Mt
7.28,29; At 13.1; Rm 12.6,7; Tg 3.1
INTRODUÇÃO
O dom ministerial de Mestre ou
Doutor é, sem dúvida, um dos mais importantes e necessários à Igreja do Senhor
Jesus. Por isso, ele é mencionado nas três listas dos dons (Rm 12.6-8; I Co
12.28; Ef 4.11). Nesta lição veremos a definição do termo; o propósito do dom;
a autoridade e os métodos de ensino de Jesus, o Mestre por excelência; como se
deu o ensino na Igreja Primitiva; a importância do dom ministerial de mestre; e
sobre a importância do ensino na Escola Dominical.
I – DEFINIÇÃO E PROPÓSITO
DO DOM DE MESTRE OU DOUTOR
II – JESUS, O MESTRE DOS
MESTRES
Cerca de 60 vezes Jesus é chamado
de Mestre nos evangelhos. Grande parte do seu ministério foi ocupado com o ensino
(Mt 4.23; 9.35; Lc 20.1). Ele ensinava nas sinagogas (Mt 9.35; 13.54; Mc
1.21); em casas particulares (Mt 9.9-13); no templo (Mt 21.23; Mc
11.17; 12.35); nas aldeias (Mc 6.6; Lc 13.22); nas cidades (Mt
11.1); e em vários lugares (Mt 5.2; Mc 2.13; 4.1; 6.34; Jo 3.1-36;
4.1-26). Ele foi reconhecido como Mestre pelos coletores de impostos (Mt 17.24);
pelos escribas e fariseus (Mt 8.19; 9.11; 12.38; 22.24; Mc 12.14,19,32); pelo
jovem rico (Mt 19.16; Lc 18.18); pelos discípulos (Mc 4.38; Mc 9.5; 10.35;
11.21; Lc 8.24); pelo cego de Jericó (Mc 10.51); pelos discípulos de João (Jo 1.38);
por Maria Madalena (Jo 20.16); além de outros (Mt 22.16; Mc 5.35; 9.17).
2.1 A autoridade do ensino de
Jesus. O que
distinguia o ensino de Jesus com o ensino dos escribas e fariseus era a autoridade
com que Ele ensinava: “... todos se maravilhavam de Sua doutrina” (Mt
7.28,29; Mc 1.21,22). A autoridade da mensagem de Cristo era decorrente do fato
de Ele exemplificar em sua própria vida. Ele viveu o que ensinou e ensinou o
que viveu! Quando Ele ensinou a orar (Mt 6.9-13; Lc 11.2-4), é porque vivia uma
vida de oração e comunhão com o Pai (Mt 14.23; 26.36); Quando ensinou sobre o
perdão (Mt 6.14,15; Mc 11.25), é porque vivenciava no dia a dia a prática do perdão
(Mc 2.1-11; Lc 23.34). Por esta razão, Lucas, ao relatar o ministério do
Mestre, coloca em primeiro lugar a ação e depois o ensino: “Fiz o primeiro tratado, ó
Teófilo, acerca de tudo o que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar”
(At 1.1).
2.2 Os métodos de ensino de
Jesus. Ninguém
ensinou como Jesus. As verdades mais profundas eram reveladas com autoridade
e simplicidade e ilustrava seus ensinos com parábolas e fatos comuns
do cotidiano. Seus métodos variavam de acordo com a ocasião e a necessidade dos
ouvintes. Vejamos:
2.2.1 Ele ensinou utilizando a
linguagem do povo. Ele
ensinou, principalmente, através de parábolas, utilizando a linguagem do povo.
Seus ensinos eram repletos de ilustrações e exemplos do dia a dia, tais como:
pesca, rede, peixe; árvore, fruto, solo, semente, etc. (Mt 13.1-58). Para
descrever, por exemplo, o amor de Deus pelos pecadores, ele falou sobre o
pastor que saiu em busca de uma ovelha desgarrada; de uma mulher que perdeu uma
dracma; e de um pai que esperava ansiosamente o retorno de um filho que estava
distante (Lc 15.1-24).
2.2.2 Ele ensinou alcançando o
coração dos ouvintes. Os
ensinos de Jesus não alcançavam só o intelecto dos ouvintes, mas,
principalmente o coração. Eles eram ministrados no poder do Espírito Santo,
como um resplendor de luz que dissipava as trevas da dúvida, implantando no seu
coração profunda convicção da verdade. Um dos discípulos que o ouviram no
caminho de Emaús, disse: “Porventura não ardia em nós o
nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as
Escrituras?” (Lc 24.32).
III – O
ENSINO NA IGREJA PRIMITIVA
Ø
Uma
das marcas da Igreja no primeiro século era a perseverança na doutrina dos
apóstolos (At 2.42);
Ø
Os
apóstolos se dedicaram a oração, pregação e ensino da Palavra de Deus (At
5.41,42; 6.4);
Ø
Paulo
e Barnabé passaram um ano ensinando na igreja de Antioquia (At 11.26; 15.35).
Lucas diz que naquela igreja havia mestres (At 13.1);
Ø
Paulo
ficou três anos ensinando em Éfeso (At 20.20,31); em Corinto, ficou um ano e
seis meses (At 18.11); e seus últimos dias em Roma foram ocupados com o ensino
da Palavra de Deus (At 28.31);
Ø
Em
suas epístolas, Paulo ensinou sobre a dedicação ao ensino da Palavra de Deus
(Rm 12.7; Cl 3.16; I Tm 3.2; 4.11,13; II Tm 2.2,24).
IV – A IMPORTÂNCIA DO DOM
MINISTERIAL DE MESTRE
4.1 Para o ensino da Bíblia. A Palavra de Deus é para o crente
o que o leite materno é para uma criança recém nascida (I Pe 2.1,2). Por isso,
Jesus enviou os seus discípulos não só para pregar (Mc 16.15), mas, também,
para fazer discípulos (Mt 28.19,20). Através do ensino sistemático das Sagradas
Escrituras o crente cresce forte e sadio (Cl 2.6,7; II Tm 3.16,17).
4.2 Para refutar as heresias. Desde os tempos passados que
surgiram heresias entre o povo de Deus (II Co 11.13-15; Gl 1.6-8; II Pe 2.1-3;
I Jo 4.1-6; Ap 2.14,20). Mas, nestes dias que antecedem a Vinda de Cristo, o
número de falsos ensinos crescerá ainda mais, como está previsto nas Sagradas
Escrituras (Mt 24.11,24; Mc 13.22; I Tm 4.1-3). Eis aí a importância dos
mestres na igreja, para refutar essas heresias (I Tm 1.13; II Tm 2.23-26; Tt
1.7-11).
V – DIFERENÇA ENTRE DOM
MINISTERIAL DE MESTRE E O DOM DE ENSINO
Alguns escritores erroneamente
confundem o dom ministerial de mestre com o dom de ensinar (serviço). Mas, é importante
salientar que o dom ministerial de mestre ou doutor é exclusivo para obreiros
(At 13.1-3; Ef 4.11). Já o dom de ensinar, como dom de serviço (Rm 12.6-8) está
acessível a todo cristão. Muitos professores de Discipulado e de EBD possuem
este dom e prestam um grande serviço para o Reino de Deus. No entanto, além de
possuir este dom, é necessário que o professor seja um amante da Bíblia e de
bons livros (I Tm 4.13; II Tm 4.13); dedicado ao ensino (Rm 12.7b) e tenha uma
vida exemplar, na igreja, na família e na sociedade (Mt 5.13-16; I Tm 4.16).
VI – A IMPORTÂNCIA DO ENSINO
NA ESCOLA DOMINICAL
Ø Ela desenvolve a espiritualidade
e o caráter dos crentes;
Ø Ela é o lugar para a descoberta,
motivação e treinamento de novos talentos;
Ø Ela é uma fonte de avivamento
espiritual para a Igreja;
Ø Porque é na EBD que crianças,
adolescentes, jovens e adultos adquirem uma fé mais robusta e madura;
Ø Na Escola Dominical o crente
aprende a amar e cooperar com a obra missionária;
Ø Ela reúne a família, onde pais e
filhos fortalecem o relacionamento, as crianças crescem na disciplina do Senhor
e os casais aperfeiçoam a vida conjugal.
CONCLUSÃO
O dom de doutor ou mestre, como
os demais dons ministeriais, são de grande importância para a Igreja de Cristo. Por intermédio dele a igreja é
edificada e, através do ensino sistemático da Bíblia Sagrada, poderá crescer
forte e sadia. Por isso, o Senhor Jesus não só entregou à Igreja a missão de
ensinar a Palavra de Deus, mas, também, chamou e vocacionou alguns para serem
doutores ou mestres.
REFERÊNCIAS
Ø
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø
SOUZA,
Estêvam Ângelo. Os dons ministeriais na igreja. CPAD.
Ø
RENOVATO,
Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais. CPAD.
Ø KALDEWAY, Jens. A
forte mão de Deus. Editora Esperança.
Por Rede Brasil de Comunicação
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