sábado, 18 de janeiro de 2014

LIÇÃO 03 – AS PRAGAS DIVINAS E AS PROPOSTAS ARDDILOSAS DE FARAÓ



Êx 3.19,20; 7.4,5; 8.8,25; 10.8,11,24




INTRODUÇÃO
Na lição passada, vimos como Deus agiu na vida e preparação de Moisés para torna-lo o libertador de Israel. Na lição de hoje, estudaremos os fatos que levaram o Faraó ao endurecimento de seu coração, bem como a participação divina neste ato. Além disso, faremos uma correlação das pragas enviadas ao Egito, como ato do juízo divino, e de algumas das principais divindades egípcias. Por fim, abordaremos as propostas ardilosas de Faraó e o que elas significam. Que todos tenham uma excelente aula!


I. O ENDURECIMENTO DO CORAÇÃO DE FARAÓ
Após ser devidamente comissionado pelo Senhor, Moisés retorna ao Egito e, juntamente com Arão, seu irmão, dirigem-se ao Faraó para, com intrepidez, entregarem a mensagem do Senhor: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto” (Êx 5.1). É bastante curioso o ato de Deus realizar um pedido a Faraó, pois sendo o Deus Todo-poderoso não necessitava de fazer pedido algum ao Faraó. Porém, em tudo que Deus faz há um propósito já estabelecido (Êx 9.15,16; 14.4). No entanto, surge a questão: Por que Deus pediu a Faraó somente a permissão de que seu povo fosse ao deserto para celebrar festa por três dias, quando pensava em efetuar sua saída permanentemente? Deus provou ao rei com uma petição pequena sabendo com antecedência da dureza de seu coração. Então, de quem veio o endureceu do coração de Faraó? Do próprio Faraó ou de Deus? Quanto a esta questão, o Dr. Francis Davison diz: “É dito que Faraó endureceu o seu próprio coração, ou que seu coração foi endurecido, em Êx 7.13,14-22; 8.15,19,32; 9.7,34-35; e também que Deus endureceu o coração de Faraó, em Êx 9.12; 10.1,20,27; 14.4,8. Essa ação é predita em Êx 4.21; 7.3. Note-se que esse endurecimento é primeiramente atribuído principalmente ao próprio Faraó, e mais diretamente a Deus só mais tarde. Deus não causa positivamente a rebeldia do homem contra Si, mas Ele conformou de tal maneira o coração do homem que, cada vez que ele se recusa a fazer a vontade de Deus torna-se menos responsivo à próxima chamada ou mandamento. A consciência, assim, torna-se menos sensível, e o coração se vai endurecendo. O homem endurece seu próprio coração, mas na linguagem bíblica, "os acontecimentos, quer físicos ou morais, que são o resultado inevitável do arranjo divino do universo, são referidos como se fossem operação direta de Deus" (Hertz). Em adição a essa significação da frase devemos notar que, tendo Faraó uma vez endurecido seu próprio coração, Deus o feriu diretamente com um endurecimento do qual era-lhe impossível ser renovado para o arrependimento (cf. Hb 6.4-6), tanto como uma penalidade como a fim de demonstrar sobre ele o Seu poder (Rm 9.17-18), conforme também ficou demonstrado tanto na queda do Faraó como na libertação do povo de Deus”. Portanto, Deus apenas conservou esse endurecimento em Faraó para mostrar-lhe quem, de fato, é o Senhor, e também para que, em Faraó, seu Nome fosse glorificado (Êx 14.4; Rm 9.17).


