Jo 14.16,17,26; 16.7-14
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, estudaremos uma das Pessoas da Santíssima Trindade: O Espírito Santo.
Veremos quem é o Espírito Santo; explicaremos que, apesar de alguns grupos
heterodoxos negarem a sua personalidade e sua divindade, a Bíblia nos mostra
claramente que Ele é um ser pessoal e, também um ser divino; citaremos alguns
nomes e títulos do Espírito Santo que falam de suas obras, natureza e caráter;
e, finalmente, elencaremos a ação do Espírito Santo na experiência humana.
I. QUEM É O ESPÍRITO SANTO?
“Uma
das doutrinas teológicas mais difíceis de se compreender, e afeita a muitas
heresias, é a Doutrina do Espírito Santo. A sua personalidade e divindade, bem
como sua operação, foram questionadas por vários teólogos a partir do segundo
século. Mesmo hoje, nos círculos cristãos mais conservadores, a
contemporaneidade dos dons e milagres, obra do Espírito Santo, divide muitas
opiniões. Por isso precisamos de um estudo sério e profundo que facilite a
compreensão do cristão em relação a esse ensino e o capacite a defender essa
bendita doutrina” (Barreto, 2024, p. 133).
1.
O Espírito Santo é Deus.
“[...]
Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, Deus igual ao Pai e
ao Filho (Mt 28.19). O Espírito Santo é da mesma substância, da mesma espécie,
de mesmo poder e glória do Pai e do Filho, pois é chamado de outro Consolador
(Jo 14.16). O Espírito Santo não é uma parte da Divindade, mas, sim, Deus em
toda a sua plenitude e, por isso mesmo, é incriado, autoexistente e
absolutamente autônomo (1 Co 2.12)” (Soares [Org.], 2017, p. 66). Ele é chamado
de Espírito Santo porque Sua obra principal é a santificação. Por intermédio
dEle, Deus opera na esfera espiritual, convencendo os pecadores (Jo 16.8),
regenerando e santificando os crentes (Jo 3.5-8; Rm 15.16; 1Co 6.11; 2Ts 2.13;
1Pe 1.1,2); e, capacitando-os a fazer a Sua obra (At 1.8). “O Espírito Santo é
uma pessoa divina, um ser inteligente e atuante mesmo antes da eternidade (Hb
9.14). Ele é o Espírito de Deus (Gn 1.2; Jó 33.4), o Espírito
de Jesus (At 16.7); e o Espírito de Cristo (1Pe 1.11).
Então, o Espírito Santo é Deus (2Sm 23.2,3; At 5.3,4), como uma pessoa da
Trindade” (Barreto, 2024, p. 69).
II. A PERSONALIDADE E A DIVINDADE DO
ESPÍRITO SANTO
“A
primeira menção ao Espírito Santo na Bíblia acontece logo no seu segundo
versículo: “[…] e o Espírito de Deus se movia sobre as águas” (Gn
1.2). No princípio, antes de tudo, Ele já estava lá atuando, mesmo sendo a
terra ainda “sem forma e vazia” (Gn 1.2)” (Barreto, 2024, p. 65).
Embora alguns grupos heterodoxos tentem negar a personalidade e a divindade do
Espírito Santo, afirmando que Ele é apenas uma energia, ou uma
força ativa ou a força ativa de Deus, seus
atributos e suas atividades desmentem essa heresia e demonstram claramente que
ele é um ser Pessoal e também divino. Vejamos:
1.
A personalidade do Espírito Santo.
A
Bíblia ensina que o Espírito Santo é uma pessoa, pois, além de possuir
sentimento, intelecto e vontade, Ele age como uma pessoa e faz coisas que uma
força ou energia jamais poderiam fazer. Vejamos:
Ele fala (At 13.2; Ap 2.7)
|
Ele guia (At 8.29; Rm 8.14)
|
Pode-se resistir (At 7.51)
|
Ele intercede (Rm 8.26)
|
Ele pode impedir (At 16.6,7)
|
Pode-se mentir a Ele (At 5.3,4)
|
Ele testifica (Jo 15.26)
|
Ele tem vontade própria (1Co 12.11)
|
Pode-se entristecê-lo (Ef 4.30)
|
Ele ama (Rm 15.30)
|
Ele ensina e faz lembrar (Jo 14.26)
|
Pode-se blasfemar contra Ele (12.31,32)
|
2.
A divindade do Espírito Santo.
Em
toda a Bíblia, podemos observar claramente que o Espírito Santo é Deus; pois,
além de possuir atributos divinos, Ele faz coisas que somente Deus pode fazer.
A Bíblia “mostra o Espírito de Deus com todas as qualidades divinas como: onisciência
(Is 40.13), onipresença (Sl 139.7), onipotência (Is
34.16) e eternidade (Hb 9.14). O Espírito Santo, junto com o Pai
e o Filho, é o Criador de todo o universo e do ser humano (Jó 26.13; 33.4)”
(Barreto, 2024, p. 65). Vejamos:
Ele
é Eterno (Hb 9.14)
|
Ele
é Criador (Jó 33.4; Sl 104.30)
|
Ele
é Todo-Poderoso (Lc 1.35; 1Co 12.11)
|
Ele
estava presente quando todas as coisas foram criadas (Gn 1.1,2)
|
Ele
é Onipresente (Sl 139.7-10)
|
Ele
é mencionado junto com o Pai e o Filho (Mt 28.19; 2Co 13.13)
|
Ele
é Onisciente (1Co 12.10,11)
|
Ele
é mencionado na doutrina da unidade da fé cristã (Ef 4.4-6)
|
Ele
é chamado ‘Deus’ (At 5.3,4)
|
Ele
inspirou aos escritores da Sua Palavra (1Pe 1.11; 2Pe 1.21; 2Tm3.16)
|
III. NOMES E TÍTULOS DO ESPÍRITO
SANTO
A
Bíblia descreve diversos Nomes e Títulos atribuídos ao Espírito Santo, os quais
revelam, além de Sua personalidade e divindade, seus atributos, natureza, bem
como as Suas obras e Seu caráter. Vejamos alguns:
1.
Espírito Santo.
“Assim como Deus é santo (1Pd 1.16) e Jesus é santo (At
2.27), o Espírito também o é. Por isso, lemos em Isaías 6.3 a respeito do Deus
três vezes santo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos. O Espírito
Santo revela a santidade de Deus (Êx 3.5) e transmite aos homens o poder
santificador (Rm 1.4; 2Ts 2.13)” (Bergstén, 2006, p. 85). Este nome aparece
cerca de cem vezes nas Sagradas Escrituras (Sl 51.11; Is 63.10,11; Mt 1.18,20;
3.11; Lc 1.35; Jo 14.26; 1Ts 4:7-8) e está diretamente relacionado à santificação,
pela atuação do Espírito Santo, pois, uma das principais atribuições do
Espírito Santo é promover a santificação (Rm 1.4; 15.16; 1Co 6.11; 2Ts 2.13).
2.
Espírito de Deus.
Este
nome aparece em diversos textos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (Êx
35.31; Jó 33.4; Mt 3.16; 12.28; Rm 15.19; 1Co 2.11). É natural que o Espírito
Santo seja chamado Espírito de Deus, visto que ele é enviado por Deus (Jo
15.26). A Bíblia também o chama de Espírito de Deus, porque Deus age através
dEle para chamar os pecadores (Jo 6.44) e para guiar os crentes (Rm 8.14).
Encontramos este nome divino no início da Bíblia, associado diretamente à obra
da criação, onde nos é dito que “o Espírito de Deus se movia sobre a face
das águas” (Gn 1.2), onde Ele aparece como co-participante da criação.
Em outras passagens das Escrituras, este nome aparece também, ligado
diretamente à criação, à renovação da terra e à regeneração da pessoa humana
(Gn 6.3; 41.38; Jo 33.4; Rm 8.9; 1Co 3.16).
3.
Espírito de Cristo.
O
Espírito Santo é chamado o Espírito de Cristo (Rm 8.9; 1Pd 1.11), porque foi
derramado por Jesus sobre os crentes. Várias vezes Jesus disse que o Espírito
Santo viria em seu lugar e continuaria seu trabalho. Disse também que a vinda
do Espírito Santo para habitar nos crentes seria a vinda do próprio Cristo (Jo
14.16-20). E ainda, que o Espírito testificaria dEle (Jo 15.26). Além desses
motivos, podemos afirmar ainda que o Espírito é chamado de “Espírito de Cristo”
porque Ele é enviado em nome de Cristo (Jo 14.26); É enviado por Cristo (Jo
16.7); sua missão especial nesta época é a de glorificar a Cristo (Jo 16.14); e
o Cristo glorificado está presente na Igreja pelo Espírito Santo (Gl 2.20; Rm
8.9,10).
4.
Consolador.
“O
Senhor Jesus chama o Espírito Santo de o ‘Consolador’ (Jo 14.26; 15.26; 16.7).
O termo grego para ‘Consolador’ usado aqui é parákletos, que
significa ‘defensor, advogado, intercessor, auxiliador’. Aparece como
‘advogado’ quando aplicado ao Senhor Jesus: “Meus filhinhos, estas coisas vos
escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o
Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1Jo 2.1). Essa palavra era usada nas cortes de
justiça para denotar um assistente legal, um defensor, um advogado. O Senhor
Jesus chamou o Espírito Santo de Paracleto; logo, não pode ser Ele uma força
impessoal. O Consolador é enviado pelo Pai em nome de Jesus para ensinar os
discípulos e fazê-los lembrar de tudo o que o Filho ensinou e para dEle
testificar (Lc 12.12). Jesus disse aos seus discípulos que estava voltando para
o Pai, mas que continuaria cuidando da Igreja, pelo seu Espírito Santo, o Paracleto,
um como Ele, que teria o mesmo poder para preservar o seu povo: “E eu
rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para
sempre” (Jo 14.16)” (Soares, 2017, p. 70).
IV. O ESPÍRITO SANTO NA EXPERIÊNCIA
HUMANA
1.
A atuação do Espírito Santo no Antigo Testamento.
Naquele
período o “Espírito Santo atuava, principalmente, na vida dos juízes, profetas,
sacerdotes e reis, como por exemplo: Josué (Nm 27.18-21); Otoniel (Jz 3.9-10;
José (Gn 41.38-40); Bezaleel (Êx 35.30-31); Moisés (Nm 11.16,17); Gideão (Jz
6.34), Jefté (Jz 11.29); Sansão (Jz 13.24,25); Saul (1Sm 10.6); Davi (1Sm
16.13) e outros. Podemos entender, então, que Ele atuava de maneira específica
e temporária, sobre pessoas específicas, e para obras
específicas. O derramamento geral do Espírito é mencionado como um evento
futuro (Jl 2.28,29) que aconteceu seu cumprimento em Atos dos Apóstolos (At 2)”
(Barreto, 2024, p 166).
2.
A atuação do Espírito Santo no Novo Testamento.
Este
período descreve diversas atividades do Espírito Santo na experiência humana,
de maneira que, podemos afirmar que seria impossível o homem ser salvo, sem a
ação do Espírito em sua vida. a) Ele convence. Em João 16.7-11 Jesus
descreve a obra do Consolador em relação ao mundo, convencendo-o do pecado, da
justiça e do juízo; b) Ele regenera. A regeneração é o mesmo que “nascer
de novo”, ou seja, o milagre que ocorre na vida de todo aquele que teve um
encontro com Cristo, tornando-o participante da natureza divina. Através da
regeneração, o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual,
tornando-se uma nova criatura em Cristo (Jo 3.5-8; Tt 3.5); e, c) Ele
habita. No ato da regeneração, o Espírito Santo passa a habitar no crente,
mantendo uma relação pessoal com o indivíduo. Esta união com Deus é chamada de
habitação ou morada do Espírito em nós (Jo 14.17; Rm 8.9; 1Co 6.19; 2Tm 1.14;
1Jo 2.27; 3.24).
CONCLUSÃO
Sendo
o Espírito Santo “Deus”, seria impossível defini-Lo ou descrevê-Lo em Sua
plenitude. Por isso, procuramos apenas descrever alguns atributos, bem como
algumas de suas atividades que foram registradas nas Sagradas Escrituras, tanto
no Antigo como no Novo Testamento. Sem esquecer-nos, no entanto, de que a
atuação deste supremo Ser, não se limita às experiências que foram registradas
nas páginas das Sagradas Escrituras.
REFERÊNCIAS
Ø
BERGSTEN, Eurico.
Teologia Sistemática. CPAD.
Ø
BARRETO,
Alesandro. Protopentecoste: Ações do Espírito Santo no Antigo Testamento.
Editora Bereia.
Ø
GILBERTO,
Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
Ø
SOARES, Esequias.
Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
Ø
SOARES, Esequias.
Em Defesa da Fé Cristã. CPAD.
Ø
STAMPS, Donald. Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø
PEARLMAN, Myer. Conhecendo
as Doutrinas da Bíblia. Editora Vida.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário