sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

LIÇÃO 08 – JESUS VIVEU A EXPERIÊNCIA HUMANA






Jo 1.43-51; Mt 26.37,38,42
 
 

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a experiência humana de Jesus nas profecias do AT; estudaremos a experiência humana de Jesus através do seu nascimento; pontuaremos esta experiência através da observância da Lei; notaremos a experiência humana de Jesus através das suas limitações e necessidades, e por fim; falaremos sobre a experiência humana de Jesus através da sua vida social.
 
 
I. A EXPERIÊNCIA HUMANA DE JESUS NAS PROFECIAS DO AT
Muitas pessoas duvidam que Jesus tenha realmente nascido e existido, mas muitos historiadores escreveram sobre Ele como os historiadores romano Tácito, Plínio, o historiador judeu Flávio Josefo e até o Talmude se refere a Jesus de Nazaré como uma pessoa histórica que viveu a experiência humana. Os dois primeiros capítulos do Evangelho de Lucas descrevem as circunstâncias do nascimento de Jesus e indicam claramente que a vida de Jesus foi uma intervenção direta de Deus nas experiências humanas de seu Filho. Há mais de trezentas referências do AT que se cumpriram em Jesus. Vejamos algumas:
 
PROFECIAS SOBRE SUA EXPERIÊNCIA HUMANA
PROFETIZADO EM:
CUMPRIDO EM:
Como filho da mulher
Gn 3.15
Gl 4.4
Como descendente de Abraão, Isaque e Jacó
Gn 12.3; 17.19; 28.14
At 3.25; Lc 3.23; Mt 1.1-13
Como descendente da tribo de Judá
Gn 49.10; Sl 2.6-9
Lc 3.33,34; Mt 1.2,3
Como descendente de Davi e herdeiro do trono
2Sm 7.12,13; Sl 132.11; Jr 23.5
Mt 1.1,6
Como nasceria de uma virgem
Is 7.14
Mt 1.18; Lc 1.26-35
Como seria chamado do Egito
Os 11,1
Mt 2.15
Como nasceria em Belém
Mq 5,2
Mt 2.1,2
 
 
II. A EXPERIÊNCIA HUMANA DE JESUS ATRAVÉS DO SEU NASCIMENTO
1. A experiência humana de Jesus no alistamento de seus pais.
César Augusto ordenou que se fizesse um alistamento do império romano, o qual serviria de base para o lançamento dos impostos. O decreto foi assinado cerca de 8 a.C., mas provavelmente não entrou em vigor senão alguns anos mais tarde: “E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse” (Lc 2.1). A expressão “Todo o mundo...” significa todo o império romano, e não todo o mundo conhecido (Moody, sd, p. 13).
 
2. A experiência humana de Jesus na indicação de sua tribo.
Na Judeia cada homem voltava à cidade dos seus ancestrais onde ficavam guardados os registros de sua família: “E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade” (Lc 2.3). Tanto José seu pai adotivo quanto Maria sua mãe (que estava prestes a dar à luz) eram descendentes de Davi e, portanto, foram para a capital da sua tribo para serem registrados conforme sua tribo (Lc 2.3-5), uma viagem difícil de mais de 112 quilômetros através de um terreno montanhoso (Macarthur, 2011, p. 11).
 
 
III. A EXPERIÊNCIA HUMANA DE JESUS ATRAVÉS DA OBSERVÂNCIA DA LEI
1. A experiência humana de Jesus é demonstrada na prática da circuncisão da criança.
Como ser humano Jesus foi submetido a circuncisão (Lc 2.21). Jesus foi circuncidado no oitavo dia de acordo com a lei judaica (Gn 17.12). Nasceu “sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei” (G1 4.4-5) e foi, portanto, sujeitado às exigências da lei. Lucas dá ênfase à nomeação do menino, como lhe chamara o anjo.
 
