Rt
4.13-22; Et 7.1-7
INTRODUÇÃO
Deus
sempre se utilizará dos disponíveis. Hoje iniciaremos uma nova lição que terá o
foco em duas grandes mulheres usadas por nosso Deus para fazer sua vontade. A
primeira era uma gentia moabita, ela não sabia mais se tornou ancestral do
Messias devido as suas escolhas. A outra, foi usada por Deus para ser um canal
de salvação do povo escolhido. Nesta lição de apresentação de ambas
aprenderemos que a disponibilidade é o primeiro grande passo para seremos
usados por Deus. Esperamos em Cristo que esta aula desperte outros para serem
assim.
I. CONHECENDO UM POUCO O PERFIL DE RUTE
Rute
cujo nome quer dizer “amizade”, era oriunda da terra de Moabe
localizada no planalto, ao leste do Mar Morto e povoada pelos descendentes do
fruto de um relacionamento incestuoso de Ló com uma de suas filhas (Gn.
19.36,37). Os moabitas eram, às vezes, chamados de “povo de Camos”,
devido à sua adoração a essa divindade pagã. A jovem moabita se casou com
Malom, filho mais velho de Elimeleque e Noemi (Rt 1.1-4; 4.10); ficando
posteriormente viúva, à semelhança de sua sogra e, também, a Orfa (Rt 1.4,5).
Sua experiência pessoal com Deus é notável, sendo refletida através dos traços
de seu caráter. Vejamos alguns:
1. Rute era uma mulher
altruísta (Rt 1.14).
Um
dos traços do caráter de Rute era o amor para com o próximo, nesse caso, à sua
sogra. A despeito da tentativa de Noemi em fazê-la voltar para a casa de sua
mãe (Rt 1.8), com o argumento de não ter nada para lhe oferecer (Rt 1.11,12);
Rute revela seu amor altruísta, ou seja, sem interesses pessoais, quando nos
diz o texto: “[…] porém Rute se apegou a ela” (Rt 1.14). A
sua amizade não era uma relação utilitarista e conveniente. Seu amor não era
apenas de palavras, mas de fato e de verdade (1Jo 3.18). Embora a morte do seu
marido tenha cortado os laços dela com a família de Noemi pelas normas da
sociedade, Rute escolhe ficar com ela voluntariamente; esse ato reflete uma
abnegação notável, a ponto de pôr a perder a própria felicidade. O altruísmo de
Rute é a expressão do verdadeiro amor que Paulo descreveu: “[…] não
procura seus interesses” (1Co 13.5); é o amor sacrificial que tem como
o maior exemplo Cristo Jesus (Rm 5.6-8); é o amor que devemos ter para com
todos Como disse o apóstolo Paulo: “Ninguém busque seu próprio interesse,
e sim o de outrem” (1Co 10.24).
2. Rute era uma mulher
determinada (Rt 1.18).
Outra
virtude notável dessa jovem moabita é a sua convicção; diante da insistência de
Noemi, Rute se mostra resoluta, mesmo vendo que Orfa tinha se despedido e
voltado para Moabe (Rt 1.15), e tendo também como um fator o pessimismo de
Noemi a respeito de seu futuro; ainda assim, Rute persiste em ficar ao lado da
sua amada sogra (Rt 1.14,16). Sua determinação não estava apenas no âmbito
afetivo, mas, também em suas convicções religiosas, pois estava decidida a
abandonar os deuses de Moabe tornando-se seguidora do Deus de Israel “[…]
o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1.16). Esta
determinação ainda é ressaltada ao se dispor em ir ao campo colher espigas
trazendo provisão para ela e sua sogra (Rt 2.1,7,17,18).
3. Rute era uma mulher
submissa (Rt 2.2,7,10).
De
acordo com Aurélio submissão quer dizer: “Ato ou efeito de submeter-se.
Disposição para aceitar uma condição de dependência” (2004, p. 1885).
Submissão é outro aspecto do caráter de Rute; sua humildade é revelada ao se
submeter à sua sogra, pedindo autorização para ir ao campo; ao pedir permissão
para colher as espigas ao encarregado dos segadores, mesmo sendo um direito
concedido às viúvas (Dt 24.19); como também ao receber o favor de Boaz “Então
ela caiu sobre o seu rosto, e se inclinou à terra; e disse-lhe:
Por que achei graça em teus olhos, para que faças caso de mim, sendo eu uma
estrangeira?” (Rt 2.10).
4. Rute era uma mulher digna
de confiança.
As
muitas qualidades de Rute abriram portas por onde ela passava. Suas virtudes
foram percebidas pelos trabalhadores, que sabendo de sua origem étnica não lhe
fez objeção, deixando-a colher as espigas (Rt 2.7); pelo próprio Boaz que lhe
concedeu certos privilégios, devido ao conhecimento que tinha de seu
comportamento (2.11-16). A fama de Rute precedeu a sua chegada a Belém, de modo
que todos testificavam do seu bom caráter “[…] pois toda a cidade do meu
povo sabe que és mulher virtuosa” (Rt 3.11). A confiança é
conquistada a partir das qualidades positivas de uma pessoa.
II. CONHECENDO UM POUCO O PERFIL DE ESTER
Deus
sempre tem a pessoa certa, na hora certa, para realizar os seus propósitos. Ele
nunca é pego de surpresa! Por isso, diante do perigo do extermínio do povo
judeu, Ele já havia preparado alguém para que, no momento certo, pudesse agir.