II. AS PRAGAS – O JUIZO DE DEUS SOBRE O EGITO
Depois de ignorar o pedido do Senhor por intermédio de Moisés, restou a Faraó e ao seu povo padecer as terríveis pragas enviadas ao Egito. Mas, qual o propósito de Deus enviar essas pragas? O propósito era Julgar o governo de Faraó e a idolatria egípcia, apressar a saída dos hebreus do Egito e demonstrar que o Senhor é o Deus supremo e soberano (Gn 15.14; Êx 3.19,20; 9.14-16; 14.4). Desta forma, as pragas foram a resposta de Deus à pergunta de Faraó: "Quem é o Senhor para que eu ouça a sua voz ?”(Êx 5.2). Por outro lado, cada praga foi um desafio aos deuses egípcios e uma censura à idolatria. Os egípcios prestavam culto às forças da natureza tais como o rio Nilo, o Sol, a Lua, a Terra, o touro e muitos outros animais. Agora as divindades egípcias ficaram em evidente demonstração de sua impotência perante o Senhor, não podendo proteger aos egípcios nem intervir a favor de ninguém. A ordem das pragas é a seguinte:
01) As águas do rio Nilo convertem-se em sangue (Êx 7.14-25). O Senhor feriu a Sobek (deus do Nilo) e a Hapi (deus das inundações do Nilo).
02) A terra do Egito fica infestada de rãs (Êx 8.1-15). O Senhor feriu a Amonet (deusa do oculto e do poder que não se extingue) e a Hapi (deus das inundações do Nilo). A rã representava, na crença egípcia, a deusa Amonet.
03) O pó da terra converte-se em piolhos (Êx 8.16- 19). A terra egípcia era considerada pelos egípcios solo sagrado. No entanto, Senhor feriu a Geb (deus da terra). Os sacerdotes egípcios eram, também, os médicos do povo. No entanto, eles não conseguiam curar-se a si mesmos, pois reconheceram: “Isto é o dedo de Deus!” (Êx 8.19a). Logo, devido a esta praga, eles ficaram impossibilitados de cumprirem seus rituais.
04) Enormes enxames de moscas infestam as casas do egípcios (8.20-32). O Senhor feriu a Bastet (deusa protetora da casa). Esta deusa era a guardiã das casas dos egípcios contra toda forma de mal. Porém, não conseguiu vencer pequenas moscas!
05) Gravíssima pestilência e morte de todos os animais dos egípcios (Êx 9.1-7). O Senhor feriu a Amom (deus criador), o deus adorado em todo o Egito, que era um carneiro, considerado por eles, animal sagrado. No Baixo Egito eram adoradas diversas divindades cujas formas eram de carneiro, de bode ou de touro. Porém, com este golpe do Senhor morreram todos!
06) Os egípcios e seus animais são acometidos de úlceras terríveis (Êx 9.8-12). Os sacerdotes egípcios tinham por costume espalhar cinzas como sinal de bênção. Porém, essas mesmas cinzas causaram-lhes úlceras dolorosas. Desta forma, o Senhor feriu a Hórus (deus do céu) e a Nut (deusa do céu). Esta deusa era também conhecida como mãe dos deuses.
07) A tempestade de trovões, raios e saraiva devastou a vegetação, destruiu as colheitas de cevada e de linho e matou os animais do Egito (Êx 9.13-35). Este tipo de tempestade era quase desconhecido no Egito. O Senhor feriu a Osíris (deus da vegetação) e a Ísis (deusa da natureza).
08) A praga dos gafanhotos trazida por um vento oriental consumiu a vegetação que havia sobrado da tempestade de saraiva (Êx 10.1-20). Assim, o Senhor feriu aos deuses Ísis (deusa da natureza) e Seráfis (deus da lavoura) enviando tão grande enxame de gafanhotos. Tais deuses foram impotentes diante deste grande ataque dos gafanhotos, pois, segundo a crença egípcia, eram essas as divindades que protegiam o Egito dos gafanhotos.
09) O Egito é coberto por densas trevas (Êx 10.21-29). As trevas que caíram sobre o país foram o grande golpe contra todos os deuses, especialmente contra Rá, o deus solar. Os luminares celestes, objetos de culto, eram incapazes de penetrar a densa escuridão. Assim, o Senhor feriu a (deus solar). Esta praga foi, também, um golpe direto contra o próprio Faraó, suposto filho do Sol.
10) A morte dos primogênitos (capítulos 11 e 12.29-36). Após o Senhor humilhar a principal divindade egípcia; Faraó, que também fora humilhado, disse: “Vai-te da minha presença! Guarda-te que não mais vejas o meu rosto! No dia em que vires o meu rosto, morrerás” (Êx10.28). Assim, o Senhor usou a ameaça e a sentença dada a Moisés contra o próprio Faraó e seu povo. O Deus que livrou Moisés, quando criança, tornaria a livrá-lo novamente! O Egito havia oprimido o primogênito do Senhor (os hebreus) e agora eles próprios (os egípcios) sofriam a perda de todos os seus primogênitos. Deus aplicara sobre os egípcios a Lei da Semeadura! Além disso, com esta praga, o Senhor feriu a Anúbis (deus da morte) e, também, a Osíris (deus da vida). Mostrando, assim, que o Senhor é único que pode dar a vida ou matar (Dt 30.19).
Diante da grande humilhação que sofreram os deuses egípcios, o Senhor mostrou a todos, principalmente a Faraó, que somente Ele é O Senhor. A frase que nos revela tal propósito divino é: “para que saibais que eu sou o Senhor” (Êx 6.7; 7.5,17; 8.22; 10.2; 14.4,18). Portanto, as primeiras três pragas: sangue, rãs e piolhos caíram tanto sobre Israel como na terra egípcia, pois Deus quis ensinar a ambos os povos quem era o Senhor, já os sete seguintes açoites castigaram somente aos egípcios para que soubessem que o Deus que cuidava de Israel era também o soberano do Egito e mais forte do que seus deuses (Êx 8.22; 9.14). As pragas foram progressivamente mais severas até que quase destruíra o Egito (Êx 10.7). Calcula-se que o período das pragas tenha durado pouco menos de um ano.


III. AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARAÓ A MOISÉS
A partir da ocorrência da segunda praga (a das rãs, Êx 8.1ss), Faraó passa a fazer uma série de propostas ardilosas e destruidoras a Moisés e Arão. Porquanto, com receio das pragas que já estavam castigando duramente o Egito, Faraó propõe:

A Primeira Proposta (Êx 8.25)
Ide, sacrificai ao vosso Deus nesta terra”. O que esta proposta representava? Representava a falta de santidade, de separação das coisas deste mundo. Deus exige santidade do seu povo: “E ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor sou santo, e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26). O povo de Deus enfrenta “concessões egípcias” semelhantes hoje em dia, quando buscamos servir ao Senhor. O inimigo nos diz que não precisamos ser separados do pecado, pois podemos servir a Deus “nesta terra”.

A Segunda Proposta (Êx 8.28)
Somente que indo, não vades longe”. O que esta proposta representava? Uma separação parcial do Egito. Atualmente muitos já aceitaram esta proposta e querem viver um cristianismo sem compromisso com Deus e sem a cruz. Infelizmente, este tem sido o tipo de evangelho que mais tem crescido em nosso país. Porém, o Senhor nos adverte quanto a isto, dizendo: “Por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu mando?” (Lc 6.46). Uma das coisas que Ele manda é: “Saí do meio deles, apartai-vos... Não toqueis nada imundo, e eu vos receberei” (2 Co 6.17). É tempo de refletimos como anda nosso compromisso com Deus? Isto é, para os que querem ter compromisso com Ele!

A Terceira Proposta (Êx 10.11)
Agora, ide vós, os homens, e servi ao Senhor”. O que esta proposta representava? A divisão da família. Deus criou a família e deseja que ela viva unida, pois nenhum reino (ou instituição) dividido pode estar de pé (Mc 3.24), porém o inimigo trabalha sempre para separá-la. Quantas famílias já foram destruídas por não observarem a Palavra do Senhor! Cuidemos de nossas famílias, pois elas são a base do nosso ministério (1 Tm 5.8)!

A Quarta e Última Proposta (Êx 10.24)
Ide, servi ao Senhor; somente fiquem as ovelhas e vossas vacas”. O que esta proposta representava? A falta de sacrifícios, de entrega ao Senhor e de adoração. Evangelho sem a cruz de Cristo não é evangelho autentico! Segundo a Bíblia Explicada, esta proposta também significa “os nossos negócios e interesses materiais, não santificados e não sujeitos à vontade de Deus”. Portanto, a santidade é um imperativo na vida do cristão até mesmo nos negócios (2 Co 8.21).


CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que “não há outro como eu (Deus) em toda terra (Egito)” (Êx 9.14). Assim, o Senhor mostrou, tanto para os egípcios como para os hebreus, que Ele é o Deus supremo e soberano. Por isso, Moisés e Arão não se deixaram levar pelas ardilosas propostas do Faraó, mas responderam-lhe: “Nem uma unha ficará” no Egito (Êx 10.26). Que sigamos os exemplos de Moisés e Arão, e também como eles, estejamos vigilantes e preparados contra “as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11b).



REFERENCIAS
Ø  HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
Ø  DAVISON, Francis. O Novo Comentário da Bíblia. Vida Nova.
Ø  GILBERTO, Antônio. Lições Bíblicas. (1º Trimestre/2014). CPAD.
Ø  Revista Ensinador Cristão. CPAD. nº 57, p.37.
Ø  Site: pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_deuses_eg%C3%ADpcios


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