT, Deus manifestou
a sua presença e glória no Santo dos santos - o santuário interno do
Tabernáculo e do Santo Templo. Com o advento da Igreja, os corpos dos crentes
tornaram-se santuários do Espírito Santo, onde Deus manifesta a sua presença
através do Espírito Santo. Mas, na Nova Jerusalém, toda cidade tornar-se-á o
templo, o santuário e a habitação de Deus e de Cristo. A glória divina estará nela
presente. Estaremos em contado direto e constante com o Deu s Todo-poderoso e
com o cordeiro que nos salvou. Habitaremos no Templo; na manifestação da
presença de Deus. Nós os crentes continuaremos a ser o templo santo do Senhor
(Ef 2.20-22). A comunhão da presença imediata de Deus e de Cristo será a maior
das bênçãos e alegrias da cidade santa. O salmista Davi reconheceu que, na
presença de Deus, há ‘abundância de alegria’ (Sl 16.11). Quão maior não será a
alegria na Nova Jerusalém (Horton, 2016, p. 309).
7. A cidade
celestial tem iluminação própria (Ap 21.23).
A Nova Jerusalém não necessita do
sol, nem da lua, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua
lâmpada (Ap 21.23), ou seja, ela não necessita de luz natural ou artificial,
pois, o próprio Deus a ilumina. “A plena revelação da glória de Deus na cidade
tornará o sol e a lua desnecessários. Na Nova Jerusalém, Cristo será a luz
(literalmente ‘lâmpada’). Ele será a fonte imediata de todo o poder, energia e
luz. Nossos corpos serão como o de Cristo. Seremos capazes de suportar o
impacto da glória de Deus (Êx 33.20-23; 1Jo 3.2). Nenhuma fonte intermediária,
como o sol será necessária. Fortalecidos por Cristo, não mais precisaremos
dormir e nem necessitaremos da sucessão de dias e noites, Jesus Cristo, que é espiritualmente
a luz do mundo, agora será também a luz da Nova Jerusalém, do novo céu e da
nova terá. Ele o será de maneira plena e completa (Jo 1.7-9; 3.19; 8.12; 12.35;
1Jo 1.5-7)” (Horton, 2016, pp. 309,310).
III. O CÉU, A NOSSA ETERNA MORADA
“Quando terminar nossa jornada
aqui, viveremos no Céu, onde a presença de Deus será permanente e eterna. Jesus
deixou claro que deveríamos viver neste mundo sabendo que a nossa casa eternal
é o Céu (Jo 14.1.2). Paulo incentiva os crentes a entender que a sua pátria é o
Céu (Fp 3.20). Ao chegarmos ao Céu, estaremos finalmente em casa, pois
habitaremos para sempre com o Senhor. Ele será o nosso Deus e nós seremos o seu
povo (Ap 21.3,4). Quando todos estivermos lá é porque todas as promessas foram
cumpridas e as lutas chegaram ao fim, então nos alegraremos e diremos: finalmente
chegamos em casa. Nesta vida, lutamos, sofremos, batalhamos e choramos, mas
chegará o dia em que finalmente alcançaremos nosso destino final: o Céu de
glória. As palavras do profeta Miquéias devem ecoar constantemente na mente e
no coração de cada salvo em cristo jesus que tem a esperança futura de sua
glória: “levantai-vos e ide-vos embora, porque não é lugar aqui de descanso;
ide-vos por causa da imundícia que destrói, sim, que destrói dolorosamente” (Mq
2.10, ara) (Gomes, 2024, p. 152,153).
CONCLUSÃO
Uma das mais belas descrições do
livro do Apocalipse foi a da Nova Jerusalém, uma cidade real, onde o apóstolo João
descreve detalhes sobre a sua grandeza, seus muros, seus habitantes e,
principalmente a sua glória e esplendor (Ap 21.2-22.5). Muito mais do que uma
cidade, a Nova Jerusalém será o lugar onde a tristeza será esquecida; os
pecados se desvanecerão; não haverá mais trevas; a temporalidade se
transformará em eternidade, pois nela “[...] não haverá mais morte, nem pranto,
nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21.4).
REFERÊNCIAS
ü ANDRADE,
Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
ü GOMES,
Oziel. A Carreira Que nos Está Proposta. CPAD.
ü STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ü SILVA,
Severino Pedro da. Apocalipse Versículo por Versículo. CPAD.
ü SILVA,
Saulo Soares da. Israel e a igreja: Ontem Hoje e Amanhã. BEREIA.
ü HORTON,
Stanley M. Apocalipse: As Coisas que Brevemente Devem Acontecer.
CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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