Ester foi alvo da escolha de Deus para este fim. Vejamos, então, alguns
aspectos do seu caráter:
1. Ester uma rainha
submissa.
Submissão
é um dos requisitos necessários para aquele que deseja ser usado por Deus. Em
um mundo onde o feminismo tem ensinado que existe uma competição irrisória
entre os papeis masculinos e feminismos Ester nos ensina que a submissão é o
caminho da vida e vitorias. Ester foi submissa, não só a Deus, mas
também a seu pai adotivo e, posteriormente, a seu esposo Assuero (Et 2.10). Sua
submissão é exatamente o que o termo indica, estar com uma missão para ser
feita. Em seu caso, defender seu povo condenado a morte por um amalequitas
chamado Hamã.
2. Uma rainha que havia
devotado sua vida à Deus.
A
sua posição de rainha não afetou a sua vida de devoção a Deus. Quando ela soube
do decreto assinado pelo rei, enviou mensageiros a dizer a Mardoqueu: “Vai,
ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais
nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite e eu e as minhas servas
também assim jejuaremos....” (Et 4.16). Duas lições podemos extrair
daqui: 1ª Ela não só confiou no poder do sacrifício de jejum, como também se
dispôs a jejuar, demostrando assim, que a sua devoção à Deus não foi afetada
depois de sua ascensão à posição de rainha da Pérsia. 2ª Ela disse que as suas
moças também jejuariam, o que nos leva a crer que elas aprenderam a confiar no
Deus de Ester. O caráter de Ester e sua devoção a Deus não apenas salvaria seu
povo, mas mudaria o destino do seu reino. “A devoção fala de entrega, o
devoto vive para aquele a quem ama. Quando afirmamos que a devoção precisa ser
unanime, não queremos dizer que todos tenham, mas, antes, que todos vejam” (EDER,
p. 53, 2024) e é isto que podemos enxergar em Ester.
3. Ester uma rainha
humildade.
Mesmo
ascendendo à tão elevada honra, Ester não esqueceu do seu povo e de sua origem.
Ela disse ao rei: “Porque fomos vendidos, eu e o meu povo...” (Et
7.4a). Além disso, ela disse ainda: “... se ainda por servos e por servas nos
vendessem, calar-me-ia...” (Et 7.4b); o que significa dizer que, mesmo
sendo rainha, ela se coloca em par de igualdade com o povo judeu. Isto é uma
demonstração de humildade.
4. Ester uma rainha que
confiou em Deus:
Ao
Comparecer à presença do rei sem ser chamada, Ester não só demonstra a
sua confiança em Deus, bem como, a disposição para morrer, caso Ele não
quisesse livrá-la (Et 4.16). Aquele que confia em Deus, não confia
apenas no livramento que Ele pode dar, mas também na realização da vontade Dele
(Dn 3.17,18; At 21.8-14).
III. DEUS SEMPRE USARÁ MULHERES DISPOSTAS A FAZEREM A
DIFERENÇA
1. Com Rute aprendemos.
Pessoas
comuns são alvos de Deus para sua glória. Ao ser incluída na árvore genealógica
do Messias, Rute passou também a ser uma figura no Antigo Testamento, que
aponta para o valor universal da obra redentora de Jesus Cristo. Revelando a
verdade que a participação no reino vindouro de Deus é determinada não por
sangue ou nascimento, mas, por ajustarmos a vida à vontade do Senhor mediante a
obediência que vem pela fé (Rm 1.5). O menino foi motivo de grande alegria para
família e vizinhos, em especial sua avó Noemi (Rt 4.14-16). O nome “Obede”
significa “servo”. Obede foi o pai de Jessé, avô de Davi, e
ancestral do Senhor Jesus (Rt 4.17,21,22; 1Cr 2.12; Mt 1.5; Lc 3.32). Sim, Deus
pode transformar histórias de tragédias em histórias que glorificam seu Santo
Nome.
2. Com Ester aprendemos.
Podemos
ser instrumentos de Deus para livramento de seu povo. Quando Ester tomou
conhecimento do decreto que estava assinado pelo rei, se dispôs a ir à presença
do rei, mesmo sem ser chamada; o que significa dizer que ela pôs a sua própria
vida em risco. Ela se vestiu com trajes reais, e se pôs no pátio interior da
casa do rei. Vendo o rei à rainha Ester, estendeu para ela o cetro de ouro, que
tinha na sua mão. Quando ela foi recebida pelo monarca, convidou-o para um
banquete e denunciou o plano diabólico de Hamã (Et 7.1-6). Quando o rei Assuero
tomou conhecimento dos planos de Hamã, tomou o seu anel e o deu a Mardoqueu; e
chamou os escrivães para que escrevessem um edito, concedendo aos judeus o
direito de se reunirem para defender as suas vidas, bem como para matar a todos
os que os afligissem ou saqueassem os seus bens.
CONCLUSÃO
Duas
mulheres que Deus usou poderosamente, seus perfis bem parecidos, suas ações de
altruísmo e entrega, devem ensinar a nossa geração o que Cristo nos deixou
escrito, devemos amar a Deus acima de todas as coisas, mas precisamos amar
nosso próximo como a nós mesmos. O mundo será um lugar melhor, quando
aprendermos estas verdades.
REFERÊNCIAS
Ø EDER, Jônatas. Culto doméstico:
Restaurando a essência da adoração familiar. BEREIA.
Ø LOPES, Hernandes Dias. Comentário
Expositivo Rute. HAGNOS.
Ø STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.
Ø WIERSBE, Warren W. Comentário
Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. GEOGRAFICA.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
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