1 Tm 5.17-22; 6.9-10
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
estudaremos acerca de alguns conselhos gerais que o apóstolo Paulo passou ao
seu filho na fé, Timóteo, o jovem ministro da igreja que estava em Éfeso. Os
capítulos de número cinco e seis são riquíssimos em orientações. Destacaremos
aqui algumas destes conselhos quanto ao trato com os irmãos; quanto aos falsos
mestres; no que diz respeito a ilusão das riquezas e o que realmente devemos
como cristãos priorizar, pois, onde estiver o nosso tesouro, ai estará o nosso
coração (Mt 6.20,21).
I – DEFINIÇÃO DE CONSELHO
O Aurélio define
conselho como “advertência que se emite; aviso; admoestação; censurar
ou repreender com brandura” (FERREIRA, 2004, p. 528). Já o Houaiss
define a palavra conselho como “opinião”, “parecer”,
“sabedoria”, “bom senso”. O dicionário
Vine diz que do grego “gnome” relacionado a “gnosko” ,
quer dizer: “opinião sobre algo que deve ser feito” , “saber, conhecer, perceber” , “julgamento”
,
“conselho” (VINE, 2002, p. 495).
II – CONSELHOS QUANTO AO TRATO
COM OS IRMÃOS
No capítulo
cinco de sua primeira carta, o apóstolo Paulo orienta ao jovem pastor Timóteo
que a igreja, como uma grande família de Deus (Ef 2.19), possui membros de
diversas faixas etárias, e que na relação interpessoal essa diferença deveria
ser considerada com relação ao trato, porém, sempre alicerçada no amor,
respeito e consideração (Lv 19.17,18; Mt 22.39; Mc 12.31; Gl 5.14; Fp 2.3).
2.1 Tratamento
com pessoas idosas (I Tm 5.1,2a).
“Não repreendas
asperamente os anciãos (idosos), mas admoesta-os como a pais,(...)
mulheres idosas com a mães” . O apóstolo
ensina que devemos tratar as pessoas idosas com amor e ternura. A palavra admoesta-os no
grego “parakalei” significa: “chame-o a parte”, “console-o”, “exorte-o”.
O AT orientava o respeito aos idosos: “Fiquem de pé na
presença de pessoas idosas e os tratem com todo respeito” (Lv 19.32 – Nova
Tradução na Linguagem de Hoje). A honra, consideração e amor aos idosos sempre
foi um ensino no AT (Lv 19.32; Sl
71; Pv 16.31; 23.22), ratificado por Jesus (Mt 15.39; Jo 19.26,27), e propagado
por Paulo (I Tm 5.1,2).
2.2 Tratamento
com os mais jovens ( I Tm 5.1b).
“(...) a jovens,
como a irmãos;” - aos de menos idade, Paulo orienta que o
relacionamento com esses irmãos deveria ser com amor, respeito e consideração
(Jo 13.34; 15.17; 1 Co 14.1; 16.14; Fp 2.3; 1 Pe 1.22).
2.3 Tratamento
com os de sexo oposto ( I Tm 5.2).
“(...) às
moças, como a irmãs, com toda pureza (…)”. O apóstolo ressalta
que no que tange ao relacionamento com sexo oposto, além do amor, respeito e
consideração, abordado no tópico acima, o cristão deve enxerga-las como filhas
de Deus, noiva do Cordeiro, tendo zelo por elas com “(...) zelo de Deus (...)” (II Co 11.2), com a finalidade de prepara-las,
ajuda-las, incentivá-las na Igreja, a constituírem família, a amarem os maridos,
terem filhos, serem sensatas, honestas e boas donas de casa (Tt 2.4,5).
2.4.Trato com as
viúvas (I Tm 5.3-16).
“Honra as viúvas
que verdadeiramente são viúvas...” Nestes versículos, o apóstolo aborda
sobre dois tipos de viúvas: as idosas e as jovens. Às viúvas idosas obedeceriam
a um critério de inscrição na lista dos necessitados da igreja (vs. 4,5,9,10).
Se ela, mesmo tendo sessenta anos, tivesse filhos, netos, ou até mesmo algum
parente crente, tal viúva deveria ser sustentada por sua família (v. 4,16),
para não ser pesada à igreja (v. 16). Já para às viúvas novas, o apóstolo
recomenda que “(...) Se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e
não deem ao adversário ocasião favorável de maledicência” (v. 14).
2.5 Trato com os
obreiros (I Tm 5.17-25).
“Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada
honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina... Não aceites
acusação contra o presbítero”. Com relação aos obreiros, Paulo orienta
a Timóteo a não aceitar qualquer acusação contra ele; deveria se observar um
critério (v.19), pois não há quem seja mais exposto a calúnia e a ultraje do
que os líderes da igreja. Isto porque no exercício de seu ofício, sempre haverá
pessoas insatisfeitas com a doutrina, inimigos do Evangelho que procurarão “se
vingar” dos obreiros da Igreja (Dt 13.13; At 15.24; II Co 11.13; Gl 2.4; Fp
3.2,18,19; 1 Jo 2.9). Uma vez cometido uma falta, o obreiro é disciplinado como
qualquer outro membro, pois ele só é obreiro, porque é membro da Igreja. Sua
disciplina é realizada pela igreja, como ensina o apóstolo Paulo: “(...) já determinei (...) que o que tal ato praticou, em nome do Senhor
Jesus Cristo, junto vós e o meu espírito (...) seja entregue a Satanás (...)” (1 Co 5.35). A
Igreja é quem disciplina, reconcilia, aclama e exclui qualquer membro da igreja
(II Co 2.511; Hb 12.11).