2. A experiência humana de Jesus é demonstrada na observância da dedicação da criança no Templo.
A apresentação de Jesus no Templo demonstra sua experiência humana (Lc 2.22-24). Duas cerimônias bem separadas são envolvidas aqui: a apresentação do menino e a purificação da mãe. A apresentação do menino segue-se do fato de que todo primogênito ao Senhor será consagrado (Êx 13.2, 12, 15; Nm 18.15). Embora Lucas não mencione o fato, sem dúvida os “cinco siclos” usuais foram pagos para “redimir” o primogênito (Nm 18.15-16). A lei levítica estipulava que, depois do nascimento de um filho, uma mulher ficaria impura durante os sete dias até a circuncisão do menino, e que, por mais trinta e três dias, devia manter-se afastada de todas as coisas sagradas num total de 40 dias de purificação (para uma filha, o tempo era dobrado Lv 12.1-5). Na ocasião, devia sacrificar um cordeiro e uma pomba ou pombo. Se fosse pobre demais para um cordeiro, bastaria uma segunda pomba ou pombo (Lv 12.6-13). A oferta de Maria, portanto, foi a dos pobres.
 
 
IV. A EXPERIÊNCIA HUMANA DE JESUS ATRAVÉS DAS SUAS LIMITAÇÕES E NECESSIDADES
A experiência humana de Jesus é demonstrada nas suas limitações e necessidades. A Bíblia apresenta diversas passagens que evidenciam a humanidade de Jesus, mostrando que Ele experimentou emoções, necessidades físicas, tentações e limitações típicas da natureza humana. Como homem, Jesus esteve sujeito às limitações condizentes ao ser humano: 
  • Jesus sentiu fome e sede (Mt 4.2; Jo 19.28). Jesus experimentou as necessidades básicas do corpo humano, como fome e sede, o que demonstra sua verdadeira humanidade.
  • Jesus sentiu cansaço e fadiga (Mt 8.24; Jo 19.28; 4.6). O fato de Jesus se cansar mostra que Ele não apenas parecia humano, mas realmente viveu as limitações físicas da carne.
  • Jesus chorou e sentiu tristeza (Mt 26.37-38; Jo 11.35; Lc 19.41; Hb 13.12;). Jesus sentiu tristeza profunda e chorou pela morte de Lázaro e pela incredulidade do povo, demonstrando emoções genuínas.
  • Jesus se alegrou (Lc 10.21). Apesar de enfrentar dificuldades, Jesus também experimentou alegrias, mostrando um espectro completo de emoções humanas.
  • Jesus foi tentado (Mt 4.1-11; Hb 4.15). Jesus em suas experiências humanas enfrentou tentações reais, mas sem pecar, cumprindo sua missão redentora como o segundo Adão.
  • Jesus demonstrou compaixão e misericórdia (Mt 9.36). Jesus não apenas sentia emoções, mas se importava profundamente com o sofrimento humano.
  • Jesus sofreu com dor e com a morte (Lc 22.44; Mt 27.50). Jesus experimentou angústia extrema e a dor da morte, tornando-se o sacrifício perfeito pela humanidade.
  • Jesus possuía e possui uma natureza humana completa: corpo, alma e espírito (Lc 2.52; Mt 26.38; Lc 23.46). Em suma, Jesus, desde sua encarnação, é um ser humano completo. 
 

V. A EXPERIÊNCIA HUMANA DE JESUS ATRAVÉS DAS SUA VIDA SOCIAL
“Além do seu modo de viver entre as pessoas, os evangelhos mostram que na Pessoa de Jesus havia os elementos constitutivos nos seres humanos, corpo, alma e espírito. Os evangelhos revelam a dependência humana da oração e do Espírito Santo, além de sua identidade com a raça humana. Jesus teve vida social, amigos, parentes, interagia com as pessoas e era conhecido dos vizinhos e moradores de Nazaré, onde vivia (Mc 6.1-6)” (Soares, 2024, p. 105).
 
1. A experiência humana de Jesus em seu envolvimento social.
O Senhor Jesus é apresentado nos evangelhos como alguém que era natural na comunidade de seu povo, e não como um estrangeiro. Sua maneira de viver e os seus ensinos refletem a cultura judaica (Lc 4.22-24). Os moradores de Nazaré, admirados com o que viam (Mc 6.3) [...]. Os três países, fora de Israel, que o Senhor Jesus visitou foram Egito (Mt 2.14,15), Líbano, as antigas cidades de Tiro e Sidom, na Fenícia (Mt 15.21) e Jordânia (Jo 1.28). Jesus esteve no casamento em Caná da Galileia (Jo 2.1-11). Ele, sua mãe e seus discípulos estavam na festa porque todos foram convidados. Jesus convivia com amigos e parentes [...]. O diálogo de Jesus com a mulher samaritana, sua visita e interação com os samaritanos é mais uma amostra de que viveu a experiência humana (Soares, 2024, p. 109).
 
