Fp 4.5-9
INTRODUÇÃO
Na aula passada, tratamos mais uma vez da temática da epístola: A
Alegria. Vimos que esta alegria é necessária para nos mantermos firmes na fé,
por ser ela quem sustenta a nossa vida cristã. Também tratamos sobre a
ansiedade, o que é ela, quais as suas causas e sintomas; além de abordamos a
paz de Deus, que como a alegria, é fruto do Espírito !Na aula de hoje, trataremos
sobre o equilíbrio que é necessário à vida cristã. Definiremos alguns conceitos
sobre a mente, o equilíbrio e qual a relação de uma para com a outra. Também
trataremos sobre o que é a “mente de Cristo”,
bem como quais as virtudes que devem ocupar a nossa mente. Por fim, veremos o quão
valorosa é a conduta do crente para que ele desfrute da paz de Deus. Boa aula
para todos!!
I. A EXCELÊNCIA DA MENTE CRISTÃ
Se
observarmos o texto bíblico que serve como base para esta lição, veremos que os
versículos 5 a 7 já foram explicados na lição passada, por isso, não
abordaremos mais eles, até por que os versículos que realmente fundamentam esta
lição são os versículos 8 e 9.
Assim, iniciaremos esta lição com três perguntas
que, para esta aula, considero inevitáveis: 1) O que é equilíbrio? Este, segundo o dicionário online, é o estado
de repouso de um corpo solicitado por várias forças que se anulam. Posição estável do corpo
humano. Ponderação, calma, prudência:
equilíbrio de espírito. 2) O que é a mente? Segundo a lição, a mente
é a parte incorpórea, inteligente ou sensível do ser humano; pensamento,
entendimento. Ela é também conhecida como a imaginação, o intelecto, o
espírito. 3) Que relação há entre equilíbrio e mente? Ora, o estado de
repouso, isto é, a posição estável do corpo ocorre em nossa mente; visto que, é
ela, a sede de todos os nossos estímulos e sentimentos. Daí, o porquê dela
simbolizar o espírito como está registrado em Sl 139.2,23 e Hb 8.10. O Apóstolo
Paulo fez uso do termo “mente” para simbolizar o Espírito de Deus ao dissertar
sobre homem espiritual, disse ele: “Mas o que é espiritual discerne bem a tudo,
e ele de ninguém é discernido. Pois quem conheceu a mente do Senhor, para que o
possa instruir? Mas nós temos a mente de Cristo” (1 Co 2.15,16). Logo,
que significa ter a “mente de Cristo”?
Segundo Lawrence Richards, o homem natural pode ridicularizar as declarações do
crente ao discernir a realidade. Entretanto, porque o Espírito liga-nos com
Jesus, nós o conhecemos e podemos discernir sua vontade. Já ter a mente de
Cristo, segundo a Bíblia de Estudo
Pentecostal, significa conhecer sua vontade e seu plano e propósito redentor.
Significa avaliar e considerar as coisas, da mesma maneira que Deus as vê,
atribuir-lhes a importância que Deus lhes atribui, amar o que Ele ama e
detestar o que Ele detesta. Diante desta dissertiva, surge a pergunta: “O que
tem ocupado as mentes dos crentes da atualidade?”.
Para responder essa
indagação faz-se necessário observarmos, em primeiro lugar, o que tem ocupado
as mentes da nossa sociedade. Com a palavra, nosso comentarista, o pastor
Elienai Cabral: “Infelizmente,
deparamo-nos com uma geração atraída pela ideologia do consumismo e do
materialismo, onde o ter é mais
importante do que o ser. Tal postura
anula o ser humano, e faz com que os relacionamentos sejam pensados em termos
de vantagens, ou seja, se não houver algum benefício imediato, logo são
descartados. Esse comportamento nos aproxima do modo de vida mundano, e nos
distancia das coisas do Alto”. Este é o mundo que estamos inseridos, e que
além de materialista, é também hedonista e relativista. Aqui está a resposta
daquela indagação! A igreja tem absolvido o comportamento do mundo que por anos
ela mesma condenava (eu disse condenava),
mas que agora se encontra pior do que ele, pois tendo conhecimento da verdade
de Deus e de como proceder, vive e age como se vivessem sem Deus (Mt 7.21; Lc
6.46; Ap 3.15,16).