2.6 Trato com os
senhores (I Tm 6.12).
“Todos os servos que estão debaixo do jugo estimem a seus senhores por dignos
de toda a honra, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados” Nas relações de
trabalho, as recomendações paulinas é que os servos “empregados”, obedeçam aos
empregadores, respeitando-o, cumprindo com os compromissos de seu trabalho (Fp
4.8), para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados. Pois a
rebeldia, preguiça, ineficiência no trabalho são atitudes que vão de encontro
ao princípio estabelecido por Deus para a vida humana, que criou o trabalho (Gn
2.15; Dt 8.1118), e que o mesmo deveria ser utilizado para a glória de Deus (Rm
11.36; I Co 10.31; Cl 1.15,16; Hb 2.10,13,20,21).
III – CONSELHOS GERAIS QUANTO A
FALSOS MESTRES
Paulo orienta a
Timóteo a tomar cuidado com os falsos mestres, e elenca algumas características
desses falsos obreiros. Vejamos:
3.1 Traz outra
doutrina (I Tm 6.3).
“Se alguém ensina
alguma outra doutrina (...)”. Uma das grandes características do
falso mestre é a difusão de outra doutrina. Algumas pessoas tem se desviado da
fé por não observarem os conselhos paulinos com relação a preservação
doutrinária (Gl 1.7,8,9; 1 Tm 1.5-7, 18-20; 4.1,6,7,14-16; 6.11-16, 20; 2 Tm
1.13; 2.14; 3.14-17).
3.2 Não concorda
com a doutrina (I Tm 6.3).
“(...) e não
concorda com as sãs palavras” (Almeida Revista Atualizada). No NT,
temos homens como Himeneu e Alexandre (1 Tm 1.20; 2 Tm 4.14,15); Fileto (1 Tm
6.21; 2 Tm 2.17); Demas (2 Tm 4.10); Diótrefes (3 Jo 911), que são exemplos de
maus obreiros que procuravam desestabilizar a unidade da igreja.
3.3 Seu ensino
busca apenas sua autopromoção (I Tm 6.4).
“(...) É soberbo, nada sabe (...)”. O estrelismo sempre será o
objetivo do falso mestre. Para ele, os que estão ao seu redor, sabem menos que
ele, são ignorantes, desinformados, e por isso, caem na armadilha da soberba
que foi o pecado de Satanás (Is 14.13-15; Ez. 28.13-18). Entretanto, toda
soberba sempre precederá uma ruína (Pv 16.18; 29.23; Sl 101.5; Jr 13.9; 48.29-47).
3.4 Gosta de
discussões e debates da doutrina (I
Tm 6.4).
“(...) mas tem mania por questões e contendas de palavras
(...)”.
Esses falsos mestres gostam promover discussões infrutíferas (I Tm 1.6,7); “(...) que produzem de invejas, provocações, difamações, suspeitas
malignas. Altercações sem fim, por homens cuja mente são privados da verdade (...)”
(1
Tm 6.4,5 – Almeida Revista Atualizada). Acerca destes, Paulo recomenda a
Timóteo: “Tu, ó homem de Deus, foge destas coisas (...)” (v.11). O
cristão deve ler a Bíblia para sua edificação, e não para promover debates que
não promovem edificação alguma.
IV – CONSELHOS GERAIS QUANTO A
BUSCA DESENFREADA DAS RIQUEZAS
Paulo passa,
agora, a orientar Timóteo quanto ao perigo de se adquirir riquezas, e adquiri-las
a qualquer custo. Ele mostra que o cristão que assim procede está ignorando que
a vida não consiste em riquezas: “Nada trouxemos para este mundo, é manifesto que nada podemos levar dele” ( I Tm 6.7), que
Deus é o dono de tudo (Dt 8.11-18; Sl 24.1; Rm 11.36) e que o contentamento
deve estar presente em nossa vida: “Tendo,
porém, com o que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (I Tm 6.8). Há consequências para os que
buscam as riquezas de forma desenfreada (I Tm 6.9,10). Porém, os que
desprezam tais verdades diz Paulo: (a) Caem em tentação; (b) Em
laços; e, (c) Em muitas concupiscências loucas e nocivas, levando a
perdição e ruína (1 Tm 6.9). Mas, Timóteo deveria seguir: a justiça, a piedade,
a fé, o amor, a paciência, e a mansidão (I Tm 6.11).
CONCLUSÃO
Nestes dois
últimos capítulos de primeira carta a Timóteo, pudemos perceber, o cuidado
pastoral de Paulo ao orientar, não só o pastor Timóteo, mas a Igreja em Éfeso,
sobre os mais diversos assuntos relacionados à vida cristã e ao bom
desenvolvimento do relacionamento interpessoal dos membros na Igreja,
demonstrando assim, como pastor e apascentador, o seu amor pelo rebanho.
REFERÊNCIAS
BARCLAY, William.
Comentário Biblico do Novo Testamento: 1 Timóteo.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário
de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
FERREIRA, Aurélio
Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Editora
Positivo.
KELLY, J.N.D. I,
II Timóteo e Tito: Introdução e comentário . CULTURA BÍBLICA.
PFEIFFER, Charles
F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
STAMPS, Donald C.
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E, et al. Dicionário
Vine.
CPAD.
Por
Rede Brasil de Comunicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário