sábado, 11 de janeiro de 2014

LIÇÃO 02 – UM LIBERTADOR PARA ISRAEL



Êxodo 3.1-9



INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, veremos como Deus agiu, não só para chamar e vocacionar Moisés, mas, principalmente, para preparar aquele que se tornaria o libertador do povo hebreu. O preparo de Moisés durou cerca de 80 anos e teve a participação de seus pais, especialmente de sua mãe Joquebede, da filha de Faraó, possivelmente, Hatsepute e, por fim, na casa de Jetro. Foi exatamente em Midiã onde ocorreu o clímax do preparo de Moisés, bem como a sua chamada ministerial. Que todos tenham uma excelente aula!


I. MIDIÃ – O LUGAR DO PREPARO DE MOISÉS
Todos os eventos ocorridos na vida de Moisés não aconteceram por mera casualidade, mas foram planejados cuidadosamente pelo Senhor. Moisés nasceu justamente num período em que muitas crianças eram mortas (Êx 1.16, 22), mas Moisés, segundo o relato bíblico, de forma milagrosa foi salvo (Êx 2.1-10). Deste modo, até mesmo a filha de quem deu a ordem para tal infanticídio, foi juntamente ela a pessoa que o achou e adotou como filho, mesmo sabendo que aquele menino era hebreu (Êx 2.6). Assim, a semelhança do profeta Jeremias e do apóstolo Paulo, Moisés fora escolhido desde o ventre de sua Mãe para ser o libertador dos filhos de Israel (Jr 1.5; Gl 1.15 cf Êx 2.2; 3.10). A mão do Altíssimo estava a cuidar passo-a-passo da preparação de Moisés, se não vejamos:

1) Moisés foi criado em um lar piedoso, pelo menos durante os primeiros cinco ou sete anos de sua vida, e assim aprendeu a ter não somente fé em Deus mas também simpatia e amor por seu povo oprimido (Êx 2.9).

2) Moisés foi educado no palácio do Egito. Segundo o historiador Flávio Josefo, Moisés era o comandante-em-chefe dos exércitos egípcios. Moisés recebeu não apenas todas as vantagens de caráter educacional e comuns dos mais favorecidos jovens egípcios, mas também lhe foi dado um treinamento superior. Somente ele estava sendo preparado para assumir o trono, quando do falecimento de seu avô de criação, o Faraó. Será que esse treinamento excepcional não poderia ser considerado como uma preparação suficiente para a liderança da nação de Israel? Nós poderíamos responder que “sim”, mas a resposta de Deus foi “não”. A intelectualidade, a sabedoria e os conhecimentos adquiridos por Moisés no Egito tinham suas utilidades (At 7.22), porém jamais o habilitariam a ser um homem de Deus devidamente preparado para aquela tão grandiosa tarefa que receberia.

3) Moisés adquiriu experiência no deserto. É justamente na segunda etapa de sua vida, nos 40 anos que ficou exilado em Midiã, que Moisés, como pastor, aprendeu muitas lições que o tornariam um líder completo. Por essa razão, Deus o conduziu ao deserto de Midiã para, ali, forjar em Moisés um caráter de um verdadeiro líder vocacionado e amadurecido pelo Senhor. Nesse treinamento dado a Moisés, ele deve que passar por disciplinas como: silêncio, solidão, sofrimento, resignação. Isto sem falar do calor, frio e fome que passou ao fugir para Midiã!
De fato, o deserto sempre foi à escola preparatória dos grandes homens de Deus (Êx 3.1; 1 Sm 23.14; 1 Rs 19.4; Lc 1.80; Mt 4.1)! Deste modo, a experiência adquirida por Moisés no deserto, deu-lhe também o conhecimento do lugar para o qual guiaria a Israel em sua peregrinação de quarenta anos (Êx 3.1,12b). Além disso, foi no deserto de Midiã que Moisés passou a ter comunhão com Deus e chegou a conhecê-lo pessoalmente. Ali aprendeu a confiar nele e não em sua própria força. Portanto, embora seu preparo tenha ocorrido desde o momento de seu nascimento; contudo, foi em Midiã que Moisés passou a ter as qualidades e características requeridas por Deus!
Desta forma, aprendemos que na formação de um líder evangélico, partimos da premissa de que líderes são feitos não nascem prontos. Contudo, também entendemos que a liderança cristã não é para todos. Pois diz as Escrituras Sagradas: “Ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus” (Hb 5.4). Moisés é um clássico exemplo desta verdade!


II. DEUS COMISSIONA A MOISÉS UMA GRANDE TAREFA
Já haviam se passado 40 anos que Moisés fugira do Egito, e finalmente, Deus considerou que esses quarenta longos anos de treinamento e amadurecimento pessoal haviam produzido o efeito desejado. Então, chegou o tempo do Senhor chamar e comissionar Moisés para a grande tarefa para qual havia sido preparado pelo Senhor. Moisés estava, como os demais dias, pastoreando as ovelhas de seu sogro no sopé do monte Horebe. Quando o Senhor manifestou-se a ele “numa chama de fogo do meio de uma sarça” (Êx 3.2). Segundo Paul Hoff, o fogo na sarça simbolizava a presença e santidade purificadora de Deus (Gn 15.17; Dt 4.24), e a sarça talvez representava a Israel em sua baixa condição. Como a sarça ardia sem consumir-se, assim Israel não foi consumido no forno da aflição. Todavia, Deus revela a Moisés seu plano redentor para tirar os hebreus do cativeiro egípcio, e ainda adverte de que Faraó não deixaria os israelitas ir a não ser forçado pela poderosa mão de Deus (Êx 3.19), mas Moisés estava pouco disposto a aceitar a comissão de Deus. Respondeu com quatro escusas:

1) "Quem sou eu, que vá a Faraó?" (Êx 3.11). Moisés conhecia melhor que ninguém o orgulho do rei egípcio e o poderio do Egito; já tentara livrar a Israel fazia quarenta anos e havia fracassado. Deus respondeu-lhe: "Certamente eu serei contigo." Não seria uma luta de Moisés versus Faraó, mas de Moisés apoiado pelo Senhor versus Faraó. Anteriormente, Moisés teve de aprender a não confiar em si mesmo. Agora tinha de aprender a confiar em Deus. O Senhor deu-lhe um sinal de que o apoiaria: os israelitas adorariam a Deus no mesmo local onde Moisés se encontrava nesse momento: no monte Sinai. É bom que o obreiro cristão compreenda suas limitações para reconhecer ao mesmo tempo o poder ilimitado de Deus que o sustenta, porém não deve ocultar-se atrás de sentimentos de indignidade como escusa para não fazer a obra para a qual o Senhor o chama. No entanto, é bom entender que, a obra que Deus tem para fazer em nós é mais importante para a nossa vida do que aquilo que Ele tem para fazer através de nós”.

2) "Em nome de quem me apresentarei diante dos filhos de Israel?" (Êx 3.13). Talvez Moisés sentisse que se não tivesse o apoio da autoridade do nome de Deus, não seria aceito pelos israelitas, ou talvez desejasse ter uma nova revelação do caráter divino, pois os nomes de Deus revelam o que ele éDeus revelou-se como "EU SOU O QUE SOU”. O nome indica que Deus tem existência em si mesmo e não depende de outros. Tem existência sem restrições. É como o fogo na sarça que ardia, mas não se consumia. Seus recursos são inesgotáveis e seu poder é incansável. Ele dá, mas não se empobrece; trabalha, mas não se cansa. Sustenta sempre o que faz com o que é, de maneira que seu povo pode depender dele e ele é suficiente para suprir todas as necessidades deles.

3) "Os filhos de Israel não vão acreditar que eu sou o teu enviado" (Êx 4.1). Em resposta, o Senhor concedeu-lhe três sinais miraculosos que seriam suas credenciais. Cada sinal era significativo: A serpente fazia parte da coroa dos Faraós e era símbolo de poder no Egito; a lepra era considerada pelos hebreus como sinal do juízo de Deus (Nm 12.10, 11; II Cr 26.19); e a água representava o rio Nilo, deus do Egito, fonte de sua vida e poderio.

4) "Ah! Senhor! eu nunca fui eloquente." (Êx 4.10). É muito estranha a desculpa de Moisés, pois o texto de At 7.22 diz exatamente o contrário! Todavia, Deus fez seu servo compreender que alegava impotência ante o Deus onipotente. Acaso não podia Deus facilitar-lhe a capacidade de falar bem? Não lhe havia criado a boca? Não obstante, o Senhor designou a Arão, irmão de Moisés, como porta-voz deste. Contestadas suas escusas, Moisés aceitou seu chamado e nunca mais olhou para trás. De imediato deu início à sua missão voltando ao Egito.


III. MOISÉS RETORNA AO EGITO
Agora, depois da persuasão divina por meio do encorajamento e da confirmação de seu chamado (Êx 4.1-9,15-17), Moisés é advertido pelo Senhor sob três instâncias: 1) “Toma, pois, esta vara na mão, com a qual hás de fazer os sinais” (4.17); 2) “Vai, volta para o Egito...” (4.19); e 3) “Quando voltares ao Egito, vê que faças diante de Faraó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão...” (4.21). Feitas as recomendações do Senhor a Moisés, este não podendo partir sem o consentimento de Jetro, disse-lhe: “Deixa-me ir, voltar a meus irmãos, que estão no Egito, para ver se ainda vivem” (4.18). Após Jetro consentir com seu pedido, Moisés percorre 320 Km de distancia até o Egito, fazendo o mesmo trajeto  de quando fugiu de lá. No entanto, antes de chegar ao Egito, Arão encontra-se com Moisés e, só então, se apresentam na sala de audiências de Faraó e lhe comunicam a exigência do Senhor.
Faraó respondeu com arrogância: "Quem é o Senhor para que eu ouça a sua voz?" Os Faraós eram vistos como filhos de Rá, o deus solar do Egito, de maneira que Faraó se considerava a si mesmo um deus. Não tardou em comunicar a Moisés e a Arão que nem eles nem Deus lhe inspiravam respeito algum. Escarneceu deles dizendo que a única razão pela qual desejavam celebrar a festa era estar demasiado ociosos, e tornou mais pesado o trabalho dos hebreus negando-lhes a palha necessária para produzir tijolos (Êx 5.7,8).
A atitude de Faraó não somente deixou os hebreus mais desejosos de sair do Egito, mas também os ajudou a perceber que somente o poder de Deus poderia livrá-los. Porém, os hebreus culparam amargamente a Moisés e este, por sua vez, protestou perante o Senhor. Foi Faraó quem disse: "Quem é o Senhor?" Contudo, Faraó e os egípcios não eram os únicos que necessitavam ver a natureza de Deus. Israel o necessitava, e Moisés também. Deus respondeu a seu desanimado servo reiterando-lhe as promessas feitas aos patriarcas e de novo prometeu livrar a seu povo.
Em Êxodo 6.3 lemos que Deus havia aparecido aos patriarcas como o "Deus Todo-poderoso" (El Saddai), mas que não se havia dado a conhecer com o nome de Senhor. Quer dizer que não se havia revelado com o nome de Senhor e que aqui o deu pela primeira vez? Parece que não. Refere-se, antes, ao fato de que os patriarcas, embora conhecendo o nome do Senhor, não sabiam o pleno significado deste título. Deus dá a conhecer este nome para revelar seu próprio caráter ao povo. Nesta ocasião, ele repetiu uma e outra vez "Eu, o Senhor", como uma nova afirmação de que o ser e a natureza de Deus sustentavam suas promessas. "Eu. . . vos livrarei de sua servidão. . vos resgatarei. . . vos levarei à terra." Em breve Israel saberia quem e que tipo de Deus é o Senhor. Abraão sabia por experiência que Deus é o Deus onipotente, porém não havia experimentado o significado do nome do Senhor como aquele que cumpre seu concerto. Recebeu a promessa de herdar Canaã, mas não se assenhoreou dela. Somente podia contemplar de longe o futuro e crer que Deus cumpriria suas promessas. A Moisés foi revelado o significado pleno do nome Senhor, o Deus que cumpre o seu pacto (ver Êx 3.14, 15), pois o pacto começou a cumprir-se neste período.


CONCLUSÃO
Diante desta lição, aprendemos que Deus é Senhor Absoluto e que “nenhum dos seus planos pode ser impedido” (Jó 42.2b). Mesmo quando tentamos nos esquivar do propósito divino para as nossas vidas, assim como fez Moisés, que inventou várias desculpas para não ser o libertador dos hebreus, assim também a nossa tentativa é vã. O Deus de Moisés está no controle de todas as coisas! Portanto, se Ele te escolheu para algo, esteja pronto para dizer: “Eis me aqui, Senhor!


REFERENCIAS
Ø  HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
Ø  MENEZES, Elizeu. Revista Obreiro, nº 01, p.16. CPAD.
Ø  GILBERTO, Antônio. Lições Bíblicas. (1º Trimestre/2014). CPAD.

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