Lamentavelmente, a “ética” que a igreja de hoje tem adotado
é a do ter no lugar da do ser. Ser salvo, ser santo, ser
verdadeiro, ser justo, ser honesto, ser amável, ser imparcial, não tem tanto
valor quanto ter status, ter glamour, ter fama, ter popularidade, ter carros,
ter imóveis, ter muito dinheiro num banco de grande nome, enfim, coisas do tipo
que os que não têm a Deus se preocupam, e as quais ocupam suas mentes. Porém,
Paulo nos admoesta quanto a esse tipo de conduta, dizendo: “E não
vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita
vontade de Deus” (Rm 12.2). A expressão “E não vos conformeis com este mundo” significa que não devemos
moldar ao mundo. A transformação de nossa mente, e de nosso interior –
transformação pelo Espírito Santo (2 Co 3.18) repele o modelo mundano. Por isso
devemos nos transformar pela renovação de nosso entendimento. Aquele que tem a “mente
de Cristo” preocupa-se em fazer a vontade de Deus assim como Cristo (Jo 4.32-34).
II. O QUE DEVE OCUPAR A MENTE DO
CRISTÃO (4.8)
No
versículo 8, Paulo ensina aos filipenses sobre quais as virtudes que devem
ocupar a mente do crente: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai”. São essas as virtudes que Paulo quer que estejam
nas mentes dos filipenses: a verdade, a honestidade, a justiça, a pureza
(santificação), o amor, o bom testemunho, toda e qualquer virtude, além de tudo
que redunde em louvor a Deus. O mesmo disse Paulo aos colossenses, porém, de
forma diferente: “Portanto, se fostes ressuscitados por Cristo, buscai as coisas
que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas
coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3.1,2). Assim comenta
o Pastor Elinaldo Renovato sobre este texto: “O “homem natural” (1 Co 2.14 ) é
voltado para as “coisas da carne” (Rm 8.5), “as coisas do homem” (1 Co 2.11),
“as coisas pertencentes a esta vida” (1 Co 6.3), ou ainda para as “coisas
terrenas” (Fp 3.29). A Palavra de Deus nos exorta a buscar “as coisas que são
de cima”. “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu” (1 Co 2.9). São
“as coisas de Deus” (1 Co 2.11), “as coisas espirituais” (1 Co 2.13), as
bênçãos que acompanham a salvação, a paz de Deus, o seu amor, a sua bondade, a
sua misericórdia, a sua graça; “a fé, a esperança e a caridade” (1 Co 13.13), a
cura divina, o batismo com o Espirito Santo, os dons do espirituais, e tudo o
que tem origem em Deus, em Cristo, e no Espírito Santo, consoante as Sagradas
Escrituras. A palavra “buscar”, como aqui está no v.1, implica um esforço
contínuo do crente, não apenas para descobrir e conhecer as coisas de Deus, mas
para obtê-las”.
Quanto
ao que pensar, diz Pr. Elinaldo: Pensar nas “coisas que são de cima” é oferecer
a Deus o “culto racional” (Rm 12.1). É ocupar a mente com aquilo que agrada a
Deus (Fp 4.8). “E não nas que são da terra”. O crente tem de escolher uma ou
outra das duas coisas do v.2. As coisas do céu, ou as mundanas. Não há posição
neutra para o crente. Sabemos de antemão que o apego às coisas mundanas é
inimizade contra Deus (Tg 4.4). Diante
desta dissertiva, resta-nos escolher entre as coisas do céu e as terrenas, isto
é, entre as “coisas que são de cima” e as “coisas que são da terra”. Aqueles
que já são “ressuscitados por Cristo” sempre priorizam as “coisas que são de
cima”!
III. A CONDUTA DE PAULO COMO MODELO
(4.9)
CONCLUSÃO
Diante
do exposto, aprendemos que a nossa mente deve está ocupada com aquilo que traz
edificação para nós, isto é para nossa comunhão com Deus. Por isso, evitemos
tudo quanto é supérfluo e priorizemos o “Reino de Deus e a sua Justiça” (Mt
6.33). Porquanto, somos pessoas transformadas pelo poder de Evangelho de Cristo
e, temos hoje, a “mente de Cristo”! Desta forma, retenhamos os ensinos e bons exemplos
citados na Palavra de Deus, pois assim, Jeová Shalom será conosco (Fp 4.9). Que
Deus em Cristo abençoe a todos!
REFERÊNCIAS
CABRAL, Elienai. Lições Biblicas (3º trimestre/ 2013) CPAD.
SOARES, Esequias. Lições Bíblicas. (2º trimestre/ 1998) CPAD.
RENOVATO, Elinaldo. Lições Bíblicas. (3º trimestre/ 2004) CPAD.
RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia.
CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
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