Êx 12.1-11
INTRODUÇÃO
Na lição passada, vimos como Moisés
e Arão não se deixaram levar pelas ardilosas propostas do Faraó, mas
responderam-lhe: “Nem uma unha ficará” no Egito (Êx 10.26). Também vimos como
Deus humilhou a todos os deuses do Egito mostrando que Ele
é o único Senhor. Na
lição de hoje, estudaremos sobre a instituição de uma das mais importantes
festas judaicas que ocorrera por ocasião da décima praga – a morte dos primogênitos. Esta festa é a páscoa do Senhor! Assim, abordaremos
a relevância desta festa, sua simbologia e seu valor para o cristão. Por fim, trataremos
da instituição da Ceia do Senhor, seus elementos e simbologia. Que todos tenham
uma excelente aula!
I. PÁSCOA – A CONSUMAÇÃO DA LIBERTAÇÃO DOS HEBREUS
Após Faraó resistir, com seu
coração endurecido, as nove pragas enviadas pelo Senhor; Deus fala a Moisés, e diz:
“Ainda
uma praga trarei sobre Faraó, e sobre o Egito. Então vos deixará ir daqui, e
quando vos deixar ir, é certo que vos expulsará completamente” (Êx
11.1). O último Juízo sobre o Egito possibilitaria, então, o que os hebreus tanto
desejavam ao longo período de 430 anos: o
livramento da servidão egípcia. É exatamente, nesta ocasião, que o Senhor
institui o rito da páscoa, pois disse a Moisés: “Dizei a toda a congregação de
Israel: Aos dez deste mês tome cada homem um cordeiro para a sua família, um
cordeiro para cada casa... Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras, e
na verga da porta, nas casas em que o comerem... Naquela noite comerão a carne
assada ao fogo, com pães asmos e ervas amargas... Comê-lo-eis apressadamente;
esta é a páscoa do Senhor” (Êx 12.3,7,11b). A páscoa é uma festa
memorial alusiva ao livramento da décima praga que atingiu apenas aos egípcios,
e consecutivamente, livrou
os hebreus de modo definitivo da servidão egípcia (Êx 12. 4,26,27,31). Por isso,
o termo “páscoa” do hebraico “Pesach” significa “passar
por cima” ou “passar de largo”, pois
o anjo destruidor passou de largo (por cima) das casas onde havia sido aplicado
o sangue nas ombreiras e na verga da porta (Êx 12.23).
Além
do livramento no Egito (da décima praga)
e do Egito (da servidão egípcia), a
páscoa se constituiu no primeiro dia do ano religioso dos hebreus e o começo de
sua vida nacional. A páscoa foi um marco na historia dos hebreus, pois ela
representou a última noite em que os hebreus passaram como escravos na terra do
Egito. Ela ocorreu no mês de Abibe (chamado
Nisã após o
exílio babilônico, Ne 2.1; Et 3.7), que corresponde aos nossos meses de
março e abril. O termo “Abibe” significa “espiga de trigo”, e “Nisã” significa
“princípio,
abertura”.
Até então o ano judaico tinha começado com o mês de Tisri, perto do
equinócio do outono. O mês em que sucedeu a saída, o mês de Abibe, era no
equinócio da primavera. Os judeus começavam agora seu ano civil no mês de Tisri
(setembro-outubro), mas seu ano sagrado começava no mês de Abibe
(março-abril). Portanto, o ano civil começa, ainda hoje, no
outono, com a Festa das Trombetas (Lv. 23:24; Nm. 29:1), hoje chamado Rosh
Hashanah, que significa “Ponta do Ano” ou “Ano
Novo”.
II. O SIMBOLISMO DOS ELEMENTOS DA PÁSCOA
Agora,
conforme o relato bíblico, observemos os elementos requeridos pelo Senhor para
a páscoa judaica. O texto de Êxodo 12.8 diz: “Naquela noite comerão a carne
assada ao fogo, com pães asmos e ervas amargas”. Cada um destes
elementos que compunha a referida celebração, possuía um simbolismo que a
pontava para a Obra Perfeita de Cristo na Cruz. Vejamos:
ü O Cordeiro – simbolizava a Cristo “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29; Is 53.7; 1 Pe 1.19; Ap 5.6). Assim, o fato de assar em vez de cozer o cordeiro exemplifica a perfeição do sacrifício de Cristo (Hb 9.13,14; 10.12-14).
ü Pães Asmos – simbolizavam a purificação dos hebreus, já que o fermento era um símbolo de corrupção moral e pecado (Lv 2.11; Mt 16.6; Mc 8.15; 1 Co 5.7,8). Além disso, o pão sem fermento, também, simbolizava a sinceridade e a verdade (I Coríntios 5.6-8). O pão asmo é feito somente de farinha de trigo e água.
ü Ervas Amargas – simbolizavam toda a aflição e amargura que os hebreus sofreram por tanto tempo (Êx 1.14; 12.8). A tradição judaica menciona alface, escarola, chicória, hortelã e dente-de-leão como essas ervas.
ü O Cordeiro – simbolizava a Cristo “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29; Is 53.7; 1 Pe 1.19; Ap 5.6). Assim, o fato de assar em vez de cozer o cordeiro exemplifica a perfeição do sacrifício de Cristo (Hb 9.13,14; 10.12-14).
ü Pães Asmos – simbolizavam a purificação dos hebreus, já que o fermento era um símbolo de corrupção moral e pecado (Lv 2.11; Mt 16.6; Mc 8.15; 1 Co 5.7,8). Além disso, o pão sem fermento, também, simbolizava a sinceridade e a verdade (I Coríntios 5.6-8). O pão asmo é feito somente de farinha de trigo e água.
ü Ervas Amargas – simbolizavam toda a aflição e amargura que os hebreus sofreram por tanto tempo (Êx 1.14; 12.8). A tradição judaica menciona alface, escarola, chicória, hortelã e dente-de-leão como essas ervas.
Embora
esses fossem os ingredientes essenciais à páscoa, havia um ato deste memorial
que não poderia ser negligenciado pelos judeus. O texto de Êxodo 12.7 diz: “Tomarão do sangue e o porão em
ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem”. Já pensou se os judeus
tivessem desobedecido a esta determinação divina!? Que sentido teria então a
pascoa, visto que eles não estariam livres do anjo destruído? Logo, esta
refeição simbólica perderia todo o seu sentido de ser; porquanto, todos os
primogênitos dos hebreus também morreriam. Assim, a aspersão do sangue do cordeiro nos umbrais das portas era, também,
um dos elementos imprescindível à páscoa. Visto que simbolizava
o livramento da morte com base no sacrifício do cordeiro (Êx 12.13; Ro 5.9; Ef
1.7). Percebe-se, então, que embora fossem três os ingredientes daquela refeição
simbólica; na verdade, eram quatro os elementos daquele memorial. Portanto, a obediência à ordem divina era o cerne de todo o
simbolismo desta importantíssima festa, como disse Paulo: “Pois como pela desobediência de
um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos
serão feitos justos” (Rm 5.19). Glória a Deus por isso!!
III. CRISTO – A NOSSA PÁSCOA
Sendo,
portanto, a páscoa uma celebração ordenada restritamente aos judeus pelo Senhor
(Êx 12; Nm 9.1-14; Dt 16.1-8). Ela possui, no Novo Testamento, um profundo
significado para o cristão por ser um símbolo profético da morte de Cristo, da
salvação e do andar pela fé a partir da redenção. O Apóstolo Paulo entendia bem
esta verdade, por isso escrevendo aos coríntios disse: “Lançai fora o fermento velho,
para que sejais uma nova massa, assim como sois sem fermento. Pois Cristo,
nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1 Co 5.7). Vejamos, então,
algumas similaridades deste rito:
ü O animal para o sacrifício devia ser um cordeiro macho de um ano (Êx 12.5). Esta exigência retrata o pleno desenvolvido e a plenitude da vida da vítima. Assim, Jesus morreu no pleno desenvolvido de sua vida quando tinha 33 anos aproximadamente. Além disso, ao exigir que o sexo do cordeiro fosse macho prova-se que no plano salvífico não existe nenhuma “medianeira”, pois a fêmea não serviria para o sacrifício (1 Tm 2.5,6; 1 Jo 2.2).
ü O cordeiro tinha de ser sem mácula (Êx 12.5). Para assegurar que assim fosse os israelitas o guardavam em casa durante quatro dias. De igual maneira, Jesus era impecável (Hb 4.15; 1 Pe 2.22; 1 Jo 3.5) e foi provado durante quarenta dias no deserto (Mc 1.12,13).
ü O cordeiro foi sacrificado à tarde como substituto do primogênito (Êx 12.6). O cordeiro pascal foi sacrificado em favor dos hebreus (Êx 12.14,26,27); já o Cordeiro de Deus morreu em favor de todos os homens (Jo 3.16; 1 Tm 4.10; 1 Jo 2.2), por isso, Deus proveu um substituto que "foi ferido pelas nossas transgressões" (Is 53.5). Segundo Josefo, o cordeiro era morto entre as horas nona e décima primeira, ou seja, entre as 15 e as 17 horas. Note-se que foi na hora nona (15 horas) que Jesus clamou com alta voz e entregou o espírito (Mt 27.45-50).
ü O animal para o sacrifício devia ser um cordeiro macho de um ano (Êx 12.5). Esta exigência retrata o pleno desenvolvido e a plenitude da vida da vítima. Assim, Jesus morreu no pleno desenvolvido de sua vida quando tinha 33 anos aproximadamente. Além disso, ao exigir que o sexo do cordeiro fosse macho prova-se que no plano salvífico não existe nenhuma “medianeira”, pois a fêmea não serviria para o sacrifício (1 Tm 2.5,6; 1 Jo 2.2).
ü O cordeiro tinha de ser sem mácula (Êx 12.5). Para assegurar que assim fosse os israelitas o guardavam em casa durante quatro dias. De igual maneira, Jesus era impecável (Hb 4.15; 1 Pe 2.22; 1 Jo 3.5) e foi provado durante quarenta dias no deserto (Mc 1.12,13).
ü O cordeiro foi sacrificado à tarde como substituto do primogênito (Êx 12.6). O cordeiro pascal foi sacrificado em favor dos hebreus (Êx 12.14,26,27); já o Cordeiro de Deus morreu em favor de todos os homens (Jo 3.16; 1 Tm 4.10; 1 Jo 2.2), por isso, Deus proveu um substituto que "foi ferido pelas nossas transgressões" (Is 53.5). Segundo Josefo, o cordeiro era morto entre as horas nona e décima primeira, ou seja, entre as 15 e as 17 horas. Note-se que foi na hora nona (15 horas) que Jesus clamou com alta voz e entregou o espírito (Mt 27.45-50).
Vemos,
então, que o rito da páscoa não só olhava retrospectivamente para aquela noite
no Egito, mas também antecipadamente para o dia da crucificação. Assim, a Santa Ceia ou Ceia do Senhor é algo parecido com a páscoa e a substitui no Cristianismo.
De igual modo, esta olha em duas direções: atrás, para a cruz, e adiante, para
a segunda vinda de Cristo (1 Co 11.26). No entanto, quanto aos elementos da
Santa Ceia, eles são:
ü O Pão – simbolizando o corpo de Cristo e a vida abundante (Mt 26.26; Lc 22.19; Jo 6.51-56; 10.10).
ü O Vinho – simbolizando o sangue de Cristo, isto é, da nova aliança (Mt 26.27,28; Lc 22.20; Rm 5.9; Hb 9.22).
ü O Pão – simbolizando o corpo de Cristo e a vida abundante (Mt 26.26; Lc 22.19; Jo 6.51-56; 10.10).
ü O Vinho – simbolizando o sangue de Cristo, isto é, da nova aliança (Mt 26.27,28; Lc 22.20; Rm 5.9; Hb 9.22).
A
Ceia do Senhor possui duas mensagens centrais. A primeira é memorial: “Porque
todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte
do Senhor”; a segunda é profética: “até que ele venha” (1 Co
11.26). Portanto, a páscoa judaica foi instituída por ocasião da libertação dos
filhos de Israel do Egito (Êx 12); porém, foi exatamente por ocasião da
celebração da páscoa judaica que Cristo instituiu a Ceia do Senhor – a nossa páscoa
(Mt 26.17-30; Mc 14.12-26; Lc 22.7-23)! Assim
sendo, a Ceia do Senhor não é um mero símbolo, mas um memorial da morte redentora
de Cristo por nós. Porquanto, trata-se da segunda ordenança da Igreja e, é a cerimônia
mais solene da Igreja!
CONCLUSÃO
Nesta
lição, aprendemos que a páscoa fora instituída pelo Senhor para agradecê-lo
pelo grande livramento concedido aos hebreus, e que além de livrar da morte,
também, livrou o povo hebreu da escravidão egípcia. De igual modo, a Ceia do
Senhor é um memorial que nos leva a refletir e agradecer ao Senhor por ter nos
livrado da escravidão do pecado e da morte, pois “nos tirou do poder das trevas, e
nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13). Portanto,
ao nos assentarmos na mesa do Senhor, sejamos gratos por tão maravilhosa graça.
Pois, o escrito sacro, nos adverte: “como escaparemos nós, se negligenciarmos tão
grande salvação?” (Hb 2.3a).
REFERENCIAS
Ø HOFF,
Paul. O Pentateuco. VIDA.
Ø DAVISON,
Francis. O Novo Comentário da Bíblia.
Vida Nova.
Ø GILBERTO, Antônio. Lições
Bíblicas. (1º Trimestre/2014). CPAD.
Ø ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário
Teológico. CPAD.
Ø GILBERTO, Antônio. A
Bíblia Através dos Séculos. CPAD.
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