2. A experiência humana de Jesus em seu relacionamento com as pessoas.
Jesus rompeu barreiras geográficas, culturais, étnicas e religiosas (Mc 7.24-27; Jo 4.9,40-42). Ele participou de um banquete promovido por um publicano chamado Mateus (Mt 9.9-12), que é o mesmo Levi nas passagens paralelas em Marcos 2.13-17 e em Lucas 5.27-31, que veio a ser um dos doze apóstolos (Lc 6.1). Há no capítulo 7 de Lucas quatro encontros interpessoais de Jesus: na cura do servo do centurião em Cafarnaum (w. 11-10), na ressurreição do filho da viúva de Naim (w. 11-17), no encontro com os mensageiros enviados por João Batista (w. 18-33) e num banquete na casa de um fariseu de nome Simão, ocasião em que uma mulher pecadora ungiu os pés de Jesus (w. 36-50). Jesus se hospedou na casa de Maria e sua irmã Marta, numa aldeia a caminho de Jerusalém (Lc 10.38-41) e também participou de uma ceia preparada pelas irmãs de Lázaro (Jo 12.1-6), a quem Jesus chamou de “nosso amigo” (Jo 11.11) [...]. Diversas vezes Jesus aparece nos seus ensinos e pregações dialogando, respondendo questões, censurando e consolando as pessoas, trazendo advertências e, outras vezes, esperança (Soares, 2024, pp. 109, 111).
 
3. A experiência humana de Jesus em sua vida espiritual.
As experiências de Jesus como homem são manifestas nos evangelhos pela interação com as pessoas e autoridades religiosas, como sua participação das reuniões nas sinagogas e no templo (Jo 18.20). Marcos dá a entender que Jesus pregou em todas as sinagogas da Galileia (Mc 1.39). Os evangelhos mostram Jesus ensinando na sinagoga de Nazaré (Lc 4.16-20) e de Cafarnaum (Jo 6.59) e no templo de Jerusalém (Jo 7.14). Jesu viveu como judeu (G1 4.4) e cumpriu a lei (Mt 5.17,18), reconhecia a autoridade de Moisés (Mt 8.4) e participava das festividades judaicas (Mt 26.17-19; Jo 7.37,38; 10.22) (Soares, 2024, pp. 109,110).
 
4. A experiência humana de Jesus por meio de sua limitação em tempo e espaço.
Como homem, tinha certa limitação em tempo e espaço e, portanto, submisso ao Pai. Eis a razão de Ele ter dito em João 14.28: “O Pai é maior do que eu”. Os evangelhos revelam atributos característicos do ser humano em Jesus, como por exemplo:
  • Ele nasceu de uma mulher, e seu parto, foi normal e comum como o de qualquer ser humano (Lc 2.6-7).
  • Ele cresceu em estatura e em sabedoria (Lc 2.40,52);
  • Ele teve mãe humana, além de irmãos e irmãs (Mt 12.47; 13-55-56);
  • Ele morreu, embora ressuscitasse ao terceiro dia, passando pelo ardor da morte (1Co 15.3-4);
  • Ele deu provas materiais de ter corpo humano (Lc 24.39-41; 1Jo 1.1);
  • Ele precisou a unção do Espírito Santo em seu ministério (At 10.38);
  • Ele precisou da ajuda dos anjos para protegê-lo (Mt 4.11);
  • Ele foi feito semelhante aos homens, mas sem pecado (Hb 2.17; 4.15).
 

 CONCLUSÃO
Aprendemos que Jesus viveu plenamente a experiência humana com todos os aspectos de um ser humano sem, contudo, deixar de ser plenamente Deus.   
 
 
 

REFERÊNCIAS
Ø  MORRIS, Leon L. O evangelho de Lucas: Introdução e Comentário. Vida Nova.
Ø  SOARES, Esequias. Em Defesa da Fé Cristã. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 
 
Por Rede Brasil de Comunicação.





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